Poesias

quarta-feira, 31 de março de 2021

CARINHOSO - PARTE I - CAPÍTULO XVII

Felipe, estava decidido a se entender com Leila.
Atendeu telefonemas, visitou a tecelagem, participou de uma reunião.
Estava interessado em realizar anúncios de seu comércio nos muros da cidade. Pensou até em utilizar a televisão e o rádio.
Mais tarde, foi até a residência da moça.
Irene estranhou quando a filha se apresentou na sala toda arrumada para se encontrar com o rapaz.
Nas últimas semanas Leila estava mais recolhida, e somente saía com seus colegas.
Em razão disto, Irene chegou a pensar que o casal havia rompido.
Chegou a conversar com a filha sobre o assunto, mas Leila a todo o momento desconversava.
Leila despediu-se dos pais.
Irene recomendou-lhe então, que não voltasse tarde. Relatou que ela estava muito estranha.
Leila respondeu que estava tudo bem.
Irene pediu para que tivesse cuidado. Argumentou que a reputação de uma moça era tudo.
Com isto, pediu para que o marido a acompanhasse até a porta.
Felipe saiu do carro.
Dirigiu-se até a entrada da casa, cumprimentou o homem, e pedindo licença, conduziu Leila até o carro, fechando a porta do veículo para ela.
Felipe dirigiu até o aeroporto.
Leila, ao perceber isto, perguntou-lhe para onde estava indo.
Sorrindo, o moço respondeu que a estava levando para jantar em um dos melhores restaurantes que ele conhecia.
A moça indagou do por quê da escolha.
Felipe respondeu-lhe que quando ela pusesse os pés no restaurante, entenderia.
Nisto, o casal adentrou o aeroporto.
Felipe, munido de duas passagens, recomendou-lhe que o seguisse.
Com isto, o casal voou para o Rio de Janeiro.
Não sem alguns protestos e questionamentos de Leila, que não estava compreendendo o que estava acontecendo.
A moça respondeu que não iria viajar com ele, que não tinha bagagem, e que tudo aquilo era muito estranho.
Felipe segurando suas mãos, dizia-lhe a todo o momento para que não preocupasse. Respondeu que não a estava seqüestrando.
Assustada, Leila perguntou-lhe se não poderiam conversar em São Paulo.
Felipe disse-lhe que precisava lhe mostrar um lugar que considerava muito especial. Visando acalmá-la, disse-lhe que poderia contatar seus pais, quando lá chegasse.
Com isto, rumaram em direção a cidade maravilhosa.
Quando chegaram na cidade, Felipe e Leila saíram de táxi do aeroporto.
Seguiram pelas ruas da cidade.
Avistaram algumas praias, e alguns cartões postais da cidade.
Leila ficou encantada com a beleza da cidade.
Ao perceber o deslumbramento da moça, Felipe comentou que a cidade a noite era esplendorosa, mas que o melhor da cidade era observá-la de dia.
Quando chegaram no restaurante, Leila ficou impressionada com a imponência da construção.
Felipe respondeu-lhe que muita gente ilustre já havia freqüentado o lugar.
Leila pode observar fotografias de alguns artistas no local.
Assim, que adentraram o restaurante, foram recepcionados por um garçom que os conduziu a uma mesa centralizada do lugar.
Acomodados, Felipe perguntou a Leila se gostaria de telefonar para os pais.
A moça respondeu que mais tarde ligaria.
Comentou que se dissesse que estava em um restaurante no Rio de Janeiro, ninguém acreditaria. Ressalvou que nem ela mesma estava acreditando no que estava acontecendo.
Nisto, Felipe abriu sua maleta e sacou um presente.
Quando Leila viu o pacote, percebeu que se tratava do perfume que o moço havia comprado naquela tarde.
Felipe respondeu-lhe que aquele perfume era para ela.
Leila por sua vez, fez menção de recusar.
No que Felipe retrucou dizendo que não aceitaria nenhuma recusa.
Argumentou que não estava querendo comprá-la. Só estava sendo ser gentil com uma pessoa especial para ele.
Aproveitando o ensejo, comentou que quando fingira ser um simples motorista particular, não o fizera com a intenção deliberada de enganá-la.
Repetiu que ficou temeroso em contar a verdade, e ela pensar que ele estava brincando. Comentou que desde que a vira pela primeira vez, notou que ela era uma pessoa especial, e não queria correr o risco de ficar sem sua presença.
Por fim, comentou que ela não era uma pessoa fácil, e que seria muito difícil fazê-la se convencer de que era um empresário.
Ao ouvir estas palavras Leila respondeu:
- Ah, que bom! Agora a culpa por sua covardia é minha!
Felipe entendeu o ponto de vista da moça.
Disse-lhe que ela não era culpada de seus gestos impensados.
Indagou porém, que de fato seria difícil de acreditar que a pessoa que está ao seu lado é abonada. Em seguida, comentou que já foi enganado por uma moça, que fingira ser uma doce criatura, mas que só estava interessada em seu dinheiro. Quase as lágrimas, comentou que fora sim um covarde, e que teve medo de que ela pudesse ser uma interesseira.
Magoada, Leila respondeu:
- Poxa vida! Que bom conceito você tem das mulheres!
Nisto, o moço segurou novamente as mãos da moça. Pediu-lhe desculpas.
Olhando-a nos olhos, assegurou que estava disposto a desfazer o equívoco. Disse que se ela aceitasse ficar com ele, começariam um relacionamento em um novo patamar.
Nisto, o moço sacou um novo presente de sua maleta.
Tratava-se de uma caixa menor, toda forrada.
Presente o qual o moço aproximou de Leila e pediu-lhe para que abrisse.
A moça meio sem jeito, abriu a caixinha.
Dentro havia um anel com um exuberante brilhante.
Animado, Felipe respondeu-lhe que passara parte do dia do escolhendo o mimo em seu escritório. Comentou que chamou o joalheiro pessoalmente em seu escritório para poder fazer a escolha do melhor presente para ela.
Leila olhava para a jóia reluzente.
Em dado momento, fechou a caixa e empurrou o presente em direção a Felipe.
Ao notar o gesto, o moço ficou deveras desapontado.
Leila respondeu-lhe que não poderia ficar com o presente.
Felipe por sua vez, arrastou a caixinha novamente em direção a moça.
Leila continuava relutando.
O moço então, segurou a caixa, abriu-a, e segurando a mão direita da jovem, colocou o anel em seu dedo.
- Lindo! Não? - falou o moço.
Leila continuava insistindo em não aceitar o presente.
Felipe, ao ouvir novamente a moça dizer-lhe que não poderia aceitar o presente, disse:
- Espere um pouco. Eu ainda não acabei de dizer o que tinha para falar. - começou o moço - Eu sei que não estamos nos entendendo, mas eu quero que saiba que te estimo muito, e que se estou tentando fazer com que entenda meus motivos, não é por que queira posar de bom moço... Estou nervoso... O que eu quero dizer é ... você aceitaria se casar comigo?
Leila ao se ver com um anel de brilhantes no dedo e uma proposta de casamento, ficou sem palavras.
Nervoso, Felipe instou-a a dizer algo. Comentou que precisava de uma resposta.
Leila respondeu que não sabia o que dizer.
Felipe insistiu para que dissesse sim ou não, para que não perdurasse aquele silêncio constrangedor.
Tentando provocá-la, comentou que ele havia deixado sua covardia de lado.
Leila respondeu-lhe que não estava sendo covarde.
Felipe brincando, sugeriu jantarem.
Depois da refeição ela poderia apresentar sua resposta.
Ao ouvir falar em jantar, Leila comentou que já devia ser muito tarde.
Com isto, pediu ao moço que a levasse de volta para casa.
Felipe porém, se recusou. Argumentou que não sairia dali enquanto não degustasse um lauto jantar. Recomendou a moça que fizesse o mesmo.
Nervosa, Leila comentou que seus pais deviam estar preocupados com sua demora.
Felipe, num gesto cavalheiresco, comentou que ele a levaria de volta para casa, e que ao lá chegar, conversaria com seus pais, e explicaria o que acontecera. Ressaltou que não iria lhe causar problemas.
Apreensiva, Leila respondeu-lhe que já estava encrencada.
Nisto, cearam.
Felipe escolheu os pratos.
Nervosa, Leila comentou que não sabia quais talheres deveriam ser utilizados.
Felipe explicou-lhe.
Beberam vinho.
Ao término da refeição, Felipe cobrou-lhe uma resposta.
Leila respondeu-lhe que não poderia se casar com ele.
- Por que não? – indagou o moço.
Leila explicou-lhe que ele não confiara nela e que confiança é a base de toda e qualquer relação.
Felipe respondeu que sim, confiava nela, ou não lhe contaria tudo o que se passava em seu coração.
Nervoso, pediu-lhe que segurasse suas mãos.
Contou-lhe que entenderia se ela não quisesse se casar com ele, mas que para isto, teria que usar argumentos mais fortes.
Irritada, Leila respondeu que não se sentia preparada para se casar.
Felipe, olhando-a nos olhos, disse que entendia sua confusão.
Nisto, aproximou-se da moça, e falou-lhe que aquele gesto dissiparia toda a confusão.
Felipe pediu a jovem para que se levantasse.
Leila mecanicamente, atendeu ao pedido.
Com isto, Felipe segurou-a nos braços e beijou-a.
Ao término do beijo, Leila olhou nos olhos de Felipe e perguntou um tanto sem jeito:
- Por que você fez isso?
- Por que tive vontade. – respondeu de pronto o moço.
Leila por sua vez, vendo que ainda estava nos braços de Felipe, procurou se desvencilhar dele.
O moço, percebendo a inquietude da jovem, soltou-a.
Leila por sua vez, pediu para irem embora.
Nisto a dupla seguiu de táxi até o aeroporto, e de avião, retornou para São Paulo.
Leila, exausta, dormiu durante o vôo e Felipe carregou-a nos braços até o carro, o qual estava estacionado no aeroporto.
Lá, acomodou a moça no banco da frente.
Nisto, o rapaz guiou o veículo até a casa de Leila.
Ao lá chegar, o moço acordou a jovem. Disse-lhe que ela estava em casa.
Sonolenta, Leila foi conduzida por Felipe até a porta da casa.
Irene recebeu a filha.
Irritada, perguntou:
- Isto, são horas?
Felipe procurou se desculpar. Argumentou que ao lado de Leila as horas não passam, voam.
Nisto a mulher recomendou que ambos entrassem na residência.
Felipe explicou que havia levado a moça para jantar em um restaurante no Rio de Janeiro.
Os pais de Leila não acreditaram muito na história.
Felipe então explicou que trabalhava no Grupo Oliveira, ocasião em que apresentou um cartão da empresa. Disse que estava disposto a se casar com Leila, mas que a moça estava um tanto quanto relutante em aceitar a proposta.
Osvaldo respondeu que naquelas circunstâncias, não cabia relutância.
Leila sonolenta, respondeu que não queria casar.
Osvaldo retrucou, dizendo que ela estava sim, em idade de se casar.
Leila ao ouvir estas palavras, ficou aborrecida.
O homem então, disse-lhe que Felipe havia feito uma proposta correta e que ela não tinha motivos para recusar. Afinal de contas, se não possuía interesse em casar-se com o rapaz, porque acompanhá-lo em um jantar, ainda mais em um lugar tão distante?
Leila não teve como argumentar.
Felipe explicou aos pais da moça, que Leila só descobriu que ele tinha posses recentemente, devido um equívoco. Comentou que não fizera um papel bonito ao não lhe contar a verdade.
Osvaldo e Irene, ao ouvirem as palavras do moço, perceberam que a filha não contara tudo o que estava acontecendo.
Surpresa, Irene disse-lhe que ele não fora correto com sua filha.
Leila tentava ouvir a tudo, fazendo um grande esforço para se manter acordada.
A certa altura, já acomodada no sofá, adormeceu.
Quando Irene percebeu e fez menção de acordá-la, Felipe pediu para que não o fizesse. Argumentou que a viagem fora longa e que ela precisava dormir um pouco para poder trabalhar naquele dia, que estava apenas começando.
Ao ouvir isto, Osvaldo perguntou se era realmente necessário que ela continuasse trabalhando.
Felipe respondeu-lhe que se a proibisse de continuar trabalhando, Leila iria se rebelar.
Comentou que se estava difícil convencê-la a casar-se com ele sem impor condições, e que se caso o fizesse, ela não o aceitaria. Argumentou que não precisava entrar em guerra com a moça. Sorrindo disse que tudo se acomodaria com o tempo.
Osvaldo concordou.
Comentou impressionado que ele era muito maduro para a pouca idade que tinha.
Felipe explicou-lhe que vinha se aconselhando com seu tio. Este sim, um homem deveras experiente.
Osvaldo então, mesmo a revelia da filha, concedeu sua mão em casamento.
Ao tomar ciência da concordância dos pais da moça, no tocante ao casamento, Felipe indagou se isto não seria um problema, caso ela resistisse a idéia.
Osvaldo comentou que num primeiro momento ela certamente se oporia, espernearia. Mas que depois, acabaria concordando.
Fazendo uso das palavras de Felipe, argumentou que com o tempo, tudo se ajeitaria, e que alguém que havia promovido um encontro como aquele, não teria grandes dificuldades para tanto.
Irene, num sorriso cúmplice, comentou que conversaria bastante com sua filha.
Felipe respondeu que conversaria com seus pais.
Mencionou que eles tinham conhecimento de que ele tinha interesse em alguém, mas que não detalhou o que estava acontecendo.
Nisto, Osvaldo levou a filha para o quarto.
Ao retornar, Felipe cumprimentou o casal e se despediu.
Feliz, o moço rumou para casa.
Naquele dia, o jovem acordou algumas horas mais tarde e se dirigiu para o trabalho.
Mais tarde, conversou com os pais a respeito de Leila.
Contou sobre o início do relacionamento, da mentira que pregara na moça. Comentou que estava tentando se redimir diante de Leila, mas que o perdão estava difícil de ser alcançado.
Fátima, ao tomar conhecimento da história, censurou o filho. Argumentou que ele não fora correto com a moça.
Ao ouvir isto, Felipe começou a rir. Comentou que a mãe da moça lhe disse as mesmas palavras.
Fátima retrucou dizendo que não sem razão.
Nisto, o moço continuou relatando que tinha o apoio dos pais da moça.
Por fim, Fátima comentou que se a jovem estava tão ofendida, era por que de fato, não estava interessada no dinheiro dele. Relatou que Leila era uma moça de valor.
Confessou que gostaria de conhecê-la.
Sorrindo, Felipe respondeu-lhe que sim, ela era encantadora. Trabalhadora, determinada.
Fábio parabenizou o filho.
Felipe comentou que havia pedido a mão da moça em casamento, e que contava com a cumplicidade dos pais de Leila para convencê-la a casar-se com ele.
Comentou cheio de esperança, que seria apenas uma questão de tempo, para que voltassem a se entender.
Fátima comentou que faria orações para que tudo desse certo.
A seguir, abraçou o filho.
Quando Felipe se dirigiu a casa de Leila, encontrou-a amuada.
Osvaldo e Irene comentaram que ela estava ciente de que haviam concordado com o pedido de casamento, e que não cabia a ela questionar.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.


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