Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

DELICADO - CAPÍTULO 24

Quando Letícia e Leandro souberam do ocorrido, através de Lucindo; trataram de procurar Ana e Jacinto para demonstrarem solidariedade.
Visitando o casal, comentaram que a prisão de Cláudia era absurda e ilegal.
Letícia chegou a perguntar se não seria possível que um deles pudesse visitar Cláudia e trazer notícias.
Ana respondeu-lhe que iria se encarregar disto.
Prometeu que participaria a moça das novidades.
Letícia agradeceu.

Lucindo, ao saber do ocorrido, ficou perplexo.
Diante do ocorrido, tratou de ligar para Onofre, o advogado da família.
O homem relatou que já estava tomando as medidas legais cabíveis.
Ao encontrar Letícia andando pelo bairro, Lucindo acabou falando da vida, e contou que Cláudia havia sido presa por desacato, ao prestar um depoimento na delegacia.
Lucindo estava inconformado com a medida tomada pelo delegado.
Comentou que o próprio advogado dissera que a prisão era ilegal.
Nervoso, o moço ligou novamente para o advogado.
Pediu o endereço do presídio onde Cláudia estava. Disse que queria falar com a moça.
Onofre argumentou que não iriam deixá-lo entrar no local.
Com Ana e Jacinto deu-se o mesmo.
O homem teve de usar de muita paciência para explicar-lhes que não seria boa a visita. Contou que teve muita dificuldade para falar com a moça. Reafirmou que as visitas não estavam liberadas.
Lucindo no entanto, não aceitou a negativa do advogado.
Tanto que compareceu pessoalmente no escritório de Onofre.
Conversando com o causídico, acabou convencendo-o a entrar no presídio. Disse-lhe que poderia dizer que era seu assistente.
Onofre titubeou.
Argumentou que isto poderia não dar certo.
Lucindo porém, insistiu.
Assim, acabou indo com o advogado visitar a amiga.
Antes, informou ao reitor que não compareceria a faculdade. Disse que precisava resolver assuntos particulares.
O reitor ao receber a ligação de Lucindo, recomendou-lhe que não se envolvesse naquela história mais do que o necessário.
Lucindo agradeceu o conselho.
Em seguida, desligou o telefone.
Vestiu um terno, colocou uma gravata. Arranjou até uma pasta.
Onofre ao vê-lo todo paramentado, comentou que ele estava mais parecido com um advogado, do que ele próprio.
Lucindo contudo, estava nervoso demais para rir.
Nisto, o homem informou que era advogado de Cláudia e que o rapaz era seu assistente.
A entrada de ambos foi liberada.
Quando Cláudia viu que Onofre estava acompanhada de Lucindo, correu para abraçá-lo.
Dizia:
- Meu amigo! Meu amigo!
Lucindo logo lhe perguntou como estava, se havia se alimentado, se havia dormido. Como estavam sendo aqueles dias.
Cláudia comentou que os dias eram longos, e as provocações muitas. Mas que quando alguma presa cismava com ela, uma das carcereiras, intervinha.
Lucindo estava preocupado.
Questionava com Onofre a demora para resolver a questão.
Quando da visita à moça, evitou tocar no assunto em sua frente.
Pedia a Cláudia para que tivesse paciência. Disse que no dia de sua soltura, viria buscá-la.
Cláudia agradeceu.
Dizia que não via a hora de sair dali.
Ao término da visita se despediram.
Onofre chegou a dizer que as coisas estavam se resolvendo.
Antes de sair do presídio a carcereira pediu-lhe para comprar um vestido. Argumentou que tinha uma festa e que não podia fazer feio.
Onofre tirou mais dinheiro de sua carteira.
Lucindo percebeu que era este suborno que garantia a segurança de Cláudia.
Ao sair do presídio, o moço acompanhou o advogado.
Ao chegarem ao escritório, Lucindo perguntou-lhe quanto já havia gasto com os presentes para a carcereira.
Onofre disse que isto era pouco, diante da injustiça pela qual a moça estava passando.
Lucindo argumentou que iria reembolsá-lo.
O advogado recusou.
O moço então, argumentou que advogar era um trabalho nobre, e tudo o que advinha dele, deveria ser remunerado. Lucindo argumentou que ele estava se arriscando, e que isto precisava de uma reparação.
Onofre ficou revoltado.
- O que você está pensando rapaz?
Lucindo desculpou-se.
Disse que sabia da seriedade de seu trabalho, e que em nenhum momento pensou em suborná-lo. Argumentou que apenas queria reembolsá-lo das despesas que tivera.
Onofre, ao perceber que o rapaz não quisera ofender, pediu-lhe desculpas. Disse que já estava sendo remunerado pela moça, e que não precisava preocupar-se.
Lucindo insistiu. Disse que isto ficaria como um segredo entre eles, e que Cláudia não precisava saber.
Onofre argumentou que isto não seria necessário.
Lucindo no entanto, dizia que precisava fazer isto.
O advogado em dado momento, perguntou-lhe:
- Você gosta muito dela, não é mesmo?!
Lucindo meio sem jeito, disse que sim.
Onofre sorriu-lhe.
Disse-lhe que sabia o que estava sentindo. Argumentou que agora ele tinha uma grande chance de se entender com ela.
Por fim, acabou aceitando o dinheiro de Lucindo. O moço chegou a dizer-lhe que se precisasse de mais dinheiro, poderia arranjar.
Onofre disse-lhe que não seria necessário.

Com efeito, dias após protocolar o pedido de habeas corpus, obteve uma boa nova. Ao protocolar o pedido, solicitou urgência, mas não havia conseguido até o momento, que o pedido fosse apreciado.
Quando Onofre relatou a demora na apreciação do pedido, Cláudia ouviu a tudo, desapontada.
O juiz não havia considerado a questão como urgente.

Quando Fabrício soube do ocorrido, o homem deixou um recado para Cláudia.
A moça recebeu o bilhete na prisão.
No escrito, o homem terminava o relacionamento com ela. Dizia que não poderia se casar com alguém que tivera um filho escondido de todos, e que agora estava envolvida com assédio sexual, e até presa por desacatado.
Cláudia ao ler o bilhete com as palavras de Fabrício, tratou de rasgá-lo.
Magoada, comentou que é nas horas difíceis que se conhece o verdadeiro caráter das pessoas.
Lucindo, ao saber do ocorrido, escreveu um bilhete para consolá-la.
Cláudia ao ler o texto, ficou comovida.
Onofre, ao perceber a comoção da moça, comentou que ele era um bom companheiro. Estava sempre ao lado dela nos momentos difíceis, e que isto era uma raridade. O homem comentou que há cerca de quarenta anos, havia encontrado uma pessoa assim. Ressaltou que ao encontrá-la, percebeu imediatamente que estava diante de algo raro. Assim tratou de se casar com ela.
Nisto o homem riu.
Disse que ela estava entendendo o que ele estava falando. Onofre recomendou-lhe que ficasse com Lucindo. Mencionou que ele era bem melhor que o tal Fabrício, que terminou o relacionamento deles por bilhete.
Cláudia, ficou observando-o, surpresa.
Por fim, o homem disse que ela era inteligente, e que já havia percebido as qualidades do moço.
Como a visita terminara, despediu-se.
A moça voltou para a cela.
Dias depois, finalmente saiu à liberação.

O juiz finalmente reconheceu a ilegalidade da prisão e determinou a soltura da moça.
Onofre comunicou a novidade a família e a Lucindo.
Ana e Jacinto já estavam prontos para buscar a filha na prisão.
Lucindo porém, pediu para ele mesmo fazê-lo.
Ana iria protestar, mas ao ver o olhar de Lúcio, entendeu o que se passava.
E assim, lá se foi Lucindo buscá-la.
Quando Cláudia atravessou o muro da prisão, o moço estava do lado de fora aguardando-a.
A moça aliviada.
Lucindo abriu a porta do carro para ela.
Dentro do carro, o moço perguntou-lhe o que gostaria de fazer.
A mulher respondeu-lhe que gostaria de tomar um banho, e se livrar daquele cheiro horrível de cadeia.
Vestia a mesma roupa que trajava quando fora presa.
Disse que não queria que sua família a visse daquele jeito.
Lucindo, sugeriu, que ela poderia se arrumar em sua casa.
Ressaltou porém, que ela estava muito bem, em que pese o lugar em que estava.
Cláudia no entanto, parecia incomodada com aquela roupa.
Com isto, o homem parou em frente a uma loja.
Cláudia ficou espantada.
Lucindo disse para que entrasse na loja e comprasse alguma coisa.
Por fim, convencida pelo homem, Cláudia acabou entrando no estabelecimento.
Lucindo perguntou a vendedora sobre sugestão de roupas.
Cláudia estava um tanto sem jeito.
A vendedora mostrou-lhe uma série de peças.
A mulher experimentou algumas peças.
A vendedora por sua vez, chegou a comentar com Cláudia, que seu namorado era um partidão. A moça ficou um tanto sem graça.
Ao experimentar as peças, Cláudia decidiu ficar com a calça jeans e a blusa branca.
Por fim, Lucindo pagou as compras, sob protestos de Cláudia que argumentou que ele não tinha que pagar suas contas.
O moço porém argumentou que não havia problema nenhum nisto.
Desta forma, apresentou seu cartão e pagou.
Cláudia não insistiu muito por que não tinha como pagar a conta.
Por fim, Lucindo deixou as compras no porta malas. Entraram no carro.
Também passaram em uma farmácia para comprar alguns itens de perfumaria.
Depois, foram para a casa de Lucindo.
Ao chegar em sua casa, o moço abriu a porta do carro para ela.
Abriu o porta malas.
Pegaram a sacola e entraram na casa.
Lucindo mostrou-lhe o banheiro. Disse-lhe que poderia ficar o tempo que precisasse.
Cláudia agradeceu.
Entrou no banheiro.
Tirou as roupas, e tomou um banho.
Por fim, colocou a roupa nova.
Calçou os sapatos, ajeitou o cabelo e saiu do banheiro.
Segurando a toalha com que tomara banho, perguntou onde poderia pendurá-la.
Lucindo disse-lhe que poderia deixá-la esticada sobre o espaldar de uma das cadeiras da cozinha.
Cláudia deixou a toalha sobre a cadeira.
Em seguida, Lucindo segurou o pulso da moça.
Disse que precisavam conversar.
Nisto, levou a moça para sentar.
Sentados na sala, o moço pediu-lhe uma posição.
Cláudia ficou sem reação.
Lucindo porém, insistiu:
- Como é?
- O que? - perguntou Cláudia.
O moço ficou impaciente.
- Como o que? Não se faça de desentendida por que você sabe exatamente do que eu estou falando.
Cláudia tentava encontrar as palavras.
Chegou a dizer:
- Eu … eu … não sei o que dizer!
Lucindo ficou aborrecido.
Levantou-se. Olhou para a ela com raiva. Deu um murro na parede.
Cláudia ao vê-lo tão nervoso, assustou-se.
O moço então, procurando se recompor, voltou a sentar-se ao lado da moça.
Ficou observando-a.
Cláudia incomodada, acabou por perguntar:
- O que foi?
Lucindo devolveu-lhe a pergunta:
- Eu é que pergunto: o que foi?
Confusa, a moça falou que ele havia esmurrado a parede, e agora estava sentado diante dela como se nada tivesse acontecido. Sem jeito, comentou que ele não parecia bem.
Lucindo, ao ouvir as palavras da moça, contou que era isto que ela fazia com ele.
Cláudia não entendeu.
O homem explicou. Argumentou que sua hesitação, estava tirando-lhe a paz. Angustiado, disse que não poderia continuar daquela forma.
Segurando os braços da moça, pediu-lhe para que dissesse alguma coisa, mas que o liberasse para que pudesse viver sua vida.
Cláudia por um instante, assustou-se com o gesto brusco do moço. Porém, ao olhá-lo nos olhos, ficou penalizada.
Lucindo percebendo isto, soltou-a.
Levantou-se e voltando-lhe as costas, comentou que não queria que ela tivesse pena dele.
Cláudia que tinha os olhos voltados para o chão, levou o olhar para sua direção.
Levantando-se, caminhou na direção do moço. Colocou a mão em seu ombro.
Lucindo voltou-se para ela.
Cláudia lhe disse que não sentia pena dele.
Lucindo ao olhar os olhos dela, argumentou que ela sentia sim pena dele.
Foi que Cláudia aborreceu-se. Disse:
- Quem você pensa que é para tentar adivinhar o que eu penso? Sabe o que é? Você é o problema! Você passou a sentir pena de você mesmo. Tanta pena que não enxerga quando as pessoas estão tentando demonstrar gratidão e admiração.
- Admiração? - perguntou.
Cláudia então explicou-lhe que ele era uma pessoa especial. Comentou que ele sempre esteve presente nos momentos mais difíceis de sua vida. Revelou que se mostrou um grande companheiro, mais do que muito namorados que tivera.
Ao ouvir isto, estas palavras o moço sorriu.
Lucindo pediu para ela continuar.
A moça riu.
Prosseguindo, comentou que ele a fazia rir nas ocasiões mais inoportunas.
Lucindo insistiu:
- E o que mais?
Cláudia disse que gostava de sua companhia.
Lucindo começou a se impacientar.
Lembrou-se do conselho do tio. E se aproximou da moça.
Beijou-a novamente.
Depois a soltou.
- Então? - perguntou.
Cláudia repetiu:
- Então? Então … não sei!
Lucindo ficou aborrecido. Praguejou:
- Mas que inferno! Você nunca irá se decidir?
Cláudia, ficou pasma.
Nervosa, percebeu que precisa dizer ou fazer alguma coisa.
Gaguejou mas disse um sim, bem baixinho.
Lucindo pareceu não ouvir.
Pediu para repetir.
Cláudia tentou pronunciar o sim mais alto.
Lucindo pediu para ela repetir novamente. Parecia se divertir com a situação.
Cláudia se irritou.
- Você só pode estar de brincadeira comigo! - respondeu.
Lucindo resolveu provocá-la.
- Tá nervosinha!
- Não enche! - respondeu.
A moça então virou-lhe as costas.
Lucindo percebendo que ela não gostou da brincadeira, puxou-a pelo braço.
Cláudia disse para que a soltasse.
O moço rindo, falou que não iria soltá-la.
Cláudia respondeu-lhe que se não a soltasse, iria chutá-lo.
Lucindo se espantou com a reação da moça.
Perguntou-lhe se iria mesmo ter coragem de fazer isto.
Cláudia pediu-lhe desculpas. Disse que ele a havia irritado.
Lucindo também pediu desculpas. Falou que não sabia mais o que fazia. Nisto, tornou a perguntar se ela havia aceitado sua proposta.
Cláudia respondeu-lhe que sim. Impaciente, perguntou o que mais ele queria dela.
Lucindo respondeu-lhe que gostaria de ser amado por ela.
A moça respondeu que poderiam tentar.
O homem concordou.
Lucindo, tocou o rosto de Cláudia. Depois pôs a mão em seus cabelos.
Comentou sempre quis fazer isto, mas não podia.
Beijou-a novamente.
Passou a tocar suas costas.
Beijaram-se várias vezes.
Em dado momento, a moça beijou-o.
Lucindo não desgostou nem um pouco.
Sorriu.
Brincou dizendo que ele preferia continuar e a beijou novamente.
Quando os carinhos começaram a ficar mais frequentes, a moça comentou que precisava voltar para casa.
Lucindo reclamou.
Tentou segurá-la pela cintura, mas a moça conseguiu se desvencilhar.
Cláudia disse que precisava voltar para casa, pois todos deviam, estar preocupados. Perguntou se eles não estavam cientes de sua soltura.
Aborrecido, Lucindo concordou em levá-la para ver os pais e o filho.
Ana, Jacinto e Lúcio ao verem-na, comemoraram.
Onofre também a aguardava.
Ana ao vê-la, comentou que ela havia demorado muito.
Cláudia procurando disfarçar, comentou que havia parado em uma loja, comprado roupas novas.
Ana comentou que ela realmente estava diferente. Roupa nova, banho tomado. Percebendo que estava sendo indiscreta, finalizou com um deixa pra lá.
Lúcio perguntou-lhe se estava bem. Cláudia respondeu que o pior já havia passado.
Jacinto abraçou a filha.
Cláudia abraçou Onofre e agradeceu-o pela ajuda.
O homem respondeu-lhe que não fora nada, mas comentou que havia um processo para trabalhar. Relatou que precisava provar o embuste. Comentou que isto era uma questão de honra. Por fim, revelou que já havia saído o resultado do exame de DNA.
O advogado abriu o documento na frente de todos.
Estava reconhecido que Cláudia era a mãe biológica de Lúcio.
Todos comemoraram.
Por fim, o homem comentou que havia feito vistas do processo movido por Roberto. Contou que recebeu uma publicação.
Ana criticou o advogado. Argumentou que aquilo era muito inoportuno.
Jacinto chamou a atenção da mulher.
Onofre respondeu que aquela informação ia de encontro aos interesses de Roberto. Ressaltou que saber do andamento do processo era do agrado de todos.
Nisto, abriu uma pasta e mostrou a xérox do exame. Abriu o documento numa página determinada, já marcada por ele. Começou a ler.
A conclusão do exame informava que Roberto não era o pai biológico de Lúcio.
Todos ficaram perplexos.
Cláudia ficou pasma.
Afinal se Roberto não era o pai biológico de Lúcio. Quem poderia ser?
A moça começou a ficar nervosa.
Lúcio que estava a seu lado. A amparou.
Ajudou a moça a sentar-se.
Ana começou a questionar a filha.
Lúcio também ficou confuso.
Onofre, pediu para conversar com a moça em particular.
Cláudia o levou para conversar no quintal.
Ao lá chegarem, o causídico perguntou-lhe sobre o significado daquela informação.
Constrangida, a moça disse que não se lembrava de nada. Apenas de Roberto a levando para o apartamento.
Onofre pediu para se esforçasse para se lembrar.
Reconheceu que depois de tantos anos, e se tratando de um evento desagradável, sabia que era normal que fossem bloqueados certos detalhes. Ainda assim, insistiu para que se lembrasse.
Cláudia comentou constrangida que mesmo que houvesse entrado alguém no apartamento, não teria como se lembrar.

Lucindo por sua vez, que aguardava na sala, demonstrou nervosismo.
Ana percebeu o fato.
Perguntou-lhe se estava tudo bem.
Lucindo respondeu que sim.
Ana contudo, não ficou convencida. Falou-lhe que estava bastante nervoso.
Lucindo então comentou que estava preocupado com o andamento do processo.

Com efeito, cerca de meia hora depois, o advogado voltou à sala.
Disse que precisava voltar para o escritório.
Jacinto agradeceu.
Onofre saiu da residência.
Lucindo pediu licença. Saiu da casa.
Foi conversar com o advogado.
Ao ver Onofre dobrando a esquina, chamou-o.
Correndo, disse que precisava conversar.
Onofre percebeu o nervosismo de Lucindo.
Perguntou-lhe se estava tudo bem.
Lucindo disse-lhe que sim. Ressaltou porém, que precisavam conversar.
Onofre concordou. Pediu-lhe que agendasse uma consulta.
O moço concordou. Disse que o faria.
Nisto, despediu-se do homem.
Voltou para a casa da família.
Procurou Cláudia e a encontrou ainda no quintal.
Jacinto e Ana estavam conversando com a filha, quando o moço a encontrou.
Lúcio estava na sala.
Estava confuso e surpreso.
Lucindo, ao perceber isto, prometeu conversar com o garoto. Argumentou porém, que precisava conversar primeiro com Cláudia.

Pois bem, o moço ao ver a Cláudia, perguntou-lhe se mais tarde poderiam conversar.
Ana e Jacinto, resolveram se afastar. Disseram que retomariam a conversa mais tarde.
Lucindo, aguardando o casal se afastar, disse que tinha algo de muito importante para falar. Algo que poderia fazer as coisas mudarem entre eles.
Cláudia riu.
Perguntou-lhe se poderiam mudar mais ainda.
Aflito, Lucindo respondeu-lhe que sim.
Cláudia pediu-lhe então para que contasse.
Lucindo tentando encontrar coragem, não conseguia falar.
A mulher começou a ficar preocupada.
Lucindo então pediu para que ela se lembrasse da noite em que havia sido levada por Roberto.
Ao ouvir isto, a moça se aborreceu.
Chateada disse que o advogado já havia lhe pedido detalhes do ocorrido.
Lucindo nervoso, disse que era importante que ela procurasse se lembrar.
Cláudia constrangida, argumentou que ele sabia de mais detalhes do que ela.
Ao ouvir isto, o homem começou a tossir.
Cláudia perguntou-lhe se estava tudo bem.
Nervoso, o rapaz respondeu-lhe que sim.
Nisto, começou a chorar.
Perguntou-lhe o que estava acontecendo.
Lucindo lhe disse que havia feito uma coisa horrível, e que talvez ela nunca o perdoasse por isto.
Cláudia começou a ficar nervosa.
Lucindo disse-lhe que ele poderia ser o pai de Lúcio.
A moça, ao ouvir isto, quase que caiu.
Lucindo precisou segurá-la.
Cláudia pediu-lhe para que dissesse que aquilo era mentira. Gritou dizendo que aquela brincadeira era de muito mau gosto.
Lucindo disse que precisava fazer um exame para comprovar. Argumentou porém, que não havia dúvidas.
Cláudia saiu do quintal, e saiu da casa.
Lúcio ao foi ao quintal.
Lucindo estava chorando.
O garoto perguntou-lhe o que estava acontecendo.
Lucindo o abraçou.
Lúcio se espantou.
Lucindo continuava chorando.
O homem bem que tentou desconversar.
Fez rodeios. Disse que estava tudo bem.
Mas Lúcio pressionou-o.
Queria por que queria, saber o que estava acontecendo.
Lucindo então, resolveu contar tudo.
Disse que ele estava envolvido em toda aquela confusão. E que tinha todo o direito de saber o que estava acontecendo.
O moço então contou-lhe toda a verdade.
Lúcio ficou chocado.
Chorando, perguntou-lhe por que não havia contado a verdade antes.
Lucindo respondeu-lhe que não sabia. Imaginava que de fato ele era filho de Roberto. Argumentou que nunca havia pensado nesta possibilidade.
Lúcio disse-lhe que se ele havia mantido relação com Cláudia, era bem possível aquela possibilidade. Nervoso perguntou-lhe se ele era burro ou que.
Lucindo ficou arrasado.
Disse que ele tinha razão. Reconheceu a própria estupidez.
Lúcio irritado, relatou que não queria mais falar com ele. Disse que ele o havia decepcionado.
Lucindo pediu desculpas ao garoto, tentou se explicar, mas Lúcio saiu correndo.
Entrou pela sala e saiu.
Quando Ana viu a confusão, foi ver o que estava acontecendo.
Encontrou Lucindo chorando.
Quando tentou obter uma explicação para o que estava acontecendo, o moço pediu para que conversasse com Cláudia.
Lucindo levantou-se, pediu desculpas e saiu da casa.
Ana por sua vez, olhou para Jacinto.
Disse que não estava entendendo nada.
Jacinto comentou que aquela história não havia terminado, e que muita água ainda rolaria por debaixo daquela ponte.
Ana respondeu que estava com medo de descobrir o que estava acontecendo.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário