Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

PAISAGEM NA JANELA

Seis horas. Cláudia se levanta depois dos insistentes chamados de sua mãe para que acorde.
Vera, aflita, já perdeu a conta de quantas vezes já foi ao quarto da filha chamá-la. Impaciente, diz pela última vez:
-- Já são seis horas, Cláudia! Se você não se levantar logo, vai chegar atrasada a aula.
Sonolenta, Cláudia finalmente responde aos apelos da mãe:
-- Eu sei. Mas é que eu quero dormir mais um pouquinho.
Vera, ao ouvir estas palavras, comenta:
-- Eu bem que te avisei. Por que não veio pra casa mais cedo? Fica aí nas baladas até tarde, é nisso que dá. Eu já cansei de falar. Por que você não aproveita o fim-de-semana para ir as festas?
Cláudia ao ouvir as críticas da mãe comenta que durante a semana acontecem festas muito divertidas. Além disso, todo mundo do colégio estava lá e não seria ela que iria perder a oportunidade de ver mais uma vez seus amigos.
Vera ao ouvir isso, fica espantada:
-- Mas você não os vê todos os dias na escola? Não é o suficiente?
-- Não. – respondeu ela já se levantando.
Vera percebendo o gesto, recomendou que ela se apressasse, já que em quinze minutos estaria pronto o café-da-manhã.
Cláudia respondeu que já estava indo.
Aborrecida, sentou-se na cama. Ao olhar o relógio, levantou-se da cama sobressaltada.
Apressada, foi correndo para o banheiro. Passou correndo pelo chuveiro.
Aflita, procurou um uniforme limpo dentro do armário. Foi então que ouviu novamente sua mãe chamá-la, apressando-a.
Irritada, finalmente a moça encontrou o famigerado uniforme.
Mas do que depressa, vestiu-o.
Ao chegar na sala de almoço, sua mãe Vera comentou:
-- Até que enfim! Pensei que não fosse aparecer mais!
Aborrecida, Cláudia deu uma resposta malcriada. Engoliu um café e disse que estava atrasada.
Vera, ao ouvir isso, respondeu que cansou de chamá-la.
Cláudia, impaciente, respondeu que precisava ir.
Nesse momento, Vera avisa o motorista para levar sua filha para a escola.
Nisso, ao chegar no colégio, Cláudia percebe que precisa se apressar. Rápida, consegue entrar na sala de aula antes do professor chegar.
Atenta, assiste a todas as aulas.
No horário do intervalo é abordada por seus companheiros de agito. Animados, comentam sobre as festas que freqüentam.
Animada, a turma comenta sobre a próxima balada.
Cláudia diz então, que com certeza, irá participar da festa.
Entusiasmados, os amigos comentaram que ela está certíssima em se divertir. Alegando que a vida é curta, felicitam-na.
Cláudia, ao ouvir as palavras dos amigos, responde:
-- Deixem disso!
Nisso bate o sinal e todos tem que retornar a sala de aula.
À noite, mais uma vez, Cláudia sai para dançar. Mesmo diante dos protestos da mãe, Cláudia responde que agora é o momento de aproveitar a vida.
Vera, nem um pouco convencida, tenta em vão, demovê-la da idéia de sair.
Como seria de se imaginar, não conseguiu lograr êxito.
Nisso, Cláudia, de carona com um de seus amigos, saí de casa e vai com um de seus amigos para a balada.
Animadíssima, aproveita para se jogar na pista de dança. Vestida de forma sofisticada, é a mais bem arrumada da balada.
Vera, por sua vez, aflita, a espera.
Lourenço, percebendo a preocupação excessiva da esposa, tenta convencê-la a se deitar. Dizendo que Cláudia só voltaria de madrugada, argumentou que ela ficaria com o corpo dolorido ficando tanto tempo sentada.
Teimosa, Vera respondeu que só iria se deitar quando Cláudia chegasse.
Dito e feito!
Lourenço então, desistindo da idéia de convencê-la, resolveu se recolher.
Enquanto isso, Cláudia se acabava de dançar. Vera, sua mãe, por sua vez, aguardava ansiosa por seu retorno.
Mas, foi somente horas e horas mais tarde, que finalmente Cláudia retornou à sua casa. Cansada, ao entrar em casa se surpreendeu ao ver a mãe ainda acordada, esperando-a.
Vera, aborrecidíssima, intencionou chamar a atenção da filha.
A moça porém, percebendo a intenção da mãe, tratou logo de comentar que já estava tarde e que estava cansada demais para ouvir sermão aquela altura. A seguir, rapidamente, se dirigiu a sua suíte e lá se trancou.
Irritada, Vera foi atrás da filha. Ao perceber que Cláudia trancara a porta, começou a mexer na maçaneta. Ao constatar que não havia como entrar, Vera começou então a bater na porta do quarto. Exaltada, a mulher ficou mais de meia hora tentando entrar no quarto de Cláudia.
Não fosse a intervenção de Lourenço, Vera ficaria por muito tempo ainda, batendo na porta do quarto de Cláudia.
Censurando a atitude da esposa, Lourenço exigiu que ela deixasse para resolver aquele assunto depois.
Cláudia então, percebendo a calmaria, cansada que estava, logo adormeceu.
No dia seguinte, receosa de se encontrar com sua mãe, levantou-se mais cedo e foi a pé para a escola.
Ao lá chegar, seus amigos, vendo-a chegar a pé, comentaram entre si, o que estaria acontecendo.
Cláudia ao ver os amigos, se aproximou e disse que saiu de casa a pé, para espairecer um pouco.
Com isso, depois de quase meia hora conversando com os amigos, bateu o sinal, avisando que as aulas iriam começar.
Desta forma, todos ingressaram na sala de aula.
No fim das aulas, dizendo que não queria voltar para casa, Cláudia foi para a residência de um amigo. De lá, só voltou tarde da noite.
Vera então, aflita com o sumiço da filha, só se aquietou quando a viu entrar pela sala. Foi nesse momento que disparou:
-- O que você pensa que está fazendo, heim!?
Ao ouvir isso, Cláudia ironicamente pediu desculpas, dizendo que se esqueceu de avisar, que voltaria tarde.
Com isso, Vera irritada, comenta que o que ela está fazendo não é certo.
Cláudia então, para acalmar sua mãe, respondeu que passaria o restante da noite em casa.
Vera, ao ouvir as palavras da filha, ficou deveras feliz.
Cláudia comentou então, que ficaria em seu quarto estudando.
Satisfeita, Vera perguntou-lhe se ela não gostaria de jantar.
A moça então se virou para a mãe e respondeu que já havia jantado.
E eis que durante algum tempo a calma se instalou na família.
Mas não sem antes Cláudia levar uma severa bronca de Lourenço. Dizendo-lhe que havia passado dos limites, Lourenço avisou-a que ela estava proibida de sair à noite por uma semana.
Cláudia ao ouvir estas palavras intencionou protestar, mas seu pai impediu-a até mesmo, de abrir a boca.
Sem outra alternativa, só restou-lhe concordar.
Aborrecida, Cláudia trancou-se em seu quarto.
Todavia, mesmo proibida de curtir as baladas, coisa que ela sempre adorou fazer, Cláudia, não ficou trancada em casa. Esperta, aproveitou para sair mais com suas amigas à tarde. Junto com Marisa e outras garotas, Cláudia aproveitou para ir aos shoppings e parques, para passear um pouco.
Nisso, após dez dias, Lourenço, notando que ela vinha se comportando bem, sugeriu-lhe uma viagem para o litoral.
Cláudia ao ouvir a proposta, ficou obviamente surpresa. Contudo, prometeu que pensaria no assunto.
Lourenço, por sua vez, ao notar a reação da filha, ficou desapontado. Surpreso com o pouco caso de Cláudia, comentou posteriormente com Vera, que esperava mais entusiasmo da filha.
Vera ao perceber a decepção do marido, comentou que Cláudia sempre foi assim imprevisível.
Desta forma, só restou a Lourenço esperar a resposta que seria dada por sua filha.
Nisso, ao final de alguns dias, Cláudia, concordando com a viagem, conseguiu finalmente deixar seu pai satisfeito.
E assim, ao fim de alguns dias, lá se foi à família Nogueira de viagem para o litoral.
Durante a viagem, a bela companhia da ainda verdejante e resistente Mata Atlântica.
Como os Nogueira possuíam uma casa de veraneio, assim que chegaram, trataram logo de deixar suas malas na sala da residência, e foram logo aproveitar a praia.
Cláudia, apressada, deixou os pais para trás e aproveitou para cair no mar.
Mais tarde, passeando de balsa, foram visitar uma ilha.
Que belíssima ilha, repleta de casas de veraneio, caiçaras e inúmeros iates!
Durante a estada da família na região, os ilhéus receberam muito bem a família de Cláudia. Em outra oportunidade, a família chegou a se hospedar na região. Instalados em uma pousada, conheceram alguns dos simpáticos habitantes do lugar, ouviram suas histórias, suas lendas.
Deslumbrados com as praias recobertas por imensas pedras, trataram logo de entrar no mar. Porém, ao perceberem a poluição causada pelos iates – que necessitam de combustível para deslizarem nas águas –, já que podiam pisar nas algas que proliferavam, os três resolveram descobrir melhores paragens para se banharem.
Foi quando um dos ilhéus lhes informou que a região sul da ilha, era bem melhor.
E lá se foram Vera, Lourenço e Cláudia. Os três estavam ávidos por conhecer boas praias. Seguindo de carro, finalmente os três puderam se encantar com belas cachoeiras e praias limpas.
Que férias memoráveis!
Quando partiram, foram saudados por alguns dos ilhéus.
Agora que voltavam, eram muito bem recebidos. Já conhecedores da região, sabiam exatamente onde tinham que ir, para desfrutar das belas praias da ilha.
Revendo os moradores da ilha, mais tarde foram se refrescar nas águas das praias do lugar.
Mais tarde, regressando de balsa, voltaram para a casa de veraneio.
No dia seguinte, mais passeios pelas praias da região.
Domingo à noite, depois de horas de congestionamento a família voltou para São Paulo. Após horas de viagem, congestionamento e muito cansaço, os três, ao chegarem em casa, nem desfizeram as malas. Trataram logo de dormir.
No dia seguinte, a vida de sempre. Escola para Cláudia e trabalho para Lourenço.
Como as provas vinham se aproximando, Cláudia diminuiu o ritmo. Quase sem sair à noite, causou estranheza em sua mãe, acostumada com seu jeito bastante inquieto.
No entanto, Cláudia tinha um bom motivo para dispensar os amigos.
Porém, não foi só Vera que estranhou a atitude da moça. Seus amigos, notando a ausência dela nas festas e baladas, chegaram até a criticar a atitude de Cláudia.
Mesmo assim, alheia aos comentários, Cláudia continuou seus estudos.
Com isso, ao chegar a época das provas, Cláudia estava bastante tranqüila, e assim, ao final de alguns semanas, finalmente pôde ver o resultado de tanto esforço. Isso por que, Cláudia teve um ótimo desempenho conseguindo boas notas.
Contudo, após as provas, a moça retomou sua vida de agitos.
De duas a três vezes por semana, saía para baladas com os amigos da escola.
Vera, ficava incomodada com isso. Mas o que podia fazer? Proibir Cláudia de sair, de nada adiantaria.
Desta forma, só lhe restava esperar. E era isso que fazia todas as noites em que a filha saía.
Lourenço por sua vez, não perdia seu sono por conta das atitudes da filha. Sempre trabalhando, mal tinha tempo para se ocupar com isso. Ademais, sabia que apesar de teimosa, Cláudia era responsável.
Vera porém, se preocupava. Nervosa, sempre se aborrecia com os horários da filha.
Cláudia por sua vez, nem ligava. Acostumada com esta rotina, julgava exagerada a preocupação de Vera.
Em razão disso, as duas sempre acabavam brigando.
Quem geralmente aparteava os desentendimentos era Lourenço que estava sempre calmo.

Certo dia, ao se levantar para ir a escola, estando devidamente arrumada, Cláudia, depois de tomar o café da manhã, se dirigiu ao banheiro.
Ao entrar, trancou a porta.
Em seguida, abriu o armário, pegou a escova de dentes, colocou pasta e escovou os dentes. A seguir, sentindo um pouco de calor, começou a molhar o rosto.
Repentinamente, começou a sentir-se mal. Pálida, sentou-se no chão.
E assim, sentada, ficou por alguns minutos, até sentir que recuperava as forças.
Vera, sempre atenta ao comportamento de sua única filha, ao notar que ela se demorava em seu quarto, foi até lá chamá-la.
Ao entrar, percebendo que Cláudia ainda estava no banheiro, bateu na porta para chamá-la.
Nesse momento, Cláudia já recuperada do mal estar súbito, abriu a porta. Ansiosa pegou o material escolar e despedindo-se de Vera, comentou que precisava ir logo para a escola.
A mulher, mesmo estranhando a atitude da filha, não a reteve.
Nisso, Cláudia foi com o motorista para a escola.
Quando voltou para casa, Vera preocupada resolveu perguntar a filha se estava tudo bem.
Como Cláudia assentiu com a cabeça, Vera acabou deixando o assunto de lado.
Em seguida, se trancando em seu quarto, Cláudia, apreensiva, começa a se perguntar por que tivera aquele mal estar súbito.
No entanto, conforme os dias foram passando, Cláudia, esquecida do incidente, continuou a sair com os seus amigos. Costumeiramente ia a baladas. Também ia a shoppings com suas amigas, organizava grupos de estudos, etc.
Aluna aplicada, mesmo com uma vida tão agitada, Cláudia nunca se descuidou dos estudos. Quanto a isso, Vera não tinha motivos para se queixar.
Lourenço, por sua vez, tinha muito orgulho da filha. Afirmando que também fora muito aplicado quando foi estudante, fazia questão de dizer que Cláudia havia saído a ele. Por esta razão não tinha tantas preocupações com a filha.

Todavia, com o passar das semanas, Cláudia foi novamente acometida de um mal estar, quase caiu no pátio da escola.
Marisa, que estava a seu lado conversando, ao ver o rosto da amiga empalidecendo, ficou bastante preocupada.
Ao ampará-la, Marisa percebe que há algo errado.
Cláudia no entanto, afirma que está tudo bem.
Mas Marisa, afirmando que ela não está nada bem, faz questão de ressaltar a palidez da amiga. Dizendo que já faz algum tempo que vem notando isso, Marisa consegue deixar Cláudia pensativa.
Muito embora tentando a todo custo negar que algo de errado vinha acontecendo, o incidente foi bastante comentado na escola.
Ao chegar em casa, intranqüila, Cláudia vai direto para se quarto. Lá se tranca.
Vera, preocupada, tenta conversar com a filha.
Cláudia no entanto, evita tocar no assunto. Sem sequer abrir a porta do quarto para a mãe, a moça fica muito pensativa. Preocupada com seu segundo mal estar, Cláudia volta a se perguntar:
-- Meu Deus! O que está acontecendo?
Com o passar dos dias, todavia, a moça acaba se esquecendo do incidente.
Vera por sua vez, continua preocupada. Percebendo um certo abatimento em Cláudia, ela criva a filha de perguntas.
Cláudia no entanto, não gosta desse excesso de zelo. Desconversando, a moça diz a mãe que está tudo bem e que ela não precisa se preocupar.
Mesmo assim, mesmo diante das evasivas da filha, Vera continua preocupada.
Nisso, Cláudia continua indo a escola, freqüentando as aulas.
Todavia, durante um passeio com seus amigos, Cláudia, depois de passear pelos corredores de um shopping, resolve ir ao banheiro.
Sentindo um ligeiro mal estar, resolve molhar o rosto.
Ao sair do banheiro, Cláudia, sentindo-se um pouco melhor, resolve se juntar aos amigos. Juntos resolvem lanchar. Sentados na praça de alimentação do shopping, eles devoram pizzas, beirutes, pastéis, sanduíches, milk-shakes. Mais tarde, Marisa e Cláudia sugerem assistir um filme.
Animados, todos concordam. Com isso a turma segue em direção a bilheteria do shopping.
Em questão de minutos, lá estão eles dentro da sala de cinema, aguardando a exibição da película. Alguns garotos, não satisfeitos com o lanche que fizeram, resolveram comprar aqueles sacos enormes de pipoca.
Cláudia e Marisa, ao verem os garotos com o saco de pipoca, ficaram espantadas.
Tanto que chegaram a comentar:
-- Mas o que é isso? Ainda estão com fome?
-- Não, não. Isso é só um aperitivo! – responderam.
Nisso, começou a exibição do filme.
Encantados com o filme, a turma não perdia uma cena.
Por fim, depois de duas horas, toda a galera saiu da sala.
Em meio à multidão de pessoas que saem da sala de cinema, Cláudia novamente sente-se mal.
Marisa, percebendo o ar abatido de Cláudia, resolve-lhe perguntar se está tudo bem.
-- Está. – respondeu laconicamente Cláudia.
Marisa porém, percebendo o mal estar da amiga, retruca dizendo que ela não está nada bem.
Nesse momento, ela leva Cláudia para um canto.
Quando a moça estava prestes a se sentar, sentiu novamente mal estar e desmaiou.
Marisa e seus amigos ao verem Cláudia desmaiada, ficaram apavorados. Sem saber o que fazer, dois dos rapazes saíram para pedir ajuda.
Aflitos, retornam com dois seguranças. Nesse momento, Cláudia recobrou os sentidos.
Foi quando os rapazes ofereceram ajuda.
Cláudia, sentada no chão, ao ouvir a palavra hospital, gritou:
-- Não!
Marisa ficou perplexa com a reação de Cláudia. Sem compreender a atitude da amiga, questionou Cláudia.
-- Como não?
Cláudia insistiu em dizer:
-- Não. Não quero! Não precisa, eu já estou bem!
Com isso, depois de muito pedir, Marisa e dois amigos levaram Cláudia para casa.
Ao chegar em casa, abatida, a moça logo chamou a atenção de Vera, que quis logo saber o que havia acontecido.
Sem alternativa, Marisa e os dois rapazes acabaram contando o que havia sucedido.
A essa altura, Cláudia, deitada em seu quarto, não imaginava que sua mãe descobrira que ela estava com problemas.
Aturdida, Marisa contou até, do mal estar de Cláudia na escola.
Impactada, Vera, ao tomar conhecimento da gravidade do estado de saúde de Cláudia, resolve telefonar imediatamente para Lourenço. Dizendo ter um assunto muito grave para discutir com ele, pediu para fosse para casa.
Surpreso, Lourenço quis logo saber o que estava acontecendo. Vera contudo, disse que não dava para adiantar nada pelo telefone.
Lourenço ao ouvir isso, ficou aflito. Sem paciência para esperar até o fim do dia para saber o que estava acontecendo, pegou logo o carro e voltou para casa.
Pobre homem!
Ao chegar em casa, recebeu uma bomba.
Vera aflita, relatou-lhe tudo o que vinha acontecendo com Cláudia.
Lourenço então, ao tomar conhecimento do estado de saúde da filha, resolveu conversar com ela.
Ao entrar no quarto da moça, Lourenço percebe seu ar abatido. Disposto a colocar tudo em pratos limpos, ele senta-se ao lado da cama da filha. Dizendo já saber o que está acontecendo, afirma que está na hora de ir a um médico.
Cláudia ao ouvir isso, diz que não precisa.
Lourenço por sua vez, diz que não é bem assim. Argumentando que eles precisam saber o que está acontecendo, insiste em dizer que não adianta ela reclamar.
Sem alternativa, Cláudia no dia seguinte, foi ao médico.
Lourenço, preocupado, tratou logo de marcar uma consulta com um médico de confiança.
Vera concordou.
De tão apreensivo, no dia seguinte, acompanhou a esposa e a filha no consultório médico.
Nisso, ao ser atendida pelo médico, Cláudia teve um duro baque.
Isso por que Doutor Alírio, diante dos exames realizados ali mesmo, lhe informa que ela padecia de uma grave enfermidade.
Ao ouvir o diagnóstico médico, Cláudia relutou em aceitar que estava doente.
Por esta razão, mesmo brigando com os pais, Cláudia recusou-se em submeter-se ao tratamento prescrito pelo médico.
Contudo, ao sentir-se novamente mal, visto que novamente desmaiou, ficando inconsciente por longo tempo, Cláudia finalmente aceitou se submeter ao tratamento.

Tomando medicamentos fortes, começou a sentir as forças fugirem do corpo. Por conta disso, abandonou os estudos.
Seus amigos por conta de sua atitude, se ressentiram. Reclamando da ausência da amiga, só restava a Cláudia inventar desculpas.
Nisso, o tratamento a que vem se dedicando, além de não trazer os resultados esperados, lhe provoca reações colaterais.
Cada vez mais abatida e indisposta, Cláudia começa a reclamar do tratamento. Dizendo que não está adiantando, faz menção de desistir em continuar a medicação.
Vera ao ouvir as reclamações da filha, lhe passa uma severa bronca.
Lourenço ao saber do desânimo da filha, resolve lhe chamar para uma conversa. Dizendo que ela não poderia desistir do tratamento, comenta que sua recuperação dependia apenas de sua persistência.
Cláudia contudo, mesmo depois de aconselhada pelos pais, continuava desanimada. Mas, pensando melhor, vendo sua situação, a moça cai em si, e percebendo que não tem outra escolha, depois de uma noite em claro, na qual muito pranteou, resolve tentar mais um pouco.
No café da manhã, Cláudia informa aos pais, que vai continuar tentando.
Vera e Lourenço, ao ouvirem as palavras da filha, ficam contentes com a notícia. Emocionados abraçam-na e proferem palavras de incentivo. Dizendo que ela não pode desistir, Vera e Lourenço tentam animá-la.
Cláudia então sorri.
Com isso, em nova consulta ao médico, Doutor Alírio, percebendo que a medicação não estava resolvendo o problema de Cláudia, resolve então, alterar o tratamento.
Ao ouvir isso, Cláudia fica desapontada.
Vera, percebendo o desapontamento de Cláudia, ao sair do consultório, tenta consolá-la.
Cláudia por sua vez, ouve a mãe. Percebendo a dedicação de Vera, resolve prosseguir o tratamento.
Mesmo assim, após algumas semanas, a situação de Cláudia continua a mesma.
Não bastasse isso, os efeitos colaterais da medicação a deixam cada vez mais debilitada e abatida. Apática, mal consegue se alimentar direito.
Revoltada, Cláudia enfrenta os pais dizendo que vai abandonar o tratamento.
Vera e Lourenço, ao ouvirem estas palavras, ficam inconformados.
Mesmo assim, a moça, alegando, que o tratamento não estava produzindo resultados, responde que não estava valendo a pena passar por tudo o que estava passando. Triste, Cláudia relembrou seus momentos felizes (suas idas a praia, as baladas, os passeios com os amigos, etc.) e chorando, disse que queria sua vida de volta. Batendo no peito, Cláudia insistia na idéia de que sua vida havia mudado para pior.
Vera aflita, tentou mais uma vez consolar a filha.
Cláudia por sua vez, respondeu de modo agressivo.
Lourenço, ao ver a atitude da filha, censurou-a.
Cláudia porém, não se intimidou. Cada vez mais agressiva, disse que estava cansada de ouvir palavras de consolo que não levavam a nada.
Revoltada, resolveu então, se trancar no quarto.
Vera tencionou ir atrás da filha, mas Lourenço a reteve.
Cada vez mais triste, Cláudia passou a se distanciar de seus pais e de seus amigos.
Com o passar do tempo, seus amigos não visitavam mais. Nem mesmo Marisa, sua grande amiga.
Ademais, evitando os pais, Cláudia passava cada vez mais tempo sozinha.
Cansada de ser alvo da compaixão das pessoas, Cláudia passou a ficar cada vez mais isolada.
Certa vez, pensando em sua vida, reviveu fases de sua doença, sua vida com os amigos, e chegou a conclusão de que precisava dar um jeito em sua vida.
Cansada de se instada por seus pais a reagir, Cláudia resolveu se alimentar. Por conta de sua fraqueza, a mudança se fez notar timidamente.
Astuta, a moça fingiu aceitar os conselhos dos pais. Cada vez mais cordata, causou estranheza em Vera, que ficou desconfiada.
Lourenço contudo, feliz com o aparente clima de harmonia em sua casa, respondeu a Vera que suas desconfianças eram bobas. Afirmava também, que ela estava cismada à toa.
Mesmo assim, Vera continuou insistindo que a atitude de Cláudia era suspeita.
Lourenço ao ouvir isso, criticou a esposa.
Com isso, ao passar de algumas semanas, Cláudia, ganhando a confiança de sua mãe, começou a elaborar um plano. Sequiosa de fugir daquela vida de tristezas, Cláudia fingiu aceitar sua sorte.
Vera, feliz por ver a filha retomar o tratamento, começou a baixar a guarda e, confiante de que a filha melhoraria, deixou de ficar vigiando Cláudia a todo instante.
Cláudia, percebendo isso, começou a pensar em arrumar suas malas.
À noite, depois de seus pais se recolherem, Cláudia começou a arrumar suas malas.
Silenciosamente, começou a retirar roupas do armário. Depois de colocar o maior número delas dentro de suas malas, começou a escolher os sapatos. A seguir, vasculhou as gavetas de seus criados-mudos e de um deles tirou um cartão de crédito. De dentro de um cofre, retirou uma substancial quantia em dinheiro e algumas jóias. Estando vazio, a moça fechou o cofre.
Cautelosa, destrancou a porta do quarto, e, devidamente arrumada, espiou o corredor. Ao ver que tudo estava tranqüilo, resolveu voltar ao seu quarto para buscar suas malas de rodinhas.
Calmamente as levou até a sala. Ao retornar a este ambiente, abriu lentamente a porta.
Saindo da residência, trancou a porta. Passou pelo quintal, viu as flores do jardim, a piscina e alcançou a rua. Apressada, caminhou até um ponto de táxi. De lá foi até o aeroporto. Lá, comprou uma passagem e viajou, ainda de madrugada para outro estado.
Por já contar com dezoito anos, não precisou de autorização para viajar. E por esta razão, abandonou sua casa sem qualquer receio.
No dia seguinte, quando seus pais deram por sua falta, já era tarde demais. Cláudia já estava muito longe.
Mesmo assim, Vera saiu rua afora, em busca da filha. Obviamente em vão.
Lourenço, percebendo que a filha fugira na calada da noite, resolveu ir até a delegacia de polícia. Aflito, ele relatou ao delegado o que sucedeu.
Atencioso, o delegado o informou de que ele precisava esperar vinte e quatro horas para considerar a moça, como desaparecida.
Ao ouvir isso, Lourenço ficou desapontado.
Comentando este fato com Vera, ao chegar em casa, Lourenço conseguiu deixá-la indignada. Isso por que, depois de ligar para vários amigos de Cláudia e passar na casa de alguns deles, os dois perceberam que não era brincadeira.
Mas agora, o que poderiam fazer?
Com isso, Cláudia, estando no Espírito Santo, utilizando-se de documentos falsos, passa a se chamar Valquíria.
Ávida por retomar os estudos que abandonou ao adoecer, Valquíria se matriculou em uma escola pública.
Assim, em questão de dias, a moça voltou a estudar.
Logo que entrou na sala de aula, todos estranharam sua magreza. Não demorou muito para que surgissem piadinhas sobre isso.
-- E aí! Você tá com AIDS?
Cláudia ao ouvir isso se aborreceu.
Oscar e Alice vendo a cena de longe, ficaram irritados com a atitude dos garotos.
Em razão disso, percebendo a expressão de decepção no rosto de Valquíria, vão até ela. Desculpando-se pela atitude dos garotos, Oscar e Alice dizem para ela não ligar para aquilo. Afirmando que eles eram uns infelizes, tentaram logo tirar a má impressão de Valquíria.
Conversando com a moça, acabaram se tornando grandes amigos.
Contudo, a despeito disso, mesmo feliz em poder terminar seus estudos, Valquíria ficava aborrecida com as brincadeiras que faziam a respeito de sua magreza.
Chateada, Cláudia, agora Valquíria, sofria com isso.
Oscar e Alice, percebendo isso, consolavam a amiga.
Não fosse por eles, e ela teria novamente abandonado os estudos. Isso por que, a cada dia que passava, aumenta o número de piadinhas sobre sua aparência.
Mas para sua sorte, Valquíria tinha Alice e Oscar como amigos.
E foi assim quem, com o passar do tempo, Cláudia/Valquíria voltou a ganhar peso e cor. Seus olhos ganharam brilho.
Feliz, Valquíria esqueceu-se de sua doença.
Recobrando o viço, os moleques até pararam de implicar com ela na escola.
Certo dia, passeando com Alice, Valquíria conheceu Vanderli. Caminhando pelo centro de Vitória a moça encontrou o rapaz.
Alice, ao ver o conhecido, logo o chamou.
Foi quando o apresentou a nova amiga, Valquíria.
Simpático, o rapaz começou a falar sobre sua vida. Curioso, perguntou também sobre a vida de Valquíria.
Não demorou muito para que os dois se tornassem amigos.
Simpático, o rapaz passou a recitar poesias para Valquíria.
Como por exemplo, o Canto Sétimo, em suas estrofes 62 e 63, da famosa obra “Os Lusíadas”, de Camões:

“E, se queres, com pactos e alianças
De paz e amizade sacra e nua,
Comércio consentir das abundanças
Das fazendas da terra sua e tua,
Por que cresçam as rendas e abastanças
(Por quem a gente mais trabalha e sua)
De vossos Reinos, será certamente
De ti proveito, e dele glória ingente

E sendo assi que o nó desta amizade
Entre vós firmemente permaneça,
Estará pronto a toda adversidade
Que por guerra a teu Reino se ofereça,
Com gente, armas e naus, de qualidade
Que por irmão te tenha e te conheça;
E da vontade em ti sobre isto posta
Me dês a mi certíssima resposta.”

Valquíria, ao ouvir este poema, aplaudiu entusiasticamente.
Lisongeado, Vanderli agradeceu a deferência.
Nisso, os dois continuaram a se ver e a passearem juntos.
Um dia, Valquíria, depois de se vestir para ir a escola, sentiu um súbito mal estar. Acometida de uma fraqueza inesperada, a moça sentou-se na beira da cama. Surpresa com este novo mal estar, Valquíria tentou se acalmar.
Sentada, permaneceu por alguns minutos.
Após, sentindo-se recuperada, resolveu se levantar.
Quando estava prestes a sair de seu apartamento, Valquíria sentiu-se novamente mal. Contudo desta vez, sentindo também dores, a moça desfaleceu.
Não fosse uma vizinha socorrê-la, e Valquíria teria ficado horas desacordada, sem socorro médico.
Hospitalizada, Valquíria foi submetida a exames. Quando finalmente despertou, a moça ficou surpresa ao se ver entubada tomando soro, e deitada em uma cama de hospital.
Foi quando surguiu Catarina, sua vizinha, que, entrando no quarto, explicou-lhe que ela foi encontrada desacordada, próxima a porta de seu apartamento.
Surpresa, Valquíria retrucou dizendo que não ela não precisava tê-la internado. Argumentando que agora estava bem, insistiu em dizer que a preocupação era desnecessária.
Catarina, ao ouvir as palavras da moça, respondeu que não era bem assim. Afirmando que ela iria ficar mais algum tempo internada, Catarina deixou Valquíria perplexa.
Ao ouvir as palavras da vizinha, Valquíria bem que tentou argumentar, debalde.
Com isso, ficou alguns dias internada.
Mesmo contrariada, Valquíria aguardou sua alta no hospital.
E após algum tempo, foi isso que aconteceu. Desta forma, quando ela recebeu alta, foi logo advertida de que seu estado de saúde era grave.
A moça ao ouvir isso, respondeu que iria se tratar. Abalada com a advertência do médico, ela voltou para casa em companhia da vizinha, Dona Catarina.
Contudo, com o passar de alguns dias, aparentemente curada, Valquíria se esqueceu do aviso e retomou sua vida.
Mas ela não conseguiria esconder por muito tempo sua doença.
Isso por que, Valquíria estava abatida. Como seu abatimento não diminuía, Vanderli, passou a inquiri-la a este respeito.
Valquíria por sua vez, incomodada com as constantes perguntas a respeito do seu estado de saúde, respondia desconversando, que estava tudo bem.
Contudo, inadvertidamente, visitando o apartamento da moça, Vanderli, conversando com Catarina, descobre toda a verdade.
Irritado, o rapaz, ao saber que Valquíria fora internada, exige explicações da moça.
Atônita, Valquíria tenta novamente desconversar, mas pressionada por Vanderli, acaba confessando a verdade.
Perplexo, Vanderli, ao saber de toda a verdade, mal sabe o que dizer. Atordoado, senta-se no sofá do apartamento de Valquíria, e fica a pensar em tudo o que acabou de ouvir.
Refletindo a respeito da delicada situação de sua amiga, Vanderli chega a seguinte conclusão:
-- Você vai fazer o tratamento.
Valquíria, ao ouvir esta frase, retruca:
-- Não! Não vou!
Aflita, a moça se relembra de tudo o que passou na casa de seus pais, e por conta disso, se recusa a voltar a se tratar.
Relutante, resiste a idéia. Teimosa, chega a discutir com seu amigo.
Com isso, Valquíria sofre uma nova recidiva em sua doença. Não só abatida como também enfraquecida, a moça sofre novos desmaios.
Vanderli, que acompanha tudo, cada vez mais preocupado com sua saúde, retoma o assunto.
Nesse momento, Valquíria, extremamente abatida, finalmente concorda com o tratamento. Mesmo sem esperança, a moça se submete ao tratamento do Doutor Loredano.
Triste, Valquíria tem que novamente, abandonar os estudos e se internar no hospital.
Tomando remédios cada vez mais fortes, Valquíria fica cada vez mais debilitada. Sem sentir melhoras, a moça pensa em desistir do tratamento.
Alice, Oscar e Vanderli, ao ouvirem as palavras de desânimo da amiga, a incentivam a prosseguir o tratamento.
Para entretê-la, Vanderli conta para Valquíria a “Lenda do Uirapuru”:
Valquíria já entra no clima.
Incialmente, relatando que foi ao ouvir a música de Heitor Villa Lobos, que conheceu a história de um lendário Pássaro Encantado, Vanderli começa a história:

Venerando adoradores de amuletos, consideravam-no o Rei do amor. Eles cantam à noite, encantando os indígenas sentados em roda nas tabas da floresta, tocando sua flauta nasal.
Antes era o cacique que lhes contava as histórias e os segredos da floresta.
Nisso, os Uirapurus ressentem-se da invasão de sua floresta por um velho de má aparência, que os nativos decidem atacá-lo impiedosamente e o expulsam.
Com isso, prossegue-se a pesquisa, ou melhor, a caça para encontrar o ardiloso Uirapuru e, supostamente, por todos os membros dos animais noturnos, no reino dos insetos: vagalumes, grilos, mochos, sapos encantados, morcegos e animais rastejantes.
Os caçadores desejavam capturar o Pássaro Encantado de canto canoro.
Aí então, eis que uma bela moça surge, encantada também pelo doce canto do Uirapuru. Corajosa, armada de arco e flecha ela atira no Pássaro Encantado, atravessando-lhe o coração e conseqüentemente, o Pássaro Cantante é imediatamente transformado num belo e garboso jovem.
A feliz caçadora que havia cativado completamente o belo jovem, seguida de seus maravilhosos nativos, é abandonada próxima da floresta, quando hesitam ante agudos e desagradáveis sons, provindos de uma distante flauta nasal.
Suspeitando da chegada de um repelente feiticeiro, procurando vendeta contra o impiedoso ato que eles haviam cometido, os nativos ocultam-se na densa floresta.
O ingênuo jovem, corajosamente, enfrenta o repelente feiticeiro que o mata com uma certeira flechada.
As jovens indígenas ternamente transportam seu corpo por uma fonte próxima, lavam seu corpo, e ele é subitamente transformado num belo pássaro, que voa e canta suave canção, diminuindo o silêncio da floresta. 1

Ao final da narrativa, Vanderli percebe o deslumbramento de Valquíria. Constatando isso, Vanderli promete visitá-la todas as tardes para lhe contar histórias.
Valquíria sorri ao ouvir esta novidade.
Nisso o rapaz, percebendo que estava chegando ao fim, o horário de visitas, despede-se da moça.
Isadora – a enfermeira –, entrando no quarto, ajeita os travesseiros de Valquíria. A seguir, coloca sobre o colo da moça uma bandeja com o jantar.
Vanderli, já no corredor do hospital, respira fundo.
Dias depois, voltando ao hospital, Vanderli declama para Valquíria, um famoso soneto de Camões:

“Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la:
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: Mais serviria, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!”

Emocionado, Vanderli abraça Valquíria.
Dizendo que gosta muito dela, pede mais uma vez para ela não desistir.
Nesse instante, entra Isadora, avisando-o que horário de visitas se encerrou.
Vanderli então, se despede da amiga.
Dias depois, durante a madrugada, Vanderli é avisado que Valquíria não está bem.
Assustado, o rapaz vai correndo para o hospital. Lá encontra Alice e Oscar.
Nesse momento, surge o Doutor Loredano, advertindo-os de que o estado de saúde de Valquíria era crítico.
Ao ouvir isso Alice, Oscar e Vanderli se entreolharam preocupados.
Aflito, Vanderli chega a chorar.
Desesperado, lembra-se de todas as aflições ocasionadas pela doença da tão estimada amiga. Recorda-se então, de todas as lágrimas que já vertera por Valquíria.
Nesse momento, ele faz uma promessa.
Alice e Oscar tentaram descobrir sobre o que se tratava a promessa, mas ele não contou.
Preocupado, Vanderli chega a ver Valquíria na UTI.
Todavia, ao final de alguns dias, as coisas melhoram.
Valquíria, recuperada da complicação, começa a dar sinais de que o tratamento está produzindo resultados.
Vanderli, fica feliz com a melhora.
Não bastasse isso, com o passar do tempo, Vanderli tem a alegria de ver a recuperação total de Valquíria.
Nesse ínterim, o rapaz se dirige a uma igreja para pagar sua promessa.
Alguns meses depois, Valquíria já estava completamente recuperada de sua moléstia.
Quando recebe alta, Vanderli resolve buscá-la. Feliz, a leva para passear. É quando lhe propõe namoro.
Surpresa, Valquíria, depois de pensar um pouco, aceita a proposta.
Nisso os dois se beijam.
Alguns minutos depois surgem Alice e Oscar.
Os quatro amigos, conversam animadamente.

Nos dias seguintes Vanderli e Valquíria tornam a se encontrar.
É num desses passeios que Vera e Lourenço vêem Cláudia. Avisados por um conhecido, que a moça estava em Vitória, foi questão de tempo encontrá-la.
Certo dia, Vera, cansada de aguardar o momento certo para abordar a filha, se aproxima dela e de Vanderli.
Aflita, Cláudia/Valquíria tenta evitar o encontro, mas já é tarde.
Abordando Vanderli, Vera diz que é mãe de Cláudia.
Surpreso, Vanderli pergunta:
-- E quem é Cláudia?
Vera, perplexa, responde que a moça que o acompanha é Cláudia.
Ao ouvir isso, Vanderli exige explicações da namorada.
Gaguejando, Cláudia tenta se explicar. Mas Vanderli irado, não a deixa falar.
Desesperada, a moça tenta ir atrás do rapaz, mas sua mãe a retém.
Irritada, Cláudia empurra Vera e diz que ela estragou tudo. Chorando, grita dizendo que não quer vê-la nunca mais.
Vera ao ouvir isso, fica arrasada.
Lourenço ao ver Cláudia correndo, resolve se aproximar da mulher. Preocupado, passa a consolá-la.
Nisso, após alguns dias, finalmente Cláudia e Vanderli se entendem.
Disposto a ouvi-la, Cláudia conta então a Vanderli, toda sua história.
Relata como era sua vida, suas amizades e seu relacionamento com a família. Comenta sobre sua vida social e como tudo era feliz até ficar doente. Depois vieram os males estares, o tratamento, o sofrimento. Cansada de viver com essas limitações, ela resolveu fugir. Pegou seus pertences, seu dinheiro e rumou para o Espírito Santo.
Ao terminar de ouvir o relato, Vanderli ficou perplexo.
Cláudia então, pediu desculpas ao rapaz.
Ele prometeu que iria pensar em tudo isso.
Em alguns dias, os dois depois de se entenderem, voltaram a namorar.
Mais algum tempo e a moça finalmente se acertou com a família.
Isso graças ao espírito conciliador de Lourenço, que conseguiu fazer com que Cláudia e Vera se entendessem.
Não sem antes é claro, uma bela discussão em que Cláudia revelou que fugira porque não agüentava mais sofrer.
Vera, ao ver os olhos marejados de Cláudia, entendeu finalmente a filha.
Foi então que as duas se abraçaram.
Nos meses seguintes, retornando para casa, Cláudia comemorou o Natal e o Reveillon com a família.
Ao lado de Vanderli, Cláudia revelou que depois de tantos percalços, era estranho voltar para aquela casa.
Vanderli respondeu então, que dali para frente tudo seria diferente.
Nisso, o casal é chamado para cear.
Juntos no ano novo, assistem a queima de fogos.
No carnaval, a moça volta para casa. Fantasiada de colombina vai para os salões pular o carnaval com Vanderli, vestido de menestrel.
Durante o baile, a moça reencontra Marisa, que se espanta com sua vitalidade.
Cláudia revela então, que se curou e que está vivendo em outro estado.
Marisa ao ouvir estas palavras, a felicita. Dizendo estar feliz por ela, a abraça.
Após, Cláudia se despede. Vanderli a chamava para dançar.
Feliz por finalmente estar concluindo o segundo grau, a moça revelou para Marisa que conheceu duas pessoas maravilhosas em Vitória – Alice e Oscar –, os quais são hoje, seus grandes amigos. Além disso, foi lá que conheceu Vanderli, seu namorado.
Vanderli, dançando com Cláudia, sussurra no seu ouvido, que ela estava linda.
Cláudia sorri.
Nesse momento o rapaz a pede em casamento.
Cláudia se surpreende.
Vanderli retira de sua fantasia, um pequeno estojo. Ao abri-lo, o moço deixa claro tratar-se de um anel de noivado.
Sem jeito, ainda tomada pela surpresa, Cláudia acaba aceitando o pedido.
Feliz o rapaz a abraça e a gira no ar.
Nisso, o baile prossegue. Ninguém nota a felicidade do casal.
Como trilha sonora da felicidade de Cláudia e Vanderli, um trecho de uma marchinha:

“ Se a lua contasse, tudo o que vê
De mim e de você, muito teria o que contar
Ela diria que viu-nos brigando e
Viu você chorando me pedindo pra voltar...”

Fim.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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