Convidando-a para almoçar em um restaurante da cidade, o moço comentou que precisavam conversar reservadamente.
Cecília, concordou.
Com isto, vestiu uma bonita roupa e acompanhou o moço em um almoço.
Conversaram sobre amenidades, como os dias lindos que estavam despontando na cidade, os passeios gostosos na praia, as caminhadas pelas ruas do lugar.
Fabrício sugeriu um prato com frutos do mar para o almoço.
Cecília concordou com a proposta.
Almoçaram.
Fizeram um brinde a nova vida de Cecília.
Fabrício sugeriu o brinde.
Nesta oportunidade, Fabrício comentou então, que não retornaria mais para São Paulo se este fosse o desejo dela.
Ao ouvir isto, Cecília ficou surpresa.
- Como assim? – perguntou.
Fabrício respondeu que como ela já devia ter percebido, já há algum tempo ele estava interessado nela.
Tímida, a moça respondeu que não, não havia percebido.
Fabrício então, segurou as mãos da moça.
Disse que ela tinha por obrigação lhe dar uma resposta. Argumentou que merecia esta resposta.
Sem graça, a moça ficou de pensar.
O moço então, seguindo os conselhos de Jurema, arrumou suas malas e se hospedou em um hotel na cidade.
Cecília, ao perceber isto, pediu ao rapaz para que não deixasse a casa. Comentou que ele tinha mais direito de permanecer no imóvel do que ela.
Fabrício por sua vez, dizendo que havia comprado a casa para a família da moça, insistiu para que ela permanecesse na residência. Disse-lhe que ficaria aborrecido, se ela abandonasse a casa.
Cecília então, concordou em permanecer no imóvel, mas insistiu para que ele ficasse também.
Fabrício respondendo que precisava pensar em tudo o que estava acontecendo, recomendou-lhe que ela fizesse o mesmo.
Nisto, despediu-se da moça e de malas prontas, saiu do imóvel, acompanhado da moça e dos meninos.
Eli e Francisco insistiram para que ele não fosse embora.
Fabrício, conversando com os garotos, explicou-lhe que ele não iria se afastar deles, apenas estava deixando que eles ficassem mais à vontade na casa.
Eli então, insistiu para que ele ficasse. Argumentou que a casa era grande e que cabiam todos ali.
Fabrício riu.
Abaixou-se e segurando os ombros do menino, explicou-lhe que não estava abandonando-os.
Disse que jamais faria isto. Revelou que gostava dele e de Francisco como se fossem filhos deles.
Foi o bastante para Eli e Francisco chorarem.
Eli por sua vez, em meio a soluços e lágrimas, pediu:
- Então se eu sou como um filho pro senhor, porque você não se casa com minha mãe?
Cecília, que não esperava por um gesto tão espontâneo de seu filho mais velho, censurou-o.
Disse-lhe que não deveria falar daquele jeito com o moço. Argumentou que Fabrício era apenas um bom amigo, sem nenhuma obrigação de assumir aquela família.
Fabrício, ao ouvir as palavras de repreensão da jovem, disse-lhe que não precisava brigar com as crianças. Comentou que não se ofendeu com a pergunta de Eli.
Pausadamente, respondeu que para se casar com Cecília, precisava primeiro de seu consentimento, e também regularizar a situação jurídica da moça com Pedro.
Rindo, perguntou se era isto mesmo que ele queria.
Eli respondeu que sim.
Cecília repreendeu-o.
Fabrício, olhando o menino com ternura, pediu a moça para que não brigasse com ele.
E assim, o moço saiu da residência.
Mais tarde, Fabrício telefonou para Cecília, convidando-a para jantar com ele. A sós.
A moça aceitou o convite.
Colocou um vestido preto, rodado, com brilho.
Prendeu os cabelos com um coque.
Ao se apresentar a Jurema e aos filhos tão arrumada, os três elogiaram o talhe e a elegância.
Jurema, ao acompanhar a moça até a porta, disse-lhe baixinho que ela estava muito arrumada para um encontro com um amigo.
Cecília criticou-a. Falou-lhe que estava sendo muito bisbilhoteira.
Jurema riu. Comentou que tudo se aclararia com o tempo.
Nisto, Fabrício buzinou para a moça.
Gentil o moço desceu do carro e conduziu a jovem até o carro.
Jurema acenou para o casal, despedindo-se.
No restaurante, Fabrício e Cecília degustaram uma paella.
De sobremesa, uma mouse.
Fabrício contou então, que precisava voltar para São Paulo, posto que precisava justificar sua ausência no trabalho.
Cecília constrangida, perguntou se a razão para voltar ao Brasil era realmente o trabalho. Indagou se não estava chateado com ela por algum motivo.
Sorrindo, Fabrício respondeu que não. Argumentou que de fato precisava retornar ao Brasil, ou poderia levantar suspeitas de Carlos.
Ao ouvir isto, Cecília ficou apreensiva.
O homem, ao perceber isto, respondeu-lhe que ela não precisava se preocupar com nada.
Disse baixinho que Carlos nunca descobriria onde ela estava.
Sorrindo, pediu para que ela não se sentisse pressionada, e que assim que pudesse, retornaria para ouvir uma resposta da moça. Comentou maroto, que ela deveria pensar em sua pergunta, e responder assim que pudesse.
Cecília não entendeu.
Fabrício brincalhão, respondeu:
- Santo Deus! Eu vou te que te dizer com todas as palavras, para pensar na possibilidade de ficarmos juntos?
Cecília ficou perplexa.
Fabrício, segurando em sua mão, perguntou-lhe se ela não sentia nada por ele.
A moça, constrangida, não sabia o que dizer.
O rapaz, percebendo isto, ficou desapontado.
Cecília tentou então amenizar a situação dizendo que fora pega de surpresa, que não sabia o que pensar.
Fabrício porém, não a deixou falar. Argumentou que não queria piedade.
Cecília respondeu que nunca sentira pena. Disse-lhe que ele não era digno de pena, e sim, de admiração. Argumentou que se havia alguém digno de pena, esse alguém não era ele. Incomodada, a moça revelou que sentia pena de Pedro. Que ele sim era um coitado.
Fabrício ficou surpreso com aquelas palavras.
Cecília então, segurando as mãos do moço, disse-lhe que quando dissera que não sabia o que pensar, que fora pega de surpresa, estava sendo sincera. Relatou que nunca pensara nesta possibilidade.
Fabrício confessou então, que desde que a vira pela primeira vez ao lado de Pedro, percebeu que ela era uma pessoa muito especial, e que se o irmão não lhe desse o devido valor, demonstraria seu interesse por ela.
Cecília ficou surpresa e comovida com o relato.
Fabrício completou dizendo que desde que a vira pela primeira vez, se encantou com ela.
Contudo, em respeito ao irmão, procurou sublimar o que sentia. Por isto, se envolveu com outras mulheres, e conheceu um pouco o mundo de Pedro.
Cecília não gostou de ouvir isto.
Fabrício por sua vez, disse que ela não era responsável por sua suposta degradação.
Não que viver uma fase boêmia, tenha sido algo reprovável. Não para ele.
Nisto, o jovem argumentou que não poderia se casar com alguém por quem não sentia afeto. Mencionou que se assim o fizesse, estaria enganando a si mesmo. Estaria também sendo leviano.
Cecília completou dizendo que se assim o fizesse, estaria incorrendo no mesmo erro de Pedro.
Fabrício, percebendo amargura nas palavras da moça, disse-lhe que Pedro era um tanto imaturo, mas que a amara com sinceridade.
Relatou que até onde sabia, ela e o irmão viveram felizes por alguns anos.
Cecília assentiu com a cabeça.
Fabrício, segurando suas mãos, disse-lhe para que se recordasse dos melhores momentos ao lado de Pedro, mas que não se fechasse para uma nova possibilidade.
Cecília respondeu que não estava disposta a sofrer uma nova decepção.
Fabrício prometeu-lhe que ela não passaria por isto novamente.
A moça prometeu pensar no assunto.
Dois dias depois, o moço de malas prontas, retornou ao Brasil.
Em São Paulo, Fabrício retornou ao escritório.
Dedicou-se a suas atividades rotineiras.
Em conversas no escritório, comentou que vendera todas as suas propriedades no Uruguai, e que para realizar os trâmites necessários, precisou permanecer no país mais tempo do que esperava.
Seu patrão aceitou as desculpas do moço.
Fabrício por sua vez, comprometeu-se a colocar o trabalho em ordem.
Com isto, o moço passou a fazer serão.
Todos os dias chegava tarde em seu quarto de hotel.
Carlos, ao saber que o filho se desfizera de parte dos bens herdados, censurou-o.
Disse que ele não deveria ter vendido os bens, a menos que pretendesse investir em outras propriedades.
Fabrício respondeu que não tinha interesse em possuir bens no país, já que o Uruguai não o atraía.
Carlos sugeriu-lhe adquirir bens na Argentina.
O moço respondeu que iria pensar.
Cecília por sua vez, se entretinha em acompanhar os filhos em seus passeios pela praia.
Mais tarde, a moça decidiu matricular os meninos em um colégio da cidade, pois dentro de alguns meses, se iniciaria um novo ano letivo.
Como não sabia se comunicar em espanhol, pediu para que uma das empregadas a acompanhasse.
Qual não foi a dificuldade para a moça se fazer entender na escola.
Não fosse o auxílio de Esmeralda, e talvez não tivesse conseguido matricular os filhos.
A moça também passeava pelo centro da cidade. Procurava emprego.
Jurema, argumentou que ela também poderia arrumar trabalho, e que poderiam se revezar nos cuidados com Eli e Francisco.
Cecília, ao ouvir isto, perguntou-lhe se ela não pensava em casamento, se não gostaria de construir uma família.
Jurema respondeu que no momento não tinha nenhum pretendente à vista, mas que se aparecesse alguém em sua vida, ela seria a primeira a saber. Comentou que não estava desesperada à espera de alguém que poderia não aparecer. Argumentou que não seria uma solteirona.
Cecília achou graça no jeito descontraído da amiga.
Certa tarde, enquanto Jurema caminhava pelo centro da cidade, Cecília resolveu passar a tarde com os filhos.
As crianças ficaram brincando no jardim em frente a casa.
De vez em quando os meninos perguntavam quando Fabrício retornaria.
Cecília não sabia o que dizer. Respondia que o moço não havia informado data de retorno.
Certa vez, quando a moça folheava uma revista, os garotos pediram para que ela telefonasse para ele.
Cecília respondeu que não poderia fazê-lo.
Insistiu para que os filhos tivessem paciência.
Argumentou que Fabrício voltaria.
Todavia, controlar a impaciência dos meninos era difícil.
Com relação a isto, a moça também sentindo falta do moço.
Fabrício estava demorando para retornar.
Jurema percebendo isto, chegou a comentar em tom provocativo, que Cecília estava sentindo falta de Fabrício.
Aborrecida Cecília comentou que como bom amigo que era, Fabrício era muito querido de todos.
Tempos depois, Fabrício retornou ao Uruguai.
Para surpresa de todos, o moço decidiu se hospedar em um hotel. Argumentou que não ficaria bem se hospedar em casa de duas jovens, já que não era casado com nenhuma delas.
Cecília, sem jeito, concordou.
Embora não concordasse em permanecer na casa comprada por ele, aceitou a opinião do moço.
Com isto, o jovem, que estava de visita, brincou com os meninos.
Perguntou-lhes como eram seus dias, se estavam gostando do Uruguai.
Eli e Francisco disseram que sim.
Fabrício almoçou com os meninos.
Depois ficou conversando com os garotos no jardim.
Contou-lhes que quando criança, brincara em um jardim parecido com aquele.
Ao ouvirem isto, os meninos ficaram interessados em sua história.
Fabrício contou-lhes histórias de sua infância ao lado do irmão, Pedro. Disse que por ser mais velho, Pedro era um exemplo para ele.
Eli e Francisco ouviram o relato com toda a atenção.
Tristes se perguntaram por que Pedro os havia abandonado. Por que havia batido em sua mãe.
Eli disse que odiava o pai.
Fabrício censurou, o menino. Segurando-o pelo ombro, disse em tom calmo, que ele não deveria nutrir ódio por Pedro. Argumentou que Pedro não fizera o que fizera por maldade, e sim por falta de preparo para viver em família.
Nervoso, Eli respondeu que o pai deveria pagar pelo que fez.
Fabrício argumentou que a vida se encarregaria de ensinar-lhe o que faltava aprender.
Disse que Pedro não era feliz, mas que ainda não havia acordado. Argumentou que cedo ou tarde, ele despertaria, e procuraria o perdão deles.
Francisco, tentando imitar o irmão, disse que não o perdoaria não.
Fabrício se assustou ao perceber a mágoa dos meninos.
Em vão, tentou convencê-los de que Pedro os amava. Amava de uma maneira estranha, mas não deixava de ser afeto.
Eli ao ouvir estas palavras, comentou que não acreditava nisto. Disse que a mãe tentou fazer com que se encontrassem com o pai, mas Pedro não estava disposto a vê-los. Perguntou se o pai os amava tanto, por que não os procurava.
Fabrício ficou sem palavras.
Nisto, Eli endereçou-lhe uma pergunta:
- O senhor gosta de mim e do meu irmão?
Fabrício enternecido, respondeu:
- Mas é claro que sim! Como não gostaria? Vocês são duas das pessoas mais importantes em minha vida.
Eli, segurando as mãos do homem, disse:
- Se isto é verdade, por que o senhor não se casa com minha mãe? Aí poderíamos ter uma família de verdade. Seria tão bom!
Fabrício ficou visivelmente emocionado com as palavras.
Quando o moço foi conversar com Cecília, os meninos ficaram em volta deles, como a esperar por uma proposta de casamento.
Jurema, percebendo que os meninos não deixavam o casal conversar à vontade, chamou-os.
Convidou Eli e Francisco para fazerem um bolo, convencendo-os de que se a ajudassem a fazê-lo, poderiam lamber as fôrmas.
Com isto, diante de tão irresistível proposta, os meninos correram para a cozinha.
Eli disputou com o irmão a preferência na confecção do bolo. Argumentou que por ser o mais velho, seria ele o primeiro a experimentar o bolo.
Francisco reagiu dizendo que ele seria o primeiro, por ser o mais novo.
Jurema afastou-se.
Fabrício achou graça na disputa dos meninos.
Cecília respondeu que Eli e Francisco era competitivos, mas se adoravam.
Eram muito unidos. Um sempre defendia o outro.
Fabrício respondeu que se via um pouco nos meninos.
Cecília respondeu que eles sentiam muito a falta de Pedro.
Fabrício, segurando a mão da moça, perguntou-lhe se havia pensado em sua proposta.
A moça, começou a gaguejar.
Fabrício argumentou que ela teve muito tempo para pensar.
Cecília, constatou que precisava responder.
A moça então, pensativa, contou que ficou a pensar na proposta por um longo tempo.
Preocupada com seu futuro, mencionou que durante a ausência do moço, procurou emprego. Relatou que Jurema também.
Angustiada, comentou que não agüentava mais viver naquela situação. Sempre precisando partir, se esconder de todos, como se estivesse fazendo alguma coisa errada.
Triste, comentou que às vezes se sentia sozinha.
Relatou que às vezes acordava a noite, sobressaltada, com medo de ser descoberta.
Por um certo momento, ficou com o olhar perdido.
Fabrício aproximou-se. Olhou-a nos olhos.
Disse segurando suas mãos, disse-lhe que ela não precisava se sentir assim. Argumentou que ela não precisa sentir mais medo. Completou dizendo que estava segura.
Cecília retorquiu dizendo que não estava certa disto.
Fabrício perguntou se ela ainda nutria a esperança de voltar a se entender com Pedro.
A moça ficou surpresa com a pergunta.
Todavia, nem por isto deixou de demonstrar que não tinha a menor intenção de voltar a viver com Pedro. Comentou que não gostava do temperamento instável do moço, e que se tivesse descoberto isto a tempo, não teria se casado com ele.
Relatou ainda, que não gostaria que Eli e Francisco ouvissem o que pensava a respeito do pai.
Completou dizendo que seus filhos foram as únicas coisas bonitas que Pedro deixou como legado do casamento.
Fabrício sorriu. Comentou que diante disto, não havia óbice em ficarem juntos.
Cecília respondeu-lhe que não era livre.
Ao ouvir isto, Fabrício comentou que se ela estivesse disposta a ficar a seu lado, poderiam obter o divórcio.
Cecília respondeu que no Brasil não havia divórcio.
Fabrício argumentou que alguns países da América Latina, o divórcio era possível, e que um segundo casamento também.
Os olhos de Cecília encheram-se de esperança.
O moço, percebendo isto, disse-lhe a deixaria pensar mais um pouco.
Tentando seduzi-la, comentou que poderiam se casar sim, e que ao lado dela e dos meninos, poderiam ser uma família. Argumentou que já tinha os meninos em conta de filhos.
Cecília ao ouvir estas palavras, argumentou que ele poderia estar confundindo as coisas.
Fabrício, olhando-a nos olhos, disse-lhe que não havia confusão alguma. Afirmou que seu sentimento era antigo, e que em respeito a Pedro, decidira não interferir.
A moça indagou-lhe por que ninguém lhe dissera nada sobre a vida pregressa de Pedro.
O rapaz respondeu que Pedro parecia sincero em seu propósito de mudar. Disse que ela havia promovido uma grande mudança no moço, que passou a se ocupar com o trabalho, coisa que raramente fazia, o que gerava descontentamento em Carlos.
Fabrício respondeu-lhe que não se sentiu no direito de atrapalhar o projeto de vida do irmão.
Respondeu com convicção que Pedro a amou de verdade.
Fabrício falou que Pedro nunca fora tão atencioso e dedicado a uma mulher, como ele fora com ela.
Por fim, dizendo que aquela conversa o estava incomodando um pouco, disse que ele e sua família nunca tiveram a intenção de enganá-la.
Cecília ficou pensativa.
Por um instante, lembrou-se que seu irmão Eduardo nunca simpatizou com Pedro.
Fabrício percebendo a distração da moça, perguntou-lhe o que estava pensando.
Cecília respondeu que pensara em sua família, como estavam. Mencionou que Eduardo nunca gostou de Pedro, que sempre lhe fora hostil. Disse que ele percebera antes de todos, que o casamento fracassaria.
Ao recordar-se das conversas que tivera com o irmão, pôs-se a chorar.
Fabrício aproximou-se da moça e a consolou.
Cecília respondeu entre lágrimas, que Eduardo sempre achou que o moço não prestava.
Fabrício tentou argumentar dizendo que eles tiveram momentos felizes. Disse que Pedro, amou-a de verdade. Comentou que o moço abandonou a vida desregrada ao conhecê-la. O moço passou a trabalhar com afinco. Coisa que nunca fizera antes.
Cecília argumentou que nunca fora advertida do temperamento boêmio do moço.
Fabrício respondeu que ninguém tivera a intenção de ludibriá-la. Mencionou que Pedro parecia sincero em seu propósito em ser feliz ao lado dela. E que por esta razão, a família não julgou conveniente comentar sobre o passado boêmio do moço.
Cecília respondeu que não queria mais sofrer.
Fabrício aproximando-se mais, disse-lhe que ela não precisava sofrer.
Abraçando-a, argumentou que ao seu lado, ela seria muito amada, assim como seus filhos, que ficariam amparados em uma nova família.
Contou que casada novamente, Carlos não poderia mais ameaçá-la, que não poderia mais tirar-lhe a guarda dos meninos. Mencionou que ela não estava mais só. E que em querendo, poderia retornar ao Brasil.
Cecília, ao ouvir estas palavras, retrucou assustada, que não queria retornar ao país.
Com isto, tornou a chorar.
Fabrício por sua vez, tentando acalmá-la, disse que não faria nada que ela não quisesse. Argumentou que tudo seria feito a seu gosto.
Galante, respondeu-lhe que deixasse ele mostrar a ela o quanto poderia ser galante.
Neste momento, a moça parou de chorar.
Fabrício ofertou-lhe um lenço.
Comentou que estava cansado de falar de Pedro. Argumentou que gostaria de falar dele, e do quanto vinha guardando aquele sentimento.
Enchendo-se de coragem, o moço convidou-a para jantar. Disse-lhe que tinha uma proposta irrecusável a fazer.
Cecília encheu-se de curiosidade. Insistiu para que ele contasse o que estava pensando.
Fabrício, com ar de mistério, respondeu que no momento certo, ela saberia o que iria propor.
A moça enxugou o rosto.
Eli e Francisco, irromperam pela sala, gritando e chamando Cecília e Fabrício para comerem um pedaço de bolo.
Jurema, tentando conter os meninos, pediu desculpa ao casal.
Argumentou que foi impossível segurá-los por mais tempo na cozinha.
Fabrício respondeu que não havia problema.
Com isto, o bolo foi servido.
Cecília serviu Fabrício.
Jurema, ao observar a cena sorriu para o moço.
Francisco aproximou-se de Fabrício e perguntou-lhe se iria ficar.
Cecília ficou constrangida.
Razão pela qual, pediu para o menino ficar ao seu lado.
O rapaz, achando graça, comentou que não seria possível, mas que no dia seguinte, passaria a manhã com eles.
Eli e Francisco comemoraram.
Com isto, Fabrício retornou ao hotel em que estava hospedado.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
quinta-feira, 18 de março de 2021
A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 20
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