Poesias

sexta-feira, 19 de março de 2021

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 36

Depois sentou-se e começou a ler o seu livro.
Fabrício curioso, perguntou a jovem, o que estava lendo.
Josie respondeu que as histórias da obra “As Mil e Uma Noites”.
Desta forma, a jovem contou-lhe a história de Aladin e sua lâmpada maravilhosa.
Rapaz de origem pobre, que em nada auxiliava a mãe, que vivia de fiar e tecer algodão para sustentar o filho.
Certo dia, o moço foi visto por um estranho que se apresentou como irmão de seu pai, já há muito falecido.
Disse-lhe que apareceria em casa de sua mãe para jantar.
Nisto, o jovem contou a mãe que um homem se aproximara dizendo ser seu tio.
No que a mulher argumentou que nem ela, nem o falecido marido, tinham irmãos.
Entretanto, ainda assim, procurou preparar um bom jantar.
Com efeito, o estranho comeu regaladamente.
Gentil, comentou que Aladin era um belo garoto. Perguntou-lhe de suas ocupações.
O jovem ficou constrangido.
Sua mãe disse que o filho não ajudava em nada.
No que o estranho respondeu que isto não era bom. Argumentou que passara os últimos quarenta anos viajando. Razão pela qual não era conhecido da família.
Ao ver que o moço não tinha ocupação, prometeu montar uma loja, para que o rapaz pudesse trabalhar.
Para tanto providenciou boas roupas, sapatos para o moço.
Sua mãe, quando o viu tão bem alinhado, ficou encantada.
Mais tarde, Aladin e o homem, partiram em uma aventura.
Cearam e depois o homem lhe disse que teriam que caminhar por um vale estreito e escuro.
Aladin o acompanhou.
Depararam-se com a escuridão, que foi dissipada pelo fogo, e a terra abriu, depois de proferidas algumas palavras mágicas pelo estranho.
Aladin assustou-se e só não correu em disparada, por que o homem o reteve dizendo que se seguisse suas instruções, poderia ficar muito rico.
O rapaz concordou. Com isto, abriu a fenda que se mostrava com uma argola.
Nisto o tio lhe disse que deveria atravessar três ricos salões repletos de vasos cheios de ouro e prata. Orientou o rapaz para que não tocasse nas preciosidades. Em seguida, adentraria um salão que teria saída para um belo pomar, repleto de belas frutas, até encontrar um muro, onde havia uma lâmpada iluminada.
O homem então, instruiu o sobrinho a pegar a lâmpada, e não encostar nas paredes, pois se o fizesse, morreria instantaneamente.
Por fim, deu-lhe um anel mágico, argumentando que o mesmo o protegeria contra todos os males.
Aladin, enchendo-se de coragem, aceitou o desafio e desceu em direção aos salões.
Desceu os degraus da escadaria, e deparou-se com os salões repletos de ouro e prata.
Disciplinado, o moço não tocou em nada.
Com isto, percorreu o último salão, e ao ver-se diante de frutas tão bonitas e suculentas, encheu os bolsos com algumas delas. As frutas tinham um brilho que nunca vira antes.
Finalmente chegou no lugar onde estava a lâmpada.
A mesma fora colocada em um nicho, brilhava muito.
O rapaz pegou então a lâmpada, percorreu os salões, e se encaminhou para a passagem.
Contudo, com o peso das preciosidades que carregava consigo, o moço não conseguiu chegar a superfície.
Nisto o estranho pediu-lhe que entregasse a lâmpada.
Aladin respondeu-lhe que assim que chegasse a superfície lhe entregaria o artefato.
Irritado, o homem atirou fogo ao incenso e proferiu algumas palavras mágicas, fechando a entrada.
Aladin ficou preso no lugar.
Aflito tocou as mãos como se fosse rezar.
Foi então que apareceu um gênio perguntando-lhe o que desejava.
O jovem pediu para ser levado de volta para casa.
Quando chegou em casa, sua mãe admirou-se em vê-lo.
Aladin pediu-lhe algo para comer.
A mulher pesarosa, respondeu que nada tinha, mas que havia fiado um pouco de algodão e que iria vendê-lo.
No que Aladin disse que poderiam vender a lâmpada.
Como a lâmpada estava muito suja, sua mãe esfregou o artefato.
Foi então que apareceu um gênio e perguntou o que desejava.
Informou que quem esfregava a lâmpada, tinha direito a ter seu desejo atendido.
Como sua mãe se assustara com a aparição, Aladin resolveu ele próprio fazer o pedido.
Desejou um bom jantar.
Nisto o gênio trouxe doze pratos argênteos e bandeja também de prata, com rico repasto.
Sua mãe e ele se regalaram com as iguarias providenciadas pelo gênio.
Disseram que nunca haviam se servido de uma refeição tão deliciosa.
Mais tarde, aproveitaram a louça de prata e venderam-na.
Fato este que fez com que vivessem com conforto por um longo tempo.
A certa altura, uma jovem nobre, desejosa de um banho de mar, percorreu as ruas do lugar cercada de aias.
Como seu pai, não quisesse que a moça fosse observada pelos homens do lugar, ordenou que as ruas fossem esvaziadas.
Aladin no entanto, escondeu-se em uma ramagem, de onde observou a jovem.
Neste momento, a moça retirou o véu do rosto.
Aladin ao ver tão grande beleza, desejou casar-se com a moça.
Nisto contou a mãe a beleza que vira, e o intento de se casar com a jovem.
A mulher tentou então, demovê-lo da idéia.
O moço por sua vez, sugeriu que sua mãe conversasse com o pai da jovem.
Para impressioná-lo, poderia levar algumas das frutas que colhera no pomar. Argumentou que na realidade não eram frutas e sim jóias, de um esplendor e valor sem iguais.
Sua mãe então, colocou as jóias e um prato, e observando-as, percebeu um brilho sem igual.
Convenceu-se de que eram jóias de valor.
Desta forma, deixou as mesmas em um prato e envolveu-a em um tecido.
Com isto, dia após dia, a mulher se postou diante do sultão.
Em dado momento o homem finalmente percebeu-a. Conversou com a mulher.
Ela então, enchendo-se de coragem, contou que seu filho tinha interesse em casar-se com sua filha.
Neste momento retirou o tecido que envolvia o prato e exibiu as jóias para o sultão, que ficou encantado com a beleza das gemas.
Solicito, comentou que a mão de sua filha estava prometida a um de seus oficiais, mas que se o rapaz trouxesse quarenta tinas iguais aquela, por quarenta escravos negros, cada qual precedido de um branco, todos ricamente vestidos, teria a mão de sua filha.
A mulher então, retirou-se.
Comentou com o filho o que ocorrera no castelo do sultão, no intuito de fazer com que o rapaz desistisse de tão insana idéia.
O jovem porém, não se deu por vencido.
Ordenou ao gênio que providenciasse as quarenta tinas repletas de pedras preciosas, com os quarenta escravos negros, precedidos cada qual, de um escravo branco. Todos majestosamente vestidos.
O gênio atendeu prontamente o pedido.
Os escravos caminharam pelas ruas da cidade, encantando a todos os passantes com o luxo de suas vestimentas.
O sultão, ao ser atendido em seu pedido, concordou no casamento da filha com tão valoroso jovem.
Aladin por sua vez, pediu ao gênio lindas roupas, sapatos, e um banho perfumado, além de um bonito cavalo, tão belo quanto o do sultão.
E assim, o rapaz se dirigiu a morada do sultão, sendo recebido com festa.
Com isto, solicitou ao gênio um imponente castelo, com belos móveis, jóias, cavalos, cocheiras, para sua morada e de sua esposa.
O casamento de Aladin com sua princesa, encantou a todos pelo luxo.
O moço, em reconhecimento ao valor de sua lâmpada mágica, depositou-a em um móvel a vista de todos.
Em dado momento, precisou ausentar-se do castelo.
Foi a deixa para que o mágico, utilizando-se de um expediente escuso, se dirigisse a sua propriedade.
E assim, certo dia, um mágico bateu a porta do castelo, oferecendo-se para trocar lâmpadas velhas, por novas.
A princesa, que não tinha conhecimento do valor da lâmpada, acabou concordando em trocá-la.
O mágico então, encantado com a beleza do palácio, bem como da princesa, levou-os consigo.
O sultão, ao tomar conhecimento do fato, buscou o genro e intimou-a a encontrar sua filha. Disse-lhe que teria quarenta dias para trazê-la de volta ao reino, ou teria sua cabeça cortada.
Aladin por sua vez, auxiliado pelo gênio do anel, foi conduzido ao local onde o mágico tinha levado sua esposa.
A princesa ao vê-lo abraçou-o e chorou de alegria.
Aladin contou-lhe os prodígios da lâmpada e a princesa confessou que vendera o artefato, pois acreditou que o mesmo não tinha nenhum valor.
Nisto, o casal arquitetou um plano, para recuperarem a lâmpada.
A princesa então, ofereceria bebida ao mágico, para que ele adormecesse.
Aladin por sua vez, adquiriu um pozinho, e levando-o para a esposa, orientou-a a depositar na taça em que o mágico sorveria uma bebida.
E assim a princesa o fez.
Gentil, ofereceu ao homem uma bebida, o qual, encantado com tanta amabilidade, sorveu o líquido.
Foi questão de minutos para que o homem adormecesse.
Aladin então, recuperou sua lâmpada, já que o homem a levava consigo para todos os lugares onde ia.
Desta forma, ele, a princesa e o castelo, retornaram ao local de origem.
Quando o mágico despertou, ficou atordoado ao se ver sem o castelo, sem princesa, e em meio a rua.
Sem perceber o movimento das carroças, o homem acabou sendo esmagado por uma besta.
Nisto, em honra a vitória de Aladin, o sultão providenciou uma festa que durou dias.
O casal a partir de então, foi feliz para sempre.
Nisto, após o falecimento do sultão, Aladin ocupou o trono, governando a região, por longos anos.
Fabrício adorou o relato. Comentou que enquanto Josie relatava a história, ficava a imaginar as personagens, suas vestimentas, suas casas, enfim, todo o cenário, seus costumes, e o desenrolar da história. Brincando, disse-lhe que parecia uma verdadeira Sherazade.
Josie riu.
Fabrício então, bebeu um pouco da água do regato, e por fim, a dupla retornou para a tenda.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário