Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

DELICADO - CAPÍTULO 33

Com efeito, depois de algum tempo insistindo com a moça, Lucindo acabou convencendo-a a casar-se com ele.
Lúcio ficou feliz com a novidade.
Cumpre destacar que ele ajudou a mãe a aceitar a proposta de Lucindo.
Isto por que, o garoto conversou com Cláudia.
Ao voltar da universidade, a mulher encontrou o garoto na sala.
Ao vê-lo sozinho, no escuro, Cláudia perguntou-lhe o que fazia ali.
Lúcio respondeu-lhe que estava esperando por ela.
Cláudia perguntou-lhe o que tinha de tão importante para lhe dizer que não poderia esperar o dia seguinte.
Lúcio então contou que gostaria de ver os pais casados, como os pais da maioria dos amigos que tinha. Mencionou que na escola todos estranhavam o fato de terem dois filhos e não estarem casados.
Cláudia respondeu-lhe que iria pensar no assunto. Comentou que já havia prometido uma resposta a Lucindo quando a criança nascesse.
Lúcio disse que se eles estavam juntos, não custava nada se casarem.
Cláudia achou graça, mas não riu.
Prometeu que iria conversar com Lucindo.
Lúcio perguntou-lhe se iria dizer sim.
Cláudia disse que ele saberia a resposta no momento certo.
Ao ouvir isto Lúcio pediu para se lembrar do que havia dito e do quanto iria ser bom ver os dois juntos.
- Mas já estamos juntos! E não vai ser um papel que irá mudar isto. – respondeu Cláudia.
Lúcio argumentou que se um papel não fazia diferença, por que não se casar?
Cláudia riu.
- Isto é muito importante para você, não é mesmo? - perguntou a mulher.
Lúcio respondeu que gostaria de ver os pais casados.
Rindo, comentou que poderia levar as alianças.
Cláudia abraçou o filho.
Comentou que ele não tinha jeito. Beijou-lhe o rosto e prometeu que conversaria com Lucindo.
Dito e feito, assim que pode, a mulher conversou com Lucindo.
O moço como sempre, expôs os seus pontos de vista.
Argumentou que seria bom para Lúcio, e para Clara também. Ressaltou que um papel não mudaria nada do que havia entre eles, mas que formalizaria uma relação que já existia. Acrescentou que seria importante para ele também. Comentou que gostaria de viver a experiência de estar casado.
Cláudia indagou:
- É isto mesmo que você quer? As pessoas, digo os homens, costumam falar tão mal do casamento! Nunca pensei que você fizesse questão de se casar!
Lucindo acrescentou que nem todo mundo pensa da mesma maneira.
Cláudia respondeu:
- Entendo!
Por fim concordou com a ideia.
Disse que já estava cansada de argumentar, de tentar rebater. Mencionou que tinha dois filhos, e que iria tentar, para ver no que dava. Chegou a pedir para Deus ajudar.
Lucindo reclamou.
- Quanto romantismo, hein?
Cláudia riu.
Argumentou que ele também não havia sido muito romântico em seus argumentos.
Lucindo disse-lhe que seu romantismo estava presente em todos aqueles anos que esteve a seu lado, acompanhando tudo, mesmo de longe. Ressaltou que ela sabia o quanto era amada, e que se casar para ele, não seria nenhum sacrifício. Por fim agradeceu.
Cláudia indagou o por quê do agradecimento.
Lucindo disse-lhe que era por tudo.
Abraçou-a e beijou-a.
Lúcio que passava pelo quarto, ao ver a cena, se afastou, pisando no chão, sem fazer barulho.

Feliz com a novidade, Lucindo contou aos tios.
Juliana e Olegário o parabenizaram pela boa nova.
Cláudia contou a novidade aos pais, e Lúcio.
Ao ouvirem a notícia, Ana e Lúcio comentaram quase ao mesmo tempo:
- Até que enfim!
Cláudia ficou perplexa.
Lúcio ressaltou que tinha certeza que um dia ela iria acabar concordando.
Ana confessou que já havia perdido às esperanças. Disse que a filha era teimosa como uma mula.
Cláudia retrucou:
- Vocês vai me parabenizar, ou dar os pêsames? Já estou me sentindo ir para o cadafalso.
Ana ficou horrorizada com as palavras da filha.
Disse que era um casamento, não uma execução.
Nisto abraçou a filha.
Disse-lhe que havia tomado uma sábia decisão.
Jacinto e Lúcio também a cumprimentaram.

Com isto, Ana começou a pensar nos preparativos do casamento.
Pensava na festa, no lugar em que seria realizada a cerimônia. Os comes e bebes, o vestido da noiva. Quem seria convidado, etc.
Jacinto riu.
Disse para Cláudia se preparar.
Nos dias que se seguiram, Ana só falava nisto.
Cláudia dizia que não havia marcado a data ainda.
Ana dizia para se apressarem.

Nas semanas seguintes, Clara foi batizada.
Como padrinhos, os pais de Cláudia.
Ana ficou toda comovida ao ser chamada para ser madrinha da neta.
No dia da cerimônia, lá estavam eles segurando a criança.
Cláudia levou a família para almoçar em um restaurante.
Convidou os tios de Lucindo, além de Letícia e Leandro.
Almoçaram todos juntos em uma mesa. Conversaram.
Letícia deu papinha ao filho e depois almoçou.
Cláudia fez o mesmo com Clara.
Quando chegou a conta, Leandro pediu para pagar suas despesas e a da esposa.
Lucindo se propôs a pagar toda a conta.
Cláudia mencionou que iria pagar a despesa dos pais.
O moço percebendo isto, argumentou que não haveria problema em pagar a conta dele e dos convidados.
Leandro argumentou que não estava certo ele arcar com tudo sozinho.
Ao ouvir isto, Lucindo concordou que Leandro pagasse sua conta e a da esposa.
Quanto a Cláudia o moço se recusou a receber ajuda para pagar a conta.
A moça ao perceber isto, argumentou que ela havia convidado.
Lucindo disse-lhe que Clara também era filha dele, e que o convite também era dele.
Como Cláudia fez menção de argumentar, o homem respondeu-lhe que iria pagar a conta e ponto.
Cláudia iria dizer algo, mas Ana balançou a cabeça negativamente.
Lucindo pagou a conta da família, e Leandro pagou sua conta e a da esposa.
Por fim, despediram-se.
Quando chegou em casa, Cláudia falou a Lucindo que ele não tinha o direito de atropelá-la do jeito que fez.
Lucindo rindo, comentou que não havia feito nada demais.
Cláudia respondeu-lhe que gostaria de ter pago a conta. Afirmou que já havia combinado com os pais que o faria.
Nisto virou as costas para o moço e saiu do quarto.
Lucindo ficou surpreso com a reação de Cláudia.
Mais tarde, conversando com Jacinto, o moço percebeu que não se tratava de um capricho. Cláudia havia combinado com os pais que pagaria a conta. Por esta razão, eles concordaram em almoçar em um restaurante.
A moça queria poupar a mãe de ter que preparar um banquete para receber as pessoas. Para ela era um gesto de atenção e carinho.
Lucindo ao ouvir as palavras de Jacinto, comentou que não havia se atentado para isto. Argumentou que só estava tentando ser cavalheiro.
Jacinto concordou.
Argumentou que neste mundo novo, cheio de novas regras, era complicado ser solícito. Disse ainda, que Lucindo deveria conversar com Cláudia. Argumentou que conversando, as pessoas se entendiam, e que a filha acabaria entendendo que não agiu por mal.
Lucindo disse que iria conversar com Cláudia.
Assim o fez.
Mencionou a conversa que teve com Jacinto.
Desculpou-se. Disse que não tinha ideia do que ela pretendia fazer. Argumentou que se soubesse, não iria atrapalhá-la.
Brincando, chegou a dizer que nas próximas vezes em que saíssem juntos, deixaria ela pagar toda a conta sozinha.
Cláudia riu.
Prometeu que iria pensar no assunto.
Acabaram se entendendo.

Por fim, Cláudia e Lucindo, acabaram se envolvendo nos preparativos do casamento.
Ana ligou para sua tia Florinda.
Falou sobre os netos, comentou que finalmente Cláudia havia se decidido casar.
Ao término da conversa, Ana recebeu um convite de Florinda para realizar a cerimônia de casamento e a festa no sítio.
Ao ouvir a proposta, Ana ficou de pensar no assunto. Ficou de conversar com a filha. Disse que mais tarde retornaria com uma resposta.
Com isto, conversou com Cláudia.
A mulher ao ouvir a proposta de Florinda, concordou.
Apenas perguntou se não iria incomodar.
Ana disse-lhe que a tia Florinda estava ansiosa por uma resposta.
Feliz, assim que pode, retornou a ligação.
Ana contou a Florinda que a proposta foi aceita.
Cláudia por sua vez, conversou com Lucindo que não viu problemas em aceitar o convite.

E assim, começaram os preparativos.
Animada, Ana contou a todos onde seria o casamento.
Convidou amigos, vizinhos, avisou Letícia e o marido, Juliana e Olegário. Contou ao neto.
Quando a filha voltava da universidade aproveitava para acertar algum detalhe da festa.
Cláudia pacientemente, atendia as solicitações da mãe.
Com efeito, ao término da licença maternidade, a moça contratou uma babá para cuidar da criança.
Ana ao saber da intenção de Cláudia, argumentou que poderia perfeitamente cuidar da menina.
Cláudia sorriu.
Argumentou que não precisava deixar de cuidar do bebê. Apenas teria uma pessoa para auxiliá-la nesta tarefa.
Sem alternativas, Ana acabou concordando.
Não sem antes reclamar um pouco.
Reclamou inclusive, com Jacinto que estava sendo preterida.
Ao ouvir isto, o homem caiu na risada.
Ana não gostou.
Jacinto falou:
- A senhora realmente é engraçada! Vive dizendo que está muito atarefada, mas não aceita a ideia de contratar uma empregada para os serviços domésticos.
Ana respondeu-lhe que era capaz de cuidar de tudo sozinha. Mencionou que uma diarista limpava a casa semanalmente. Dizia que já era o suficiente.
Jacinto por sua vez acrescentou:
- Eu sei por que você está brava. Sua filha te deu um nó. Ela fez tudo de uma forma que você não pudesse ser opor.
- Não é nada disto, Jacinto! - respondeu.
O homem então lhe disse que não deixaria de cuidar da criança.
Ana então deixou as reclamações de lado.

Contudo, quando soube que Lucindo pretendia comprar um imóvel para a família, a mulher entrou novamente em polvorosa.
Ana argumentou que eles poderiam perfeitamente continuar vivendo ali.
Lucindo ao ouvir isto, argumentou que já havia incomodado demais. Mencionou que quem casa, quer casa. Disse que era grato pela boa acolhida que tivera. Pelas vezes que lavou suas roupas, cuidou de suas camisas, mesmo sem ter obrigação de fazê-lo. Agradeceu, mas disse que ela trabalhava muito e precisava descansar.
Ana argumentou que gostava de trabalhar e que isto não matava ninguém.
Lucindo concordou, mas mencionou que precisava de um lar para sua família.
Ana insistiu para que continuassem morando na casa.
Jacinto foi obrigado a intervir.
Mencionou que a casa era pequena para tanta gente. Acrescentou que iria sentir falta da filha, mas entendia a necessidade de mudança.
Desta forma, para tristeza de Ana, Lucindo informou que assim que encontrasse uma casa para morar, se mudaria dali.
Com efeito, quando o casal comentou o fato com Juliana e Olegário, o casal argumentou que a casa que possuíam não era muito grande, mas eles poderiam ficar ali enquanto não achassem uma casa para morar.
Lucindo agradeceu, mas argumentou que isto não se fazia necessário.
Com isto, acabou por encontrar uma casa próxima a casa dos pais de Cláudia, e perto da casa dos tios, para morar.
Lucindo adquiriu o imóvel.
Com efeito, juntamente com Cláudia, o moço conseguiu dar uma boa entrada no imóvel.
O restante do valor, porém, seria financiado.

Com efeito, ao ficar noiva de Fabrício, Cláudia emprestou uma certa quantia ao moço.
Ao término do namoro, a mulher resolveu reaver o dinheiro emprestado.
Fabrício havia assinado um documento para receber o empréstimo.
Com isto, foi instado a devolver o dinheiro.
Cláudia enviou-lhe uma notificação, juntamente com o Instrumento de Confissão de Dívida.
Ao moço só restou devolver o dinheiro emprestado.
Cláudia dizia que sem casamento, não havia obrigação.
Usou o dinheiro para a entrada no imóvel.

Com efeito, sempre que podia, a moça saía para correr com o noivo.
Cláudia e Lucindo, adoravam correr no Ibirapuera.
Lucindo costumava dizer que a esposa havia emagrecido bem desde o nascimento da filha.
Ana comentou que a filha não costumava engordar muito em suas gestações.
Com isto, quando Cláudia e Lucindo saíam juntos, Ana ficava a cuidar de Clara.
Dava-lhe banho, colocava fralda, vestia a criança. Preparava sua mamadeira. Brincava com a menina.
Quando chegavam, geralmente a criança estava dormindo.

Com efeito, foi questão de tempo para Lucindo formalizar o noivado.
Olegário e Juliana receberam os pais de Cláudia em casa.
Lucindo comentou que a data de casamento estava marcada.
Juliana abriu uma garrafa de champagne.
Todos brindaram.

Cláudia continuou a levar Clara para passear pelo bairro.
Certo dia, teve a impressão de que alguém a seguia. Assustada, entrou em um comércio e esperou algum tempo. Ficou observando o movimento na rua.
Só saiu do estabelecimento, após se certificar que tudo estava calmo.
A mulher saiu do comércio e voltou para casa.
Lucindo estranhou ao vê-la voltar tão rápido.
Cláudia contou o ocorrido.
O moço por sua vez, prometeu acompanhá-la no próximo passeio.
E assim o fez.
No passeio seguinte, o homem acompanhou a mulher e a criança.
Em nenhum momento percebeu uma aproximação estranha.
Conforme as coisas foram se acalmando, Lucindo deixou de acompanhar a esposa.
Cláudia voltou a passear com a criança pelo bairro desacompanhada.
Às vezes encontrava Letícia, e as duas mulheres conversavam.
Leonardo já estava começando a engatinhar.
Cláudia falava de Clara.
Dizia que a filha era uma criança esperta. Observadora.
Letícia elogiava a criança. Falava que era um bebê bonito.
Quando Cláudia estava na universidade ministrando aulas, era a babá quem levava a criança para passear.
Em um desses passeios, apareceu um homem.
Era Roberto.
Conversou com a babá.
Perguntou-lhe onde ficava uma rua do bairro. Brincou com o bebê.
Sílvia lhe explicou onde ficava a rua.
Roberto agradeceu-lhe. Perguntou-lhe se era a mãe do bebê.
A mulher respondeu que não.
Tentando puxar conversa, o homem perguntou onde poderia encontrar babás. Argumentou que tinha um filho pequeno e estava precisando urgentemente dos serviços de uma babá.
Sílvia disse-lhe que uma amiga precisava de emprego, e que tinha experiência em cuidar de crianças.
Roberto demonstrou interesse.
Sílvia ficou de lhe passar o contato.
O homem perguntou-lhe se estava sempre ali naquele horário.
Sílvia confirmou.
No dia seguinte o homem voltou a falar com a babá.
Sílvia lhe disse que a amiga havia recebido proposta de trabalho de outra pessoa, mas estava disposta a conversar.
Assim, a moça passou o telefone da amiga.
Roberto agradeceu.
Comentou que ela era muito simpática e prestativa.
Sílvia por sua vez, agradeceu o elogio. Ao olhar o relógio porém, comentou que precisava levar Clara para casa.
Roberto pediu para que esperasse um pouco.
Sílvia estranhou.
Disse que estava na hora da criança comer sua papinha.
Levantou-se.
Roberto também se levantou.
Sílvia pediu licença e se afastou.
Roberto se despediu.
Enquanto seguia para casa, a mulher percebeu que alguém a seguia.
Assustada, resolveu entrar em um comércio que havia por perto.
Neste momento, um carro a fechou.
Dois homens saíram do veículo.
Sílvia assustada disse que entregaria todo o dinheiro que tinha, mas pediu para que não lhe fizessem mal.
Rindo, os homens disseram que só queriam a criança.
Sílvia tentou reagir, mas um dos homens apontou uma arma em sua direção.
Levaram a criança.
O veículo saiu depressa do local.
Desesperada, Sílvia entrou em uma loja que havia ali.
Pediu para fazer uma ligação.
Nervosa, a mulher ligou para a casa de Cláudia. Chorando, disse que haviam levado Clara.
Ana não entendeu nada.
Irritada, pediu a empregada que explicasse o que estava acontecendo.
Sílvia explicou.
Ana deixou o telefone cair.
Nervosa, Sílvia ligou para a polícia.
Disse que dois homens levaram um bebê. Explicou que se tratava de uma criança do sexo feminino. Informou o nome do bebê. As características do carro, e dos homens que levaram a criança. Mencionou que não conseguiu ler a placa do veículo.
Após algum tempo, a mulher retornou a casa da família.
Ana a aguardava. Disse que já havia contatado a polícia.
Sílvia lhe disse que fez o mesmo.
Os olhos estavam inchados de tanto chorar.
Nervosa, Sílvia comentou que tentou impedir que levassem a criança, mas não conseguiu. Disse que dois homens armados levaram a menina. Não teve como reagir.
Ana ficou intrigada.
Por que alguém levaria um bebê? Perguntou-se. Apavorada, pensou em sequestro.
Nervosa ligou para Onofre.
Como o homem atendia um cliente, pediu para que ela aguardasse um pouco, que terminando o atendimento, retornaria a ligação.
Nervosa, a mulher pediu-lhe desculpas pelo incomodo. Recomendou-lhe porém, que não demorasse para retornar a ligação, pois precisava muito falar-lhe.

Com efeito, após algum tempo, o homem ligou para a residência de Ana.
Perguntou-lhe o que estava acontecendo.
A mulher lhe contou o ocorrido com a neta.
O advogado ficou chocado ao saber dos detalhes do ocorrido.
Para ele estava claro que se tratava de um sequestro.
Intrigado, perguntou a Ana se a polícia já havia sido informada do ocorrido.
A mulher respondeu que sim.
Onofre mencionou que iria realizar alguns telefonemas, e que mais tarde voltaria a falar-lhe.
Ana agradeceu.
Com efeito, alguns minutos depois a polícia apareceu.
Ana foi atender.
O policial informou à mulher, que havia sido feita uma varredura pela região. Contudo não foi encontrado nada suspeito.
O policial informou que ninguém notou o veículo descrito por Sílvia.
Ana estava desesperada.
O policial pediu fotos da criança.
Nervosa, Ana pediu a Sílvia para buscar.
Com isto começou a procura pela criança.

Quando Cláudia e Lucindo souberam do ocorrido, ficaram desesperados. Deixaram a universidade e voltaram para casa.
Nervosa Cláudia quase bateu o carro que dirigia.
Lucindo ao ver o incidente à sua frente, parou o carro. Foi até o veículo da mulher.
Ao vê-lo, a mulher parou o veículo. Abaixou o vidro do carro.
Disse que estava tudo bem e que tentaria se acalmar.
Lucindo recomendou-lhe que tivesse cuidado.
Cláudia prometeu que tomaria mais cuidado.
Nisto, seguiram para casa.

Ao lá chegar, Ana abraçou a filha.
Nervosa, tentou explicar o que havia acontecido.
Cláudia perguntou-lhe se havia chamado a polícia.
Ana respondeu-lhe que sim.
Foi questão de tempo para a família receber um telefonema.
Do outro lado da linha um homem pedia para falar com Cláudia.
Ana passou o telefone para a filha.
A mulher atendeu o telefonema.
Do outro lado da linha o homem se identificou.
Era Roberto.
Ao perceber de quem se tratava, Cláudia tentou dizer alguma coisa.
Foi então que o homem lhe orientou a não dizer seu nome, ameaçou Clara.
Cláudia ficou apavorada ao perceber que o homem sabia o nome da filha.
Roberto a instruiu a encontrá-lo em uma rua movimentada. Insistiu para que não chamasse a polícia. Disse que se algo desse errado, sua filha pagaria por isto.
Desesperada a mulher perguntou-lhe o que queria.
Roberto recomendou-lhe que não se exaltasse, ou as pessoas poderiam perceber o que se passava.
Cláudia enxugou as lágrimas.
Roberto lhe passou o endereço.
A mulher memorizou o lugar.
Por fim, Roberto desligou o telefone.
Lucindo lhe perguntou o que o homem queria.
Cláudia tentou desconversar.
Disse que era engano. Mencionou que a pessoa ligou por engano para lá.
Lucindo desconfiou.
Cláudia argumentou que ficou nervosa, por que pensou se tratar do sequestrador. Por isso perguntou o que queria. Disse que a pessoa do outro lado da linha, se assustou e lhe pediu desculpas.
Lucindo contudo, continuava desconfiado. Tentou pressionar a noiva para que contasse o que estava acontecendo.
Cláudia contudo, continuava desconversando.
Percebendo que ela não contaria o que estava se passando, Lucindo decidiu que iria segui-la.
Mais tarde Jacinto e Lúcio souberam do sequestro.
Ficaram muito nervosos.
Lucindo precisou conversar com os dois para acalmá-los.
Para Jacinto, Roberto estava metido no sequestro.
Lucindo disse-lhe que pensava o mesmo.

Com efeito, no dia seguinte, quando Cláudia saiu de casa, o homem a acompanhou à distância.
Ao chegar no local, Lucindo procurou se esconder. Não queria que a mulher percebesse sua presença. Assim que pode, tratou de chamar a polícia.
Cláudia permaneceu no lugar combinado. Aguardava um contato.
A mulher ficou um bom tempo esperando.
Roberto, não apareceu.

Após algum tempo, Lucindo apareceu.
Cláudia assustou-se.
Perguntou o que estava fazendo ali.
O homem respondeu que estava tarde e precisavam voltar para casa.
Cláudia o acompanhou.
Ao chegar em casa a mulher contou que Roberto lhe disse para encontrá-lo naquele local, e que se contasse a alguém, ele iria fazer alguma maldade com Clara.
Ao pensar no que ele poderia fazer com a criança, a mulher começou a chorar.
Lucindo abraçou Cláudia.
A mulher deitou em seu colo. Chorou.
Por fim, Lucindo lhe disse que nada de mal iria acontecer a Clara. Argumentou que a criança era moeda de troca de Roberto, e ele não iria fazer nenhuma besteira.
Mais tarde o advogado ligou para a família.
Onofre pediu desculpas pela demora em retornar a ligação.
Comentou que como era do conhecimento de todos, Roberto havia fugido da prisão. Relatou que a polícia estava rastreando as ligações, e que seria questão de tempo descobrir onde estava a criança.
Percebendo a gravidade da situação, Lucindo e Jacinto chegaram a sugerir que Cláudia passasse a ser acompanhada por um segurança.
A mulher questionou a ideia, mas por fim, acabou concordando.
Assim, durante as aulas, o segurança a aguardava no corredor.
Lucindo sempre que podia, verificava se estava tudo bem.

Contudo, isto não foi suficiente.
Certo dia, Cláudia acabou se afastando do segurança.
Roberto pediu a uma moça que fosse conversar com o segurança.
O homem ao se ver diante da mulher, ficou observando-a.
A moça ficava lhe pedindo informações. Procurava distraí-lo.
A certa altura, o homem lhe disse que estava trabalhando.
Perguntou-lhe se não poderiam se encontrar depois do expediente.
A mulher ficou enrolando o segurança. Disse que não poderia ser, que não podia ser vista ao lado dele.
Quando o homem percebeu, Cláudia havia sumido de seu campo de visão.
Nervoso, pediu licença e foi procurar Cláudia pelo mercado.
Cláudia que estava no supermercado, acabou se distraindo e se distanciou do segurança.
Quando percebeu que estava vulnerável, já era tarde.
Um homem a abordou e obrigou-a a acompanhá-lo.
Cláudia e o homem saíram apressadamente do supermercado.
Alguns funcionários e clientes viram a cena e estranharam a forma brusca como o homem agia.
Quando o segurança vasculhou o supermercado e não viu Cláudia em nenhum lugar, começou a perguntar as pessoas se haviam visto a moça.
Nisto, acabou ouvindo de algumas pessoas que viram um homem segurando uma mulher pelo braço.
Diante disto o homem fez uma ligação.
Quando a família da moça soube do ocorrido, ficou indignada.
Lucindo ficou revoltado.
Argumentou que havia contratado um segurança para evitar que uma situação como aquela acontecesse.
Nisto demitiu o funcionário.
O homem não questionou. Pediu desculpas. Argumentou que havia sido enganado.
Lucindo argumentou que ele havia sido treinado para executar bem sua função, e que não poderia se distrair nem por um minuto.
O homem concordou. Pediu apenas para ajudar a encontrar a mulher. Depois poderia ser dispensado.
Nervoso, Lucindo chegou a insinuar que ele poderia estar combinado com Roberto.
O homem negou.
Jacinto, tentando contornar a situação, argumentou que ele não poderia ficar mais em sua casa, observando a rotina da família. Disse-lhe que se queria ajudar, deveria fazê-lo à distância.
O segurança concordou. Pediu desculpas. Pegou suas coisas.
Lucindo pagou-lhe.
O homem não foi mais visto pela família.

Cláudia por seu turno, foi vendada e levada para um cativeiro.
Ao lá chegar, deparou-se com Roberto.
Cláudia perguntou da filha.
Roberto relatou que ela precisava ter conhecimento de algumas regras antes de ver a filha.
Cláudia ouviu o homem.
Roberto comentou que sabia que ela o havia processado. Argumentou que havia ficado com muita raiva dela. Mencionou que em diversas ocasiões, pensou em se vingar. Contudo, o tempo foi passando e a raiva também.
Roberto revelou que sabia que estava noiva novamente, e que Clara era filha de Lucindo. Argumentou que mesmo diante disto, estava disposto a passar uma borracha e começar do zero.
Cláudia ficou perplexa. Não entendia o que estava a falar.
Roberto revelou que libertaria Clara desde que ela concordasse em seguir com ele.
- O quê? - perguntou Cláudia.
Roberto repetiu. Disse que era procurado pela polícia e que precisava de alguém para garantir sua segurança. Relatou que pretendia sair do Brasil.
Cláudia ficou perplexa.
Roberto retrucou dizendo-lhe que não tinha escolha.
Cláudia atônita, pediu para ver a filha.
O homem concordou.
Argumentou que vendo que a criança estava bem, e talvez isto facilitasse tomar uma decisão.
Roberto liberou-a.
Pediu para um dos homens acompanharem a mulher.
Cláudia foi levada para o local onde Clara estava.
A mulher ao ver filha dormindo, resolveu retirá-la do berço em que estava. Segurou a filha nos braços. Tocou-a.
Por fim, ao perceber que aparentemente tudo estava bem, colocou-a novamente em seu berço.
O homem fechou a porta por trás dela.
Ao se ver novamente encerrada, a mulher observou o ambiente.
Percebeu que havia fraldas, leite, enfim algumas coisas para a criança.
Nervosa, a mulher procurou se ajeitar no quarto. Tentou dormir.
Acordou no meio da noite com o choro da criança.
Preparou-lhe uma mamadeira da forma como podia.
Clara sorveu o conteúdo da mamadeira.
Cláudia embalou a criança.
Nervosa, pedia para que parasse de chorar. Prometia-lhe que voltariam para casa.
Por fim, conseguiu acalmar a criança.
Clara voltou a dormir.
Cláudia ficou velando o sono da filha.
A certa altura escutou alguém abrindo a porta.
Era Roberto.
Ao vê-lo, Cláudia levantou-se.
Aproximou-se do berço.
Roberto ficou parado.
Cláudia então perguntou-lhe o que queria.
Roberto perguntou-lhe se havia pensando no que havia dito.
Cláudia respondeu-lhe que precisava de tempo para pensar.
Ao ouvir isto, o homem lhe disse que ela teria até o dia seguinte para lhe responder.
Nisto saiu do quarto. Trancou a porta.
Cláudia esperou um pouco e voltou a deitar na cama.
Pouco dormiu, porém.
No dia seguinte a moça foi levada para fora do quarto.
Cláudia pediu para verificar se a filha estava bem.
Com isto, aproximou-se do berço. Como a filha dormisse, tranquilizou-se.
Nisto foi ao encontro de Roberto.
O homem ao vê-la, ironizou:
- Ora, como passou a noite em nossas confortáveis instalações? Gostou do serviço de quarto?
Cláudia olhou-o, mas nada respondeu.
Roberto então lhe perguntou qual era sua resposta.
A mulher perguntou-lhe como faria para libertar Clara.
Roberto explicou que marcaria um encontro em um local movimentado com sua mãe.
A mulher ao ouvir o moço fazer menção ao nome da mãe, espantou-se.
Roberto disse-lhe que assim seria melhor.
Alguém em seu nome, entregaria a criança para sua mãe.
Cláudia perguntou como faria para saber que a criança estava em segurança.
Roberto disse-lhe que iria ligar para a casa da família e que ela poderia falar por alguns minutos com seus parentes.
Sem alternativas, percebendo que a filha não poderia continuar ali, Cláudia acabou por concordar com a proposta do homem. Exigiu apenas que Roberto cumprisse com o que havia prometido.
Roberto argumentou que não havia problemas.

Quando Jacinto e Lúcio souberam do sumiço de Cláudia, ficaram revoltados.
Criticaram o trabalho da polícia.
Lúcio disse que Roberto estava conseguindo o que queria. Nervoso, disse que ninguém estava fazendo nada para ajudar sua mãe.
Ana pedia para o neto se acalmar. Argumentou que tudo iria se resolver.
O garoto caiu em prantos.
Dizia que a mãe não merecia passar por isto.
Lucindo nervoso, saiu da sala.
Foi para o quintal, ficou observando as plantas. Pensando.
Jacinto foi conversar com ele.
Lucindo contou-lhe que se sentia um inútil. Argumentou que sentia que Cláudia precisava de sua ajuda, mas não sabia como ajudar. Comentou que sentia culpa por não ter impedido que ela fosse novamente levada.
Jacinto ao ouvir suas palavras, tratou logo dizer-lhe que não tinha culpa de nada. Aliás, ele só ajudou. Comentou que Roberto era um louco e quanto a isto pouco poderia ser feito. Furioso, confessou que só uma bala no meio da testa o faria parar.
Lucindo confessou que tinha vontade de dar-lhe um tiro.
Jacinto ao ouvi-lo, comentou que ele não deveria repetir isto na frente de ninguém. Até por que se acontecesse alguma coisa com o infeliz, poderiam achar que ele era o culpado.
Lucindo concordou.
Disse que fora somente um desabafo.

Com efeito, horas depois, a família recebeu um telefonema.
O sequestrador pediu para falar com Ana.
A mulher prontamente atendeu a ligação.
Roberto disse-lhe o que teria que fazer e onde teria que se dirigir para ver novamente Clara.
O homem recomendou-lhe que não contasse a ninguém o que faria, ou Cláudia sofreria as consequências. Mencionou que Clara seria libertada.
Ana ao ouvir isto, perguntou de Cláudia. Perguntou-lhe quando a filha seria solta.
Roberto desligou o telefone.
Cumpre destacar que a referida ligação foi rastreada.
Ana por sua vez atendeu as recomendações de Roberto.
A polícia acompanhou tudo à distância.
Depois de algum tempo esperando, Ana avistou um garoto segurando Clara.
Ao entregar o bebê, o rapaz foi cercado pela polícia.
Assustado o garoto confessou que ganhou um bom dinheiro para entregar a criança para a mulher que estava sentada. Disse que um homem apontou para Ana, indicando que ela é quem deveria ficar com o bebê.
O rapaz foi levado a delegacia. Lá procurou descrever o homem.
Foi feito um retrato falado do sujeito.

Mais tarde, Roberto levou Cláudia para dar uma volta.
Assustada, a mulher perguntou para onde a estavam levando.
Cláudia teve seus olhos vendados.
Roberto respondeu-lhe que logo ela saberia.
Nisto, o homem levou-a para uma sala.
Antes de entrar, pediu para um segurança ficar na porta. Recomendou-lhe que não deixasse ninguém entrar ou sair.
A seguir, já dentro da sala, fez uma ligação.
Passou o telefone para Cláudia.
Antes porém, recomendou-lhe que não dissesse onde estava ou desse qualquer pista, ou então, a ligação seria cortada. Mencionou que deveria falar o mínimo possível.
Cláudia concordou.
Nisto segurou o telefone.
Sua mãe atendeu ao telefone.
Nervosa, Cláudia identificou-se. Perguntou sobre a filha. Indagou se tudo estava bem.
Ana respondeu-lhe que sim. Clara estava em casa. Havia tomado banho, comido uma papinha e agora estava dormindo.
Cláudia ao ouvir isto, tranquilizou-se. Disse em voz alta:
- Graças a Deus!
Ana então perguntou-lhe se estava bem.
Cláudia segurando as lágrimas, disse que sim. Mencionou que logo o pesadelo teria fim.
Roberto sinalizou para que se despedisse da mãe ou ele mesmo cortaria a ligação.
Cláudia despediu-se da mãe.
- Adeus!
Ana tentou reter a filha.
Argumentou que ainda tinha muito o que conversar.
Em vão.
Cláudia colocou o telefone em cima da mesa. Roberto colocou o telefone no gancho.
- Gostei de ver. Obediente! É assim que tem que ser. Viu só como formamos uma boa dupla?
Nisto abraçou a mulher.
Cláudia pediu para voltar.
Mencionou que estava se sentindo mal.
Roberto concordou.
Nisto a mulher teve os olhos vendados.
Voltaram para o cativeiro.
Cláudia permaneceu trancada no quarto.
Mais tarde, o homem deixou uma roupa e alguns objetos com ela. Disse-lhe para se arrumar, pois iriam sair novamente.
Ao ouvir isto, Cláudia tentou argumentar, mas Roberto disse-lhe para fazer o que estava dizendo e pronto.
À mulher, não restou outra alternativa.
Cláudia então pediu-lhe para usar o banheiro. Argumentou que precisava usar o espelho para se arrumar.
Roberto não se opôs.
Cláudia foi levada até a porta do banheiro.
Entrou, trancou a porta.
Lá, aproveitou para se ajeitar um pouco.
Precisava ganhar tempo.
Olhou para a janela. Percebeu que estava lacrada.
Mesmo assim, se aproximou da janela. Tentou soltar as tábuas de madeira.
Estavam muito bem pregadas.
Aflita tentou pensar em uma forma de escapar.
Tentou novamente soltar as tábuas. Em vão.
Roberto por sua vez, começou a se impacientar.
Comentou que se ela continuasse demorando iria entrar no banheiro.
Cláudia, por fim saiu.
Roberto ficou observando-a.
Por fim, disse que precisavam sair dali.
Pegou a mulher pelo braço e a levou para fora da casa.
Roberto disse-lhe para entrar no carro.
Cláudia entrou no veículo.
Roberto entrou em seguida.
Disse ao motorista para seguir até o local combinado.
O homem começou a dirigir.
Cláudia observou o percurso.
Quando percebeu que estava indo ao aeroporto, ficou desesperada.
Pediu para descer do carro.
Prometeu que não contaria nada para ninguém.
Roberto ignorou-a.
Cláudia tentou abrir a porta do carro.
Roberto riu.
Disse que todas as portas estavam travadas.
A mulher, voltando-se para ele, pediu para descer. Disse que ele teria tempo suficiente para fugir. Prometeu, jurou que não contaria nada para ninguém.
Roberto impaciente, comentou que ela havia prometido que assim que a filha fosse libertada, poderiam sair do país. Mencionou que palavra dada, era palavra empenhada.
Cláudia começou a chorar.
Ao chegarem no aeroporto, Roberto exigiu que Cláudia parasse de chorar. Argumentou que as pessoas poderiam perceber o que estava se passando. Gritando, exigiu que ela parasse de chorar.
Cláudia enxugou as lágrimas.
Roberto saiu do carro.
Depois abriu porta do lado de Cláudia, para que ela saísse.
Roberto segurou-a no braço.
Mostrou-lhe a arma que trazia escondida no casaco. Explicou-lhe que estaria sempre por perto, e que dois homens o acompanhariam.
Cláudia e Roberto entraram no saguão do aeroporto. Os dois homens os acompanharam.
Roberto dirigiu-se ao balcão. Mostrou-lhe as passagens aéreas.
O quarteto foi encaminhado para uma sala de espera.
Em dado momento Cláudia pediu para usar o toalete.
Roberto ficou impaciente.
A mulher insistiu.
Sem alternativa, o homem concordou em levar-lhe até a porta do toalete.
Cláudia entrou no banheiro.
Roberto ficou montando guarda.

Luciana Celestino dos Santos
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