Poesias

sexta-feira, 30 de julho de 2021

SOCIEDADE ALTERNATIVA - CAPÍTULO 3

Cuidadosos, não deixaram que um só detalhe os escapasse. Queriam organizar uma festa memorável.
E assim foi.
A festa ocorreu, magnífica. Tão bem feita que mais parecia um baile de formatura. A turma da universidade compareceu em peso.
Todos estavam elegantemente trajados e preparados para a noite de comemorações.
Rodrigo, Maurício e Lindolfo como sempre estavam reunidos.
Apesar da inesperada apatia de Lindolfo, o mesmo procurou se divertir na festa. Dançou com algumas garotas, e por algumas horas, esqueceu-se da garota da praia.
Contudo, depois de algumas bebidas e de muito dançar, acabou esbarrando em uma moça.
Coincidentemente, a moça era Lizandra, a morena alta que havia lhe chamado a atenção na praia.
Surpreso com o encontro inesperado, Lindolfo tentou, de todas as formas possíveis, se aproximar da moça. No meio da confusão, tentou trocar algumas palavras com Lizandra, mas não conseguiu. Suas amigas a puxaram pelo braço, como que convidando-a para dançar com um rapaz que aproximara do grupo.
Tal fato não o desanimou.
Confidenciou aos amigos que, assim, difícil, seria mais interessante. Disse ainda, que não gostava quando tudo acontecia rápido demais. Afinal, tudo é que é muito fácil de se conseguir, perde a graça muito rápido.
Por conta disso, continuou festejando. Tanto, que ao término da festa, estava completamente bêbado. Tão bêbado, que mal se agüentava em pé. Precisou da ajuda dos amigos que o levaram carregado, até a residência onde moravam.
Ao lá chegar, foi só deitar na cama que dormiu.
Dormiu o restante da madrugada, só acordando, a tarde.
Ao acordar, sentiu sua cabeça pesar. Estava com muita dor de cabeça. Preocupado, tratou de se levantar.
Ao se dirigir a cozinha, seus amigos, ao se verem seu estado lastimável, só comentaram:
-- Ressaca brava, heim?
-- Também, encheu o caneco.
-- Ah, eu estou com muita dor de cabeça. Tem algum analgésico nesta casa? – perguntou Lindolfo.
-- Não. – respondeu Maurício.
-- Nem é bom misturar remédio com álcool. – emendou Rodrigo.
-- Está bem. E o que eu faço com minha dor de cabeça?
-- Deite-se que nós vamos lhe fazer um café. – respondeu Maurício.
Lindolfo, tentou recusar o café, mas seus amigos o intimaram a beber. O que teve que fazer.
Nisso, voltou a se deitar e dormiu por mais algumas horas.
Quando acordou, lembrou-se que havia estado em uma festa no dia anterior, e quis saber o que havia acontecido.
Espantados, seus amigos logo lhe perguntaram, se havia esquecido do que acontecera na festa.
Lindolfo então, assentiu com a cabeça. Não se lembrava de muita coisa.
Afirmou, que só tinha lembrança da festa até o momento em que encontrou Lizandra, e mais do que depressa, voltou a beber.
Com um certo esforço de memória, conseguiu lembrar-se de que continuou dançando.
Foi então que seus amigos disseram-lhe que havia se aproximado, bêbado de Lizandra. Tentou tirá-la para dançar, no que foi impedido pelo rapaz que estava com ela.
Mesmo sendo afastado pelo sujeito, continuou insistindo. Queria por que queria tirá-la para dançar. Até que, num momento de distração do rapaz, Lindolfo conseguiu puxá-la pelo braço e levá-la até a pista de dança.
No entanto, mais do que depressa, o rapaz, vindo no encalço dos dois, empurrou-lhe e puxou a moça de volta.
Maurício contou ainda, que ele havia tentado agredir o rapaz que a acompanhava, no que foi impedido por Rodrigo e ele.
Envergonhado, ao ouvir as palavras dos amigos, Lindolfo não podia acreditar no que fizera. Como pôde ser tão tolo? Nunca havia brigado antes, por nenhuma garota.
No que Rodrigo e Maurício retrucaram:
-- Tem sempre uma primeira vez para tudo.
Mas, mal-humorado, Lindolfo disse que não havia primeira vez para uma idiotice dessas. Por isso prometeu, que nunca mais iria se expor ao ridículo por causa de uma garota.
Desconfiados dessas palavras, Maurício e Rodrigo foram irônicos aos concordarem com o amigo. Realmente, ele cumpriria o que dissera.
Mas isso, só serviu para deixar Lindolfo ainda mais irritado.
De tão irritado, ele virou as costas para os amigos e se trancou no quarto. Não quis sair nem para jantar.
E assim foi. Durante três dias, Lindolfo não conversou com os amigos. Só os via todos os dias, por que isso seria impossível de se evitar. Com isso, por esta razão, procurava passar o maior tempo possível na rua. Não queria ficar em casa para não ter o desprazer de vê-los, mais do que o necessário.
E assim, quando acabava a aula, se dirigia a biblioteca, e ficava lá estudando, ou lendo alguma coisa que o interessasse. Mais tarde, passava rapidamente em casa, esquentava sua comida, almoçava, e depois, saía novamente. Durante uma semana, freqüentou a praia, e fez alguns passeios pela cidade.
Nesses passeios, aproveitava para paquerar um pouco.
Não perdia a oportunidade.
E assim, passou a se afastar dos amigos.
Mesmo quando fizeram as pazes, Lindolfo, não ficava mais tanto tempo junto com eles. Como havia arrumado uma namorada, passou a se dividir entre a universidade, ela e seus novos amigos. Maurício e Rodrigo ficaram de lado.
No entanto, mesmo eles, depois de algum tempo, acabaram arrumando namoradas também, e deixaram de dar importância as atitudes de Lindolfo.
Enturmados, freqüentemente passavam as tardes em casa de amigos estudando e mais tarde, passeavam pela cidade. Assim como Lindolfo, paqueravam um pouco.
Mas isso foi até arrumarem namoradas.
Depois de estarem devidamente comprometidos, Maurício e Rodrigo deixaram de paquerarem as moças que moravam na cidade. Por estarem comprometidos, seus respectivos interesses passaram a ser outros. Devidamente acompanhados, adoravam sair em casal.

Luciana Celestino dos Santos
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