Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

DELICADO - CAPÍTULO 19

A mulher, ao ler o bilhete, elogiou. Disse que seu filho estava se saindo um verdadeiro poeta.
Lúcio ficou sem graça.
Nisto, sugeriu que ele entregasse o escrito para a moça. Comentou que deveria dizer quem era. Disse que ele poderia acrescentar que em resposta, lhe entregaria uma flor.
Lúcio achou a ideia interessante, mas perguntou como faria isto.
Cláudia disse que pediria para ela usar uma peça vermelha. E assim, diante desta demonstração, poderia entregar-lhe a flor.
O garoto pensou, pensou ... e chegou a conclusão que Cláudia estava certa. Sugeriu uma rosa vermelha.
Animado, falou que iria escrever o complemento da carta imediatamente.
Cláudia respondeu que aguardasse o dia seguinte.
Mencionou que estava tarde, e que Patrícia poderia esperar mais um pouco.
Lúcio concordou.
Por fim, Cláudia despediu-se do filho.
Acrescentou:
- Vá dormir! A noite é para dormir. Ouviu bem?
Lúcio riu:
- Tá bom!
Cláudia então fechou a porta e foi para seu quarto.
Cansada, tirou suas roupas, vestiu sua camisola e puxou o lençol da cama, deitou-se e dormiu.
Lúcio por seu turno, demorou para pegar no sono.
Tentou escrever alguma coisa, mas não conseguiu.
Nervoso, resolveu deitar-se e dormir.
Sonhou.
Em seu sonho, o garoto, observava Patrícia de vestida de vermelho. Moça lhe mostrava uma carta. Lúcio, que trazia escondida uma rosa, mostrou-a e andando em direção a moça, entregava-lhe o mimo.
Patrícia recebia a flor, cheirava-a.
Lúcio a observava.
Era um sonho confuso. Mas o garoto, ao despertar, procurou descrever o que sonhara.
Descreveu que em sonhos a sonhara, e sua beleza contemplara, em um lindo vestido vermelho. Tímido aos poucos aproximou-se. E procurando recompor-se, para lhe entregar-lhe uma rubra flor. Símbolo de seu amor. E por fim, acrescentou os trechos do seu escrito anterior: “Se vermelha a cor do amor
Venho por meio desta carta propor um desafio:
Tente-me com um delicado e vermelho tom
Pois assim saberei se o afeto que me tens é amor!”
E acrescentou: “E se correspondido o for, prometo entregar-te uma rubra flor!”

Quando descobriram as cartinhas endereçadas a Patrícia, a moça ficou bastante chateada. Disse que a pessoa que escrevera os textos fora muito gentil e educada.
Mas a molecada dizia que aquilo era ridículo. Algumas garotas comentaram que aquilo era muito brega.
Aborrecida, a moça tomou a carta da mão dos garotos e os deixou falando sozinhos.
No colégio, havia alguns garotos que a achavam bonita.
Para a melhor amiga de Patrícia, eles tinham inveja pelo fato de que o admirador secreto havia chamado sua atenção. Daniela comentou que alguns deles gostariam de estar no lugar do admirador.
Patrícia comentou que isto era uma bobagem.
A amiga comentou que não. Mas não insistiu na conversa.

Nos dias que se seguiram, Cláudia acabou encontrando-se com Roberto.
A moça preparou-se para fazer uma corrida num parque da cidade. Pegou o carro.
Roberto que observava a movimentação, a seguiu.
Quando a moça desceu do carro, pegou seus apetrechos.
Fechou a porta e começou a fazer aquecimento. Correu.
Roberto, aproveitou a moça se distanciar e entrou no parque. Estacionou o carro. Também se alongou, fez o aquecimento, e correu.
Cláudia não percebeu a presença do homem.
Quando Roberto aproximou-se, Cláudia tentou correr ainda mais. Em vão.
Roberto, segurou-a pelo braço.
Recomendou-lhe que não gritasse, nem fizesse nenhum gesto brusco.
Cláudia, o acompanhou.
O homem a levou até um lugar menos movimentado. Ao avistar um banco, pediu que se sentasse.
Cláudia sentou-se.
Observou os arredores.
Não havia ninguém por perto.
Roberto também sentou-se.
Segurando o braço de Cláudia, perguntou-lhe se havia pensado em sua proposta.
A moça tentou se desvencilhar dele, mas Roberto insistiu na conversa. Disse que ela só sairia dali quando conversassem.
Cláudia então, tentando ganhar tempo, disse que iria pensar no assunto.
Roberto começou a rir.
Por fim, disse que ela já tivera tempo suficiente para pensar. Afirmou que precisava uma resposta.
Cláudia olhou-o como se não entendesse o que acontecia.
Ficou a pensar no que passaria cabeça dele para pensar que ela poderia concordar em casar-se com ele. Pensava em qual seria o propósito para uma proposta tão descabida.
Dinheiro? Desespero? Interesse? Mas qual?
Por que amor certamente não era.
Cláudia porém, não conseguia chegar a nenhuma conclusão.
Roberto percebendo a demora de Cláudia, pressionou-a para que lhe desse logo uma resposta. Argumentou que sua paciência estava acabando. Comentou que se ela não lhe desse uma resposta em uma semana, ele ingressaria com um processo de investigação de paternidade.
Cláudia perguntou-lhe então se teria uma semana para pensar.
Roberto ficou surpreso com a pergunta.
A moça porém insistiu.
Contrariado, o homem teve que concordar com o prazo.
Disse porém que ela não teria nem uma hora e nem um dia a mais.
Comentou que já sabia que ela havia consultado um advogado.
Cláudia ficou perplexa.
Roberto respondeu-lhe que não tentasse sair de São Paulo, pois ele ficaria sabendo. Argumentou que sabia onde ela trabalhava, onde moravam seus pais, que poderia encontrar Lúcio a qualquer hora. Comentou que ele devia estar gostando muito de uma menina, pois quase sempre o via admirando uma garota. Disse que ela era muito bonita.
Roberto mencionou que precisava conversar com o garoto, e que ela poderia intermediar a conversa.
Cláudia ficou espantada com a proposta.
O homem, ao notar o ar de perplexidade da mulher, comentou que agora ele iria fazer parte da família, então nada mais natural do que ele procurar se entender com seu filho.
Ao ouvir estas palavras, Cláudia respondeu:
- Não, não e não! Onde já se viu! Você não é o pai dele!
Roberto enervou-se. Gritou.
- Eu sou o pai dele sim. E você não pode negar isto. Você saber muito bem o que aconteceu naquela noite!
Cláudia assustou-se.
Roberto irado, insistia em dizer que ele era o pai de Lúcio e que iria provar que isto era verdade.
Nisto começou a segurar a mulher pela cintura.
Cláudia tentou se afastar. Virou o rosto.
Neste momento, a mulher percebeu que algumas pessoas olhavam para eles. Alguns comentavam o que estava acontecendo. Outros lançavam olhares de reprovação.
Roberto aproximou-se da mulher.
Cláudia o empurrava com o braço.
O homem falou-lhe para olhá-lo.
A mulher insistia em virar-lhe o rosto.
Impaciente, o homem tocou-lhe a face.
Cláudia teve que se virar para ele.
O homem pegou seu rosto, e beijou seus lábios, contra sua vontade.
Cláudia mordeu sua boca.
Roberto, soltou-a.
A mulher, aproveitou para correr, afastando-se dali.
O homem pôs a mão nos lábios, e enxugou o sangue que escorreu.
Quando percebeu que Cláudia aproveitara para escapar, ficou furioso.
Começou a correr atrás dela.
A moça continuou correndo. Procurou aproximar-se de um grupo. Começou a gritar por socorro. Pediu ajuda, pediu para chamarem a polícia. Continuou a correr.
Roberto começou a gritar. Dizia que ela não iria escapar.
Ao perceber no entanto, que várias pessoas olhavam para ele, resolveu conter-se. Mas continuou a correr.
Em dado momento, acabou alcançando a mulher e puxou-a pelo braço.
Cláudia tornou a pedir socorro.
Um grupo de pessoas, ao ver a cena, chegou a dizer a Roberto que soltasse a mulher.
Nervoso, o homem disse ao grupo que não se intrometesse pois estavam apenas tendo uma briguinha de casal.
Um dos homens insistiu em dizer que ela não queria acompanhá-lo.
Pediu educadamente para que a soltasse.
Cláudia a esta altura já estava chorando. Pedia para ele soltá-la. Chegou a prometer que se ele não aparecesse mais, não iria fazer nada.
Roberto percebendo que poderia sair do parque preso, resolveu soltá-la.
Não sem antes aproximar seu rosto do rosto da mulher e dizer bem baixinho que naquele momento ela havia escapado, mas que ele voltaria. Nisto, soltou-a.
Ao ver-se livre, a mulher saiu correndo dali.
Roberto, passou a caminhar na direção oposta.
O homem que havia interferido na briga, pediu licença aos amigos e as amigas que o acompanhavam. Disse que iria atrás da moça.
Uma das mulheres comentou que iria acompanhá-lo.
Nisto, a dupla correu, acabou por alcançar a moça.
O rapaz pediu para que Cláudia parasse de correr.
A moça, nervosa, acabou parando a corrida.
Tornou a chorar.
A mulher que o acompanhava, perguntou-lhe se estava precisando de ajuda.
Cláudia voltou-se para eles.
Chorava tanto, que não conseguia falar.
A mulher resolveu apresentar-se:
- Me chamo Júlia e ele é Marcelo.
Cláudia, ainda nervosa, disse seu nome.
Júlia percebendo o nervosismo da mulher, perguntou-lhe se não gostaria de sentar-se um pouco, tomar uma água.
Aproximou-se de Cláudia e estendeu-lhe a mão.
Cláudia segurou-lhe a mão.
Maquinalmente acompanhou o casal.
Levaram a moça para sentar-se em um banco.
Quando Marcelo se prontificou a procurar um vendedor de água, Cláudia lembrou-se que trazia uma garrafinha de água em sua mochila.
Nervosa, tentou abrir a mochila, mas não conseguiu.
Júlia percebendo isto, ofereceu-se para abri-la.
Cláudia agradeceu.
Precisou de ajuda para abrir a garrafa de água.
Bebeu a água.
Júlia perguntou-lhe se estava sentindo-se melhor.
Cláudia respondeu-lhe que sim. Nervosa, disse que precisa sair dali.
Marcelo perguntou-lhe se estava de carro.
A mulher olhou-o com espanto.
Marcelo, percebendo o olhar desconfiado da mulher, resolveu explicar-lhe que se estivesse de carro, o melhor a fazer era procurar acalmar-se um pouco, para depois dirigir.
Júlia concordou. Disse que se ela estivesse de carro, o melhor era esperar. Argumentou que era perigoso dirigir nervosa do jeito que estava.
Marcelo acrescentou que ela não precisava preocupar-se pois aquele homem horrível não iria voltar. Prometeu que ele e Júlia iriam acompanhá-la até a saída do parque.
Cláudia procurando acalmar-se, disse que eles não precisavam se incomodar com ela. Argumentou que estava tudo bem.
Júlia porém disse, que isto não era incomodo, e que eles iriam com ela até a saída do parque.
Marcelo argumentou que precisava certificar-se que aquele homem não tornaria a perturbá-la.
Júlia aconselhou-a ir a uma delegacia para registrar o ocorrido.
Disse que a atitude de Roberto, configurava violência contra a mulher, e que se aquelas agressões prosseguissem, poderia ingressar judicialmente pleiteando a tomada de providências. Mencionou que o juiz poderia determinar que ele se mantivesse afastado dela, sob o risco de responder civil, e até criminalmente por isto.
Cláudia agradeceu as informações.
Chorando, disse que eles eram pessoas boas, e que isto raramente acontecia. Mencionou que era muito raro uma pessoa ajudar a outra. Comentou que este tipo de atitude, a fazia continuar acreditando na humanidade. Relatou que eles haviam se arriscado ao defendê-la.
Marcelo retrucou dizendo que não.
Argumentou que pessoas que comportam-se daquela maneira, são covardes, odeiam escândalos, e que ele não teria coragem de investir contra eles, pois eram muitos e ele com certeza sairia apanhando. Comentou ainda, que estava cansado da omissão das pessoas, que viam seus semelhantes em apuros e nada faziam. Chegou a dizer que em dada oportunidade foi assaltado, e pediu ajuda. Gritava para as pessoas ligarem para a polícia. Contudo, para sua decepção, as pessoas só olharam para ele, e nada fizeram.
Cláudia comentou que aquilo era uma grande sacanagem. Argumentou que com celular, qualquer pessoa poderia chamar a polícia. E que havia recursos para que não fosse possível identificar o número da linha. Argumentou que se não queriam ajudar, que também não ficassem olhando como se fosse um espetáculo teatral.
Júlia comentou que a covardia a cada dia era maior e que iria chegar um momento, em que estas pessoas mal intencionadas, percebendo nossa omissão, iriam invadir nossos lares e dormir na nossa cama, pouco se importando com nossa reação. Relatou que esta corrente negativa precisava acabar. Argumentou que se as pessoas não podiam intervir para impedir que algo indevido ocorresse, que pelo menos chamassem a polícia. Acrescentou que não esperava que as pessoas arriscassem suas vidas, mas a ajuda poderia vir de outra forma.
Cláudia concordou.
A esta altura, já estava mais calma. Não chorava mais.
Observando o entorno, resolveu levantar-se, agradeceu a ajuda, mas disse que precisava voltar para casa.
Marcelo e Júlia disseram que iriam acompanhá-la pelo menos até a saída do parque.
Cláudia agradeceu, mas argumentou que não seria necessário.
Marcelo e Júlia insistiram.
Disseram que não iriam se aproximar de seu carro se não quisesse, mas que ficariam de longe observando, até que saísse do parque.
Cláudia argumentou que poderia ser perigoso para eles.
Marcelo respondeu que certamente o homem não iria se atrever a investir contra eles, mas que ela, estava vulnerável.
Júlia argumentou que ele era um homem muito agressivo.
Cláudia concordou que eles a acompanhassem.
Desta forma, o trio dirigiu-se a saída do parque.
Ao sair do lugar, Cláudia agradeceu a gentileza.
Disse-lhes que foram muito amáveis.
Júlia e Marcelo a abraçaram e recomendaram-lhe que registrasse uma ocorrência.
Cláudia prometeu que tomaria providencias em relação ao ocorrido.
Afastou-se.
Acenou para eles.
Por fim, caminhou em direção ao carro.
Marcelo e Júlia se afastaram. Perceberam que Cláudia estava em segurança.
Quando se aproximou de seu veículo. Ouviu uma voz.
Era Lucindo. Perguntou-lhe se estava voltando da corrida.
Cláudia respondeu-lhe que sim.
Lucindo percebeu que havia algo estranho.
Observou-lhe a expressão do rosto de Cláudia. Tanto que perguntou:
- Está tudo bem?
Cláudia procurando disfarçar, disse que sim.
Lucindo contudo, não se convenceu.
Notou que Cláudia estava tendo dificuldades para abrir a porta do veículo.
Ao perceber isto, pegou a chave do carro e apertou o botão que abria as portas do veículo.
Cláudia agradeceu.
Ao abrir a porta do veículo para entrar, Lucindo disse-lhe que iria dirigir seu carro. Comentou que ela não estava em condições de guiar.
Cláudia argumentou que estava tudo bem.
Lucindo porém, insistiu, dizendo que ela não iria sair sozinha.
Quando Cláudia percebeu isto, desatou novamente a chorar.
O homem percebendo isto, travou as portas do veículo. Entregou-lhe a chave.
Abraçou a moça.
Lucindo ainda tentou descobrir o que havia acontecido.
Perguntou-lhe o que estava acontecendo, mas Cláudia só fazia chorar.
Percebendo que a mulher estava nervosa, começou dizer-lhe para que se acalmasse. Disse então, que estava tudo bem. Tentando acalmá-la, disse que iria dirigir seu carro.
Cláudia então, perguntou-lhe como faria com seu veículo.
Lucindo disse-lhe que depois voltaria de táxi para buscá-lo, ou pediria para seu tio, vir buscar o carro. Assim, ela não precisava preocupar-se. Disse que a levaria para casa.
Cláudia nervosa, disse que não queria ir para casa.
Lucindo disse que a levaria para onde quisesse.
Cláudia então, acionou o dispositivo que abria a porta do carro.
Lucindo, abriu a porta do veículo para a moça.
Depois entrou no carro.
Colocaram o cinto.
Lucindo ajustou o banco, ajeitou o espelho e os retrovisores. Ligou o carro. Saiu.
Dirigindo, avistaram diversos pontos turísticos da cidade.
Tentando mudar um pouco de assunto, Lucindo comentou que a cidade possuía muitos atrativos que precisavam ser melhor divulgados. Comentou que durante o trajeto que fizeram, passaram por muitos lugares interessantes da cidade.
Cláudia concordou.
Lucindo continuou conversando, muito embora tenha tido dificuldades para encontrar assuntos, tendo em vista o discurso monossilábico da amiga.
Mesmo assim, continuou elogiando a cidade.
Argumentou que embora mal cuidada, São Paulo tinha muitos atrativos, aparelhos culturais, e o que faltava era mais divulgação disto e investimento. Mencionou que o turismo era uma atividade econômica das mais importantes.
Cláudia continuou concordando.
Ficava observando a paisagem.
Por fim, Lucindo perguntou-lhe onde queria ir.
Cláudia comentou que queria ver alguma coisa bonita.
Lucindo continuou dirigindo. Pensou em um lugar com pouco movimento.
Resolveu levá-la para o Parque da Água Branca.
Procurou um estacionamento e deixou o veículo.
Nisto, abriu a porta do carro para Cláudia.
A dupla então, caminhou até o parque.
Cláudia ao ver a entrada do lugar, esboçou um pequeno sorriso.
Lucindo sorriu de volta.
Entraram no lugar. Caminharam um pouco.
Por fim, se sentaram em um banco de madeira.
Lucindo perguntou-lhe se estava com fome. Se queria comprar alguma coisa para comer.
Cláudia respondeu-lhe que não.
O moço porém, insistiu.
Resolveu comprar-lhe um lanche.
Cláudia fez menção de recusar, mas Lucindo respondeu-lhe que recusasse o lanche, estaria lhe fazendo uma desfeita.
Desta feita Cláudia acabou concordando em comer o lanche.
Lucindo rindo comentou que isto era por que ela não estava com fome.
Cláudia reclamou dizendo que não tinha achado graça na brincadeira.
Lucindo argumentou dizendo que ela estava mal humorada.
A moça retrucou dizendo que não estava mal humorada.
Lucindo se espantou com a reação de Cláudia.
A mulher por sua vez, ao perceber isto, pediu-lhe desculpas. Argumentou que ele havia sido muito gentil em se preocupar com ela, que o lugar era lindo, mas precisava voltar para casa.
Lucindo não compreendia o que estava acontecendo, mas ligando os pontos, descobriu que poderia ter acontecido.
Irritado, perguntou-lhe se Roberto a havia encontrado.
Cláudia tentou desconversar, mas Lucindo fez outra pergunta.
- Na faculdade ... aquele dia, foi ele ... não foi? – perguntou o homem, nervoso.
Cláudia insistiu na história de que o carro estava com problemas. Lucindo porém, irritou-se.
- Cláudia, pare com isto. Pare de mentir! Você sabe que eu conheço esta história de velhos carnavais.
A mulher tentou dizer que havia se assustado à toa.
Lucindo retrucou dizendo:
- Pare com isto, mulher! Você mente muito mal! Foi Roberto, não foi? Foi ele que você encontrou no parque.
Cláudia não respondeu. Mas seu silêncio já respondia a indagação de Lucindo.
Nervoso, o homem disse:
- Eu bem que desconfiava que aquele desgraçado havia voltado. – pensando no que poderia ter ocorrido, o homem perguntou-lhe – Ele não fez nada contra você. Não é?
Cláudia respondeu-lhe que não.
Lucindo porém, exigiu-lhe que contasse exatamente o que havia acontecido.
Cláudia tornou a chorar.
Lucindo insistiu. Disse que só estava tentando ajudar, mas que para isto, precisava saber o que estava acontecendo.
A moça argumentou que ele não precisava se preocupar, que ela iria resolver tudo sozinha. Disse-lhe que Vânia poderia não gostar disto.
Lucindo então comentou que desde a festa de aniversário da moça, não falava com Vânia. Comentou que haviam brigado.
Cláudia preocupada, perguntou-lhe o que havia acontecido.
Lucindo respondeu-lhe que Vânia achou que ele estava com outra mulher e que por esta razão, acabou terminando o namoro.
Cláudia respondeu-lhe sentia muito.

De fato, a moça havia comparecido a festa, acompanhada dos pais e de Lúcio.
Letícia e o marido Leandro, também haviam comparecido ao evento.
As amigas conversaram bastante.
Preocupada, Letícia perguntou-lhe como andavam as coisas com Roberto.
Cláudia respondeu-lhe que tudo estava muito complicado. Mencionou que precisava contar às pessoas que Lúcio era seu filho, mas não sabia como.
Letícia comentou que muita gente já sabia da história.
Cláudia ficou espantada com o comentário. Acrescentou porém, que precisava contar oficialmente.
Letícia perguntou-lhe que faria.
Cláudia respondeu-lhe que tudo seria regularizado via judiciário.
Feliz, comentou que Lúcio já começou a chamar-lhe de mãe, embora ainda ficasse constrangido com isto.
Letícia sorriu. Disse-lhe que tivesse paciência e que tudo acabaria bem. Comentou que Fabrício acabaria por entender tudo.
Cláudia respondeu-lhe que duvidava muito disto.
Mas Letícia procurou animá-la.
As amigas por fim, acabaram abraçando-se.
Letícia chegou a comentar:
- Que vida atribulada esta nossa! Poxa vida!
Cláudia balançou a cabeça afirmativamente.
Na festa o casal parecia bastante animado. Dançaram juntos.
Vânia sorria o tempo todo.
Por isso Cláudia não conseguia entender porque o relacionamento havia acabado. Considerou uma pena. Mencionou que Vânia era uma ótima pessoa.
Lucindo concordou. Disse porém, que o namoro havia acabado.
Cláudia respondeu-lhe:
- Sinto muito!
Lucindo ficou agradecido. Nisto, procurando mudar de assunto, o homem comentou que ela deveria ir a delegacia e contar o que havia acontecido. Argumentou que Roberto não poderia ficar solto por aí, infernizando sua vida.
Cláudia argumentou que iria resolver o problema.
Lucindo falou que poderia ajudá-la. Disse que ela não estava conseguindo resolver a questão.
Cláudia ficou nervosa. Disse que iria resolver o problema.
O moço pressionou-a, disse que ela precisava de ajuda. Chegou a pedir para que ele a deixasse ajudá-la. Passou a mão em seu rosto.
Por pouco não a beijou.
Isto por que apareceram algumas pessoas e Lucindo ficou sem graça.
Nisto o homem pediu para que ela pensasse no assunto. Disse que ela não estava sozinha, e que ele poderia ajudá-la.
Cláudia agradeceu a ajuda. Prometeu que iria pensar no assunto, mas pediu para voltar para casa.
Lucindo concordou. Disse que ela devia estar exaurida emocionalmente.
Nisto, tocou seu celular. Era seu tio informando que já havia buscado o carro, e já estava em casa.
Com isto, Lucindo levou Cláudia em casa. Disse que mais tarde iria visitá-la.
Quando chegou em casa, seus pais e seu filho estavam aflitos.
Ao verem a moça chegar em casa, perguntaram-lhe onde havia estado. Estranharam quando viram Lucindo dirigindo seu carro.
O moço deixou o carro na garagem, e despediu-se da moça. Cumprimentou a família e foi embora.
Ana e Jacinto levaram a filha para dentro de casa.
Perguntaram o que havia acontecido para que ela demorasse tanto para chegar em casa, e por que Lucindo estava guiando seu carro.
Cláudia prometeu que mais tarde contaria, mas que estava cansada e gostaria de ficar sozinha.
Ana ficou preocupada.
Perguntou se estava tudo bem, e Cláudia respondeu que sim.
Nisto, levantou-se, tocou o rosto do filho. Pediu para que não se preocupasse. Depois foi para seu quarto.
Lá, ao entrar no ambiente, trancou a porta.
Deitou-se em sua cama, e ao relembrar do ocorrido, começou a chorar.
Não sabia o que fazer, como agir.
Todavia, precisava encontrar uma solução rápida para a questão. Não podia continuar refém daquela situação.
Mas com a cabeça cansada, precisava descansar e assim, depois de algum tempo, a moça acabou dormindo.

Luciana Celestino dos Santos
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