Poesias

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Para se Viver um Grande Amor - Capítulo 19

Flávio e Letícia, já deitados na cama, começaram a fazer planos para o dia que se seguiria.
Estavam animados.
Cecília e Alessandro, também faziam planos.
Mas o que mais ocupava a mente de ambos, eram os preparativos para o desfile de carnaval.
Cecília por exemplo, quase não falava em outra coisa.
Karina e Humberto, beijaram-se e se recolheram.

No dia seguinte Olívia e Karina foram juntas até a padaria comprar frios e pães para o café da manhã.
Karina comentou que estava conhecendo Humberto, e que depois de tanto tempo sozinha, estava reaprendendo a dividir seu espaço com outra pessoa.
Curiosa, Olívia perguntou se Letícia não se opôs ao relacionamento.
Karina respondeu que não. Dizendo que a filha entendia o fato dela precisar de um companheiro, comentou que ela aceitou melhor a situação do que poderia esperar. A mulher revelou então que fora ela, quem mais ofereceu resistência a Humberto. Demorou para encarar a idéia de morar junto com o homem.
Olívia respondeu então, que eles formavam um belo casal.
Nisto, compraram os pães e prepararam lanches de queijo e presunto, salame, de peito de peru, e de rosbife.
Depois de comerem, os quatro casais foram caminhar a beira-mar.
Juntos, aproveitaram o sol a pino para darem um mergulho no mar.
Alessandro carregando Cecília no colo, começou a balançá-la fazendo com que a moça soltasse gritinhos.
Letícia e Flávio caíram na risada.
Foi então que o Flávio começou a jogar água nela.
Letícia revidou.
Olívia e Humberto comentaram então, que pareciam crianças.
A certa altura, a turma voltou para casa.
Almoçaram.
A tarde, novo passeio pela praia.
Mergulhos no mar.
Ao cair da tarde, apreciaram o pôr-do-sol na praia. O céu estava tão bonito que conseguiram até ver estrelas.
Alessandro, fazendo graça, comentou que viajaria até o espaço para buscar uma estrela para Cecília. Ajoelhando-se diante da moça, disse que para ele, ela compunha toda uma ala de uma escola de samba.
Quem estava em volta começou a rir.
Cecília pediu para ele se levantar.
Como Alessandro não se mexia, a moça começou a puxá-lo.
Flávio, percebendo que Cecília estava constrangida, pediu ao moço para que se levantasse.
Alessandro continuou ajoelhado. Disse que estava caído aos pés de Cecília.
Todos riram.
Depois, percebendo que Cecília o fuzilava com os olhos, levantou-se. Não sem antes dizer que ela não o permitia ser romântico.
Karina e Humberto acharam graça.
Olívia comentou que Cecília devia ter paciência com Alessandro.
Ao ouvir isto, Gilberto disse:
- Quem te viu, quem te vê! Quem diria que você defenderia seu genro?

Nisto se seguiram os dias. Passeios na praia, mergulho no mar.
A beleza do sol despontando no horizonte no raiar do dia. Timidamente, surgindo das nuvens. Aparecendo e desaparecendo em meio as nuvens.
Despontando aos poucos, até surgir em todo seu esplendor.
Quente, abrasador.
Juntos confraternizaram.

Nos dias que se seguiram, começaram a preparar a casa de praia para os festejos de Natal e de Fim-de-Ano.
Montaram uma bonita árvore de Natal de quase dois metros. Karina, Olívia, Humberto e Gilberto trataram de encher a mesma de enfeites.
Animada Olívia colocou uma guirlanda na porta, e espalhou festões pela sala.
Com Karina, Olívia escolheu a louça que iria usar no dia da festa.
Retirou do armário quatro castiçais – decorados com motivos natalinos.
Do lado de fora, muitos pisca-pisca em volta da janela da sala.
As mulheres eram as mais animadas com as comemorações de Natal.
Quando finalmente chegou a véspera do Natal, as quatro mulheres trataram de se arrumar para a ocasião.
Olívia e Karina, vestiram saia e calça sociais, respectivamente. Ambas optaram por vestirem blusas leves.
Letícia e Cecília fizeram questão de usarem roupas novas. Vestidos sociais.
A noiva de Flávio optou por um vestido longo frente única bordô, e Cecília, escolheu um tomara que caia na altura dos tornozelos estampado de flores.
Flávio e Alessandro vestiram calças jeans. Flávio usou uma camisa social e Alessandro escolheu uma camisa pólo.
Gilberto e Umberto, também trajaram-se de forma despojada, com calça jeans e camisas de manga curta.
Na ceia, peru, arroz, farofa, champagne para fazer o brinde, vinho e refrigerante.
De sobremesa, um bolo de chocolate com coco ralado.
Na mesa ornada com uma toalha decorada com motivos natalinos. Além de quatro castiçais.
Mesa de madeira de lei, complementada com cadeiras de espaldar alto.
Todos se sentaram a mesa e celebraram o Natal.
Ao fundo, músicas natalinas.
A meia-noite, muitos brindes.
Lá fora, uma tímida queima de fogos.
Mas o melhor ainda estava por vir.
Comentando sobre a beleza da queima de fogos no ano novo, Cecília, convidou a todos para brindarem o ano vindouro na beira do mar.
Animados, Flávio e Letícia concordaram.
Olívia contudo, queria montar uma ceia bonita na casa de praia.
Gilberto respondeu que eles poderiam antecipar a ceia e após, caminhar na beira da praia para acompanhar a queima de fogos.
Karina e Humberto, ficaram curiosos.
Mal podiam esperar para poderem apreciar o espetáculo.
Durante os brindes, Flávio aproveitou a ocasião para reafirmar o interesse em se casar com Letícia. Participou a todos que se casaria com a moça no próximo ano.
Todos felicitaram o casal.

E assim foi.
Na véspera do ano novo, novo ritual, novas roupas, novos vestidos para as moças.
A mesa, delicadamente posta, a ceia com frutos do mar, paella. O vinho, a champagne.
A ceia antecipada, foi acompanhada por um bom vinho.
Comeram, brindaram, celebraram.
Por fim, alguém sugeriu que se deixasse uma garrafa para ser aberta na praia.
Com isto, uma champagne foi reservada, e providenciadas taças, sendo tudo acomodado em uma cesta de madeira, e cuidadosamente embalados para não quebrarem.
Iriam fazer mais um brinde a beira mar.
E assim, faltando meia-hora para a meia noite, o grupo rumou em direção a praia, acompanhados de uma turba, uma multidão de pessoas.
Caminhando até um residencial, se posicionaram para a acompanhar a queima de fogos.
Ao longo da praia, Karina, Olívia, Cecília, Letícia, Flávio, Gilberto, Alessandro e Humberto, puderam ver outras queimas de fogos longe dali, ao longo da praia.
Quando finalmente começou a queima de fogos no lugar, um espetáculo de luzes e cores. Girândolas coruscantes. O evento tão ansiosamente aguardado, foi espetacular.
Desenhos iluminando os céus. Círculos enfeitando os céus. Guarda-chuvas de luzes. Cascata iluminada.
Uma beleza!
Aproveitando a ocasião, o grupo entrou no mar e pulou sete ondas.
A seguir, abriram a garrafa de champagne, e enchendo as taças com o líquido, brindaram a chegada do ano novo.
Karina ficou encantada com a queima de fogos.
Olívia sugeriu que eles comemorassem também o casamento de Alessandro e Cecília, que aconteceria em breve.

No dia seguinte, as famílias continuaram a celebrar a chegada do novo ano.
No almoço, Olívia e Karina, juntamente com Humberto e Gilberto, prepararam um churrasco.
Com isto, ao voltarem da praia, Letícia acompanhada de Flávio e Cecília, ao lado de Alessandro, molhados, trataram de tomar banho para trocar de roupa, para poderem sentar-se a mesa e almoçar.
Foram dias memoráveis.
Alessandro e Cecília caminhavam de mãos dadas pela beira da praia.
Juntos os dois não paravam de comentar sobre os preparativos do desfile na avenida. Também falavam sobre os preparativos do casamento que aconteceria em maio.
Cecília porém, estava mais empolgada com o desfile.
Alessandro não se cansava de ouvir a moça falando de seus rodopios.
Flávio e Letícia, conversaram sobre os últimos acontecimentos. O moço não se cansava de comentar que não queria perder mais tempo, e que gostaria de se casar o quanto antes.
Olívia e Gilberto estavam felizes ao verem os filhos encaminhados. O casal imaginava o momento em que acompanharia o casamento dos filhos.
Karina também estava feliz ao ver que o sofrimento de Letícia havia acabado. Não se cansava de comentar com Humberto que não agüentava mais ver sua filha sofrendo e saber que não podia fazer nada para ajudá-la.
Humberto comentava que agora ela poderia esperar pelo casamento do casal.
Karina respondia que ainda estava cedo para eles se casarem.
Humberto porém, dizia que se eles haviam passado por tantas coisas e o amor havia resistido a tudo isto, é certo que eles gostariam de recuperar o tempo perdido. Então, o casamento seria apenas questão de tempo.
Karina ficava surpresa com os comentários. Sabia porém que para o casamento de Flávio e Letícia acontecer, seria questão de tempo. Até porque o rapaz já havia deixado isto bem claro no Natal.
Juntos o grupo passeava pela cidade, caminhavam pela praia, entravam no mar, banhavam-se, tomavam sol, almoçavam, jantavam. Apreciavam luares, contemplavam o céu estrelado, ouviam música.
Como Cecília não parava de falar de carnaval, samba era a música que mais ouviam. Sambas de enredo de diversos carnavais. Como por exemplo:

“Explode coração, na maior felicidade
É lindo meu Salgueiro
Contagiando e sacudindo esta cidade ...

(Peguei um Ita no Norte)”

Entre outras, como:

“Ô ô ô yaô quanto amor
Quanto amor
As pretas velhas yaôs - BIS
Vêm cantando em seu louvor

A constelação
De estrelas negras que reluz
Clementina de Jesus
Eleva o seu cantar feliz

A Ganga-Zumba
Que lutou e foi raiz
Do negro que é arte, é cultura
É desenvoltura deste meu país

Êh ! Luana
O trono de França será seu baiana
Pinah êêê Pinah
A Cinderela negra
Que ao príncipe encantou
No carnaval com o seu esplendor

Grande Otelo homem show
Em talento dá olé
E o mundo inteiro gritou, Gol!
É gol!
Gol do grande Rei Pelé ...

(A Grande Constelação das Estrelas Negras)”

As famílias se deliciavam com frutos do mar. Comiam peixes, como cação com leite de coco, camarão frito, ostras com limão. Também tomavam muito líquido, água, sucos, refrigerantes.
Se esbaldaram com diversos tipos de sorvetes.
Karina e Olívia disseram que precisariam fazer uma dieta.
No tocante a isto, Letícia e Cecília eram as mais preocupadas.
Foi a deixa para que Humberto e Gilberto dissessem que elas não precisavam se preocupar com calorias.
Os dias se seguiram amenos.
Mais tarde, todos trataram de fazer as malas e voltaram para casa. Retomaram à suas rotinas...

Algum tempo depois...

Cecília, depois de uma temporada de ensaios na quadra da escola de samba – momentos estes prestigiados por Olívia, Gilberto, Flávio, Letícia, Karina e Humberto – desfilou no sambódromo de São Paulo.
Nos ensaios, Cecília era acompanhada de Alessandro.
O moço ensaiava seus compassos com integrante da bateria.
Cecília era uma passista.
Sandro, Cléber e Júlia desfilavam em uma das alas da escola.
No fim, todos se encontravam.
Era um acontecimento e tanto.
Os pais de Cecília, Karina, Humberto, Flávio e Letícia adoravam acompanhar os ensaios.
Aproveitavam para acompanhar os ensaios na quadra e comer alguma coisa.
Nas semanas que se aproximavam do carnaval, a quadra ficava mais e mais movimentada.
Os ensaios eram verdadeiras aulas de samba no pé.
Flávio e Letícia eram quem mais acompanhavam os ensaios e a dupla Alessandro e Cecília.
Quando finalmente chegou o momento da apresentação do maior Espetáculo da Terra, Cecília estava linda com sua fantasia cheia de brilhos, lantejoulas, paetês, espelhinhos recortados e seu esplendor de plumas artificiais. Um bonito vestido curtíssimo. Nos pés, usava uma sandália plataforma prateada.
Alessandro estava trajando um terno branco, com detalhes em lantejoula, camisa listrada, sapato branco. Nas mãos um bandeiro.
Na coreografia da bateria, o rapaz deveria fazer acrobacias com o instrumento, além de apresentar gingado ao sambar ao lado das passistas. Faria a representação do típico malandro carioca.
O desfile, como sempre, imponente das escolas de samba. Cada Escola mais bonita que a outra.
Um show de cores, de alegorias. Fantasias luxuosas. Lindas coreografias das comissões de frente, tripés complementando apresentações. Carros alegóricos espetaculares, monumentais. Esculturas ricamente trabalhadas, muito luxo, requinte. Alegorias com movimentos, coreografias ensaiadas. Plumas e paetês.
A ala das baianas, ricamente trajada. Alas luxuosas.
Nos desfiles havia fantasias de índios, de tribos africanas.
Um show de alegria, de luxo e de inventividade.
Para completar o quadro, Letícia, Flávio, Olívia, Gilberto, Karina e Humberto acompanharam os desfiles. Apreciaram o espetáculo que a escola em que Cecília e Alessandro desfilaram, proporcionou.
Empolgada, Olívia comentou que fazia anos que a filha desfilava, mas que somente naquele ano estava acompanhando o desfile pelo sambódromo.
Cecília estava animadíssima. Antes de começar a desfilar, já com a fantasia, comentou que estava muito nervosa.
Letícia comentou que pelos ensaios, ela iria tirar de letra.
Alessandro pediu boa sorte a todos.
No que foi prontamente atendido.
Estava visivelmente nervoso.
Quando colocaram os pés na avenida, porém, tudo mudou.
Desfilaram demonstrando confiança. Foram exatos em seus passos.
Alessandro fez todos os passos da coreografia, inclusive os movimentos de deslizar com o pandeiro entre os braços. Também balançou o instrumento com o dedo.
Estava um verdadeiro malandro carioca.
Quando Cecília e Alessandro passaram pelo setor onde o grupo estava instalado, Olívia teve uma certa dificuldade em localizar a filha e o futuro genro.
Gilberto conseguiu localizá-los e indicar onde o casal estava, para a mulher e para todo o grupo.
Olívia, Gilberto, Karina, Humberto, Letícia e Flávio, acenaram para o casal.
O desfile estava lindo!
Muitos esplendores, muitas plumas, muitos carros alegóricos luxuosos, alas coloridas.
Sambas de enredos que contagiavam a arquibancada.
O grupo estava acomodado nas cadeiras de pista. Podiam acompanhar muito de perto o desfile. Dali podiam ver os detalhes dos carros alegóricos, o trabalho caprichado dos artesãos do carnaval.
Durante suas palestras sobre os desfiles das escolas de samba, Cecília comentou que às vezes ela, Alessandro, Sandro, Cléber e Júlia, costumavam visitar os barracões da escola e conversar com as pessoas que transformavam os sonhos dos carnavalescos das agremiações em realidade. Muito ali eram artistas plásticos, tamanha a precisão e qualidade do trabalho empreendido. Esculpiam verdadeiras obras de arte no gesso.
Cecília e Júlia conversaram com as costureiras, e descobriram o trabalho exaustivo que realizavam para confeccionar as fantasias e deixar a escola belíssima.
A moça não se cansava de contar os detalhes que faziam daquele mundo de sonhos e fantasias, uma realidade.
Olívia estava orgulhosa da filha.
Na terça-feira de carnaval, lá estava Cecília acompanhada de Alessandro e de seus amigos Cléber, Júlia e Sandro. Aguardava ansiosa o resultado da apuração. Torciam muito pela escola em que desfilaram.
Olívia preocupada, comentou que eles deveriam tomar cuidado em participar da apuração e ao menor sinal de confusão, deveriam sair do local.
Cecília beijou o rosto da mãe e pediu para que ela não se preocupasse.
A moça e sua turma acompanharam nota a nota.
Ao final, para tristeza de todos, a escola do coração não sagrou-se vencedora. Porém ao menos estaria no desfile das campeãs.
Olívia que não era uma entusiasta do carnaval, ainda assim acompanhou o desfile pela televisão. O Desfile das Campeãs.
Acompanhando atentamente o desfile, a mulher conseguiu ver em uma fração de segundos, a filha ao lado do noivo.
Cecília ficou falando sobre o desfile por semanas.
Adorava carnaval.
Passado o período das festas pagãs, a moça começou a se ocupar de seu enxoval, da montagem de sua nova casa.
Continuariam morando no apartamento que haviam financiado.
Cecília já estava advogando há algum tempo no escritório de Flora e Euclides.
Nas horas vagas se ocupava dos preparativos para o casamento. Olívia a auxiliava na tarefa.
Cibele – a futura sogra de Cecília – também prontificou-se em ajudar o filho nos preparativos.
Nos últimos tempos, a mulher estava mais próxima de Cecília e da família da moça.
Havia sido finalmente apresentada a moça e aos pais dela.
Cibele comentou que ao saber do que acontecera com Flávio, torceu muito por sua recuperação.
Encantou-se com Letícia e a persistência do amor dela e de Flávio.
Emival, o pai de Alessandro, brincava dizendo que iria ajudar bebendo e comendo muito na festa de casamento.
Mas ele também ajudou, recebendo cortinas, móveis, entre outras coisas, no apartamento comprado pelo filho.
Como presente de casamento, Flávio presenteou a irmã com uma bela viagem para o nordeste. A moça ficaria dezesseis dias passeando e conhecendo sete, dos nove estados do nordeste.
Olívia ao perceber a extravagância do presente, censurou o filho. Perguntando-lhe se ele não pretendia se casar, comentou que ele deveria juntar dinheiro para tanto.
Flávio respondeu a Olívia que ela não deveria se preocupar. Disse que havia se tornado sócio do escritório de advocacia e contabilidade juntamente com seus amigos.
Sim, Bruno, Carlos, Vicente, Francisco, Cleide, Leandro, além de Margarida – a secretária, todos estavam juntos na empreitada.
Otávio por sua vez, resolvera sair do escritório, pois havia prestado concurso para juiz e logrado êxito. Ao tomar conhecimento disto, Bruno e Leandro resolveram chamar Flávio para voltar a trabalhar no escritório, agora na qualidade de sócio.
O moço inicialmente relutou, mas depois, com muita conversa, Flávio acabou convencido por seus amigos. Afinal de contas, se Otávio não estava mais no escritório, não havia mais motivos para se manter afastado. Assim, acabou aceitando a proposta.
Com isto, Flávio comentou que já estava fazendo seu pé-de-meia para o casamento e que aquele dinheiro já havia sido guardado com aquela finalidade. Dizendo que sabia que Cecília se casaria dentro em breve, pensou no que daria de presente a irmã. Comentou que gostaria de presenteá-la com algo diferente. Pensando nisto, começou a guardar dinheiro antes do acidente.
Ao ouvir isto, Olívia ficou com um nó na garganta.
Flávio comentou então que era muito importante para ele fazer o oferecimento.
Olívia não questionou mais a atitude do filho.
Quando a moça recebeu o presente do irmão, ficou encantada.
Sem jeito, Cecília chegou a dizer que não poderia aceitar um presente tão caro.
Olívia porém, ao perceber que Cecília estava em dúvida quanto a aceitar o presente, comentou reservadamente, que se ela recusasse o presente, estaria ofendendo Flávio. Disse que o moço havia começado a guardar dinheiro para presenteá-la, antes mesmo do acidente. Falou ainda que aquilo significava muito para ele, já que sabia que ela não havia formalizado sua união com Alessandro, por que acreditava que ele iria se recuperar e ser padrinho de seu casamento.
Diante disto, a moça, depois de sua relutância inicial, aceitou o presente.
Alessandro ficou entusiasmado com o presente.
Quando soube de tudo o que envolvera o oferecimento, ficou visivelmente emocionado. Tanto que chegou a comentar que não iria recusar um presente tão raro.
Carlos, Vicente, Francisco, Cleide, Bruno e Leandro, se cotizaram, e presentearam o casal com um carro.
Feliz com o casamento da filha, Olívia fez questão de convidar Jair.
Margarida – a secretária – presenteou Cecília com um jogo de cama.
A moça agradeceu o presente.
Quanto a Jair, o homem presenteou o casal com uma bela toalha de mesa feita renda. Comentou que o trabalho fora confeccionado por sua avó, que é artesã.
Cecília ficou encantada.
Letícia também presenteou a moça, em que pesem os protestos de Olívia, Gilberto, Flávio, e da própria Cecília que disseram que o maior presente que ela poderia ter dado a família ela já havia oferecido, que era devolver o sorriso aos lábios de Flávio, que vivia tristemente depois de recuperado do acidente.
A moça, com a ajuda da mãe, presenteou Cecília com um jogo de porcelana. Junto com o presente, levou uma orquídea e um envelope com uma mensagem.
Cecília ao receber o presente e a flor, percebeu o envelope, tratando de abri-lo.
Ao ler a mensagem, se emocionou.
Em letra caprichada, Letícia escreveu: 
“Prezados Cecília e Alessandro. Desejo de todo o coração, um mundo de alegria e de felicidades para o casal que interrompeu a idéia de se casarem há dois anos, na esperança e inabalável crença de que algo como um milagre aconteceria. Uma vida emergiria e daria prosseguimento àquela história brevemente interrompida. Conduziria a vida a seu curso natural, e o casal finalmente poderia se unir nos laços do matrimônio, finalmente constituindo uma família oficial e realizando o desejo de todos, de possuírem uma foto no álbum de recordações da vida. De todos participando da festa.”

Alessandro comentou emocionado, que Letícia estava de sacanagem.
Cecília comentou que aquele era um dos presentes mais bonitos que já recebera.
Sandro, Júlia e Cléber, que acompanharam o recebimento do presente, aplaudiram o momento.
Antero, Jairo, Lúcio, Alice e Lara, também presenciaram o momento e igualmente aplaudiram.
Clotilde, Amélia e Amarildo, também apreciaram a cena.
Quanto aos presentes, Sandro, Júlia e Cléber presentearam o casal com jogos de copos/taças. Sugestão de Júlia, já que os homens não sabiam o que oferecer de presente.
Os amigos de Cecília – Antero, Jairo, Lúcio, Alice e Lara – presentearam o casal com faqueiros, e jogos de toalhas de mesa.
Clotilde presenteou Cecília com uma bandeja.
Amélia e Amarildo, presentearam o casal com um jogo de chá.
Flora e Euclides presentearam a nova colega de trabalho com um jogo de cama.
Cibele e Emival, ofereceram um jogo de banho, como presente.
Humberto ofereceu um quadro pintado por ele – que era artista plástico – de presente.
Olívia e Gilberto, presentearam a filha com roupões – um para ela e outro para ele.
Doutor Sílvio, também foi convidado, mas recusou delicadamente o convite. Porém, em que pese este fato, o homem enviou um presente para o casal. Enviou via sedex, um jogo de panelas.
No dia do casamento, Cecília usava um vestido branco rendado, de mangas compridas e decote. Vestido com anquinhas.
Auxílio por seu pai, Alessandro vestiu um fraque com um lenço na lapela. Estava impecável.
Cibele elogiou a elegância do filho.
Na igreja, o moço ficou encantado com ver Cecília em seu vestido de noiva, com seus cabelos em um coque. Nas mãos, um buquê de flores.
A moça foi conduzida ao altar por seu pai, o qual também utilizava um elegante fraque.
A igreja repleta de flores.
Cecília pediu para a igreja fosse adornada de cores.
Havia flores de vários tipos nos arranjos.
A cerimônia simples, encantou a todos.
Letícia e Flávio permaneceram no altar como padrinhos do casal.
A moça usava um vestido vermelho, frente única plissado. Flávio usava um fraque.
Olívia também estava no altar, ao lado de Cibele e Emival.
As mulheres de longo, cabelos presos. Emival de fraque.
Cecília adentrou a igreja de braços dados com seu pai.
A moça caminhou até o altar ao som de “Ave Maria no Morro”.
Um coral entoou a música que encantou a todos.
O sacerdote começou a cerimônia contando a história sobre a criação do mundo, sobre Adão – o primeiro homem – o qual pedira a Deus que criasse para ele uma companheira. Dizendo que o homem fora criado por Deus, e que para a criação fazer sentido fazia necessária a união a mulher, comentou que a união daquele casal era resultado da história da criação, da necessidade da união dos homens e das mulheres. Ressaltou dizendo que Deus não criava nada sozinho.
Houve a troca de alianças. Os filhos de Bruno e Leandro levaram as alianças para Alessandro.
Jovelina, Mercedes e Marli, também foram convidadas para a cerimônia de casamento. Presentearam o casal com uma escultura de namoradeira, entre outros artesanatos.
Cecília adorou os presentes.
As três mulheres estavam impecavelmente trajadas.
Usando belos vestidos longos, chamaram a atenção dos convidados.
Enfim estavam presentes, todas as pessoas envolvidas nas vidas de Alessandro, Cecília, Flávio e Letícia.
A igreja estava repleta de presenças queridas.
A cerimônia foi muito bonita.
O padre comentou que o casamento não era um espetáculo. Era sim, uma responsabilidade. Argumentou que o que Deus unira, não cabia aos homens separarem.
Ao término da cerimônia, o casal saiu de mãos dadas.
Na saída da igreja, uma chuva de pétalas de rosas foi jogada sobre o casal.
Por fim, Cecília jogou o buquê de flores para as convidadas. Todas se posicionaram para isto.
Quem segurou o arranjo porém, foi Letícia.
Ao verem quem havia pego o buquê, todos comentaram que era marmelada.
Jovelina e Marli caíram na risada.
Alessandro falou quase gritando para Flávio:
- Vai que é tua! Se ferrou! Vai ser o próximo a se casar. Ajoelhou tem que rezar!
Olívia retrucou dizendo que aquilo não era jeito de falar.
Alessandro comentou meio sem jeito que estava apenas brincando. Argumentou que sabia que para Flávio o casamento não era nenhuma sacrifício, assim como para ele também não era.
Olívia respondeu:
- Ah bom! Já estava achando que estava arrependido de se casar com minha filha. – respondeu gargalhando.
Todos caíram na risada.
A festa de casamento foi de arromba.
Champagne, vinho, chope, salgados, entrada e prato quente. Por último, sobremesas diversas. Tudo servido com muito luxo e requinte.
O som era de uma banda que fora contratada para executar músicas ao vivo.
Eclética, a banda tocou MPB, chorinhos, flash back’s, músicas pop brasileira e americana. Sem falar é claro, da Bossa Nova e do samba, que com certeza, não poderia faltar.
Até sambas de enredo foram cantados. Como por exemplo:

“G.R.E.S MOCIDADE INDEPENDENTE-1992
SONHAR NÃO CUSTA NADA
(Paulinho Mocidade/ Dico da Viola/ Moleque Silveira)

Sonhar, não custa nada
E o meu sonho é tão real
Mergulhei nesta magia
Era tudo que eu queria
Para este carnaval

Deixe, a sua mente vagar
Não custa nada sonhar
Viajar nos braços do infinito
Onde tudo é mais bonito, nesse mundo de ilusão
Transformar o sonho em realidade
É sonhar com a mocidade, é sonhar com pé no chão.

Estrela!
Estrela de luz, que me conduz,
Estrela que me faz sonhar
Estrela de luz, que me conduz,
Estrela que me faz sonhar

AI AMOR !

Amor, sonhe com os anjos
Não se paga pra sonhar
Eu, sou a noite mais bela
Que encanta teu sonho
Te alucina por te amar, amar, amar,

Vem, nas estrelas do céu
Vem na lua de mel
vem me querer

Delírio sensual... Arco íris de prazer
Amor eu vou te anoitecer...
Delírio sensual... Arco íris de prazer
Amor eu vou te anoitecer...

Eu vejo a lua no céu
A mocidade a sorrir
De verde e branco na Sapucaí
De verde e branco na Sapucaí

Delírio sensual
Arco íris de prazer
Amor eu vou te anoitecer.
Eu vejo a lua no céu
A Mocidade sorri de verde e branco na Sapucaí ...”

“G.R.C.E.S. X-9 Paulistana
(Composição: Leonardo Rocha, Tchello Lima, Renne Campos, Accyolly Filho, Reinaldo Ferreira, Anderson Salgadinho e Robertinho Capitão Gancho)

Venha ser mais um
Que o mistério eu vou desvendar
No velho jogo fiz um 'x'
Pra ser feliz, e encantar
Eu vi a luta entre o bem e o mal

Nas mãos da história viajei
Sonhar, sonhei
E no meu sonho cruzei mares
Ser pirata, para um amor roubar
Encontrar o grande tesouro e navegar
Aonde o vento me guiar

Se tem magia no ar, eu vou
Na imaginação, voar
Será real ou ilusão
O mundo em minhas mãos, renascerá

Calcular
É arte, uma forma de luz
Clarear
A máquina que nos conduz

Simbologia da vida
Que aos olhos nos faz proibir
Através das cartas o futuro descobrir
'X', que une ao nove
No peito bato forte...meu valor é '10'

Valeu, aplausos para um louco imaginário
Se tudo é relativo...meu carnaval
É o seu cenário
Eu sou x-9 eu sou
O show vai começar, vem sambar

Nesse balanço hoje eu vou 'xisnovear'
Pra te conquistar
Eu sou X-9, eu sou
O show vai começar
Vem sambar ...”

“Bidu Sayão e o Canto de Cristal:

O samba é amor
É nessa que eu vou
Swinga minha bateria
Tô nessa ópera
Extravasando a alegria

Bela menina
Voz de cristal
Deslumbrava multidões
O seu talento
Dom divinal
Encantou os corações

Grande guerreira
Que conquistou
Seu lugar ao sol

É festa é luz
É cor é poesia
E diva internacional

Neste palco surge ela
Bidu Sayão
Sacudindo a passarela
Tanta emoção

E a minha Beija-Flor
Vem aplaudir
Bachianas e O Guarani

Essa carioca da gema
Cultiva a vida inteira
O sonho de voltar à pátria

E o orgulho de ser brasileira
E semeou
De norte a sul deste país
Seu canto lírico feliz
E hoje é musa da Sapucaí”

“Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós (1989) - Imperatriz Leopoldinense (RJ)

Seja sempre a nossa voz, mas eu digo que vem
Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia, e por isso que surgem

Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão, vem viver
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí e da guerra

Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu, de cultura o Brasil
A música encanta, e o povo canta assim e da princesa
Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina
Negro dançou, comemorou, o fim da sina

Na noite quinze e reluzente
Com a bravura, finalmente
O Marechal que proclamou foi presidente

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz,
Liberdade!, Liberdade!...”

“Letra da musica Império Serrano - Samba Enredo 1986: EU QUERO

Eu quero, a bem da verdade
A felicidade em sua extensão
Encontrar o gênio em sua fonte
E atravessar a ponte
Dessa doce ilusão
(Quero, quero, quero sim)

Quero que meu amanhã, meu amanhã
Seja um hoje bem melhor, bem melhor
Uma juventude sã
Com ar puro ao redor (bis)

Quero nosso povo bem nutrido
O país desenvolvido
Quero paz e moradia
Chega de ganhar tão pouco
Chega de sufoco e de covardia

Me dá, me dá
Me dá o que é meu
Foram vinte anos
Que alguém comeu (bis)

Quero me formar bem informado
E meu filho bem letrado
Ser um grande bacharel (bacharel)
Se por acaso alguma dor
Que o doutor seja doutor
E não passe de bedel

Cessou a tempestade
É tempo de bonança
Dona liberdade
Chegou junto com a esperança (vem, meu bem)

Vem meu bem, vem meu bem
Sentir o meu astral, que legal
Hoje estou cheio de desejo
Quero te cobrir de beijos
Etecetera e tal (bis)

Me dá, me dá
Me dá o que é meu
Foram vinte anos que alguém comeu ...”

Entre outras pérolas magníficas do samba. Principalmente os clássicos.
Quando os sambas foram cantados e tocados pela banda, deu-se o ponto alto da festa.
Cecília e Alessandro monopolizaram a pista de dança, e arrasaram com seu samba no pé.
Quando foram tocados flash back’s, quem arrasou foram os pais de Cecília, que rivalizaram com Karina e Humberto, que dançaram numa pista quase sem dançarinos.
Cibele e Emival também aproveitaram para dançar.
Enquanto todos se divertiam, comiam, bebiam, dançavam, confabulavam, o casal cumprimentava os convidados.
Cecília e Alessandro estava muito felizes.
Também havia as poses para fotos.
Fotos com os convidados, com os parentes, com os amigos, com os colegas de trabalho.
Foi uma bonita festa.
Jovelina, Marli e Mercedes agradeceram o convite. Não se cansaram de elogiar a festa.
Letícia concordava com os elogios. Dizia que a festa havia sido impecável.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário