Poesias

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Para se Viver um Grande Amor - Capítulo 20

Certo dia, Jovelina e Mercedes perguntaram a Letícia, quando seria a data de seu matrimônio.
As duas mulheres, dizendo que já estava na hora da moça se casar, comentaram que depois de tudo o que ela havia passado, nada mais justo do que isto.
Marli concordou. Disse que o casamento seria um recomeço, um jeito de abandonar de lembranças tão tristes, e iniciar uma nova fase em sua vida.
Karina, chegou a dizer-lhe algo parecido.
A certa altura, Flávio comentou que estava pensando em se casar. Dizendo que já estavam noivos há muito tempo, afirmou que era tempo de se casar. Comentou que estava guardando dinheiro, e que pretendia se mudar para um apartamento maior do que aquele em que estava morando. Meio sem jeito, comentou que gostaria que ela o acompanhasse na mudança.
Letícia não pareceu surpresa com a proposta.
Flávio continuou comentando sobre seus planos para a moça.
Letícia ouvia tudo atentamente.
Foi quando o moço perguntou-lhe:
- Vamos marcar a data de nosso casamento?
Letícia gaguejando, respondeu que sim.
Com isto, o casal comentou com Olívia e Gilberto que iriam se casar.
Juntos, participaram a novidade também para Karina.
A mulher ficou exultante com a novidade.
Humberto também parabenizou a moça e Karina.
E assim, a realização do casamento de Letícia e Flávio foi questão de tempo...
 
Quanto a viagem ofertada por Flávio, Cecília e Alessandro apreciaram muito o presente do moço.
Realizaram uma excursão de dezesseis dias pelo nordeste.
Conheceram um pouco do estado da Bahia, do Maranhão, Ceará, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Paraíba.
Deslumbraram-se com praias maravilhosas, construções históricas como igrejas, fortes, construções coloniais, como o Pelourinho, o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda – ligando a cidade alta a cidade baixa, em Salvador. Comeram acarajé, curtiram um carnaval fora de época, com desfile de blocos pelas ruas do nordeste, usando abadás.
Conheceram os Lençóis Maranhenses, a cidade histórica de São Luiz, no Maranhão.
Aproveitaram para tirar muitas fotos.
Voltaram felizes e bronzeados. Também tinham muita história para contar.
Depois retornado suas rotinas, voltaram a trabalhar...

Letícia por sua vez, apresentou seu projeto a seu superior na repartição, e sua proposta foi aceita.
Quando a moça contou isto para Karina, seu noivo, Humberto, Olívia e Gilberto -, foi uma festa só.
Flávio também estava feliz em ser sócio do escritório.
Por conta disto, saíram para comemorar.
Com efeito, começaram a adquirir enxoval, comprando roupas de cama – lençóis, edredons, cobertores, fronhas. Compraram travesseiros, roupas de mesa, de banho, além de móveis. Flávio e Letícia escolheram juntos, um imóvel para comprar.
Olívia e Karina também ajudaram no que podiam.
A mãe de Flávio não cabia em si de contente. Dizia a todo momento para o marido, que não acreditava que seus filhos estavam encaminhados. Comentou que estava feliz com o casamento de Cecília e Alessandro, e que estava feliz com os preparativos de um novo casamento. Disse que não via a hora de ver o filho casado.
Quando finalmente o casamento se realizou, Olívia estava exultante.
Tanto que comentou que fazia questão de conduzi-lo até o altar.
No início, Flávio e Letícia acharam a história engraçada. Gilberto também não entendeu a exigência.
Porém, depois de algum tempo, percebendo que Olívia não estava brincando, Flávio concordou com a idéia inicialmente estapafúrdia.
Quando o casamento se deu, foi uma cena bonita ver o rapaz ser conduzido por sua mãe até o altar.
Olívia estava radiante com um vestido salmão com echarpe e bordados.
Neste momento, já estavam no altar Karina e Humberto – padrinhos de Letícia – e Alessandro e Cecília – padrinhos de Flávio.
Depois de algum tempo, Letícia foi conduzida por Gilberto até o altar.
A moça usava um vestido tomara-que-caia com saia rodada até o tornozelo. Cabelos semi-presos cacheados, coroa com flores naturais, um véu até a cintura, que cobria o rosto da noiva. No colo, um colar de strass com várias voltas. Estava impecável.
Ao som de uma música clássica, a moça foi conduzida ao altar.
Como enfeites, lindas rosas vermelhas.
Durante a cerimônia, o padre comentou sobre o encontro entre os dois, dizendo que o que Deus uniu, o homem não poderia separar.
A troca de alianças foi um momento sublime.
Flávio esqueceu o que deveria falar, e começou a dizer de improviso que prometia que nunca mais iria ser ausente, que nunca a deixaria, e que jamais lhe seria infiel. Acrescentou ainda, que este casamento era a coisa mais importante no momento, e que estava disposto a fazer deste momento o mais importante de sua vida.
Ao término das palavras, o moço foi aplaudido por todos.
Com efeito, todas as pessoas que foram convidadas para o casamento de Alessandro e Cecília, participaram da cerimônia de matrimônio de Letícia e Flávio. Também enviaram lindos presentes para a moça.
Letícia nervosa e emocionada, conseguiu repetir com dificuldade as palavras ditas pelo padre.
Dias antes do casamento, Otávio procurou os noivos para conversar.
Dizendo que estava prestes a se casar com a filha de um industrial, argumentou que desejava toda a felicidade do mundo ao casal.
Letícia e Flávio agradeceram as palavras gentis.
Contudo, não estava convencidos de que as mesmas eram sinceras.
Otávio parece que percebendo isto, decidiu não comparecer ao casamento.
Nisto, o beijo do casal Letícia e Flávio foi marcante. O moço levantou o véu que cobria o rosto da noiva e beijou-a.
Na saída da igreja o casal foi cercado pelos convidados e recebidos com uma chuva de arroz. Tudo para que tivessem prosperidade.
Foram beijos e abraços distribuídos para todos os convidados.
Por fim, a noiva jogou o buquê.
Quem pegou o arranjo foi sua mãe Karina.
Gilberto e Olívia brincaram dizendo que um novo casamento aconteceria em breve.
Karina desconversou dizendo que estava muito cedo para pensar nisto.
Humberto comentou que a situação era bem interessante, e que não era má idéia pensar no assunto.
Letícia comentou que já estava na hora dela arrumar uma pessoa. Preocupada com o fato de sua mãe ficar sozinha, disse que já estava na hora dela pensar em se casar novamente.
Cecília comentou que ela ainda era moça, bonitona e que não iriam faltar pretendentes caso Humberto não quisesse se casar.
Olívia chamou a atenção da filha.
Cecília porém, retrucou dizendo que não estava fazendo nada de mal.
Humberto respondeu então que não havia necessidade de terceiros se habilitarem não.
Alessandro começou a cantar:
- Com quem será? Com quem será que Dona Karina vai casar? Vai depender. Vai depender do Humberto aceitar.
Olívia pediu então para que o genro parasse de cantar.
- Opa, melhor parar por aqui!
Todos riram.
Flávio conduziu Letícia até a limosine.
O casal seguiu com o carro enfeitado até o buffett.
Nisto, o salão repleto de orquídeas e brincos de princesa, estava cheio de cor.
Unido, o casal valsou, comeu pãezinhos com patês e frios diversos, ceou a paella preparada. Flávio e Letícia dançaram um “sambinha de uma nota só” a pedido de Cecília e Alessandro, que também aproveitaram para sambar:

“Samba de Uma Nota Só

Eis aqui este sambinha feito numa nota só.
Outras notas vão entrar, mas a base é uma só.
Esta outra é conseqüência do que acabo de dizer.
Como eu sou a conseqüência inevitável de você.

Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada,
Ou quase nada.
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada,
Não deu em nada.

E voltei pra minha nota como eu volto pra você.
Vou contar com uma nota como eu gosto de você.
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó.
Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só.

(Composição: Tom Jobim/Newton Mendonça)”

Letícia e Flávio chegaram a retrucar dizendo a música era bossa nova.
Cecília e Alessandro depois de vê-los dançando, pediram para a banda cantar “O Samba da Minha Terra”.
No que foram prontamente atendidos:

“O samba da minha terra
Deixa a gente mole

Quando se canta, todo mundo bole
Quando se canta, todo mundo bole
Quando se canta, tudo mundo bole...

Quem não gosta de samba
Bom sujeito não é
É ruim da cabeça
Ou é doente do pé

Eu nasci com o samba
No samba me criei
E do danado do samba
Eu nunca me separei...

O samba da minha terra
Deixa a gente mole

Quando se canta, todo mundo bole
Quando se canta, todo mundo bole
Quando se canta, todo mundo bole...

(Composição: João Gilberto)”

A música e a alegria correram solta por toda a madrugada.
Brincando, todos começaram a comentar sobre os preparativos do casamento de Karina e Humberto.
Karina retrucava a todo o momento que não estava se casando.
Jovelina, Mercedes e Marli comentaram felizes que queriam ser convidadas para o casório. Brincando disseram que já se sentiam parte da família.
A sós, Flávio e Letícia ficaram sozinhos na entrada do buffet. Estavam felizes.
Olhando a lua, começaram a fazer planos.
Queriam recuperar o tempo perdido.
Mais tarde, despedindo-se de todos, Flávio e Letícia entraram na limosine enfeitada e cheia de latas.
Todos desejaram felicidades ao novo casal.
Os noivos acenaram para todos, de dentro do carro e partiram.
Olívia comentou com Gilberto que eles estavam destinados um ao outro.
Letícia e Flávio foram então construir sua felicidade...

Olívia finalmente pagou a promessa que fizera quando Flávio estava convalescente...
Finalizando, Cecília conseguiu descobrir onde estava localizado um lugar muito parecido com o que Flávio sonhara.
Interessado em descobrir onde ficava o local, o moço acabou depois, levando a esposa Letícia para lá.
Foi então que ela comentou que sonhou inúmeras vezes com aquele lugar.
Flávio ficou intrigado com este fato. Tanto que pediu para ela descrever seus sonhos.
Quando a moça lhe relatou que havia tido sonhos muito parecidos com as projeções astrais de Flávio, o moço ficou exultante.
Pensava: “Então não era apenas um sonho. Isto tudo aconteceu mesmo!”
Explicando que também havia sonhado com aquele lugar, Flávio revelou que seus sonhos eram idênticos aos de Letícia.
A moça por sua vez, custou a acreditar nas palavras de seu marido.
Cecília, que acompanhava tudo a distância, começou a chorar. Dizendo que se lembrava de ficar a correr por aquele lugar, causou espanto em Flávio que argumentou:
- Como você pode se lembrar disto, se até outro dia você não se lembrava?
Cecília comentou que estava se recordando do lugar somente naquele momento.
Mais tarde, Gilberto se lembrou havia levado os filhos para passearem no lugar, já há muito tempo.
Durante o passeio no jardim, Flávio contou que não se tratava de uma simples coincidência mais sim, de uma viagem astral.
Letícia permanecia incrédula.
Flávio então explicou-lhe tudo o que havia pesquisado sobre o assunto, e revelando mais detalhes sobre suas projeções, acabou convencendo a moça de que era tudo verdade.
Letícia abraçou o então marido, emocionada.
A partir deste momento, aquele passou a ser o local de muitos dos encontros do casal.
Gilberto e Olívia também passaram a visitar o parque sempre que podiam.
Adoravam ver os filhos unidos a seus respectivos marido e esposa.
Contemplavam a tarde amarelada, o céu azul celeste, os matizes de cores da bela tarde.
A vida...

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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