Ao chegarem na capital Montevideu, o homem adquiriu um carro.
Veículo que utilizou para seguir viagem para o litoral do país.
Nisto, quando Fabrício parou o carro, pediu para que Cecília descesse primeiro.
A moça atendeu ao pedido.
Fabrício então conduziu-a até a entrada da casa.
Disse-lhe que aquela seria a sua casa, o seu lar.
Segurando-lhe as mãos, prometeu que nunca mais seria importunada por sua família, e que Carlos jamais a localizaria naquele lugar.
Cecília ficou atônita. Aturdida, não sabia direito o que pensar.
Nisto, o rapaz disse-lhe que aquela era sua casa.
Cecília chorando, abraçou-o. Disse entre lágrimas, nunca tivera um presente tão bonito. Sua liberdade.
Fabrício timidamente, abraçou-a também.
Quando a moça se acalmou, Fabrício chamou Jurema e as crianças para entrarem na casa.
Com isto, pegou as malas e colocou-as na sala.
Um dos criados, ao ver o moço se ocupando da bagagem, auxíliou-lhe.
Eram várias malas.
Em seguida, Fabrício convidou a todos para um passeio pela casa.
Mostrou-lhe a sala de visitas, o escritório, a cozinha.
Para surpresa de Cecília, lá havia duas empregadas, além do rapaz o qual auxiliou com as malas.
Nisto Fabrício mostrou-lhes a parte superior da casa. Quatro quartos.
Cecília ao ver o luxo do imóvel, perguntou a Fabrício se não havia o risco de Carlos localizá-los ali, haja vista que se recebera o imóvel de herança, e assim, seria muito fácil concluir que ela estaria no Uruguai.
Fabrício respondeu-lhe então, que seu pai não fazia a menor idéia seus planos.
Argumentou que fazia tempos, rompera com Carlos e trabalhava em outro escritório.
Ressaltou que tal possibilidade era remota.
Ainda assim, Cecília ficou aflita.
Ao perceber isto, Fabrício sorriu dizendo-lhe que não precisava se preocupar.
Cecília procurou disfarçar sua apreensão.
Com isto, ela e Jurema, com o auxílio das empregadas, desfizeram as malas e organizaram tudo.
A pedido de Fabrício, as criadas prepararam um almoço para Cecília, ele, Jurema e as crianças.
Por fim o moço passou a tarde se ocupando de entreter os meninos.
Brincaram no jardim.
No jantar, o rapaz prometeu que no dia seguinte, levaria a todos para um passeio pela cidade.
E assim o fez.
Aconselhando a todos a vestirem roupas de banhos, o grupo saiu de carro e passeou pelas ruas da cidade, até chegarem a praia.
Eli e Francisco, ao verem o mar, ficaram encantados.
Conversando entre eles, comentaram que parecia Santos.
Fabrício ao ouvir os meninos conversando, percebeu que eles já conheciam o mar.
Cecília respondeu então, que de vez em quando Pedro os levava para passarem alguns dias na praia.
- Entendo. – respondeu o moço.
Nisto, os meninos foram brincar de pular as ondas, devidamente acompanhados de Cecília, que os observava de longe.
Jurema então, aproximou-se de Fabrício e disse-lhe:
- Eu sei que você está interessado em Cecília! Mas tenha calma. Com jeitinho tudo se acerta. Ela já está começando a se esquecer de Pedro.
Fabrício, ao ouvir isto, tentou desconversar dizendo que não estava entendendo o que ela estava querendo dizer com aquelas palavras, mas Jurema emendou dizendo que não precisava se justificar.
Nisto Cecília entrou no mar e brincou com os filhos.
Mais tarde Jurema se ocupou dos meninos e Fabrício e Cecília entraram juntos no mar.
Fabrício jogava água em Cecília.
A certa altura, Cecília começou a jogar água em Fabrício.
Ao saírem da água, o grupo comeu um lanche que trouxe em uma cesta.
A manhã transcorreu agradabilíssima.
Ao retornarem a casa, o grupo tomou banho e depois almoçou.
Caminharam pelas ruas da cidade.
Eli e Francisco perguntaram a Fabrício se ele ficaria com Cecília.
O moço, ao ouvir a pergunta, ficou um pouco sem jeito, mas tentando disfarçar, perguntou aos meninos, se eles gostariam de sua permanência.
Francisco respondeu que sim.
Eli, titubeante, também respondeu afirmativamente. Disse que gostaria que sua mãe não ficasse tão sozinha.
Jurema, ao perceber o tom da conversa, chamou os meninos para perto dela. Comentou que eles estavam importunando o tio.
Eli e Francisco tentaram replicar, mas Jurema intimou-os a ficarem perto dela.
Cecília, que observava uma vitrine, distraída que estava, não percebeu os rumores.
Fabrício por sua vez, aproveitou para se aproximar.
Ao notar os olhares atentos de Cecília para um bonito vestido, o moço perguntou quase a sussurrar, se ela havia gostado da roupa.
Cecília, que estava absorta, assustou-se com a abordagem.
Fabrício, ao perceber isto, pediu-lhe desculpas.
Cecília então, disse-lhe que estava observando as roupas. Comentou que tudo era muito bonito sim.
O moço sorriu.
Mais tarde, a família voltou para casa.
Nisto, os meninos ficaram assistindo televisão.
Contudo, estranharam o idioma.
Fabrício explicou-lhes que ali, o idioma falado era o espanhol, próximo do português, e que eles o aprenderiam com muita facilidade.
Durante o jantar, uma das empregadas perguntou a Cecília:
- Desea algo más?
- No, gracias. – respondeu Cecília, titubeante.
Certo dia, quando uma das empregadas perguntou-lhe se poderia servir a refeição “en el comedor”. Cecília não compreendeu a expressão.
Fabrício ao perceber que a moça não entendera o que a empregada dissera, explicou-lhe que ela estava lhe perguntando se poderia servir a refeição na sala de jantar.
Cecília respondeu que sim. A refeição poderia ser servida.
No dia seguinte, Fabrício levou Cecília até o Banco.
Francisco e Eli seguiram para a praia, devidamente acompanhados por Jurema.
As crianças brincaram de fazer castelos de areia.
Entraram no mar. Comeram.
No Banco, Fabrício explicou a moça que abrira uma conta em seu nome.
Cecília ao ouvir isto, tentou argumentar, mas Fabrício explicou-lhe que era necessário, e que não aceitaria recusa. Contou que o dinheiro depositado na conta era dela, e que poderia dispor dele, como bem entendesse.
Fabrício comentou que em poucos dias, partiria e precisava deixá-la em uma situação confortável.
Nisto o moço acompanhou-a em sua conversa com o gerente do Banco.
Fabrício foi o mediador da conversa.
Por fim, ao saírem do Banco, Cecília agradeceu a ajuda que ele vinha concedendo desde que ela se separara de Pedro.
Fabrício respondeu-lhe dizendo que não lhe custava nada.
Com isto, dias depois, aconselhado por Jurema, Fabrício resolveu conversar a sós com Cecília.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 18 de março de 2021
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 19
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