Roberto, que observava tudo à distância, aproveitou para enviar um recado para a moça.
Quando um garçom passou pela mesa da garota, deixou um bilhete.
Cláudia, estava entretida vendo os amigos dançando.
Letícia usava um vestido florido, e Sandro, calça social e camisa polo.
O casal estava bem animado, dançando como se não tivesse ninguém por perto.
Muito felizes! Foi o que pensou no momento.
Ao notar o bilhete, Cláudia ficou surpresa.
Pensou: Alguém deve ter deixado cair! Por isto, tratou de ler o bilhete. Mas qual não foi seu espanto, ao perceber que o recado, era para ela.
Dizia: “Que bonita figura surgiu neste salão! Sei que andei meio sumido, mas gostaria muito de revê-la. Encontre-me no jardim, daqui mais ou menos quinze minutos. Carinhosamente, Roberto.”
Estupefata, Cláudia não conseguia compreender o porquê da mensagem. Sabia que o moço era educado, mas nunca achou que Roberto estava interessado nela. Muito pelo contrário. Sempre achou que Roberto arrastava asa para sua amiga Letícia.
Ademais, o moço ora aparecia na faculdade, ora sumia, sem deixar rastro, ou dar alguma satisfação.
Mais velho que a maioria dos estudantes, aparentava ter cerca de vinte e cinco anos ou mais.
Quando o viu na festa, Roberto, conversava com alguns rapazes, mas no grupo havia duas mulheres acompanhando-o.
Ao ler o bilhete, Cláudia pensou em não ir ao encontro. Tinha dúvidas sobre as intenções do moço.
Finalmente, o casal Letícia e Sandro voltaram à mesa.
Resolveram pedir uma bebida.
Sandro sugeriu que Cláudia também tomasse alguma coisa.
Letícia comentou que desde que chegaram, a moça não consumira nada.
A moça concordou então em pedir uma bebida.
Enquanto isto, o rapaz a aguardava no jardim.
Impaciente, Roberto viu se passar meia hora e nada de Cláudia aparecer.
Aborrecido, depois de quarenta minutos, voltou ao salão.
Nervoso pareceu se desentender com as duas mulheres que o acompanhavam.
As mulheres pareciam querer tomar satisfação.
Por fim, as duas se afastaram. Pegaram suas bolsas e foram embora.
Nervoso, o homem começou a beber. Tomou cerveja, vodka.
Seus amigos achavam graça.
A certa altura, Cláudia, foi chamada para dançar.
Lucindo a convidou para uma dança, no que a moça retrucou dizendo que não sabia dançar.
O rapaz respondeu-lhe que também não era um exímio dançarino, mas que eles poderiam inventar alguns passos, e que tudo ficaria bem.
Letícia a incentivou a aceitar o convite.
Cláudia então levantou-se e acompanhada de Lucindo, dirigiu-se ao centro do salão.
Meio sem jeito, acabaram por encontrar uma forma de dançar.
Letícia e Sandro, acharam uma graça os dois dançando.
A moça sugeriu a Sandro convidar o rapaz para sentar-se à mesa.
Nisto, a dupla dançou por cerca de vinte minutos. Sempre que a dança acabava, Lucindo a puxava pelo braço.
Quando o moço a levou de volta a mesa, Sandro brincou com ele:
- Sente-se conosco à mesa, Jonh Travolta.
Lucindo riu. Comentou que não merecia tanto.
Cláudia agradeceu.
Lucindo sorrindo, disse que foi um prazer.
Letícia reforçou o convite.
Lucindo meio sem jeito, comentou que estava com alguns amigos, mas que assim que pudesse voltaria para conversar com eles.
Foi quando Lucindo comentou que o pessoal estava elogiando a elegância de Cláudia.
A moça sorriu.
Lucindo então despediu-se pessoalmente de Cláudia.
Quando o moço se afastou, Letícia comentou que ele estava interessado nela.
Cláudia redarguiu dizendo que foi só uma dança.
Letícia ironizou dizendo que não acreditava muito nisto.
Roberto por sua vez, ao perceber a moça conversando e dançando com Lucindo, enervou-se.
Cerca de uma hora depois, Lucindo sentou-se à mesa onde estava Cláudia.
O moço comentou sobre a festa. Disse que o salão estava muito bonito. Perguntou se Cláudia já havia conseguido um estágio.
Cláudia respondeu que estava trabalhando temporariamente na secretaria da escola.
Lucindo comentou que as coisas estavam começando a melhorar, e que logo logo ela iria conseguir um estágio.
Letícia concordou. Argumentou que a amiga era dedicada e aplicada, e que conseguir um emprego bacana, era apenas questão de tempo.
Cláudia bebia um drink.
À certa altura, pediu licença para ir ao toalete.
Lucindo levantou-se.
Cláudia agradeceu e se dirigiu ao toalete.
A moça entrou no banheiro e aguardou na fila.
Finalmente conseguiu utilizar o banheiro.
Observou-se no espelho, lavou as mãos, retocou o batom.
Quando saiu do banheiro, foi cercada por Roberto.
O moço, comentou que a aguardou no jardim. Perguntou-lhe por que não havia aparecido.
Cláudia respondeu que não estava sozinha e que não poderia acompanhá-lo.
Roberto, comentou que ela estava com um rapazinho.
Cláudia pediu licença.
O homem segurou-a pelo braço.
Disse que precisavam conversar e que a procuraria durante a festa.
Nisto, a moça voltou para a mesa.
Lucindo convidou-a novamente para dançar.
Letícia insistiu para ela acompanhá-lo.
Assim, Cláudia e Lucindo voltaram a dançar.
Letícia e Sandro também voltaram a dançar.
Sandro fez toda uma coreografia.
Letícia caiu na risada.
Roberto, aproveitando que a mesa estava vazia, aproveitou para colocar algo no copo de Cláudia.
Quando a moça retornou, resolveu descartar o copo que estava bebendo.
Pediu outra bebida.
Ao perceber isto, Letícia começou a ficar preocupada.
Chamou a moça para acompanhá-la no toalete.
Depois de usar o banheiro, Letícia perguntou a amiga se ela não estava bebendo demais.
Cláudia respondeu que não.
Retocou o batom.
Letícia recomendou-lhe que tivesse cuidado.
Por fim, voltaram a mesa.
Lucindo foi chamado por alguns amigos.
Sandro explicou então, o sumiço do rapaz.
A certa altura, Lucindo retornou à mesa do grupo e convidou Cláudia e Letícia para acompanhá-lo.
Letícia chamou a amiga para acompanhá-la.
As duas moças foram cumprimentar os colegas de classe.
Conversaram um pouco com os colegas.
Mais uma vez o moço convidou-a para dançar.
Lucindo já havia bebido um pouco, e parecia estar mais à vontade.
Começou a ser aproximar mais e mais da moça.
Cláudia começou a achar inconveniente o comportamento do moço. Razão pela qual pediu licença e se afastou.
Lucindo ficou arrasado.
Tencionou dizer algo, mas não conseguiu. Estava nervoso. A única que conseguiu balbuciar foi um desajeitado pedido de desculpas. Disse que não foi sua intenção ofendê-la.
Cláudia disse que estava tudo bem, mas se afastou.
Sozinho na pista de dança, o moço levou algum tempo para se recompor.
Depois de algum tempo, retornou a mesa e pediu desculpas a moça. Argumentou que não tivera a intenção de ofendê-la.
Cláudia constrangida, respondeu que estava tudo bem, mas que estava cansada, e que não voltaria a dançar.
Lucindo concordou. Pediu desculpas novamente e se afastou.
Letícia tentou entender o que havia acontecido, mas Cláudia pediu licença e dirigiu-se ao banheiro.
Ao sair do toalete, a moça observou o ambiente e saiu apressadamente.
Em dado momento, Cláudia acabou encontrando Roberto.
O homem possuía um aspecto muito sério.
Segurou-a pelo braço, e recomendou-lhe que saíssem do salão. Disse que tinha algo de importante para lhe falar.
Cláudia assustou-se com os modos de Roberto.
Tentou se desvencilhar do moço.
Roberto porém, não soltava seu braço.
Cláudia reclamou dizendo que ele a estava machucando.
Foi quando ele a soltou.
Cláudia então saiu correndo. Não voltou para sua mesa.
Caminhando pelo salão, chegou a ouvir de alguns colegas do moço, que ele era casado, e que as mulheres que o acompanhavam se tratavam da mulher dele e de uma amiga. Maldosos, chegaram a insinuar, que ele deve ter tido um caso com a amiga da mulher. Em tom de fofoca, comentaram que a festa foi animada com um barraco, dele com a esposa e a amiga. Argumentaram que ele havia bebido muito e provavelmente iria aprontar.
Ao ouvir as palavras dos garotos, Cláudia ficou perplexa.
Agora tudo para parecia fazer sentido.
De fato, o homem devia ser casado e devia estar escondendo o fato. Relembrou-se do flerte com a amiga. Achou-o cafajeste. Pois se era casado, por que paquerar sua amiga?
Cláudia ficou profundamente decepcionada.
Saiu do lugar, sorrateiramente.
Tentando se recompor, voltou ao banheiro. Trancou-se em um dos reservados.
Mais tarde saiu de lá.
Aparentando tranquilidade, Cláudia despediu-se dos amigos. Disse que chamaria um táxi para voltar para casa, e que não precisavam se preocupar com ela.
Letícia estranhou o comportamento da amiga, mas não questionou.
Cláudia abraçou a amiga, e despediu-se de Sandro.
Dirigindo-se a um dos garçons, perguntou se poderia chamar um táxi.
O homem lhe apontou onde ficava a cozinha, e disse que de lá poderia fazer uma ligação.
Cláudia agradeceu e se dirigiu ao lugar onde ficava a cozinha do buffet.
Roberto, a seguiu até lá.
Quando a moça pegou o telefone para tentar efetuar uma ligação, o homem colocou o telefone no gancho.
Calmo, Roberto disse que precisavam conversar.
Chorando, disse que estava cansado da vida que vinha levando. Que precisava de uma mudança. Pediu para que ela o ajudasse a sair dali. Comentou que não poderia dirigir.
Cláudia respondeu-lhe constrangida que não sabia dirigir.
Roberto, comentou que não poderia deixar o carro ali.
A moça perguntou-lhe se ele não poderia mesmo dirigir.
Neste momento, Lucindo se dirigiu à mesa onde estava Cláudia e perguntou da moça.
Foi informado por Letícia que a moça, havia ido embora. Cláudia chamou um táxi e foi para casa.
Lucindo ao ouvir isto, ficou um pouco decepcionado. Agradeceu a informação e se despediu de Letícia e Sandro.
O moço estava se despedindo dos colegas, quando viu Cláudia acompanhada de Roberto.
Perplexo com a cena, Lucindo resolveu segui-los.
Roberto se encaminhou para seu carro, mas Cláudia argumentou que ele não poderia dirigir.
O homem se aborreceu mas concordou com ela. Conversaram com os funcionários do buffet.
Roberto deixou o carro por lá. Voltaria para buscá-lo no dia seguinte.
Com isto, chamaram um táxi.
Lucindo ao perceber a movimentação, perguntou o que estava acontecendo.
Descobriu que o moço voltaria de táxi, por que estava bêbado e que Cláudia o estava acompanhando.
Nisto, pediu para chamar um táxi para ele também.
Ao chegar o táxi, Lucindo pediu ao motorista para que seguisse o veículo que ia à frente.
Roberto em dado momento, pediu ao taxista que parasse o veículo. Argumentou que já havia chegado em casa.
Insistiu para que Cláudia o acompanhasse.
A moça relutante, falou que só poderia ficar um pouco, pois precisava voltar para sua casa.
Roberto disse-lhe que chamaria um táxi para levá-la.
Lucindo, ao ver a cena, pediu ao taxista para parar.
Nisto, a dupla adentrou um prédio.
Roberto, abriu as portas.
Ao adentrar o saguão, acionou o botão do elevador.
Subiram.
Ao chegaram em frente ao apartamento, a moça respondeu que precisava voltar para casa.
O homem então, passou a segurá-la, e colocando-a contra a parede, beijou-a.
Cláudia ficou perplexa.
Quando o homem soltou-a, perguntou-lhe por que fizera isto.
Roberto respondeu-lhe que havia lhe dado vontade.
Chocada a moça respondeu que ele era casado, e que isto não estava certo.
Rindo, o homem perguntou como ela sabia que ele era casado.
Cláudia disse que ouviu na festa.
O homem então, comentou que não era feliz. Respondeu que vivia brigando com a esposa, e que isto não era vida.
A moça respondeu que ele deveria tentar se entender com sua mulher.
Nisto, o homem tornou a investir contra ela.
Beijou-a novamente.
Roberto mencionou que ela não era indiferente a ele, que queria ficar com ele, tanto quanto ele gostaria de ficar com ela. Relatou que iria se separar da esposa.
Cláudia então aproveitou este momento, para empurrá-lo.
Disse que aquilo não estava certo.
Roberto dizia para ela aproveitar o momento.
Continuou a beijá-la.
Cláudia tentou resistir, mas passou a sentir tontura.
Roberto, segurou-a. Disse que não a deixaria cair.
Continuou beijando-a.
Abriu a porta e levou-a para dentro do apartamento.
Cláudia fez menção de sair.
Roberto a reteve.
Disse que não apareceria ninguém e que aquele apartamento era de um amigo. Não morava ali.
Cláudia então observou o ambiente.
Nos porta retratos, não havia fotos dele e da esposa.
Roberto encostou a porta.
Continuou beijando-a.
O homem tirou seu blazer.
Abraçou-a. Tirou-a para dançar. Ofereceu-lhe bebida.
Cláudia respondeu-lhe que havia bebido demais. Comentou que estava se sentindo tonta.
Roberto, segurando-a, passou a dançar uma dança lenta.
O homem passou a dizer-lhe gracinhas no ouvido.
Passou a beijar seu pescoço, acariciou suas costas.
Beijou seu colo.
Cláudia parecia entregue.
Nisto o homem a levou para o quarto, deitou-a na cama, tirou seus sapatos, sua calça.
Roberto, passou a tirar sua camisa, seus sapatos, sua calça.
Deitou ao lado da moça, puxando-a para perto de si.
Beijou-lhe a boca.
Lucindo, diante da demora, pediu ao taxista que o esperasse.
Saiu do carro, e tentou entrar no prédio.
Ao se aproximar da entrada, puxou a porta e percebeu que a mesma não estava trancada.
Resolveu entrar.
Ao adentrar o saguão ficou a pensar em qual andar e para qual apartamento a moça se dirigiu.
Nisto, percebeu que o elevador estava parado no sétimo andar.
Desta forma, resolveu chamar o elevador. Ao entrar, apertou sétimo andar.
Quando a porta se abriu, deparou-se com um longo corredor.
Mais um desafio. Por onde começar?
Na portaria não havia ninguém, as portas dos apartamentos pareciam trancadas.
Lucindo ficou observando tudo com muita atenção.
Até chegar a um apartamento, onde a porta parecia mal trancada.
Resolveu se aproximar. Ao girar a maçaneta, a porta se abriu.
Lucindo entrou no apartamento pé ante pé. Percorreu cômodo por cômodo abrindo portas, sem fazer barulho.
Até chegar ao quarto, onde encontrou alguém dormindo.
Ao se aproximar, notou tratar-se de Cláudia.
A moça estava nua, enrolada em um lençol.
Aparentemente sozinha, não se notava a presença de Roberto.
Lucindo ficou perplexo ao ver a cena.
Não podia acreditar em seus olhos.
Sentou-se em um canto do quarto, e começou a chorar.
Após, aproximou-se do leito, ficou a observar a moça.
Quando Cláudia despertou, notou que Lucindo estava a seu lado.
Assustou-se.
Ao perceber que estava nua, soltou um grito.
Lucindo levantou-se rapidamente.
Cláudia perguntou-lhe o que havia acontecido.
O moço começou a gaguejar.
A jovem, começou a chorar.
Ficava o tempo todo a perguntar:
- O que aconteceu?
Ao fazer menção de levantar-se, sentiu tontura.
Lucindo perguntou se ela havia bebido muito.
Disse que ela havia entrado no prédio com Roberto.
Cláudia disse que só se lembrava da festa. De Letícia advertindo-a para que não bebesse demais. De Roberto, tentando conversar com ela. Disse se lembrar de sair da festa com ele, e que não entendia, o fato de Lucindo se encontrar ali.
O moço, tentando se recompor, disse tê-la seguido, e ao descobrir onde estava, adentrou o apartamento e a viu deitada na cama e enrolada em um lençol.
Disse que ao vê-la deitada, decidiu aguardar que acordasse para tirá-la dali. Não teve coragem de acordá-la.
Aturdida, a moça perguntou se não havia acontecido nada entre eles.
Constrangido, o rapaz respondeu-lhe que não.
Lucindo, disse-lhe que iria sair do quarto, para que pudesse se vestir, e que a levaria para casa.
Chorando, Cláudia vestiu sua roupa.
Saiu do quarto, e pediu para Lucindo tirá-la dali.
Nisto, Cláudia e Lucindo seguiram de táxi.
Chorando, a moça pediu para levá-la até sua casa.
Ainda era madrugada quando a moça chegou em casa.
Despediu-se de Lucindo.
Entrou sem alarde em casa.
Fechou-se em seu quarto.
Lá, deitou-se em sua cama e chorou baixinho.
Decidiu tomar um banho.
Tirou toda roupa.
Colocou uma camisola e dormiu.
Ou pelo menos tentou dormir.
Já que transtornada, não conseguia parar de pensar no que havia sucedido.
Sua cabeça girava.
Ainda no apartamento, chegou a vomitar, sendo amparada por Lucindo.
Em casa, durante a madrugada, precisou correr ao banheiro para novamente vomitar.
Sentia-se muito mal. A cabeça doía. Tudo girava.
Cláudia chorava baixinho. Tentando imaginar o que teria acontecido, embora já soubesse o que era.
Roberto havia se aproveitado do fato de haver bebido um pouco além da conta.
A moça sentia-se estranha.
Contudo, com o passar das horas, o sono acabou surgindo e a moça dormiu.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quarta-feira, 21 de julho de 2021
DELICADO - CAPÍTULO 4
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