Mais tarde, o moço telefonou para Cecília. Convidou-a para jantar.
A moça curiosa, aceitou o convite.
Fabrício disse-lhe que jantariam em um restaurante sofisticado, posto que a ocasião exigia algo especial.
Ao desligar o telefone, a moça ficou apreensiva.
Com a ajuda de Jurema, escolheu um bonito vestido azul marinho, com pedrarias, todo rodado.
Ao ver a moça com o vestido no corpo, com os cabelos arrumados, perfumada e maquiada, Jurema elogiou-lhe o talhe.
Vendo uma pequena caixinha de jóias, sugeriu-lhe para colocar um par de brinco de brilhantes.
Cecília respondeu que aquele fora um presente de Pedro. Argumentou que o brilho dos brincos não era adequado ao vestido de pedraria.
Nisto, ao ver um brinco de pérolas, retirou-os da caixa. Colocou-os nas orelhas.
Jurema, ao vê-la tão radiosa, disse que ela estava perfeita.
Cecília agradeceu o elogio.
Eli e Francisco, ao verem a mãe tão bonita, elogiaram-na.
Minutos depois, Fabrício surgiu na frente da mansão, em seu carro.
Entrou na residência e conversou um pouco com os meninos.
Por fim, despedindo-se dos garotos, reiterou os planos de um passeio pela manhã.
Ao chegarem no restaurante, Cecília e Fabrício foram recepcionados por um funcionário, que acomodou o casal em uma mesa centralizada.
Com isto, após fazerem seus pedidos, o casal degustou um prato a base de carnes.
Ao término do jantar, o casal apreciou uma apresentação de tango.
Ao fim da apresentação, o dançarino jogou uma flor na mesa de Cecília.
Todos aplaudiram a apresentação.
Fabrício então, percebendo que a moça estava entretida com a flor, perguntou-lhe se havia gostado do presente.
- Presente? – perguntou a moça, visivelmente surpresa.
Fabrício respondeu que aquela flor fora propositalmente jogada para ela.
A moça ficou intrigada.
Fabrício pediu-lhe para que estendesse sua mão.
Cecília atendeu o pedido.
O moço beijou-lhe a mão.
Segurando-a, disse-lhe que nada era por acaso.
Galante, comentou que a espera tornara tudo mais doce. Disse que talvez tivera que esperar por tantos anos por aquele momento, em razão de sua imaturidade. Precisava conhecer a vida para poder saber o valor de uma mulher como Cecília.
Beijando novamente sua mão, o moço comentou que tinha um presente para lhe ofertar.
Nisto, Fabrício retirou uma caixinha de seu bolso.
Em seguida, colocou-a nas mãos da moça.
Pediu para que ela abrisse a caixinha.
Cecília abriu-a.
Ao se deparar com um anel imenso cheio de brilhantes, ficou constrangida.
Tentando escolher as palavras, respondeu que não poderia aceitar o anel. Argumentou que não ficaria bem para ela, em sendo casada, receber um presente de outro homem.
Fabrício, ao ouvir isto, disse-lhe que com apenas uma palavra, ela poderia modificar sua condição.
Cecília ficou observando-o.
O rapaz então, falou-lhe que em querendo, ela poderia desfazer os laços de casamento com Pedro, e assim, se casar com outra pessoa, a qual gostava muito dela.
Ao notar a hesitação da moça, Fabrício perguntou-lhe por que não tentar. Argumentou que ela não tinha nada a perder, e que se a união não fosse feliz, poderiam se separar.
Cecília, ao ouvir a palavra separação, alegou que não gostaria nunca mais de passar por aquela situação.
Fabrício então, segurando as mãos que portavam a caixinha, disse-lhe olhando em seus olhos, que não pretendia se separar. Salientou que proferiu as palavras apenas por amor a argumentação, mas que não estava disposto a se separar na primeira dificuldade. Argumentou que queria apenas fazer com que se sentisse segura.
Cecília sorriu.
Fabrício, nervoso que estava, perguntou-lhe:
- O que você está pensando?
Cecília tentou desconversar, mas como Fabrício insistiu, a moça respondeu que ele estava lhe oferecendo muitas vantagens.
Respondeu brincando que quando a esmola era muito grande, o santo desconfiava.
Fabrício não gostou do que ouviu.
Alegou que não estava fazendo a proposta para enganá-la. Argumentou que não era Pedro.
Nervoso, aproximou-se mais da moça.
Cecília, percebendo a aproximação, e notando que todos os observavam, pediu para que ele se afastasse.
Fabrício sugeriu pagar a conta e irem para a mansão.
A moça concordou.
Com isto, o casal saiu do restaurante.
Fabrício guiou pelas ruas da cidade.
Cecília por sua vez, apreciou o brilho das luzes, as lojas, o comércio do lugar.
Em dado momento, o homem mudou o itinerário. Seguiu pela praia.
Cecília notou a mudança, mas Fabrício insistiu que precisavam terminar a conversa iniciada no restaurante.
A moça, só coube concordar.
E assim, ao encontrar um lugar para estacionar o veículo, desceu do carro.
Encaminhando-se em direção a Cecília, abriu a porta do carro para ela.
Fabrício estendeu sua mão para a moça.
Juntos, caminharam um pouco pela praia.
Cecília retirou os sapatos e caminhou pela praia.
Fabrício, tentando se acalmar, começou a dizer que não gostou de ser comparado com Pedro.
Tentando se defender, disse que não estava competindo com o irmão, que nunca se interessara por suas garotas.
Cecília respondeu que entendia.
Fabrício por sua vez, prosseguiu dizendo que não escolheu gostar dela, que para estas coisas não havia comando ou escolha.
Aproximando-se da moça, falou que estava sendo sincero. Emendou dizendo que não era tão galante e encantador como Pedro, mas gostava dela de verdade.
E assim, num gesto inesperado, segurou a moça nos braços e beijou-a.
Ao soltá-la, Cecília foi se afastando aos poucos.
Olhou-o perplexa.
Fabrício tentou se aproximar, mas a moça se afastou.
Cecília pediu para que ele a levasse de volta para casa.
O moço concordou.
A moça, ao adentrar o lar, subiu rapidamente as escadarias da mansão. Trancou-se em seu quarto.
Sentou-se em sua cama.
Seus pensamentos eram confusos.
Lembrava de suas conversas com Fabrício, de seus momentos com Pedro. Recordou-se de cada detalhe dos momentos vividos ora antes.
Aturdida, não sabia o que diria a Fabrício.
O moço por sua vez, ao se deitar na cama do quarto em que estava hospedado, pensava haver posto tudo a perder com seu gesto precipitado.
Cecília, ao deitar-se em sua cama, vestida em uma camisola de renda branca, tentou dormir.
Tentou, por que por mais que fechasse os olhos, não conseguia dormir.
Virava-se e virava na cama.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
quinta-feira, 18 de março de 2021
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 21
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