Ana não gostava nem um pouco disto.
Ao ver a filha chegando tarde tantas vezes, pediu-lhe para que tivesse cuidado. Argumentou que a cidade estava muito violenta.
Cláudia lhe dizia que tomava cuidado. Mencionava que estava tudo bem.
Ana contudo, não ficava tranquila.
Com o tempo, o casal passou a dormir ora na casa dos tios de Lucindo, ora na casa dos pais de Cláudia.
Jacinto no início não gostou nem um pouco da novidade, mas com o tempo, acabou concordando.
Dizia haver percebido que era a melhor solução.
Lúcio gostava quando Lucindo dormia em casa.
Dizia que eles precisavam se casar.
Lucindo argumentou que já havia feito à proposta a Cláudia, que a recusou.
Lúcio rindo comentou:
- Agora vou ser eu que vou ter que te mostrar como se faz?
Lucindo comentou que ele era muito engraçadinho.
O garoto rindo, respondeu que sabia conquistar uma mulher.
Lucindo retrucou dizendo que ele era impossível.
Com efeito, Lucindo chegou a sugerir a moça durante seus encontros, que eles se casassem.
Cláudia contudo, sempre que ouvia a proposta, desconversava.
Dizia que o relacionamento deles estava bom do jeito que estava. Argumentava que o casamento só estragaria o que estava indo bem. Falava que estavam juntos há pouco tempo. Mencionava que estava muito cedo para se pensar em casamento.
Lucindo ficava desapontado.
Mas sempre que podia, sugeria para Cláudia casar-se.
Com isto, Cláudia promoveu uma ação contra o estado, em virtude da prisão ilegal que havia sofrido.
Roberto, por sua vez, foi condenado por sequestro e assédio.
O homem foi preso próximo ao hospital, quando tentava entrar na ala dos funcionários.
Dois policiais o cercaram.
Após a comunicação de disparo de arma de fogo, a polícia fez uma varredura por toda a região.
Desconfiados, resolveram ir até o hospital onde Lucindo estava internado.
Foi questão de tempo para encontrarem Roberto.
O homem estava completamente transtornado.
Segundo os policiais, não dizia coisa com coisa. Tampouco ofereceu resistência.
Com uma arma apontada em suas costas, só restou entregar seu revólver e ser levado a delegacia. De lá foi direto para a prisão.
Quando Cláudia soube da condenação do homem, ficou satisfeita.
Pensou que finalmente teria paz em sua vida, com Roberto atrás das grades.
Lucindo comemorou.
Recuperado do tiro, o moço passou a viver ao lado de Cláudia.
No começo do namoro, quando iam se beijar, a moça tomava todo o cuidado para não atingir o ombro ferido de Lucindo.
O moço ficava todo encantado com os cuidados de Cláudia. Chegava até a exagerar um pouco para receber mais atenção.
Olegário ria dos modos do sobrinho, e recomendava que não exagerasse ou Cláudia poderia perceber a manobra e ficar ofendida.
Mais tarde, a moça ganhou a ação contra o estado. Contudo, para sua decepção, só receberia o pagamento através de precatório.
Onofre explicou-lhe que levaria anos para receber a indenização.
Cláudia perguntou-lhe se não havia outra forma de receber o pagamento dos valores.
O causídico respondeu-lhe que não.
O homem recomendou-lhe que tivesse muita paciência.
Cláudia respondeu:
- Fazer o quê? Quem sabe o meu filho, ou talvez o filho de meu filho recebam esta indenização.
Onofre, riu. Disse que as coisas demorariam, mas esperava que não chegassem a tanto.
Lucindo, ao saber da novidade, ficou feliz.
Achou uma pena porém, a demora no recebimento da indenização.
Comentou sobre os recursos que protelavam uma decisão definitiva, ser aplicada. Argumentou que isto precisava mudar.
Cláudia concordou.
Dia desses a moça combinou com Letícia de se encontrar em uma boate.
Letícia foi ao local com o marido.
Cláudia foi acompanhada por Lucindo.
Letícia parabenizou o novo casal. Desejou-lhes muitas felicidades.
- Amém! – respondeu Lucindo.
Todos riram.
Leandro comentou que Lucindo era um homem de fé.
- Muita! – respondeu rindo e beijando o rosto de Cláudia.
Letícia comentou:
- Finalmente!
Cláudia pediu para que parassem.
Letícia disse-lhe que ao saber que ela e Lucindo estavam namorando, ficou super feliz. Chegou a dizer à mãe que Cláudia finalmente acertou.
Letícia abraçou a amiga e parabenizou-a.
Também parabenizou Lucindo.
Cláudia bebeu pouco.
Lucindo conversou com os amigos.
Letícia e Leandro dançaram. Riram.
Lucindo comentou com Cláudia que Letícia e Leandro combinavam bastante.
Cláudia concordou.
Disse que a amiga merecia alguém legal. Ressaltou que todos merecem uma pessoa legal ao seu lado, que seja parceira, companheira, leal, amiga. Um namorado que seja amigo e que saiba dividir tudo, para somar lá na frente.
Lucindo sorriu.
Chegou a se perguntar o que de fato as pessoas queriam. Completou perguntando o que as mulheres queriam.
Cláudia respondeu-lhe:
- O mesmo que os homens! Serem amadas, serem amados. As pessoas querem e precisam de apenas uma coisa: Amor.
Lucindo concordou. Chegou a falar:
- É algo tão simples de perceber! Mas as pessoas querem receber amor, mas não querem dar amor. Aí fica difícil. Afeto é uma via de duas mãos. Você oferece, para lá na frente receber de volta. Não tem amor, quem não é capaz de amar.
Cláudia concordou. Mencionou que às vezes, as pessoas tem medo de sofrer.
Lucindo retrucou dizendo:
- Ah isso não! Se você não for capaz de amar, não reclame se não for amado. Se você não é capaz de ser amável e gentil com alguém, não reclame se for tratado com pouco caso.
Cláudia concordou. Mencionou que as pessoas não são nada gentis umas com as outras, mas ficam cobrando atenção, educação e afeto. Como, se não são capazes de oferecer isto a alguém?
- Nunca terão o que querem se não fizerem sua parte. – respondeu Lucindo.
Nisto, o moço começou a acariciar o rosto da namorada.
Rindo, disse que era carinhoso e gentil com ela, para receber todo aquele carinho de volta.
E assim, beijou os lábios de Cláudia.
A mulher levou-o para dançar.
Algum tempo depois, Letícia e Leandro voltaram para a mesa.
Ficaram observando os amigos dançando.
O casal fez comentários parecidos com o de Lucindo e Cláudia. Disseram que o casal de amigos combinava.
Letícia disse que Cláudia e Lucindo tinham uma boa química.
Rindo, Leandro disse que a química do casal não era a melhor que a deles.
Beijou a esposa.
Conversaram, beberam, riram.
Quando Cláudia e Lucindo voltaram, encontraram o casal se beijando.
Leandro e Letícia demoraram para perceber a aproximação.
Rindo, Cláudia sugeriu darem uma volta.
Foi quando Leandro percebeu a aproximação. Convidou-os para sentarem-se.
Lucindo pediu desculpas ao casal. Disse que não queria incomodar.
Leandro disse que não incomodou. Brincou dizendo que era a empolgação de dois eternos namorados.
Letícia riu.
Lucindo comentou que pretendia seguir o exemplo do casal.
Beijou Cláudia no rosto.
Mais tarde os casais pediram a conta.
Despediram-se.
Lucindo levou Cláudia para casa.
Cláudia e Lucindo deixaram o carro do rapaz na garagem.
A mulher abriu a porta da casa com todo o cuidado. Recomendou que entrassem sem fazer barulho.
Lucindo riu.
Entraram pé ante pé no quarto da moça.
Lucindo fechou a porta e trancou-a.
Depois abraçou a moça, beijou-a.
Lucindo encostou a mulher na parede.
Quando o moço deu uma topada no pé da cama, Cláudia caiu na risada.
Gargalhou.
Lucindo rindo também, disse para que ela não fizesse barulho pois poderia acordar alguém.
A moça começou a rir mais baixo.
Lucindo rindo, disse:
- O que vão pensar de nós?
Cláudia não parava de rir.
- O que foi? – perguntou Lucindo.
Por fim, acabou rindo também.
Aproximou-se da moça, beijou-a novamente, começou a tirar sua blusa.
Disse que iriam pensar apenas que eram um casal feliz, bem resolvido.
Cláudia ria, e ele a beijava.
Por fim, a moça encostou-o na parede. Tomou a iniciativa de beijá-lo. Pôs a mão em seus cabelos, alisando sua nuca.
Lucindo se surpreendeu com o gesto. Deixou Cláudia tomar a iniciativa. Riu.
Beijaram-se.
Deitaram-se.
Dormiram juntos.
Lucindo tomou café da manhã com o filho e os pais de Cláudia.
A primeira vez que o moço dormiu em sua casa, Cláudia foi primeira a ir até a cozinha.
Deu bom dia aos pais, perguntou de Lúcio. Disse que Lucindo estava dormindo. Perguntou se poderia chamá-lo para tomar café com eles.
Ana respondeu-lhe que sim.
Cláudia disse-lhe que iria chamá-lo.
Ao entrar no quarto, o moço ainda dormia.
A mulher abriu a porta do quarto, encostou-a.
Chamou o rapaz.
Lucindo parecia não ouvir.
Cláudia se aproximou. Chamou-o novamente.
O moço se virou na cama.
A mulher percebeu que o rapaz estava fazendo charme.
Aproximou-se do rapaz e disse bem baixinho em seu ouvido:
- Vamos acordar! O dia já raiou, e o café já está pronto.
Lucindo puxou-a.
Cláudia riu.
Lucindo ficou observando-a.
A mulher insistiu.
Disse que havia uma mesa farta esperando por eles. Comentou que logo logo Lúcio iria perguntar por ele.
Lucindo resmungou:
- Tem certeza que eu preciso me levantar?
Cláudia respondeu-lhe que sim. Disse que não precisava ficar tímido, pois todo mundo sabia que ele havia dormido em sua casa.
Nisto beijou seus cabelos. Recomendou-lhe que se levantasse.
Cláudia então, levantou-se, pediu para que se apressasse. Saiu do quarto.
O homem então se levantou.
Foi ao banheiro da suíte. Lavou o rosto, molhou e penteou os cabelos.
Vestiu-se.
Saiu do quarto, foi até a copa.
Lúcio ao sair do quarto, perguntou a avó se Lucindo já havia saído do quarto da mãe.
Ana se espantou com a pergunta:
- Então você já sabe que Lucindo dormiu aqui?
- É claro que sim! Qual a surpresa? – questionou.
Ana comentou:
- Eu devo estar velha mesmo! Parece que só eu me surpreendi.
Lúcio riu.
Alguns minutos, Lucindo apareceu na cozinha.
Meio sem graça, disse bom dia a todos.
Cláudia levantou-se e disse para que se sentasse do seu lado.
O moço serviu-se de café leite, pão e frios.
Lúcio perguntou-lhe se poderiam ir a quadra para jogar um pouco.
Lucindo concordou.
Disse que precisavam combinar passeios juntos. Pediu ao garoto para que tivesse paciência com alguém que estava aprendendo a ser pai.
Lúcio respondeu-lhe que pai ele já era há bastante tempo. Só não sabia disto. Rindo, comentou que ele sempre o tratou como um filho.
Lucindo ficou emocionado.
Abraçou o filho.
Lúcio depois de um certo tempo, comentou:
- Já estamos bem em matéria de abraço. Agora pode deixar que Patrícia agora é quem vai me abraçar. Chega de abraço de homem, que isto não pega nem bem.
Todos riram.
Inclusive Lucindo que disse que o filho não tinha mesmo jeito.
Nisto o homem voltou a sentar-se ao lado de Cláudia. Terminaram o café.
Assim, Lucindo passou a conviver mais com a família.
De vez em quando levava flores para Ana.
A mulher ficava encantada com a gentileza.
Também fazia agrados a Cláudia.
Passeavam juntos, chegaram a viajar juntos para praia.
Caminharam pela orla.
Andaram de bicicleta. Entraram no mar. Brincaram de jogar água um no outro.
Tomaram sorvete de casquinha.
Conversaram.
Caminharam na beira da praia à noite.
Tiraram fotos.
A relação estava ficando cada vez mais séria.
A moça algum tempo antes, havia conversado com a mãe sobre a possibilidade de Lucindo dormir em sua casa.
Ana ficou perplexa diante do pedido da filha.
Jacinto riu da situação.
Comentou que geralmente são os pais que tem ciúmes das filhas e ficam criando barreiras para que elas levem seus namorados para casa.
Ana não gostou da brincadeira.
Jacinto por seu turno, argumentou que não estava brincando. Recordou-se que a filha às vezes dormia na casa do namorado. Revelou que não gostava muito do fato. Agora porém, entendia que tudo era muito diferente. Tanto que concordou com a proposta. Disse que por ele, não havia problemas. Mencionou o fato de que eles já tinham um filho em comum, e que não adiantaria criar empecilhos para a relação dos dois.
Ana ficou perplexa.
Argumentou que o marido a estava desautorizando.
Jacinto riu.
Disse que Cláudia não era mais criança. Argumentou que a filha também era dona da casa já que ajudava nas despesas, e havia patrocinado algumas reformas.
Sem alternativas, mesmo contrariada, a mulher acabou concordando. Lembrou-se de Lúcio e disse que o garoto certamente ficaria feliz.
De fato. Quando o garoto soube da novidade, ficou deveras feliz.
Isto por que, quando o moço dormia em sua casa, Lúcio tinha mais tempo para conversar com o pai. Contava seus problemas, suas angústias, jogava bola com ele na quadra do bairro.
Com o tempo, Ana acabou se acostumando com a presença de Lucindo.
Estranhava quando ele não aparecia. Sentia falta quando a filha não dormia em casa.
Houve um tempo que chegou a cobrar a oficialização do casamento.
Cláudia argumentava que as coisas estavam muito bem do jeito que estavam.
Ana dizia que não estava certo que os pais de Lúcio não estarem casados. Argumentou que as pessoas estranhavam, questionavam.
Cláudia dava de ombros. Achava engraçada a reação da mãe.
Jacinto dizia para a esposa que tivesse calma. Argumentava que Cláudia acabaria por se convencer da necessidade de casar-se. Ressaltou porém, que pressioná-la só faria com que persistisse na teimosia.
Ana concordou com a afirmação do marido. Comentou que Cláudia era muito teimosa. Chegou a se perguntar quem ela teria puxado.
Jacinto respondeu depressa:
- Eu é que não fui!
Ana olhou-o com ar de reprovação.
Jacinto provocou-a:
- E tem mais! Lamento informar mas é a senhora mesma que é a culpada.
Jacinto beijou o rosto da mulher.
Ana começou a rir.
Perguntou-lhe se era isto mesmo que pensava dela.
Jacinto argumentou que também teve dificuldades para convencê-la a se casar.
Ana riu. Lembrou-se da época.
Concordou com o marido. Argumentou dizendo que achava que era muito nova para se casar.
Jacinto perguntou-lhe se estava arrependida.
Ana respondeu-lhe que não.
Abraçou o marido.
Tempos depois, Cláudia recebeu a notícia de que Letícia estava grávida.
A moça ligou para a amiga para lhe contar a novidade.
Cláudia ficou muito feliz com a notícia. Parabenizou-a.
Disse que a criança lhe traria muitas alegrias. Comentou com certa tristeza, que ela poderia acompanhar a criança desde seus primeiros passos.
Letícia ao perceber a tristeza na voz da amiga, comentou que ela também poderia engravidar. Comentou inclusive que poderia se casar com Lucindo.
Cláudia ao ouvir estas palavras riu.
Letícia argumentou que ela poderia se casar com o moço.
Cláudia retrucou dizendo que aquele era o momento de comemorar sua gravidez e não de falar em casamento.
A moça ao perceber isto, falou do tempo de gestação, da confirmação. Mencionou que teve um pouco de enjoo, mas que já havia passado.
Letícia comentou que agora não podia ver roupinhas de criança, que sentia vontade de comprar tudo.
Cláudia ria. Parabenizou-a novamente.
Conversaram mais um pouco. Marcaram de se encontrar novamente.
Cláudia foi ao chá de bebê promovido pela amiga.
Presenteou Letícia com uma roupinha de bebê.
Letícia fez questão de abrir o presente de Cláudia.
Era um macacão.
Feliz, a moça agradeceu o presente.
Helena sua mãe, não se cansava de falar do neto, ou neta. Estava empolgadíssima. Comentava feliz, que a família estava aumentando.
Cláudia parabenizou a avó.
Lucindo a acompanhou.
Frequentemente o casal era visto juntos indo e voltando do trabalho.
Na universidade, todos já sabiam que Cláudia e Lucindo estavam namorando.
Algumas colegas brincavam com a moça.
- Tá namorando!
Elogiavam a sorte da moça.
Lucindo também foi alvo de algumas brincadeiras.
Um dos mestres chegou a lhe dizer que ele estava namorando uma das professoras mais bonitas da universidade.
Lucindo concordou.
O moço já havia notado que alguns professores ficavam observando a mulher.
De vez em quando Cláudia era alvo de olhares de alunos.
Um dia o rapaz foi conversar com a moça em uma das salas de aula, e percebeu que um dos alunos ficou olhando insistentemente para ela.
Aborrecido e incomodado, Lucindo perguntou-lhe se havia perdido alguma coisa.
Sem graça, o aluno pediu desculpas e se afastou.
Lucindo pediu à moça que tivesse cuidado com seus alunos.
Cláudia riu.
Disse que não havia feito nada.
Lucindo riu também.
Comentou que estava tendo uma crise de ciúmes mas que já havia passado. Pediu-lhe desculpas. Disse que sabia que ela não fazia nada para provocar aquele tipo de situação. Apenas era tão bela que isto se tornava natural.
Cláudia olhou-o sem entender.
Lucindo a abraçou.
A mulher pediu para que não o fizesse.
Lucindo a ignorou.
Continuou a envolver a moça com seus braços.
Por fim, soltou-a.
Perguntou-lhe se ela tinha consciência do quão bonita era.
Cláudia o observava sem compreender.
Lucindo disse-lhe que ela era tão bonita, que todos a observavam. Confessou que isto o aborrecia. Mas reconheceu que isto fazia com que gostasse mais dela. Disse que a cada ano que passava, ela ficava mais bonita.
Cláudia sorriu meio sem graça.
Os olhos do moço brilhavam.
- Linda, inteligente, culta. E ainda por cima é minha namorada.
Cláudia pedia para que parasse com isto.
Lucindo disse-lhe para irem embora.
Cláudia pegou seu material.
Lá se foram para casa.
Certo dia, ao circular sozinha de carro pelo centro de São Paulo, Cláudia começou a sentir-se mal.
Nervosa, a moça procurou um local para estacionar e parou o carro.
Ao encontrar, parou. Desligou o veículo e desceu. Caminhou um pouco. Abaixou-se.
De longe percebia-se que havia alguém passando mal.
A moça esperou o mal estar passar. Levantou-se.
Limpou a boca.
Um homem ao ver a mulher passando mal, perguntou-lhe se precisava de alguma coisa.
Cláudia lhe disse que precisa ir ao toalete.
O rapaz acompanhou-a. Entraram em uma grande e tradicional edificação da cidade.
Lá a moça usou o banheiro. Lavou o rosto.
Ao sair do toalete, a moça pediu para fazer uma ligação. Disse que seu celular estava no carro.
O homem percebendo a aflição da moça, emprestou-lhe o aparelho.
Levou a mulher para se sentar em um banco.
Cláudia ligou para Lucindo.
Como não conseguiu ser atendida no telefone celular, ligou para a universidade e pediu para falar com o moço. Procurando desculpar-se, disse que sabia que ele estava ministrando uma palestra, mas que precisava falar-lhe. Argumentou que era urgente. A mulher disse-lhe que iria chamar Lucindo.
Nervosa, Cláudia ficou esperando.
A secretária, chamou Lucindo. Disse-lhe que sua mulher havia ligado e pedido para falar com ele. A funcionária comentou que pelo tom de voz, a coisa parecia séria, pois ela estava bastante nervosa.
Lucindo foi até a secretaria atender a ligação.
Cláudia então pediu para o homem ir buscá-la.
O rapaz ao receber a ligação, assustou-se. Perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que não estava sentindo-se bem. Pediu novamente para ele ir buscá-la. A mulher explicou-lhe onde estava.
Lucindo percebeu a gravidade da situação.
Ao voltar a sala de aula, explicou aos alunos que não poderia continuar a palestra. Pediu-lhes desculpas. Prometeu reagendar o evento, mas que precisava resolver um problema particular.
Alguns alunos reclamaram.
Lucindo pediu novamente desculpas.
Nisto, guardou seus pertences e saiu apressadamente do prédio.
Caminhou até o estacionamento, abriu a porta de seu carro, entrou no veículo, e saiu dali.
Nervoso dirigiu até o centro da cidade.
Quando chegou ao Mercado Municipal, resolveu procurar um lugar para estacionar.
Encontrou.
Em seguida foi procurar a moça.
Encontrou-a ao lado de um rapaz que conversava com ela.
Lucindo ao ver a cena, perguntou a Cláudia o que estava acontecendo.
O rapaz que a acompanhou, disse tê-la encontrado perto dali, passando mal. Comentou que a levou para dentro do Mercado. Relatou que emprestou seu celular para que ligasse para alguém para pedir ajuda.
Lucindo ao ouvir as palavras do moço, agradeceu a gentileza.
O rapaz então afastou-se.
Lucindo se aproximou da moça.
Perguntou-lhe se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que estava se sentindo zonza.
Lucindo disse-lhe que precisavam voltar para casa.
Nisto, ajudou a moça a se levantar.
O casal caminhou lentamente até o carro de Cláudia.
Lucindo ajudou a moça a entrar no carro.
O rapaz também entrou. Ligou o carro. Partiram.
Nisto, o moço ligou para o tio, e pediu para que ele fosse buscar seu carro. Informou que iria passar pelo estacionamento e que orientaria o funcionário a entregar as chaves para ele. Disse-lhe para que pegasse um táxi para chegar até lá. Mais tarde pagaria a corrida.
Olegário despediu-se de Juliana e foi até o centro da cidade buscar o carro.
Lucindo explicou a moça que precisaria passar pelo estacionamento.
Lá passou as instruções para um funcionário, informou o nome da pessoa que iria buscar o carro, sua aparência, e deixou um número de telefone. Relatou que em caso de dúvida, poderia ligar para ele. Instruiu o funcionário a não dizer o nome da pessoa, e sim esperar que a pessoa se apresentasse.
O rapaz prometeu a Lucindo que o carro seria entregue a pessoa certa.
O professor agradeceu.
Entrou novamente no carro.
Cláudia e Lucindo então, voltaram para casa.
Quando Ana viu a filha sendo amparada por Lucindo, perguntou o que estava acontecendo.
O moço respondeu-lhe que não sabia o que estava acontecendo. Explicou-lhe o que havia acontecido, e que fora buscá-la.
Ana disse-lhe para levar a moça para o quarto.
Ajudou Lucindo a acomodar Cláudia.
A moça deitou-se.
Lucindo perguntou-lhe o que estava acontecendo.
Cláudia respondeu-lhe que não sabia.
O homem disse-lhe para que descansasse.
A mulher permaneceu deitada.
Alguns minutos depois, levantou-se apressada.
Foi ao banheiro.
Lucindo e Ana se entreolharam preocupados.
Durante todo o dia, a moça ficou acamada.
Não quis almoçar.
Nada parava em seu estômago.
Também não conseguia ficar muito tempo deitada.
Ana mediu sua temperatura. Estava um pouco quente, mas não tinha febre.
Lucindo preocupado com Cláudia, recusou o almoço. Disse que havia perdido a fome.
Ana repreendeu-o.
Disse que bastava uma pessoa doente e não duas. Argumentou que Cláudia estava precisando de alguém que a incentivasse a se alimentar e não o contrário. Relatou que sua filha estava precisando de sua ajuda, e que ele não seria de nenhuma serventia se ficasse fraco e doente.
Lucindo então, concordou em almoçar.
Preocupado, pediu para que Ana o chamasse em caso de necessidade.
Ana disse-lhe para que ficasse despreocupado.
Saiu do quarto.
Lucindo almoçou apressado.
Lúcio, ao ver a mãe abatida, perguntou a avó se não seria o caso de levá-la até o Pronto Socorro.
Ana disse-lhe que caso Cláudia não melhorasse, seria levada para o Pronto Socorro. Deixou escapar porém, não parecia ser caso de socorro médico.
Lúcio não entendeu as palavras da avó.
Ana por sua vez, recomendou ao garoto que também almoçasse.
Lúcio comentou que gostaria de ficar ao lado da mãe.
Ana informou-lhe que deveria almoçar e depois poderia ficar um pouco com Cláudia.
O garoto foi almoçar.
Jacinto fez companhia ao garoto.
Também estava preocupado com a filha, mas argumentou que não era nada demais.
Mais tarde Jacinto, Lúcio ficaram no quarto de Cláudia.
Lucindo ficou a tarde inteira cuidando da namorada.
Ana foi almoçar sozinha.
A certa altura, cansado de ver a moça tentando encontrar uma posição para dormir, Lucindo sentou-se na cama e a acomodou em seu peito.
Cláudia dormiu.
A noite a moça estava um pouco melhor.
Lucindo estava cansado.
Ana comentou que isto devia ser as horas em que ficou sentado na cama, para que Cláudia dormisse um pouco.
Lucindo argumentou que o desconforto foi o menor de seus problemas.
Ana colocou a mão na testa da filha.
Cláudia não tinha febre.
Ana preparou uma sopa para a moça.
Cláudia comeu a sopa.
Lucindo ao perceber que o apetite dela voltou, comentou:
- Que bom!
Beijou a esposa na fronte.
O mal estar havia passado.
Cláudia dormiu tranquila.
Lucindo no dia seguinte, perguntou-lhe se não gostaria de ir ao médico.
Cláudia disse-lhe que estava bem, e não havia necessidade disto.
O moço ao ver-lhe bem, deixou o assunto de lado.
Dias depois Cláudia foi visitar a amiga de Letícia.
A mulher estava com uma barriga de alguns meses.
Cláudia pôs a mão na barriga da amiga.
Disse-lhe que estava linda, com sua barriga de grávida.
Letícia sorriu-lhe.
A moça mostrou o enxoval que estava montando para o bebê.
Mostrou-lhe o quarto da criança, a decoração.
Disse que seria um menino.
Feliz convidou a amiga e Lucindo para serem os padrinhos do bebê.
Cláudia ficou agradecida com a lembrança.
Comentou que nem sempre podia estar presente, mas que gostava muito dela.
Letícia respondeu que sabia disto, e que estava feliz por ver a amiga se entendendo com Lucindo, Tanto que desejou-lhe que fosse tão feliz quanto ela.
Cláudia por fim, aceitou o convite.
Letícia e Cláudia se abraçaram.
Ao voltar para casa, Cláudia comentou com Lucindo, que eles haviam sido convidados para serem os padrinhos do filho de Letícia e Leandro.
A moça comentou que aceitou o convite. Perguntou-lhe se havia feito mal.
Lucindo respondeu-lhe que não. Disse que adoraria ser padrinho de uma criança, ainda mais se a criança fosse filha ou filho de sua melhor amiga.
Cláudia o abraçou e beijou-lhe a boca.
Lucindo respondeu-lhe com outro beijo. Disse que estava gostando disto.
Cláudia chamou-o de bobo.
Nos dias que se seguiram, a moça prosseguiu sua rotina de aulas.
Certo dia ao término de uma de suas aulas, Cláudia sentiu novamente mal estar. Precisou sentar-se.
Um grupo de alunas ao verem a cena, perguntaram-lhe se estava tudo bem.
Cláudia pondo a mão na cabeça respondeu-lhe que sim.
A mulher esperou um pouco e levantou-se. Disse para as garotas que estava bem. Agradeceu a preocupação, mas ressaltou que não havia com o que se preocupar.
As moças então se afastaram.
Cláudia continuou a aula.
Durante a noite, a moça passou mal novamente.
Lucindo que estava ao seu lado, ao perceber que a moça a todo o momento se levantava para ir ao banheiro, acordou.
Do quarto podia ouvir a movimentação no banheiro.
O moço ao perceber isto, levantou-se.
Bateu a porta do banheiro.
Cláudia tentou disfarçar, mas Lucindo percebeu que havia algo de errado.
A moça abriu a porta, disse que estava lavando o rosto. Argumentou que estava muito calor.
Lucindo insistiu para entrar no banheiro.
Ao entrar percebeu que Cláudia havia apertado a descarga.
Lucindo comentou que ouviu barulho de descarga por várias vezes.
Ao olhar Cláudia, percebeu que seu rosto estava vermelho, seus olhos lacrimejavam.
Perguntou-lhe se estava bem.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo percebendo que a moça não falaria o que estava acontecendo, não insistiu. Disse apenas para que fosse se deitar.
Cláudia deitou-se na cama. Dormiu.
Lucindo levou algum tempo para dormir. Durante algum tempo ficou observando a moça dormir.
Fez como costumava fazer de vez em quando.
Às vezes levava trabalho para o quarto, e enquanto preparava as aulas, aproveitava para observar a moça dormir.
Na primeira vez em que saiu com Cláudia, o casal dormiu junto.
Lucindo ficou observando a moça dormir. Gostava também ficar abraçado com Cláudia.
Dizia para ela que gostava dela de todo o jeito.
Mas agora era diferente.
Lucindo demorou para dormir. Estava preocupado.
No dia seguinte, Lucindo conversou com Cláudia. Disse que deveria marcar uma consulta com um médico para ver o que estava acontecendo.
A moça disse que iria verificar o que estava acontecendo.
Lucindo disse-lhe para que fosse ver isto logo.
O moço contou o que estava acontecendo para Ana e Jacinto.
Ana prometeu a Lucindo que Cláudia iria passar em um médico.
Mais tarde, Ana foi conversar com a filha.
Insistiu para que ela passasse com um médico.
Cláudia então marcou uma consulta na frente de Ana.
Lucindo ao saber da consulta, perguntou-lhe se gostaria que ele a acompanhasse.
Sorrindo, a moça disse-lhe que não havia necessidade.
Beijou-lhe o rosto.
Com isto, na data da consulta, Cláudia foi ao consultório médico.
O doutor examinou-a. Também pediu-lhe uma série de exames.
Cláudia realizou todos os exames solicitados.
Ao comparecer no consultório médico para o retorno, levou os exames pedidos.
O doutor ao verificar o exame, parabenizou-a.
Cláudia parecia não entender o que estava acontecendo.
O médico mostrou-lhe um dos exames.
Disse-lhe que estava grávida.
Ao ouvir as palavras do médico, a moça pediu para ver o exame.
O médico insistiu. Disse o tempo de gestação. Comentou que ela precisaria fazer mais alguns exames, e que o acompanhamento seria periódico.
Cláudia estava chocada.
Saiu do consultório um tanto quanto confusa.
Marcou uma nova consulta e saiu do lugar.
Caminhou até seu carro.
Entrou no veículo. Fechou as portas. Encostou a cabeça no volante. Ficou a pensar em como contaria a Lucindo.
Nervosa, procurou se acalmar.
Dizia para si mesma, para ficar calma. Dizia que para tudo, havia solução.
Ligou o carro e saiu.
Voltou para casa.
Lucindo a esta altura, estava na universidade ministrando uma palestra.
Ao chegar em casa, Ana perguntou a Cláudia sobre a consulta e o resultado dos exames.
Cláudia, sem graça mostrou-lhe os exames.
A mulher abriu e leu.
Ao término da leitura, sem papas na língua disse:
- Eu bem que desconfiava!
Cláudia continuava calada.
Ana perguntou-lhe o que faria.
Cláudia nervosa, respondeu que não sabia.
Sua mãe lhe disse que precisava conversar com Lucindo. Perguntou-lhe se ele sabia.
Cláudia respondeu-lhe que não. Como poderia? Indagou.
Ana lhe disse que precisava se casar, pois não ficava bem ser novamente mãe solteira.
Cláudia aborrecida, virou-lhe as costas. Fechou-se em seu quarto.
Quando Lucindo chegou, Ana disse-lhe que Cláudia tinha uma novidade.
Surpreso, Lucindo perguntou-lhe se já havia recebido o resultado dos exames.
Ana recomendou-lhe que conversasse com Cláudia.
Lucindo assim o fez.
Bateu na porta do quarto, perguntou se podia entrar.
Cláudia destrancou a porta do quarto.
Lucindo estranhou, perguntou-lhe por que estava trancada.
A moça respondeu-lhe que não queria ser interrompida.
O moço perguntou em que.
Cláudia disse-lhe estava pensando.
Lucindo encostou a porta.
Mencionou o fato de haver encontrado a sogra na sala e ela lhe ter dito, que a filha tinha algo para lhe dizer.
A moça ao ouvir isto, comentou que sua mãe não tinha mesmo jeito.
- Então você realmente tem algo para me dizer, não é mesmo? – insistiu.
Cláudia assentiu com a cabeça.
Lucindo pediu-lhe para que dissesse.
Cláudia parecia preocupada.
Sem rodeios, disse-lhe que estava grávida.
Lucindo pareceu não entender. Perguntou-lhe:
- O quê?
Cláudia repetiu.
Lucindo ficou espantado. Tentando se recuperar da notícia, perguntou como poderia ter acontecido.
Cláudia estava encolhida na cama.
O rapaz então, recordou-se que algumas vezes, deixou de usar o preservativo. Nisto perguntou a Cláudia se ela estava usando pílula.
A moça respondeu que esqueceu de tomar a pílula umas duas ou três vezes.
Lucindo também se recordou das vezes em que procurou Cláudia e esta lhe disse que havia esquecido de tomar a pílula.
Lembrou-se que não chegou a se preocupar com isto, em que pese a recomendação de Cláudia para que esperassem um pouco.
Lucindo porém, não se importava.
Puxava Cláudia para junto de si. Beijava-a. Dizia-lhe que não estava preocupado com isto. Argumentava que estavam juntos.
Deitavam juntos.
Lucindo se recordou de tudo isto. Sentiu-se um pouco envergonhado.
Ao perceber que Cláudia estava nervosa, aproximou-se da mulher.
Perguntou-lhe se estava tudo bem.
- Como pode estar tudo bem? Eu tô grávida.
Lucindo sentou-se ao seu lado.
Disse-lhe que estava tudo bem.
Cláudia começou a chorar.
Lucindo ficou penalizado. Abraçou a moça. Disse-lhe que não precisava chorar. Pediu a ela para que ficasse calma. Argumentou que não era o fim do mundo.
Cláudia pediu para que a soltasse.
Lucindo atendeu. Olhou a mulher nos olhos, tocou seu rosto. Sorriu para ela.
Disse que estava muito feliz com a notícia. Reconheceu que foi pego de surpresa, mas considerou a surpresa maravilhosa.
Cláudia ao ouvi-lo, ficou mais calma.
Disse que estava preocupada com sua reação. Mencionou que não tinha a intenção de obrigá-lo a fazer qualquer coisa que não quisesse. Falou-lhe que não estava obrigado a se casar. Cláudia comentou que tinha condições de criar o filho sozinha.
Lucindo ao ouvir isto, se ofendeu.
- Ficou doida mulher? Onde já se viu pensar uma coisa dessas? Você acha realmente que eu vou deixar você sozinha com esta criança? – indagou nervoso.
Cláudia se surpreendeu com a reação do rapaz.
Lucindo então, segurou o rosto da moça.
- Olhe, eu sei que não fui um bom pai para Lúcio, não estive presente quando ele mais precisou de mim. Fui negligente, irresponsável, imaturo. Devia ter imaginado que ele poderia ser meu filho tendo em vistas as circunstâncias... Enfim ... Mas eu não vou repetir o erro pela segunda vez! Eu vou cuidar deste moleque, ou desta menina. Vou ser um pai presente. Daqueles bem grudentos. Não pense que vai se livrar de mim.
Nisto, beijou a fronte da moça.
Em seguida, comentou que eles precisavam se casar.
Cláudia ao ouvir a palavra casamento, recuou.
Vacilante, perguntou:
- Casamento?
Lucindo insistiu:
- Sim, casamento. Precisamos nos casar. Fazer tudo como manda o figurino.
Cláudia não parecia muito entusiasmada.
Lucindo percebeu.
Perguntou-lhe novamente se estava tudo bem.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
O moço abraçou-a.
Disse que estava muito feliz.
Olhou para Cláudia. Ainda parecia nervosa.
Lucindo disse-lhe que não precisava ficar preocupada.
Nisto, saíram do quarto, foram almoçar.
Feliz, Lucindo comunicou a todos que Cláudia estava grávida.
Ana perguntou-lhe se estava feliz.
Lucindo respondeu-lhe que sim.
Lúcio ficou surpreso com a novidade.
Constrangido, Lucindo reconheceu que se tratava de um acidente de percurso.
Lúcio repreendeu os pais, perguntou-lhes:
- Vocês não sabem o que é camisinha? Nunca ouviram falar de método anticoncepcional? Planejamento familiar?
Jacinto ao ouvir isto, repreendeu o neto. Disse-lhe que não deveria falar assim com seus pais.
Lúcio não se intimidou.
Irônico, comentou que a camisinha já existia há milhares de anos, tendo sido descobertos alguns modelos no Egito antigo. Mencionou que a pílula anticoncepcional se popularizou nos anos sessentas, e que isto liberou as mulheres de engravidarem.
Ana chamou a atenção do neto.
Disse que ele estava sendo insolente. Onde já se viu falar com os pais daquela maneira. Indagou.
Lucindo teve que se segurar para não rir.
E foi assim que segurando o riso, comentou que Lúcio tinha razão. Mencionou que fora descuidado. Constrangido, disse que mesmo assim, estava feliz de verdade. E que desta forma, precisava se casar.
Cláudia ao ouvir a palavra casamento, franziu a testa.
Ana perguntou-lhe se não estava feliz. Disse-lhe que iria poder curtir a criança desde os primeiros passos.
Lúcio ao ouvir isto, ficou chateado.
Jacinto olhou-a com ar de reprovação.
Ana, percebendo que havia magoado o neto, se aproximou do garoto e pediu-lhe desculpas.
Cláudia levantou-se da mesa. Pediu licença.
Lucindo perguntou-lhe se estava se sentindo bem.
Cláudia disse que sim. Argumentou que havia perdido a fome. Pediu para ficar sozinha.
Lucindo tentou convencê-la a ficar. Mas não conseguiu.
Quando o moço levantou-se da mesa para ver como a namorada estava, Jacinto recomendou-lhe que deixasse a filha um pouco sozinha. Chamou-o para conversar. Recomendou-lhe paciência. Disse que as coisas acabariam por se ajeitarem.
Ana por sua vez, conversou com o neto.
Entrou em seu quarto.
Disse-lhe que adorou o tempo em que cuidou dele como filho. Mencionou que ele era o menino que sempre quis ter e nunca pode. Contou que após o nascimento da única filha, teve um problema de saúde que a impediu de engravidar novamente.
Ana contou-lhe que assumiu-o como filho, para tentar preservar a filha. Mencionou que nunca cogitou a hipótese de afastá-lo da família. Comentou que criando-o como seu filho, não ficaria privado da convivência com Cláudia, como de fato não ficou. Relembrou-lhe que a moça sempre lhe teve carinho de mãe, e cuidava muito dele.
Percebendo a tristeza do neto, Ana pediu-lhe desculpas.
Chorando, disse que fez o que fez, acreditando que estava fazendo o melhor para todos. Emocionada, comentou que reconhecia que havia errado, mas errou por amor. Errou por tentar proteger demais.
Nisto, Ana abraçou o neto. Disse que o amava muito, que Cláudia o amava muito. Argumentou que a filha gostava de Lucindo, mas que a torcida dele para que os pais ficassem juntos pesou na decisão de Cláudia.
Ana comentou que não seria um novo filho que mudaria o que Cláudia, Lucindo e todos eles sentiam por ele.
A mulher relembrou-o quando Olegário e Juliana souberam que ele era sobrinho neto deles.
Felizes foram visitar a família.
Delicados, levaram uma lembrancinha para ele.
Juliana pediu para que ele os visitasse.
Lúcio sorriu.
Disse que Juliana sempre lhe oferecia um doce, e que quase sempre era pudim de pão. Comentou que a sobremesa era uma delícia.
Relembrou-se que levou Patrícia umas duas ou três vezes para visitar os tios.
Ana sorriu.
- Então, meu querido. Você tem alguma dúvida de que é muito amado?
Lúcio meio encabulado, disse que não. Abraçou a avó e emocionado, agradeceu por haver cuidado dele todos estes anos.
Mais tarde, a família almoçou.
Cláudia permaneceu em seu quarto.
Quando Lúcio entrou no ambiente, Cláudia estava deitada.
Lúcio se aproximou com cuidado, encostou a mão em seu ombro.
Cláudia se virou para ele.
Lúcio perguntou-lhe se poderiam conversar.
A mulher respondeu-lhe que sim.
Sentou-se na cama.
Lúcio fez o mesmo.
Nisto, começou a chorar, pediu um abraço.
Cláudia o abraçou.
Tentando consolá-lo, disse que ele nunca deixaria de ser seu filho, não importasse quantos outros filhos tivesse. Mencionou que ele era seu primogênito. Comentou que ele seria o referencial para seu irmão, ou irmã.
Lúcio então, ainda no colo da mãe, comentou que se fosse no Egito, ele teria alguns privilégios, e se tivesse nascido em uma família nobre, poderia ser um faraó.
Cláudia riu.
Comentou que finalmente o filho estava gostando das aulas de história.
Lúcio contou que estava estudando com Patrícia.
Cláudia comentou que o amor realmente operava milagres. Mencionou que Patrícia era uma menina de ouro. Elogiou a escolha do filho.
Lúcio comentou que ele tinha muito bom gosto.
Cláudia riu e disse que ele era muito modesto.
O garoto então falou que precisava retomar o que tinha vindo falar.
Cláudia percebeu que ele queria mudar de assunto.
Lúcio então comentou que havia coisas piores na vida, do que assistir uma aula de história, ou estudar para uma prova de história. Falou do processo de mumificação dos mortos.
Cláudia ouviu. Por fim, concordou com o filho. Comentou:
- Ainda bem que estavam mortos. Mas mesmo assim, para quem fazia o processo não devia ser nada agradável.
Enquanto falava, a mulher acariciava os cabelos do filho. Confessou que muitas vezes teve vontade de fazê-lo, mas não podia.
Lúcio comentou rindo que agora podia fazê-lo à vontade.
Cláudia também riu.
Disse ao filho para que não tivesse ciúmes da criança que iria nascer. Rindo, disse que o pequeno faraó não perderia seu posto.
Lúcio levantou-se por um momento e ficou olhando para ela.
Cláudia perguntou-lhe por que a olhava.
Lúcio disse que todos no colégio a achavam muito bonita. Comentou que alguns não acreditavam que ela poderia ser sua mãe. Disse que a achavam muito jovem. Sem jeito, comentou que alguns a achavam muito gata.
Cláudia ao ouvir isto, achou graça.
Lúcio prosseguiu.
Comentou que ela devia mesmo ter outro filho. Mencionou que ela era jovem e agora poderia viver com a criança o que não pode viver com ele. Nisto, beijou-lhe o rosto e disse que não tinha ciúmes da criança. Disse-lhe que seria a mãe mais gata da cidade.
Cláudia riu da irreverência do garoto.
- Você não tem jeito. Mesmo na irreverência consegue ser galante!
Nisto deu um beijo no garoto.
Lúcio levantou-se da cama. Despediu-se e saiu.
Em seguida, Lucindo, bateu na porta.
Abriu a porta, perguntou se podia entrar.
Cláudia respondeu que sim.
Lucindo ao ver a moça sentada na cama, sentou-se a seu lado. Abraçou-a.
Perguntou-lhe se não gostaria de comer alguma coisa.
Cláudia respondeu-lhe que estava com um pouco de fome sim.
Nisto, Lucindo pôs a mão em sua testa. Percebeu que Cláudia não tinha febre.
Comentou após tirar sua temperatura, que ela o havia deixado preocupado. Perguntou-lhe o que estava acontecendo. Disse que ela estava estranha.
Cláudia tentou disfarçar, mas Lucindo disse que a conhecia muito bem, e que ela não fugiria daquela conversa.
O moço insistiu para que dissesse o que estava acontecendo.
Cláudia então tentou encontrar as palavras. Disse que não se sentia confortável com aquela situação. Afirmou se sentir culpada.
Lucindo ao ouvi-la, disse que era ainda mais culpado. Argumentou porém, que o melhor que podiam fazer é se unirem. Voltou a falar em casamento.
Cláudia parecia contrariada.
Percebendo isto, o moço perguntou-lhe se ela não gostaria de casar-se logo.
Cláudia com olhos assustados, respondeu que não pretendia se casar.
Lucindo ao ouvir isto, ficou pasmo.
- Como não? Você está grávida!
Cláudia respondeu-lhe que não queria casar-se por conta da gravidez. Comentou que poderia perfeitamente criar o filho sem estar casada.
Lucindo comentou que todos ficariam desapontados. Mencionou que Cláudia o estava decepcionando.
A moça respondeu-lhe que sentia muito por isto, mas que não iria se casar para agradar as pessoas. Disse que não se sentia pronta para isto, e que não iria se casar por que ficara grávida. Argumentou que já havia passado o tempo em que isto se fazia necessário.
Lucindo retrucou dizendo que não estava se casando com ela só por conta da gravidez. Mencionou que já havia proposto casamento muito antes disto.
Cláudia concordou. Acariciou o rosto do moço.
Pediu-lhe desculpas.
Lucindo afastou suas mãos.
Saiu do quarto, bateu a porta.
Passou pelo corredor, atravessou a sala, abriu a porta, passou pela garagem. Trancou o portão.
Foi para a casa dos tios.
Passou pela sala e foi direto para seu quarto.
Sentou-se na cama, colocou a cabeça entre as mãos. Parecia chorar.
Mais tarde, Cláudia foi até a cozinha para comer alguma coisa.
Quando Ana a viu, perguntou de Lucindo.
A moça respondeu que o moço havia saído de seu quarto de forma intempestiva.
Ana percebeu que o casal havia brigado.
Sua mãe lhe disse que ela não tomava jeito. Argumentou que ela acabaria perdendo Lucindo com tanta teimosia.
Cláudia pediu-lhe para que a deixasse em paz. Argumentou que já tinha problemas demais para resolver.
Nisto pegou o prato que havia montado e foi para seu quarto.
A moça fez sua refeição.
Mais tarde Ana foi conversar com a moça.
Cláudia lhe contou da conversa com Lucindo, da cobrança para se casar. Disse que estava cansada desta conversa e que não se casaria com ninguém por obrigação.
Ana percebeu a filha estava nervosa.
Argumentou que Lucindo não estava se casando com ela apenas por conta da gravidez. Ressaltou que ele gostava muito dela. Disse que ele havia errado com ela, mas agora estava tentando acertar. Por fim, pediu a filha que não o punisse.
Cláudia argumentou que não estava punindo ninguém.
Ana abraçou a filha.
Cláudia estranhou.
Ana então lhe disse que pensasse melhor na proposta de Lucindo.
Cláudia voltou-se para a mãe. Disse que estava cansada.
Ana concordou. Mencionou que o dia foi bastante movimentado. Disse que precisava descansar. Beijou o rosto da filha.
Abraçou-a novamente. Parabenizou-a. Disse que estava muito feliz com a novidade. Ofereceu-se para ajudar em tudo que precisasse. Contou que um bebezinho, era tudo o que estava faltando para virar aquela casa novamente de ponta cabeça.
Carinhosa, disse a filha que pensasse me tudo o que estava acontecendo com carinho, que não tivesse pressa. Chegou a sugerir que não se casasse com pressa.
Cláudia se espantou.
Ana chegou a sugerir que esperasse a criança nascer e depois decidisse o que iria fazer. Recomendou-lhe no entanto, que conversasse com Lucindo e lhe explicasse o que estava se passando. Mencionou que não o enrolasse, mas também não descartasse a possibilidade de se casar. Comentou que ele gostava de verdade dela.
Olhando a filha nos olhos, pediu para que ela prometesse que iria conversar com jeito com ele.
Cláudia prometeu.
Ana beijou novamente seu rosto.
Por fim, desejou boa noite a mamãe.
- Boa noite mãe. – respondeu Cláudia.
Ana fechou a porta do quarto.
Cláudia foi ao banheiro. Trocou de roupa.
Voltou ao quarto, levantou o lençol. Deitou-se na cama. Dormiu.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 22 de julho de 2021
DELICADO - CAPÍTULO 30
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