Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

DELICADO - CAPÍTULO 28

Com o barulho vindo da casa, um dos vizinhos, estranhando a movimentação, resolveu chamar a polícia.
Ao término da chamada, o vizinho foi informado que uma viatura passaria pelo bairro, e que seria verificado o ocorrido.

Foi questão de tempo, para que os homens que guardavam a casa, vissem o carro da polícia e pulassem o muro da casa, para tentar fugir do flagrante. Obviamente não queriam ser presos.
Roberto por sua vez, continuava na residência. Tentava convencer Cláudia a ficar com ele.
Em dado momento, fingindo concordar, a moça pediu para que esperasse um pouco para confirmar o relacionamento. Disse que precisava preparar o espírito de todos.
Roberto parecia acreditar.
Pôs a mão na perna de Cláudia.
A moça sentiu um certo asco, mas procurou conter-se. Precisava convencer Roberto, de que iria fazer o que queria.
Nisto, enquanto conversava com a mulher, Roberto ouviu a campainha tocar.
Surpreendeu-se.
Aborrecido, disse que iria verificar quem estava tocando, mas que voltava.
Ao se aproximar do portão, o homem percebeu que seus comparsas não estavam por ali. Percorreu a casa e nada de encontrá-los.
Encontrou apenas as armas dos homens.
Resolveu se aproximar da janela.
Foi quando viu dois homens fardados à frente da casa.
Surpreso, exclamou:
- Merda!
Com isto, voltou ao quarto onde Cláudia estava. Mandou-a levantar-se.
Nervoso, Roberto a arrastava.
Cláudia pedia para que ele esperasse.
Nervoso, o homem mandou-a calar-se.
Nisto, a campainha tocou novamente.
Roberto reclamou:
- Mas que inferno! Não param de tocar esta campainha.
Cláudia percebendo o nervosismo de Roberto, tencionou gritar, mas Roberto tapou-lhe a boca.
Levou-a para a cozinha, e a amarrou e amordaçou.
Os policiais tocaram a campainha pela terceira vez.
Estranharam a demora em serem atendidos.
Roberto decidiu pular o muro da casa.
Irritado, tentou fazer Cláudia sua refém, mas os policiais abriram o portão do imóvel e arrombaram a porta, após ouvirem barulhos, e perceberem que havia movimentação na casa. Nisto, Roberto já não se encontrava mais no imóvel.
Cláudia amarrada e amordaçada chorava.
Tentava pedir ajuda.
Um dos policiais, ao ver a moça amarrada, livrou-a da mordaça.
Cláudia disse-lhe que Roberto havia pulado o muro.
Um dos policiais também pulou o muro, o outro policial chamou reforço.
Depois desamarrou a moça e vasculhou a casa.
Encontrou algumas armas e mantimentos.
Nisto, chamou uma ambulância.
Cláudia estava nervosa.
Dizia que não queria ficar naquele lugar, queria voltar para sua casa.
O policial lhe fez algumas perguntas.
Cláudia explicou-lhe que era professora universitária, que havia sido sequestrada. Mencionou seu endereço.
Com efeito, alguns minutos mais tarde a ambulância já havia chegado. Policiais cercaram a região. Procuravam o sequestrador que havia fugido.
Cláudia resistiu à ideia de ir a um hospital. Dizia estar bem. Pediu para ligar para sua família.
O policial emprestou-lhe o telefone.
Ao ligar, quem atendeu a ligação foi Lucindo.
O homem, ao perceber que era Cláudia, encheu-lhe de perguntas.
Questionou o fato de não haver ligado antes. O porquê do sumiço. Onde estava. Também disse que seus pais estava preocupados.
Cláudia explicou-lhe em breves palavras, o que havia acontecido.
Lucindo ficou chocado.
Por fim, a moça pediu para que seu pai a fosse buscar. Mencionou o endereço onde estava.
Lucindo respondeu-lhe que ele e Jacinto iriam para o local.
Ana e Lúcio que estava por perto, também queriam acompanhá-los.
Jacinto disse-lhes que não. Argumentou que não era um passeio e que a pior parte já havia passado. Prometeu trazer Cláudia o mais breve possível.
Ana e Lúcio ficaram desapontados, mas não questionaram Jacinto.

Ao chegarem ao local, um policial tentou barrá-los.
O policial que atendeu a ocorrência, ao ver a cena, autorizou a entrada de Jacinto e Lucindo. Não sem antes perguntar-lhes os nomes.
Cláudia estava deitada em uma cama, envolvida em um cobertor.
Uma enfermeira media sua pressão.
Lucindo e Jacinto, ao verem a moça, perguntaram-lhe se estava bem.
Lucindo beijou o rosto de Cláudia.
Ao vê-la deitada, perguntou a enfermeira se era necessário deixá-la deitada.
A mulher respondeu-lhe que ela estava sendo examinada.
Lucindo ficou sentado em um canto.
Jacinto pediu licença e abraçou a filha.
Em dado momento, Cláudia pediu para ir ao banheiro.
Os policiais a liberaram.
A moça então lavou o rosto e molhou os cabelos. Olhou-se no espelho.
Estava exausta.

Mais tarde a moça foi levada para a delegacia.
Quando o delegado pediu para que fosse realizado exame de corpo de delito, a mulher perguntou-lhe se era mesmo necessário.
O homem explicou-lhe que sim.
Lucindo então perguntou-lhe se Roberto havia sido capturado.
O delegado respondeu-lhe que a prisão de Roberto seria apenas questão de tempo.
Com isto a moça foi ao local onde foi realizado o exame de corpo de delito.
Realizou o exame.
Lucindo e Jacinto a levaram para casa.
Ao chegar em sua residência a moça foi cumprimentada por Letícia e Leandro.
Cláudia agradeceu a gentileza.
Lúcio e Ana perguntaram-lhe se estava bem.
Cláudia respondeu-lhe que o pior já havia passado.
Ana então, agradeceu a atenção de todos, mas percebendo a expressão de cansaço da filha, disse que Cláudia iria descansar.
Todos concordaram.
Letícia e Leandro despediram-se da amiga.
Lucindo também. Disse que estava à disposição.
Cláudia agradeceu. Abraçou o moço.
Lucindo ficou comovido com o gesto.
Lúcio, Letícia e Leandro, ficaram enternecidos com o gesto.
Ana e Jacinto se olharam cúmplices.
Por fim, o moço saiu da residência.

Quando ia entrar em seu carro, ouviu-se o som de um tiro.
Assustados, todos foram à rua para olhar.
Lucindo estava caído no chão.
Do lado havia uma poça de sangue.
Cláudia, que no momento do tiro estava se encaminhado para seu quarto, foi a primeira a se assustar. Nervosa, correu para fora da sala, sem que Jacinto tivesse tempo de impedi-la.
Cláudia observou do outro lado da rua, que Lucindo estava deitado no chão, e que ao lado havia uma poça de sangue.
Angustiada, a moça gritou, pediu ao pai que abrisse o portão.
Jacinto correu para a garagem.
Assustou-se ao ver o homem caído.
Correu de volta para a sala para buscar a chave.
Abriram o portão.
Cláudia correu em direção ao outro lado da rua.
Sob os protestos de Jacinto, que lhe dizia para ter cuidado.
Com isto, o homem foi atrás da filha.
Por alguns instantes, Cláudia e Jacinto acreditaram que Lucindo estava morto.
A moça ao ver Lucindo caído, chamou-o.
Como ele não respondia, gritou.
Lucindo então, colocou a mão sobre o ombro direito. Disse:
- Eu estou bem.
Seu ombro ardia.
Disse que precisava de um médico.
Jacinto indagou se ele estava bem.
Lucindo respondeu colocando a mão no ombro, que sim.
Nisto, Jacinto levantou-se. Disse que voltaria para casa, para chamar a polícia.
Neste momento, todos estavam na frente da casa.
Ana ao ver o marido correndo de volta para casa, pedia a Letícia para ligar para a polícia. Também foi chamada uma ambulância.
Enquanto aguardavam o socorro, Cláudia ficou ao lado de Lucindo.
Conversava com o moço.
Cláudia ajudou-o a ficar sentado.
Colocou sua mão em cima da mão dele.
A moça ficou impressionada com a quantidade de sangue que havia no local. Ficou preocupada.
Perguntou diversas vezes por que o socorro estava demorando tanto.

Até os vizinhos ficaram assustados, mas ninguém ousou sair de sua residência.

Quando o socorro chegou, a moça pediu para acompanhar o rapaz.
Jacinto argumentou que ela precisava descansar.
Cláudia insistiu para ir.
Jacinto concordou, mas pediu-lhe para avisá-lo assim que chegassem ao hospital. Disse-lhe que ela precisava tomar um banho e descansar.
Cláudia prometeu que depois que tudo estivesse resolvido, iria descansar.
Argumentou que naquele momento porém, não poderia deixar seu amigo sozinho.
Com isto, a ambulância partiu.
Mais tarde, Jacinto avisou os tios de Lucindo sobre o ocorrido.
Quando Cláudia ligou informando o nome e o endereço do hospital, o homem tratou de avisar os parentes do rapaz.
Nervosa, Juliana, tia do moço, pediu o endereço do hospital onde Lucindo estava. Jacinto informou-lhe o endereço.
Enquanto isto, Cláudia aguardou nos corredores do hospital, a cirurgia para a retirada da bala.
Juliana e Olegário ao vê-la, perguntaram-lhe detalhes do que havia acontecido.
A moça explicou-lhes.
Disse ter sido informada pelo médico que a bala não havia atingido nenhum órgão importante, e que só precisavam extrair o projétil.

Letícia e Leandro, ao presenciarem a cena, trataram de acalmar Lúcio.
O garoto também pediu para ir na ambulância, mais Cláudia argumentou que ele não deveria ir, pois aquele não ambiente para alguém tão novo.
Lúcio ficou aborrecido.
Cláudia disse-lhe que ela iria e que lhe contaria tudo mais tarde. ´
Sem alternativa, o garoto perguntou a Lucindo se estava tudo bem mesmo.
Lucindo concordou.
Disse-lhe que não precisava se preocupar e que voltaria logo.
A Lúcio só restou esperar.

Patrícia mais tarde, foi visitar o namorado.
Ana e Jacinto estavam conversando com ele quando a garota apareceu.
Jacinto abriu o portão para ela.
Ao vê-la, Lúcio a abraçou. Comentou que sua vida estava de cabeça para baixo.
Ana disse-lhes que poderiam conversar no quarto do garoto. Pediu-lhes juízo porém.
O garoto levou a moça para seu quarto.
Lá contou tudo o que estava acontecendo.

Enquanto isto, no hospital, Cláudia e os tios de Lucindo, aguardavam por noticias.
Roberto foi preso horas depois, ao ser visto, rondando o hospital onde Lucindo estava.
Onofre foi logo informado sobre o fato, e repassou a informação aos pais de Cláudia.
Com efeito, quando a moça soube que tudo correra bem na cirurgia de Lucindo, abraçou Juliana e Olegário.
Em seguida, ligou aos pais informando o sucesso no procedimento cirúrgico.
Letícia e Leandro também foram informados por telefone.
Lúcio, que estava ansioso por notícias, ficou mais tranquilo ao saber que Roberto estava preso, e que Lucindo estava bem apesar de tudo.
Mais tarde, depois de horas no hospital, Juliana pediu à moça que voltasse para casa.
A mulher comentou que sabia do sequestro. Mencionou que ela devia estar cansada, com sono e com fome.
Olegário comprou um lanche para ela.
Cláudia tentou recusar, mas o homem exigiu que ela comesse pelo menos uma parte do lanche.
A moça atendeu ao pedido do homem. Mesmo sem fome, consumiu o sanduíche.
Mas tarde, seu pai chegou ao hospital e a moça despediu-se dos tios de Lucindo.
Depois de muito conversarem, Cláudia foi para casa.
Ao chegar, Ana falou-lhe para tomar um banho.
Cláudia então colocou toda a roupa que usava para lavar. Tomou seu banho.
Depois, sentou-se a mesa para tomar uma sopa.
Em seguida, despediu-se dos pais e do filho e foi dormir.
No dia seguinte, foi logo cedo ao hospital.
A moça visitou Lucindo.
O moço por sua vez, ficou muito feliz em vê-la.
Juliana comentou que a moça não arredou pé do hospital, até ter certeza de que tudo estava bem.
Cláudia argumentou que não estava fazendo mais do que sua obrigação.
Por fim, despediu-se do amigo.
Disse para que ficasse bem. Mencionou que ele fazia falta.
Lucindo agradeceu a visita.
Quando a moça retirou-se do quarto, Juliana mencionou que Cláudia ficou preocupada com o que aconteceu. Mencionou que Roberto fora preso, e que não oferecia mais perigo.
Lucindo comentou que estava feliz com a notícia.
Olegário por seu turno, repreendeu a esposa. Disse que ela estava alimentando as esperanças do sobrinho, e que isto não estava certo.
Lucindo estava tão feliz com a visita que ignorou o desentendimento dos tios. Chegou a achar graça em tudo.
Alguns dias depois, o homem foi liberado do hospital.
Cláudia fez questão de buscá-lo.
Olegário argumentou que não que ela precisa ter todo este trabalho, mas a moça ressaltou que ele fora baleado por estar em sua casa. Argumentou que Lucindo sempre a ajudou, e que agora que a situação havia se modificado, precisava retribuir o que ele havia feito por ela em todos aqueles anos.
O homem, sem alternativa, acabou concordando.
Lucindo ao ver Cláudia chegando para levar a ele e seus tios para casa, ficou comovido.
A moça deixou-o na porta de sua casa.
Lucindo a convidou para entrar.
Cláudia concordou.

Juliana e Olegário foram para a cozinha sob o pretexto de fazerem um café.
A mulher ofereceu a bebida a Cláudia, que aceitou.
Olegário disse que iria ajudar a esposa a fazer o café.
Cláudia achou graça. Comentou que seus tios eram muito unidos.
Lucindo concordou.
Mencionou que gostaria de ser importante assim para alguém.
Cláudia ficou sem graça.
O moço, tentando ajeitar a tipoia, comentou que estava arrependido da besteira que fizera, e que entenderia se ela nunca o perdoasse. Triste, comentou que talvez não merecesse perdão pelo que fizera.
Cláudia, ao ouvir as palavras do moço, pediu para não falar mais no assunto. Disse que já havia esquecido tudo, e que estava feliz por vê-lo bem.
Lucindo perguntou-lhe se o havia perdoado.
Cláudia olhou-o enternecida. Disse:
- Como eu posso não perdoar alguém que sempre esteve presente em todos os momentos importantes de minha vida, nos últimos anos? Aguentou minha impaciência ... Até tiro levou em frente a minha casa? ... Diante de tanta dedicação, qualquer erro fica pequeno. Se havia algo a ser pago, você pagou em silêncio todos estes anos, em que ficou me ajudando, sem pedir nada em troca. Você foi amigo como poucos. Muito poucos... Só Letícia é assim tão leal, e mesmo assim, nem ela esteve tão presente assim em minha vida.
Ao ouvir estas palavras, Lucindo ficou comovido. Mas tentou disfarçar a vontade de chorar.
Quando Cláudia o chamou de amigo, o moço comentou que não mais ser apenas seu amigo. Argumentou que estava cansado daquele papo de amigo. Era amigo pra lá, era amigo pra cá.
Cláudia achou graça. Disfarçou uma risada.
Lucindo levantou-se.
Ao fazê-lo sentiu uma pontada no ombro.
Cláudia perguntou-lhe se estava tudo bem.
Lucindo respondeu que tirando um pouco de dor, estava tudo bem.
Cláudia disse para ter cuidado.
O moço pôs a mão no ombro.
Cláudia se preocupou.
- Está tudo bem mesmo? – perguntou.
Lucindo respondeu-lhe que precisava sentar-se.
Cláudia disse-lhe para que se sentasse devagar.
O moço cambaleou um pouco.
A mulher ajudou-a a se sentar.
Pedia para que se sentasse devagar.
Estranhou os modos de Lucindo, mas preocupada com sua saúde, resolveu auxiliá-lo.
Lucindo aproveitando-se da preocupação da moça, aproveitou para beijá-la.
Cláudia surpresa com o gesto inesperado, quase soltou Lucindo.
Por pouco que o homem não se desequilibrou e foi ao chão.
Para que ele não caísse, segurou-o pelas costas.
Lucindo acabou batendo o ombro.
Cláudia por seu turno, quase caiu.
Quando o homem sentiu o ombro bater, reclamou.
Preocupada, a moça perguntou-lhe se estava tudo bem.
Lucindo disse que estava doendo pra caramba.
Cláudia sentindo-se culpada, pediu-lhe desculpas.
Perguntou-lhe se não era melhor ver o curativo.
O moço respondeu-lhe que se quisesse, poderia ver.
A mulher argumentou que não era médica.
Lucindo disse que só para ver, não tinha problema.
Cláudia olhou com olhar de censura. Como se dissesse, eu sei muito bem que você não tem nada. Só está fazendo fita.
Lucindo insistiu.
Parecia sentir dor.
Assim, mesmo desconfiada, a mulher resolveu ver o curativo.
Lucindo se segurou para não beijá-la novamente.
A moça ergueu seu braço, olhou o curativo.
Lucindo retirou a blusa. Argumentou que para ver o ferimento, teria que tirar a peça.
Com certa dificuldade, tirou a blusa.
Cláudia ao ver o moço atrapalhado, argumentou que não havia necessidade disto.
Lucindo insistiu.
A moça argumentou que se Juliana aparecesse na sala naquele momento não teria uma boa impressão deles.
Cláudia verificou o curativo.
Parecia que tudo estava bem.
Com isto, pediu para o moço colocar a blusa.
Lucindo tentou colocar a peça.
Como se atrapalhou, Cláudia resolveu ajudar.
O homem agradeceu.
- Não foi nada. – respondeu Cláudia.
Nisto, Lucindo segurou seu braço.
A moça ficou a olhá-lo.
Lucindo perguntou-lhe se não sentia nada por ele.
Relembrou-a que antes de toda aquela confusão acontecer, ela havia aceitado namorá-lo. Disse que quando a beijava, sentia que era correspondido.
Cláudia respondeu-lhe que ele era um tanto convencido.
Lucindo respondeu-lhe que não. E que apesar dos pesares, era bem diferente de Roberto.
A moça ao ouvir isto, disse que nunca o achou igual a ele. Relatou que ele apesar dos pesares, tinha mais caráter que Roberto.
Chorando, Lucindo pediu-lhe desculpas.
Cláudia ao ver o homem naquele estado, ficou penalizada. Não sabia o que dizer.
Nisto o abraçou.
Lucindo encostou sua cabeça no ombro da moça.
Cláudia rindo, disse que precisava voltar para casa.
Lucindo soltou a moça.
Ergueu a cabeça e olhou-a nos olhos.
Agradeceu e comentou que gostou muito da carona.
Mencionou que ela estava muito gentil. Disse que ela acabaria acostumando-o mal.
Nisto, mexeu no ombro.
Abaixou-se para sentar um pouco.
Cláudia então, ajudou-a sentar-se novamente.
A moça sentando-se ao seu lado, disse que se precisasse poderia chamá-la.
Deu-lhe um beijo no rosto para se despedir.
Neste momento, quando Cláudia se dirigia a cozinha para se despedir de seus tios, Lucindo chamou-a.
A mulher perguntou-lhe se estava precisando de alguma coisa.
- Sim. – respondeu Lucindo, e acrescentou: - Você!
Cláudia ao ouvir isto, ficou sem graça.
Argumentou que ele devia estar febril.
Tocou a mão em seu rosto.
Lucindo não parecia ter febre.
Nisto o moço levantou-se novamente e beijou Cláudia.
Juliana, que vinha com as xícaras de café em uma bandeja, ao ver a cena, voltou para a cozinha.
Contou quase cochichando para Olegário que não fosse para sala, que os dois estavam se beijando.
O homem discretamente caminhou com passadas leves, até um ponto onde pudesse ver o beijo, sem ser visto.
Lucindo e Cláudia continuavam se beijando.
Olegário voltou para a cozinha e fez um sinal de comemoração.
Falou baixinho para a esposa:
- Até que enfim!
Rindo baixinho, Juliana fez votos para que desta vez, tudo desse certo. Comentou que o sobrinho merecia ser feliz.
Olegário concordou.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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