Poesias

quinta-feira, 22 de julho de 2021

DELICADO - CAPÍTULO 25

Cláudia por sua vez, ao sair de sua residência, caminhou a esmo.
Chorando, caminhou pelo bairro.
Acabou chegando à casa de Letícia.
A moça estava arrumando a sala, colocando as almofadas no lugar.
Foi quando ouviu o barulho da campainha.
Ficou admirada ao ver Cláudia em sua porta.
Ao abrir o portão, percebeu que a amiga não estava bem.
Pediu para que entrasse.
Quando Cláudia entrou na casa, disse que tudo estava desabando em sua cabeça. Contou que tudo ia de mal a pior, e que não sabia o que fazer.
Deitou-se no colo da amiga e começou a chorar.
Letícia tentou em vão consolá-la.

Lúcio por sua vez, foi até a casa da namorada.
A moça havia acabado de almoçar.
Quando viu o garoto batendo à sua porta, estranhou.
Abriu-lhe a porta e deixou-o entrar.
Sem graça, o garoto cumprimentou a mãe de Patrícia e seu pai.
Pediu-lhes desculpas pelo incomodo, mas disse que precisava conversar com ela.
A moça, percebendo que o garoto estava tenso, fez menção de levá-lo a seu quarto.
Neste momento, seu pai a interrompeu.
Disse que eles poderiam conversar no jardim.
Patrícia levou-o ao jardim.

Lúcio, observando se não havia ninguém por perto, contou a Patrícia a confusão que havia ocorrido em sua casa.
A garota ficou perplexa.
Lúcio comentou que não sabia o que fazer. Já não sabia o que pensar.
Patrícia respondeu-lhe que ela também não sabia o que dizer, apenas que sentia muito por toda aquela confusão.
Abraçou o namorado.
Soraia por sua vez, ao perceber que eles estavam demorando muito em sua conversa, resolveu se aproximar.
Bateu na porta da cozinha e avisou que estava indo ao encontro deles. Ao se aproximar, perguntou-lhes se estavam precisando de alguma coisa.
Patrícia perguntou-lhe então se estava liberada para conversar com Lúcio em seu quarto. Disse que precisava de um pouco mais de privacidade.
Soraia argumentou que Túlio estava inflexível.
Patrícia agradeceu, pegou a mão de Lúcio.
Avisou a mãe que daria uma volta e não sabia que horas voltaria.
Soraia autorizou. Pediu apenas que tivesse cuidado, pois a cidade estava perigosa.
A moça agradeceu e saiu.
Seu pai ao saber do fato, criticou Soraia.
A mulher respondeu-lhe que se não houvesse proibido a garota de levar o moço até seu quarto, eles poderiam conversar sem serem incomodados, e ela não precisaria sair de casa.
Ao ouvir isto, Túlio calou-se. Continuou lendo seu jornal.

Com isto, o casal ficou algum tempo conversando na quadra de esportes do bairro.
Mais tarde o garoto voltou para casa.
Patrícia acompanhou-o.
Quando Ana perguntou-lhe onde tinha ido, o garoto respondeu-lhe que havia estado na casa de Patrícia. Triste, disse para a avó que precisava ficar com ela. Disse que mais tarde lhe falaria.
Patrícia cumprimentou Ana.
A mulher retribuiu o cumprimento.
Lúcio e Patrícia entraram no quarto. O garoto olhou para os lados e encostou a porta.
Chorou, repetiu a história.
Patrícia ouvia a tudo pacientemente.

Lucindo por sua vez, ao chegar em casa, trancou-se em seu quarto.
Olegário tentou conversar com ele, mas Lucindo recusou-se a abrir a porta para o tio.
Somente no dia seguinte, contou aos tios, sobre os fatos do dia anterior.
Chorando, contou sobre a possibilidade de ser o pai de Lúcio.
Quando Olegário soube do fato, perguntou-lhe por que não havia contado tudo o que aconteceu naquela fatídica noite. Recriminou-lhe, disse que era um irresponsável, que seus pais não haviam lhe criado daquela forma.
Lucindo reconheceu que estava errado. Disse que estava disposto a reparar seu erro, e até responder criminalmente se fosse o caso.

Dias depois, o homem relatou o ocorrido, para Onofre.
O advogado ficou chocado.
Nervoso, Lucindo relatou que faria qualquer coisa para se entender com Cláudia. Mencionou que fora idiota por não pensar nesta possibilidade, que foi leviano, mas estava arrependido, e disposto a reparar seu erro.
O advogado perguntou-lhe se nunca havia pensado nesta possibilidade.
Lucindo comentou que uma vez, pensou nisto, mas logo afastou o pensamento.
Para ele, Roberto era o pai do garoto.
Onofre explicou-lhe que precisaria comprovar o fato através de um exame.
Lucindo concordou.
Constrangido, perguntou sobre a possibilidade de ser processado criminalmente pelo fato.
O advogado disse-lhe que o crime estava prescrito. Acrescentou porém, que sua situação era bastante delicada, e que Cláudia dificilmente o perdoaria. Mencionou se tratar de: Violação sexual mediante fraude.
Lucindo começou a chorar.
Disse que sabia disto, mas que iria tentar convencê-la de que estava arrependido, que não era uma má pessoa.
Terminada a conversa, Lucindo agradeceu o advogado.
Onofre recusou qualquer pagamento.
O homem lhe disse que por estar representando Cláudia, não poderia ser seu advogado. Indicou-lhe o nome de um colega.
Lucindo agradeceu.
Mais tarde, procurou um advogado.

Roberto, ao tomar conhecimento do exame, ficou furioso.
Ligou para seu advogado, perguntou-lhe se não havia meios de reverter a situação.
Quando o causídico respondeu-lhe que não havia o que ser feito, Roberto desligou o telefone.
Por fim, o próprio Onofre pediu a extinção do processo.
Quanto ao processo movido por Cláudia, a sentença reconheceu a maternidade e determinou a alteração do registro de nascimento de Lúcio.
Quanto aos pais de Cláudia, o advogado mencionou que o fato estava prescrito.
Ana e Jacinto ficaram aliviados.
Diante disto, Cláudia procurou a diretora do colégio onde o garoto estudava. Conversando com a mulher contou o ocorrido. Acompanhada de Ana, que confirmou o fato.
Mais tarde, procedeu a alteração do registro de Lúcio.
Foi questão de tempo para que no colégio todos soubessem que Cláudia era sua mãe.
No começou o garoto teve que aturar umas brincadeirinhas de mau gosto. Do tipo, a sua mãe cada dia está mais nova, entre outras piadas.
Lúcio só partiu para a briga quando um garoto insinuou que Cláudia não valia nada por haver escondido o fato de ser sua mãe.
Lúcio partiu pra cima dele.
Por conta disto, Lúcio acabou indo parar na diretoria.
Cláudia foi chamada.
Lúcio recebeu uma advertência.
Como punição, ficaria três dias sem comparecer ao colégio.
Cláudia ouviu as explicações do garoto.
Disse que entendia que o mesmo tivesse ficado com raiva, mas não deveria agir daquela forma. Argumentou que muita gente fazia piada sobre o ocorrido, e que ela própria já ouvira algumas bobagens.
Lúcio comentou que não era justo.
Cláudia argumentou que nem sempre a vida é justa, mas que deviam procurar fazer o melhor que podiam com o que tinham.
Lúcio ficou deitado em seu colo.
Cláudia passava a mão em seus cabelos.

Quanto ao processo por assédio, o próprio Célio desistiu da ação.
Ao saber do arquivamento do inquérito, Cláudia tentou descobrir a razão para tanto.
Onofre respondeu-lhe simplesmente que o caso tinha sido arquivado.
Cláudia por seu turno, perguntou-lhe se não seria possível processar Roberto, por falsa acusação de crime.
Onofre argumentou que teriam que arrumar provas para tanto.
Cláudia argumentou que havia sido presa, e que Roberto devia pagar pelo que fizera a ela.
Onofre relatou que poderiam mover uma ação indenizatória.
A mulher demonstrou interesse na medida.

Luciana Celestino dos Santos
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