Frequentava as missas celebradas por Padre Josias, munida do indefectível acessório, o qual fazia questão de exibir, quando dos sermões do sacerdote.
Em diversas ocasiões fora vista no confessionário.
Era vista com freqüência ajoelhada, rezando terços.
Também oferecia módicas quantias a título de esmola para os pedintes.
Alguns homens quando a viam passar, diziam que se ela era realmente filha de Carina, havia herdado a beleza da mãe.
Maria Rosa freqüentava a missa, ofertava esmolas.
Havia quem dissesse tê-la visto no cemitério, com os olhos fixos na sepultura de Carina. Semblante triste, expressão de pesar.
Por longo tempo a moça fora vista com desconfiança.
Poucos acreditavam na idéia de que a santinha tivera uma filha antes de morrer.
Contudo, como Maria Rosa, se comportava de forma digna, mesmo sem acreditar na versão da moça, diziam entre si, que era inofensiva.
Como precisava se manter, passou a procurar trabalho.
Tal circunstância, foi motivo de escândalo na cidade.
Maria Rosa, já acostumada com olhares de reprovação, ignorou o fato.
Com isto, passou a bater nas casas ricas da capital em busca de trabalho. Inicialmente, ofereceu-se para trabalhar como criada.
Foram semanas de procura, até a moça encontrar emprego em uma casa de família.
Limpava a casa, preparava as refeições, às vezes cuidava das crianças.
Seus modos refinados e educados, faziam com que a dona da residência questionasse a necessidade da moça trabalhar.
Maria Rosa respondia que recebera uma educação esmerada.
Aprendera a ler e a escrever. Disse que já lera muito livros, conhecera lugares.
Mencionou que sua mãe, enquanto viveu, proporcionou-lhe uma vida de conforto. Sem grandes luxos, mas de conforto. Para garantir seu futuro, a mulher providenciara um pecúlio para a filha, em caso de necessidade. Alegava que poucas pessoas conheciam sua história, e que uma madrinha cuidava dela em confiança.
Maria Rosa disse que sua mãe era bela.
Sempre bem vestida, mesmo quando singelamente trajada. Linda e sozinha.
Emocionada, respondeu que aqueles poucos momentos ao lado de sua mãe, são recordações cálidas e indeléveis.
Comentou que Carina engravidara nos anos que viveu como cortesã em casa de Madame Leonor.
Em diversas ocasiões fora vista no confessionário.
Era vista com freqüência ajoelhada, rezando terços.
Também oferecia módicas quantias a título de esmola para os pedintes.
Alguns homens quando a viam passar, diziam que se ela era realmente filha de Carina, havia herdado a beleza da mãe.
Maria Rosa freqüentava a missa, ofertava esmolas.
Havia quem dissesse tê-la visto no cemitério, com os olhos fixos na sepultura de Carina. Semblante triste, expressão de pesar.
Por longo tempo a moça fora vista com desconfiança.
Poucos acreditavam na idéia de que a santinha tivera uma filha antes de morrer.
Contudo, como Maria Rosa, se comportava de forma digna, mesmo sem acreditar na versão da moça, diziam entre si, que era inofensiva.
Como precisava se manter, passou a procurar trabalho.
Tal circunstância, foi motivo de escândalo na cidade.
Maria Rosa, já acostumada com olhares de reprovação, ignorou o fato.
Com isto, passou a bater nas casas ricas da capital em busca de trabalho. Inicialmente, ofereceu-se para trabalhar como criada.
Foram semanas de procura, até a moça encontrar emprego em uma casa de família.
Limpava a casa, preparava as refeições, às vezes cuidava das crianças.
Seus modos refinados e educados, faziam com que a dona da residência questionasse a necessidade da moça trabalhar.
Maria Rosa respondia que recebera uma educação esmerada.
Aprendera a ler e a escrever. Disse que já lera muito livros, conhecera lugares.
Mencionou que sua mãe, enquanto viveu, proporcionou-lhe uma vida de conforto. Sem grandes luxos, mas de conforto. Para garantir seu futuro, a mulher providenciara um pecúlio para a filha, em caso de necessidade. Alegava que poucas pessoas conheciam sua história, e que uma madrinha cuidava dela em confiança.
Maria Rosa disse que sua mãe era bela.
Sempre bem vestida, mesmo quando singelamente trajada. Linda e sozinha.
Emocionada, respondeu que aqueles poucos momentos ao lado de sua mãe, são recordações cálidas e indeléveis.
Comentou que Carina engravidara nos anos que viveu como cortesã em casa de Madame Leonor.
Como ninguém poderia ter conhecimento da história, o fato foi escondido de todos, inclusive das demais cortesãs do rendevouz da mulher.
Leonor cuidou para que a moça fosse descansar em um lugar retirado.
Relatou indiscreta, que muitos homens reclamaram sua ausência.
A dona da casa, ficou incomodada com o comentário.
Maria Rosa, ao perceber isto, desculpou-se.
Disse que não fora sua intenção escandalizar ninguém. Argumentou que Carina não era uma mulher de má fama, escandalosa. Apenas não tivera opção. Respondeu que as mulheres não tinham muita opção. Sorrindo, comentou que ela mesma, tivera que trabalhar como criada em casa de família.
A mulher, ao ouvir isto, perguntou-lhe se estava insatisfeita com o trabalho.
Maria Rosa respondeu sorrindo que não. Argumentou apenas, que gostaria de aplicar o aprendera, transmitindo seus conhecimentos a outras pessoas.
Dona Ester, ao tomar conhecimento do interesse da moça, perguntou-lhe se não gostaria de ensinar os seus filhos. Relatou que poderia pagar pelas aulas.
Maria Rosa ao ouvir a proposta, perguntou a mulher se ela não estava de pilhéria.
Ester respondeu-lhe que não. Estava de fato fazendo uma proposta séria.
E assim, a moça passou a ensinar aos meninos Dário e Péricles, o havia aprendido.
Explicou ao pequeno Dário que seu nome era o mesmo de um imperador da Pérsia, e que Péricles fora um administrador grego, a quem se credita um período conhecido como Século de Ouro.
Curiosos, os meninos faziam perguntas e mais perguntas, e Maria Rosa os ensinava informalmente.
De noite, lia livros e contava histórias infantis.
Contava aos meninos lendas, como a história do Negrinho do Pastoreio, vítima de um cruel senhor que o martirizou por conta do sumiço de uma rês, e o trucidou.
Como a moça usava palavras rebuscadas, precisou explicar aos meninos, o significado das palavras.
Dário e Péricles, adoravam conversar com Maria Rosa.
Com efeito, em que pese este fato, Ester, ao perceber que a moça possuía tão grande conhecimento, aconselhou-a a procurar trabalho como professora.
Argumentou que era um desperdício a jovem guardar tão grande nível de conhecimento só para si. Contou que se ela fora agraciada com tão grande saber, era por que precisava compartilhar com os demais.
Ester, disse que ela deveria dividir o que sabia com muitas pessoas.
Ser generosa como Carina.
A mulher passou a perceber que seu marido passou a nutrir um grande interesse na moça.
Sempre que a moça aparecia na sala de jantar para servir o café da manhã, o almoço ou o jantar, o homem não conseguia disfarçar os olhares interessados em sua direção.
Certo dia, Ester se enervou com o marido e exigiu que o homem tivesse compostura. Argumentou que Jader esta envergonhando a família.
O homem ao ouvir as palavras ásperas da mulher, tentou desconversar.
Ester respondeu-lhe então, que não admitiria ser humilhada por ele.
Jader ficou sem argumentos.
Em dado momento, Ester chamou Maria Rosa para uma conversa.
Com isto, ao se ver a sós com a jovem, Ester disse-lhe que já havia percebido o interesse de Jader por ela.
Maria Rosa tentou desconversar, mas a mulher pediu para que parasse.
Nervosa, a moça tentou dizer que nunca dera esperanças ao homem. Argumentou que sempre procurou se manter afastada de Jader. Mencionou ainda, que a despeito disto, caso ela não acreditasse em suas palavras, poderia demiti-la.
Ao ouvir isto, Ester argumentou que conhecia perfeitamente seu marido e sabia quem era responsável por aqueles fatos.
Mencionou que tinha conhecimento de que Jader era mulherengo, e que não aconselhável que ela permanecesse na casa. Argumentou que ela, sendo jovem e bonita, não estava em segurança.
Maria Rosa concordou. Chegou até a se desculpar por haver causado tantos transtornos.
Ester, compreensiva, disse que lamentava muito sua partida, mas que não poderia ser diferente.
Desta forma, tentando minimizar as dificuldades da moça, prometeu recomendá-la a uma escola tradicional. Lá poderia lecionar e transmitir seus conhecimentos ao maior número possível de pessoas.
Nisto a moça se despediu agradecendo por tudo o que Ester havia feito por ela. Argumentou que durante todo o tempo em que permaneceu na cidade, nunca fora tão benquista por alguém e tratada de forma tão desinteressada.
Desta forma, aproximou-se de Ester e lhe deu um abraço.
Disse-lhe que era uma pessoa muito especial e que Jader não merecia a esposa que tinha.
Em seguida dirigiu-se a seu quarto, onde tratou de arrumar seus pertences.
Voltaria a se hospedar em um hotel.
Antes de partir, Dário e Péricles despediram-se dela com um presente.
Ester pagou-lhe o salário, e lhe deu de presente uma jóia.
Pediu para que levasse consigo e que a vendesse em caso de necessidade.
Maria Rosa, ao se deparar com o mimo, ficou perplexa. Tratava-se de um anel de rubi.
Constrangida, a moça tentou recusar o presente, no que foi impedida por Ester, que argumentou que ficaria ofendida em caso de recusa.
Nisto a jovem despediu-se da mulher.
Chamou um cocheiro e assim, dirigiu-se a um hotel.
Tempos depois, a moça recebeu uma correspondência especial.
Era um convite de um colégio conceituado da cidade, convidando-a para integrar o seu quadro de funcionários, e lecionar para jovens alunos.
Mais do que depressa, a moça dirigiu-se ao colégio.
Vestiu sua roupa mais elegante, colocou chapéu e de sombrinha, saiu a rua.
De coche, chegou no colégio, onde foi recebida pelo diretor, que se admirou de sua juventude.
Ao longo da conversa, a jovem demonstrou segurança, e os conhecimentos necessários para desempenhar o mister.
Razão pela qual foi contratada.
E assim, passou a lecionar.
Ministrava aulas para meninos filhos de industriais, fazendeiros, cafeicultores.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Leonor cuidou para que a moça fosse descansar em um lugar retirado.
Relatou indiscreta, que muitos homens reclamaram sua ausência.
A dona da casa, ficou incomodada com o comentário.
Maria Rosa, ao perceber isto, desculpou-se.
Disse que não fora sua intenção escandalizar ninguém. Argumentou que Carina não era uma mulher de má fama, escandalosa. Apenas não tivera opção. Respondeu que as mulheres não tinham muita opção. Sorrindo, comentou que ela mesma, tivera que trabalhar como criada em casa de família.
A mulher, ao ouvir isto, perguntou-lhe se estava insatisfeita com o trabalho.
Maria Rosa respondeu sorrindo que não. Argumentou apenas, que gostaria de aplicar o aprendera, transmitindo seus conhecimentos a outras pessoas.
Dona Ester, ao tomar conhecimento do interesse da moça, perguntou-lhe se não gostaria de ensinar os seus filhos. Relatou que poderia pagar pelas aulas.
Maria Rosa ao ouvir a proposta, perguntou a mulher se ela não estava de pilhéria.
Ester respondeu-lhe que não. Estava de fato fazendo uma proposta séria.
E assim, a moça passou a ensinar aos meninos Dário e Péricles, o havia aprendido.
Explicou ao pequeno Dário que seu nome era o mesmo de um imperador da Pérsia, e que Péricles fora um administrador grego, a quem se credita um período conhecido como Século de Ouro.
Curiosos, os meninos faziam perguntas e mais perguntas, e Maria Rosa os ensinava informalmente.
De noite, lia livros e contava histórias infantis.
Contava aos meninos lendas, como a história do Negrinho do Pastoreio, vítima de um cruel senhor que o martirizou por conta do sumiço de uma rês, e o trucidou.
Como a moça usava palavras rebuscadas, precisou explicar aos meninos, o significado das palavras.
Dário e Péricles, adoravam conversar com Maria Rosa.
Com efeito, em que pese este fato, Ester, ao perceber que a moça possuía tão grande conhecimento, aconselhou-a a procurar trabalho como professora.
Argumentou que era um desperdício a jovem guardar tão grande nível de conhecimento só para si. Contou que se ela fora agraciada com tão grande saber, era por que precisava compartilhar com os demais.
Ester, disse que ela deveria dividir o que sabia com muitas pessoas.
Ser generosa como Carina.
A mulher passou a perceber que seu marido passou a nutrir um grande interesse na moça.
Sempre que a moça aparecia na sala de jantar para servir o café da manhã, o almoço ou o jantar, o homem não conseguia disfarçar os olhares interessados em sua direção.
Certo dia, Ester se enervou com o marido e exigiu que o homem tivesse compostura. Argumentou que Jader esta envergonhando a família.
O homem ao ouvir as palavras ásperas da mulher, tentou desconversar.
Ester respondeu-lhe então, que não admitiria ser humilhada por ele.
Jader ficou sem argumentos.
Em dado momento, Ester chamou Maria Rosa para uma conversa.
Com isto, ao se ver a sós com a jovem, Ester disse-lhe que já havia percebido o interesse de Jader por ela.
Maria Rosa tentou desconversar, mas a mulher pediu para que parasse.
Nervosa, a moça tentou dizer que nunca dera esperanças ao homem. Argumentou que sempre procurou se manter afastada de Jader. Mencionou ainda, que a despeito disto, caso ela não acreditasse em suas palavras, poderia demiti-la.
Ao ouvir isto, Ester argumentou que conhecia perfeitamente seu marido e sabia quem era responsável por aqueles fatos.
Mencionou que tinha conhecimento de que Jader era mulherengo, e que não aconselhável que ela permanecesse na casa. Argumentou que ela, sendo jovem e bonita, não estava em segurança.
Maria Rosa concordou. Chegou até a se desculpar por haver causado tantos transtornos.
Ester, compreensiva, disse que lamentava muito sua partida, mas que não poderia ser diferente.
Desta forma, tentando minimizar as dificuldades da moça, prometeu recomendá-la a uma escola tradicional. Lá poderia lecionar e transmitir seus conhecimentos ao maior número possível de pessoas.
Nisto a moça se despediu agradecendo por tudo o que Ester havia feito por ela. Argumentou que durante todo o tempo em que permaneceu na cidade, nunca fora tão benquista por alguém e tratada de forma tão desinteressada.
Desta forma, aproximou-se de Ester e lhe deu um abraço.
Disse-lhe que era uma pessoa muito especial e que Jader não merecia a esposa que tinha.
Em seguida dirigiu-se a seu quarto, onde tratou de arrumar seus pertences.
Voltaria a se hospedar em um hotel.
Antes de partir, Dário e Péricles despediram-se dela com um presente.
Ester pagou-lhe o salário, e lhe deu de presente uma jóia.
Pediu para que levasse consigo e que a vendesse em caso de necessidade.
Maria Rosa, ao se deparar com o mimo, ficou perplexa. Tratava-se de um anel de rubi.
Constrangida, a moça tentou recusar o presente, no que foi impedida por Ester, que argumentou que ficaria ofendida em caso de recusa.
Nisto a jovem despediu-se da mulher.
Chamou um cocheiro e assim, dirigiu-se a um hotel.
Tempos depois, a moça recebeu uma correspondência especial.
Era um convite de um colégio conceituado da cidade, convidando-a para integrar o seu quadro de funcionários, e lecionar para jovens alunos.
Mais do que depressa, a moça dirigiu-se ao colégio.
Vestiu sua roupa mais elegante, colocou chapéu e de sombrinha, saiu a rua.
De coche, chegou no colégio, onde foi recebida pelo diretor, que se admirou de sua juventude.
Ao longo da conversa, a jovem demonstrou segurança, e os conhecimentos necessários para desempenhar o mister.
Razão pela qual foi contratada.
E assim, passou a lecionar.
Ministrava aulas para meninos filhos de industriais, fazendeiros, cafeicultores.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
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