Novamente, as aulas. A correria voltou.
Apressados, os três rapazes tomaram seu café da manhã, e sem tempo para lavar a louça, foram para a faculdade.
Ao chegarem foram logo cumprimentados por alguns conhecidos. Tratavam-se de algumas das pessoas que participaram da festa na praia. Por esta razão, os três rapazes com toda certeza, poderiam afirmar que já estavam, mais que enturmados. Estavam conhecendo muita gente por isso.
Entretanto, apesar de toda a animação, e do fato de passarem a serem praticamente a sensação da faculdade, precisavam se preparar, pois logo chegariam as provas. O primeiro sintoma disto estava refletido do no fato de os professores passarem inúmeros trabalhos para os eles fazerem.
Com isso, aproveitando a oportunidade, os jovens passaram a organizar grupos de estudos. Assim, passariam as tardes trocando idéias com os novos amigos e poderiam fazer juntos, os trabalhos escolares.
Todas as tardes então, as bibliotecas dos cursos de engenharia, direito, letras e outras disciplinas, ficavam inteiramente tomadas pelos alunos. Ás vezes, também, se organizavam pequenos grupos para estudar em casa.
E nessa fase de extrema dedicação aos estudos, boa parte dos alunos permaneceu durante dias.
Com isso, no pequeno apartamento onde moravam Lindolfo, Maurício e Rodrigo, os dois últimos, convidaram Tiago e Roberto, para lá estudarem. Enquanto estudavam para as provas, o tempo passava, passava. Até que Rodrigo teve uma idéia. Já que estavam a tanto tempo estudando para as provas, que tal um tomar a lição do outro?
-- Nada mal. – disseram os rapazes.
E assim, começaram a fazer. Enquanto um perguntava, os outros respondiam. Depois quem perguntou era questionado.
Assim ao final das quase três semanas de estudos, todos se sentiam preparados.
De formas que, quando finalmente chegaram as provas, estavam prontos.
Explicando. Na Universidade Arco Verde, as provas eram realizadas quase na mesma época em todos os cursos. O diretor da instituição entendia que, dessa maneira seria mais produtivo para os alunos, se preparar, de uma só vez, para todas as provas. Para os professores, também era benéfico, pois isso permitia entrega das notas, dentro de um determinado prazo.
Com isso, enquanto as provas iam sendo realizadas, se passavam os dias.
Dia após dia. Horas correndo, e a pressa para que esse período passasse. Isso porque, só depois das provas é que eles poderiam voltar a freqüentar os bares da região, os poucos restaurantes que lá existiam, a praia, o único cinema da cidade, e até, organizar algumas festas no salão de bailes da cidade.
Para alguns alunos ou alunas, seria ainda, a oportunidade de passear pela praça da cidade, e caminhar. Ver e ser visto. Outros, mais abastados, faziam compras nas pequenas lojinhas da cidade.
Havia várias delas na cidade. Vendiam uma variedade de produtos, roupas, lembrancinhas, cosméticos, artigos de papelaria. Pelo fato de ser a região, um rico pólo de cultura, havia, além das lojas tradicionais, duas livrarias que vendiam livros para as duas importantes instituições da cidade.
Arco Verde, sempre foi tradicionalmente conhecida pelo seu atrativo educacional. Por esta razão, recentemente, seriam instalados na cidade, mais um cinema, além de um teatro.
A cidade possuía ainda, um posto médico, duas farmácias, três mercearias, um açougue, um mercado, um posto policial, um salão de cabeleireiro, algumas lojas, e duas instituições bancárias. Bem como uma linda igreja datada do período colonial, em frente a uma bela praça, com coreto e bancos, para que as pessoas pudessem se sentar.
Havia também, como em toda a cidade, residentes, moradores que nasceram por lá. Estes moravam ao redor da cidade em casinhas de padrão médio, muito bonitas e coloridas.
Principal característica da cidade, as cores de suas construções.
A cidade também possuía Prefeitura, que estava instalada num prédio em estilo neo-clássico, ao lado do Fórum, instalado em uma construção colonial.
Escritórios de advogados, engenheiros, contadores, entre outras profissões, existiam em pequeno número, dada as dimensões da cidade e o fato de que a maioria dos estudantes que freqüentavam a faculdade, não permanecia na cidade, somente lá residindo durante os anos de curso.
E ainda, não haviam clubes em Arco Verde, mas havia o Centro Esportivo da Universidade, e a área de educação física da Escola Afonso Pena, esta no entanto, só freqüentada por alunos.
Pousada, só havia uma na cidade, justamente para os turistas em época de temporada. Já pensões de estudantes, haviam muitas, assim como conjuntos habitacionais, não só para os estudantes, como para os novos habitantes da cidade.
Assim, a cidade além do Residencial Arco Verde, possuía outros dois residenciais, igualmente imponentes. Bonitos, bem cuidados. Possuíam praça, alguns jardins, garagem, portaria, playground. Tudo que tinha um residencial, tinha nos outros.
Enfim, a cidade era uma eterna festa para os estudantes. Apesar de pequena, a cidade possuía atrativos para os estudantes. Desde que, é claro, estes possuíssem algum dinheiro para se divertirem.
Em assim sendo, o que os estudantes queriam, mais do que qualquer outra coisa, era voltar a se divertir. Como já havia passado algum tempo, desde o começo das aulas, os calouros, estudantes recém-chegados a faculdade, deixaram de serem perseguidos pelos estudantes veteranos, que já estavam a mais tempo. Agora era só aproveitar.
Principalmente para Lindolfo, Maurício e Rodrigo, que penaram um pouco durante os primeiros meses nas mãos dos alunos mais antigos. Só depois da confraternização da praia, é que puderam ficar um pouco mais tranqüilos, pois finalmente estavam se enturmando.
Agora, passado algum tempo da festa, os três conheceram muita gente dentro da universidade, e por esta razão, depois das provas já estavam combinando uma nova festa.
Só que dessa vez, a festa não seria uma simples festinha improvisada na praia. Todos estavam pensando em algo mais elaborado, como por exemplo, alugar o salão da cidade, e lá realizar uma festa em comemoração ao término das provas.
Diante disso, alguém sugeriu que a festa fosse em boas vindas para Lindolfo, Maurício e Rodrigo.
E isso já estava quase certo, quando então, sugeriram uma nova idéia.
Por que não, uma festa para desejar boas vindas aos calouros? Até porque, Lindolfo e os rapazes que organizaram a festa anterior, além de serem grandes camaradas, eram também, calouros. O tema seria também para eles.
Nisso todos aplaudiram a idéia e concordaram, a festa seria uma celebração de boas vindas aos calouros.
E assim, o tempo foi passando. Mais lento do que a maioria gostaria, mas enfim as provas terminaram.
Com isso, poderiam finalmente, colocar em prática o plano de organizar uma festa para os calouros.
Primeiramente, foram pesquisar o valor do aluguel do salão. Diante do valor, apresentaram propostas de pagamento. Todas foram passadas aos estudantes que então fizeram um planejamento. Queriam a festa, só que não tinham muito dinheiro para investir nela.
Assim, surgiu a idéia de um rateio. Todos os interessados pagariam uma determinada quantia para poderem participar da festa.
Nisso, passaram várias listas nas salas de aula, para que todos os interessados colocassem seus nomes e assim se tivesse uma idéia de quantas pessoas participariam da festa.
Ao final das aulas, alguns alunos passaram recolhendo as listas preenchidas. O interesse era enorme.
Os mentores da festa, ao constatarem que muita gente gostaria de participar dela, calcularam o valor que seria necessário para o aluguel do salão e demais apetrechos da festa. Para tanto, os rapazes precisaram pedir ajuda das garotas, que apresentaram uma média de quanto cada pessoa poderia consumir.
De posse dessa informação, todos foram logo se informar com as quituteiras da região sobre o valor dos comes e bebes. Com isso, chegaram a um valor aproximado, de quanto cada pessoa poderia gastar.
E ainda, como o próprio salão oferecia a possibilidade da contratação de músicos, o preço de tal facilidade já estava embutido no preço do aluguel.
Assim, somados todos esses valores, dividiram os mesmos, pelo número de pessoas que estavam interessadas em participar da festa. Diante da possibilidade de algumas desistências, fizeram o cálculo sobre um número mínimo de pessoas.
Mesmo assim, verificaram que o valor a ser cobrado como entrada não ficaria pesado. Isso não impediria portanto, que todos os que quisessem, participassem da festa.
Com isso, com os números em mãos, os organizadores da festa passaram o valor dos convites aos interessados. Nova surpresa. Praticamente, não houve desistências. Todos estavam animados com a idéia de festejar.
Em virtude disso, iniciaram-se os preparativos.
Luciana Celestino dos Santos
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