Poesias

quinta-feira, 18 de março de 2021

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 29

Desta feita, tempos depois, eis que surge Roberta, amiga de longa data de Josie.
A moça já fora colega de trabalho dela e de Lucineide.
Contudo, depois de se casar com Leonardo, optou por deixar de trabalhar, para acompanhar o marido, em suas viagens.
Josie e Lucineide, ao reverem a amiga depois de tanto tempo, perguntaram-lhe as novidades.
Roberta respondeu então, que seu casamento estava passando por uma crise. Confidenciou que fora infiel a Leonardo, e que havia pedido um tempo para o rapaz, a fim de colocar suas idéias no lugar.
Chorando, comentou que Leonardo descobrira a infidelidade.
Josie e Lucineide tentaram então, consolar a amiga.
Sem saber direito o que dizer, pediam para que ela se acalmasse, que tudo se ajeitaria com o tempo.
Roberta contudo, não parava de chorar. Dizia que não sabia o que iria fazer da vida, para onde ir.
Josie então, sugeriu que a moça voltasse a trabalhar na redação da revista. Comentou que conversaria com Medeiros a respeito do assunto.
Roberta agradeceu o cuidado das moças.
Mais tarde, conversando com o chefe, Josie acabou convencendo-o a recontratar a moça.
Argumentou que muito embora Roberta estivesse afastada há quase três anos, era uma boa jornalista. Profissional competente.
Medeiros concordou. Disse que a recontrataria.
Com isto, Roberta começou a trabalhar na revista.
Josie por sua vez, ficou encarregada de informá-la sobre a nova rotina de trabalho.
E assim, Roberta começou fazendo matérias sobre comportamento: como por exemplo: o hábito dos paulistas de tomarem café da manhã em refinadas padarias.
Todavia, continuava entristecida.
Aos poucos porém, Roberta, tentava se desvencilhar do desânimo e retomar sua vida.
Em dado momento, Roberta, procurando desabafar, recordou-se de quando conhecera Leonardo. Do quanto era apaixonada por ele - em que pese seu temperamento pacato.
Nítido contraste com seu jeito festeiro e descolado.
Roberta, gostava do jeito sério do moço.
Certa feita, confidenciou que Leonardo a conquistara com seu intelecto, em que pese não ser um sujeito feio.
A moça comentou que adorava o papo cabeça do rapaz, o qual falava sobre filmes mudos, conversava sobre história, filosofia, arte.
Roberta contou que ele não era fútil como a maioria dos rapazes que conhecera.
Dizia que teve muitos homens, e que gostava do momento da conquista. Confessou que se cansava rápido dos relacionamentos quando estes caiam na rotina.
Ao ouvir tais palavras, Lucineide censurou a amiga. Disse que ela devia ser mais madura.
Roberta comentou que tentou viver com o marido.
Relatou que no momento do casamento, ao entrar na igreja com um deslumbrante vestido branco, estava feliz. Acreditava que seu casamento daria certo. Estava disposta a fazer a união ser duradoura.
Radiosa, foi conduzida por seu pai até o altar, onde Leonardo, em um bonito terno branco com flor na lapela, a esperava.
A moça sorria para os convidados.
Diante do altar, tanto ela quanto o noivo juraram fidelidade recíproca.
Beijaram-se diante dos convidados.
Ao saírem da igreja, receberam uma chuva de pétalas de rosa.
Em seguida, receberam os cumprimentos do convidados.
No salão de festas, o casal dançou uma valsa juntos.
Viajaram para o Rio de Janeiro.
Roberta lembrou-se da lua-de-mel cheia de encantamento, dos lautos cafés-da-manhã com sucos variados, iogurtes, bolos diversos, tortas, pães, brioches, croissantes, frios, frutas.
Leonardo era muito atencioso.
Ocupava-se de agradar a esposa.
Levava a moça para passear pelo Pão de Açúcar – onde o casal andou de bondinho.
Lá, o casal apreciou a linda vista da Praia Vermelha, as belas praias, os bairros cariocas vistos do alto, as ilhas, e a imensidade do mar carioca.
De longe o moço lhe indicava a Praia de Copacabana, famosíssima e muito admirada.
Encantada com a paisagem, Roberta tirou inúmeras fotos.
Também foram tiradas fotos do casal apreciando a vista do local.
Leonardo levou-a também para conhecer o Corcovado, e ver de perto o Cristo Redentor.
De lá, avistaram o Jockey Clube, a Baía de Guanabara, a Ponte Rio Niterói, o mar, o relevo, as paisagens verdejantes, o Maracanã.
Fizeram uma caminhada pelo Bairro Leblon, e seus prédios luxuosos.
Passearam pelo Arpoador.
Almoçaram, e continuaram o trajeto até a Praia de Copacabana, onde se deslumbraram com o imponente prédio do Copacabana Palace.
Empolgado, Leonardo comentou que muitos diziam que o Rio dos anos cinqüentas e sessentas, foi muito mais espetacular que nos tempos atuais, em que pese o seu resistente esplendor.
Roberta concordou. Deveria ser realmente mais belo, ante a inexistência de tantas mazelas quanto hoje.
Em outro dia, passearam pelo Aterro do Flamengo.
Roberta ficou encantada com a beleza do Parque do Flamengo.
O casal passeou de mãos dadas pela Marina da Glória, onde de longe avistaram o Pão de Açúcar.
Noutro momento, conheceram a Cinelândia, seus monumentos, prédios históricos, o Teatro Municipal, a Biblioteca Nacional.
Por diversas vezes Roberta abraçou o marido e beijou-o em público.
No começo do namoro, o rapaz ficava um tanto sem jeito com o jeito despachado de Roberta. Depois porém, percebendo que a moça não mudaria, acabou aceitando seu jeito arrebatado de ser.
Afinal de contas, dizia para si mesmo, que era justamente o fato dela ser o seu oposto, que o havia atraído.
Roberto lembrou-se do jeito estudioso, do então amigo, nos tempos de faculdade.
Conheceram-se quando realizaram um trabalho em grupo.
Começaram uma amizade, e a partir daí, iniciaram o namoro.
Costumavam estudar juntos para as provas.
Roberta passou a dormir no apartamento do namorado.
Dois anos depois de formados, depois de quase três anos de namoro, o casal resolveu casar-se.
A esta altura, Roberta, que havia começado a trabalhar na revista como estagiária, prosseguia com seu trabalho.
Conversando com Lucineide e Josie, Roberta comentava que adorava a profissão de jornalista, por conta das novidades que esta lhe proporcionava. Argumentava que quando fazia as matérias, nenhum trabalho era igual ao outro.
Às vezes contudo, reclamava do namoro com Leonardo, dizendo que a relação estava morna, que tudo estava mal parado, sem graça.
Lucineide respondia que um relacionamento a dois não era um roteiro de filme. Que havia momentos bons e momentos ruins.
Roberta retorquia dizendo que não estava disposta a viver uma eterna mesmice. Comentou que rotina tornava tudo muito árido, muito chato e sem graça. Argumentava que os relacionamentos não tinham que cair na rotina.
Por três vezes a moça brigou com o namorado por conta da rotina.
Dizia a todo o momento que estava cansada daquela mesmice.
Certo dia, Leonardo perguntou-lhe se estava arrependida do namoro.
Ao ouvir isto, a moça caiu em si. Percebendo que estava se excedendo, pediu muitas desculpas ao moço. Disse-lhe que só estava cansada de não ter nenhuma novidade no relacionamento de ambos. Comentou que estava cansada do fato do moço estar sempre ocupado com seus estudos.
Ressaltou que gostava de sair, e que isto era a coisa que menos estavam fazendo ultimamente.
Leonardo, percebendo que estava negligenciando a namorada, prometeu que fariam mais passeios juntos.
E assim, Roberta e Leonardo passaram a jantar fora. De vez em quando iam ao cinema.
O moço aproveitava também, para levar a namorada para conhecer museus e teatros da cidade.
Com isto, Roberta parou de reclamar do namorado.
Tempo depois, quando Lucineide percebeu que a amiga estava mais calma, perguntou-lhe se havia acabado a chateação.
Roberta respondeu que Leonardo estava mais atencioso e menos focado em seus livros.
Lucineide então sorriu. Após, comentou:
- Agora entendo! A moça só queria um pouco de atenção! Estes homens desligados.
Josie achou graça do comentário da amiga.
Com isto depois de casada, Roberta, decidiu se afastar do trabalho.
Roberta comentou então, que os primeiros anos de casada foram especiais.
Contou que embora Leonardo estivesse focado em seu trabalho de correspondente internacional, sempre que surgia uma brecha na apertada agenda do moço, saíam para passear.
Com isto, a moça conheceu diversos lugares fascinantes mundo afora.
Já havia visitado a França. Conhecia Paris, seus monumentos: Arco do Truinfo, Torre Eifel, Champs Elyseés, os famosos cafés, os museus, as construções históricas, os famosos cemitérios. Conhecia a Cotê D’Azur – a Riviera Francesa, o Vale do Loire e seus castelos.
Deslumbrara-se com a Itália, Florença, o Vaticano.
Quanto a Veneza, Roberta respondeu que tinha o seu charme, mas que também tinha seu aspecto de cidade abandonada, com canais mal cheirosos, que não lembravam nem de longe a atmosfera romântica que lhe era característica.
A moça comentou que conhecera a Holanda que também possuí canais e tulipas. Pais de que gostara muito.
Roberta comentou que enquanto Leonardo trabalhava em lugares diversos da Europa e da Ásia, permanecia ao lado do marido. Aproveitava o tempo livre para realizar passeios pelos lugares. Também aproveitava para fazer cursos livres variados.
Quando Lucineide perguntou-lhe se ela não trabalhava, a moça comentou que de vez em quando fazia algumas matérias para algumas revistas de turismo no Brasil.
- Ah, bom! – comentou Lucineide.
Josie censurou a amiga.
Roberta por sua vez, dizendo que não se importa com os comentários maldosos de Lucineide, respondeu que de fato trabalhava pouco.
Relatou que gostava de viver a cada seis meses em uma cidade, ou mesmo em um pais diferente.
Comentou que na Inglaterra, freqüentou os famosos pubs, andava no famoso ônibus de dois andares.
A moça relatou que só não acompanhava o marido, quando ele ia trabalhar em lugares onde havia conflitos armados, ou mesmo guerras.
Surpresa, Lucineide comentou:
- O Leonardo chegou a trabalhar como correspondente de guerra?
Roberta respondeu que ele cobriu conflitos na Ásia e em países vizinhos a Rússia.
Confidenciou que sempre que o marido partia para estas missões, ficava apreensiva.
Relatou que por conta do trabalho perigoso desempenhado pelo moço, chegaram até mesmo a brigarem. A se desentenderem.
Em uma dessas brigas, o casal ficou meses separado.
Roberta contou que mesmo depois da briga, não retornou para o Brasil. Preferiu permanecer na Europa.
Foi neste momento, que conheceu André.
Enquanto viajava, passeando por lugares deslumbrantes da Europa, enquanto apreciava paisagens por trens velozes, deparou-se com o então passageiro.
Enquanto circulava pelos corredores com sua bagagem, a moça esbarrou no moço.
Desculpando-se, acabou por fazer com que ele gentilmente a ajudasse a colocar as malas em sua cabine.
Roberta ficou encantada com o relevo, a neve, a geografia, os Alpes descortinados por paisagens da Itália, Áustria, da Suíça.
Mais tarde, a moça se encaminhou para o vagão restaurante.
Lá encontrou André, que estava em outra mesa.
Roberta ao ver o moço olhando para ela, acenou-lhe.
Nisto, o moço ofereceu-lhe um capuccino.
Um tanto sem jeito, a jovem acabou aceitando o oferecimento.
Com fome, a moça pediu um lanche, o qual devorou.
Quando se levantava para voltar a sua cabine, André seguiu em sua direção e colocou a mão em seu ombro.
Imediatamente ela se virou para ele.
Nisto o moço, dizendo que ainda não havia se apresentado, respondeu que se chamava André.
A seguir, perguntou o nome da moça.
Roberta respondeu-lhe seu nome.
André elogiou-a, dizendo que Roberta era um bonito nome.
Roberta agradeceu o elogio.
Nisto, dizendo que ainda era cedo para se recolher, sugeriu que ficassem conversando.
Roberta tentou argumentar, mas André, perguntando-lhe se havia algum impedimento para que permanecessem no vagão restaurante, fez com ela se lembrasse que estava brigada com o marido.
Ainda assim, decidiu conversar um pouco com o moço.
André comentou então, que os Alpes Suíços eram deslumbrantes.
Fato este, com o qual Roberta concordou.
André respondeu que adorava viajar. Contou que já havia visitado Roma, Napoles, Paris...
Quando o moço começou a citar nomes de cidades por onde havia passado, Roberta respondeu que havia conhecido alguns desses lugares.
Comentou que morou durante algum tempo em Londres, mas depois decidiu mudar de ares.
Relatou que estava disposta a fixar residência em Portugal.
André comentou então, que depois da tournée pela Suíça, Áustria e outros países, iria voltar para a Península Ibérica.
Aproveitando o ensejo, o moço combinou de se encontrarem no país.
Quando o trem parou na estação, André levou a moça de táxi até o hotel onde ficaria hospedada.
Em seguida se dirigiu ao local onde passaria os próximos dias.
Mais tarde, o moço foi até o hotel onde deixara a moça.
Como a mesma houvesse saído, o moço deixou um cartão com o número de seu telefone, na recepção do hotel.
Quando a moça retornou ao hotel, foi informada por um funcionário da recepção que um moço havia passado por ali. Estava a sua procura. Com isto, deixou um cartão com o número de seu telefone.
Hesitante, a moça ficou observando o cartão.
Só resolveu ligar depois de muito pensar.
Com efeito, quando André recebeu a ligação da moça, mal podia acreditar.
Animado, perguntou-lhe se ela havia passeado muito.
Notando que esta era a hora de se aproximar, André sugeriu que saíssem juntos. Propôs que caminhassem pelas ruas da cidade, e mais tarde poderiam jantar em um dos restaurantes típicos.
Com isto, André e Roberta caminharam por ruas calmas, com construções germânicas, os Alpes emoldurando a paisagem. Muito frio, muita neve.
Roberta respondeu que com tanto frio, precisaria providenciar mais casacos. Argumentou que muito embora estivesse se acostumando com o tempo rigoroso da Europa, ainda sentia saudades do calor do Brasil.
Curioso, André perguntou:
- E de onde você é?
Roberta respondeu que morava em São Paulo.
André retrucou dizendo que também viera da cidade de São Paulo.
Animado, comentou que São Paulo era a economia que nunca dorme.
Curioso, perguntou-lhe o que fazia.
Roberta, desconfortável, respondeu que não gostaria de falar sobre sua vida pessoal. Contou que o passeio estava tão agradável que não sentia vontade de falar de si mesma.
Nisto, tentando desviar o foco, perguntou sobre a vida do moço.
André respondeu que era advogado.
Dizendo porém que estava insatisfeito com seu trabalho, comentou que decidiu se afastar um pouco dele. Contou divertido, que havia decidido permanecer por um ano realizando viagens. Sua intenção era conhecer a maior quantidade possível de países.
Roberta comentou que a tarefa devia ser muito divertida.
Mais tarde o casal jantou.
Sem saber o que pedir, já que o cardápio estava todo em alemão, Roberta ficou tentando decifrar o cardápio.
André então, percebendo a dificuldade da moça, sugeriu que ela pedisse o rösti.
Como Roberta não sabia que tipo de prato era, o moço explicou-lhe que se tratava de um prato feito de batatas finas fritas, misturadas com manteiga, podendo-se juntar bacon, cebolas, entre outros ingredientes.
A moça gostou da sugestão do moço.
André por sua vez, pediu uma raclette.
Para isto, perguntou para o garçom se ele entendia francês.
Como o garçom entendesse o que dizia, o moço realizou os pedidos.
Roberta espantou-se. Afinal de contas, como poderia entender o cardápio, e não conseguir se comunicar em alemão?
André respondeu-lhe que ler em alemão não era tão complicado quanto se expressar no idioma.
Roberta achou graça.
Por fim, perguntou o que ele havia pedido.
André respondeu-lhe então, que os suíços produzem um queijo especial para este prato, e que para a raclette, o mesmo é derretido e servido com batatas cozidas e pickles.
Para acompanhar as iguarias, André solicitou um vinho tinto francês.
Com efeito, quando a comida foi servida, o moço ofereceu um pouco da raclette a moça.
Roberta adorou o prato.
Mais tarde, a dupla caminhou pelas ruas tranqüilas da cidade.
Sorrindo, comentaram que o lugar parecia muito tranqüilo, um pedaço do paraíso.
André ofereceu então seu braço para a moça segurar.
Nos dias que se seguiram, André e ela passearam por diversas cidades circundadas pelos Alpes. Viajaram de trem.
Mais tarde Roberta e André seguiram para Portugal.
Roberta decidiu se estabelecer em Lisboa.
Com isto, embora tenha resistido as investidas de André durante a viagem pelos Alpes, em Portugal a situação se afigurou diferente.
Em dado momento, não resistindo ao assédio do moço, capitulou.
Desta forma, o casal iniciou um romance.
André, procurando impressionar a moça, combinou encontrarem-se no apartamento que alugara.
Nisto, providenciou flores para enfeitar o lugar, bem como escolheu belas canções para complementar a atmosfera.
Ansioso, aguardou a moça, observando a movimentação da rua pela janela.
Ao perceber a aproximação de Roberta, André se ajeitou.
Quando a moça apertou sua campainha, o moço recebeu-a com um sorriso.
Nisto, o moço estendeu-lhe o braço, sinalizando para que ela entrasse.
Roberta riu do gesto cerimonioso. Em seguida, adentrou a sala.
Atenta, observou o ambiente enfeitado de flores e música.
Tudo criava uma atmosfera envolvente.
André então convidou-a para sentar.
Ofereceu-lhe vinho.
No que Roberta gentilmente recusou o oferecimento.
André por sua vez, serviu-se de um cálice de vinho.
A seguir, sentou-se ao lado da moça.
Perguntou-lhe como estava.
Roberta respondeu então, que estava bem.
Comentou que estava procurando trabalho, posto que não poderia ficar a viver de brisa.
André, percebendo isto, perguntou:
- Desculpe-me por estar sendo invasivo, mas qual era o seu trabalho?
Roberta respondeu-lhe que era jornalista.
Ao ouvir isto, o jovem comentou que havia um amigo dos tempos de escola, que se tornara jornalista e trabalhava em Portugal.
Desta forma, tencionando ser prestativo, o moço respondeu que poderia sugerir seu nome para o amigo.
Roberta agradeceu a gentileza.
André disse então que contataria o amigo nos próximos dias.
Nisto, tentando descontrair o ambiente, brincou dizendo:
- Agora que os problemas financeiros se acabaram, podemos nos ocupar de coisas mais agradáveis!
Enquanto dizia estas palavras, aproveitava para segurar a mão da moça.
Olhando-a nos olhos, colocou uma das mãos em seu rosto.
A seguir, beijou-a.
Roberta correspondeu a investida, colocando as mãos nos ombros do rapaz.
Nisto, André abraçou a moça.
Sorrindo, ofereceu-lhe novamente uma bebida.
Com isto, a certa altura, a moça bebeu um pouco de vinho.
Conversando, André recomendou-lhe que não se preocupasse mais com a falta de trabalho. Prometeu contatar seu amigo.
Nisto, o moço convidou-a para dançar.
André então, sem esperar que Roberta dissesse alguma coisa, segurou-a pelo braço, e puxou-a para junto de si.
E assim, dançaram. Juntinhos.
Aproveitando a ocasião, o rapaz aproveitava para lhe dizer gracejos.
Roberta ria.
André brincando, perguntou-lhe onde estava que não apareceu antes. Onde estava se escondendo?
O moço então, beijou a moça novamente.
Enquanto se abraçavam e se beijavam, André conduziu Roberta para o quarto.
Delicadamente o moço pousou o corpo da jovem em sua cama.
André então começou a despir-se.
Tirou os sapatos, a camisa, calça.
Em seguida aproximou-se da moça, auxiliando-a a despir de suas roupas.
Dormiram juntos.
Ao fim da longa noite, ao despertar, Roberta levantou-se da cama.
Começou a se vestir.
Vestiu sua blusa, calça, calçou seus sapatos...
André continuava a dormir.
Com isto, ao encontrar um bloco de notas, Roberta escreveu um recado para o moço.
Dobrou-o, deixando o bilhete ao lado da cama, onde o moço dormia.
Discretamente, a jovem retirou-se do quarto.
Roberta fechou a porta do aposento.
Voltou para seu apartamento.
Ao chegar em sua morada, a moça preparou um lanche e começou a folhear um jornal. Começou a circular classificados onde eram ofertadas vagas para trabalhar em escritórios, redações em revistas, etc.
Estava preocupada com a demora em encontrar trabalho.
Com efeito, quando André despertou, ao notar que ela não estava ao seu lado na cama, reparou na existência de um pedaço de papel dobrado.
Diante disto, abriu-o.
Por fora, estava grafado o seu nome.
Leu o conteúdo.
No breve recado, a moça dizia que havia adorado a noite que passaram juntos, mas que a vida não esperava e que ela tinha que cuidar de seu futuro. Desculpando-se pela saída inesperada, prometeu que assim que pudessem, voltariam a se encontrar.
André surpreendeu-se com a atitude da moça.
Não esperava que ela saísse inesperadamente de seu apartamento.
André sentou-se então em uma cadeira.
Tencionou ligar para o apartamento da moça.
Contudo, pensando que Roberta poderia querer ficar algum tempo sozinha, titubeou.
Roberta passou parte da manhã e parte da tarde procurando trabalho.
Porém, para sua decepção não conseguiu encontrar emprego.
Desanimada, voltou para casa.
André por sua vez, contatou o amigo.
Conversando com o mesmo, comentou que havia encontrado uma pessoa muito interessante, e que ela estava precisando de um emprego.
Cassiano, perguntou-lhe sobre a profissão da moça.
André respondeu-lhe que ela era jornalista. Chamava-se Roberta, e era brasileira.
- Brasileira? Que interessante!
O moço respondeu a Cassiano que já fazia algum tempo que a moça estava procurando emprego em Lisboa, mas não vinha obtendo êxito.
Cassiano respondeu que fazia muito tempo que não retornava ao país. Reclamou do fato do amigo ter demorado tanto para retomar contato.
André desculpou-se dizendo que estivera em falta. Argumentou que o trabalho consumia tanto o seu tempo, que nos últimos meses mal tinha tempo para lembrar de si mesmo.
Cassiano rindo, comentou que ele jamais poderia se tornar escravo de seu trabalho. Disse que isto era nefasto e fatal. E a vida, como ficava? Indagou.
André concordou. Comentou que fora por isto mesmo que decidiu se afastar por um ano de seu trabalho, e conhecer a maior quantidade possível de países da Europa.
Cassiano considerou a idéia original e encantadora. Relatou que era uma boa desculpa para se conhecer lugares e pessoas interessantes.
Sorrindo, André concordou.
Com isto, Cassiano combinou com o amigo de agendar uma entrevista com a moça. Disse-lhe que assim que conversasse com ela, poderia pedir para que ela entrasse em contato com ele.
André agradeceu a gentileza do amigo. Relatou que se quando precisasse de alguma coisa poderia contar com ele.
Cassiano respondeu então, que não estava fazendo isto vislumbrando uma vantagem futura.
André retorquiu dizendo que não esperava menos do amigo.
Os rapazes riram.
Mais tarde, André ligou para Roberta.
Convidou-a para jantar.
Desanimada, a moça argumentou que estava cansada.
O moço, percebendo isto, insistiu para que ela jantasse com ele.
Comentou que precisavam conversar. Argumentou que se ela preferisse, poderia providenciar algo para comer. Assim, não teriam que ir a um restaurante.
Insistiu dizendo que dentro de meia-hora passaria em seu prédio para buscá-la.
Roberta concordou.
Nisto, a moça tomou um banho. Colocou um vestido e botas.
Quando o jovem chegou de carro em frente ao apartamento de Roberta, interfonou para seu apartamento, avisando que havia chegado.
Roberta, ao atender o interfone, pediu ao porteiro que deixasse o moço entrar.
André não esperou ser chamado duas vezes. Dirigiu-se ao apartamento da jovem.
Quando Roberta abriu a porta do apartamento, o moço percebeu o ar de preocupação dela.
Aflito, perguntou:
- Mas o que está havendo?
Tensa, Roberta respondeu que não estava com vontade de sair.
André, ao notar que a moça estava toda arrumada, insistiu para que ela lhe dissesse o que estava acontecendo.
A moça, sem jeito, respondeu:
- É que eu fiquei praticamente o dia inteiro procurando trabalho. Gastei sola de sapato e nada de encontrar! Estou ficando preocupada, minhas reservas não vão durar muito!
- Oh Meu Deus! – respondeu o moço, segurando o rosto dela – Eu já não te disse que iria conversar com aquele meu amigo? Pois bem, ele concordou em agendar uma entrevista com você. É só pegar o telefone e agendar.
Roberta perguntou surpresa:
- É mesmo?
- Sim, sua boba. Não precisa se preocupar. Eu tenho certeza que dará certo!
Nisto abraçou a moça.
Insistindo para que Roberta fosse até seu apartamento, André comentou que um jantar delicioso esperava por eles, e que já estava perdendo tempo demais com indecisões.
Ao ver o sorriso de André, a moça concordou.
Com isto, Roberta acompanhou o homem até a portaria do prédio.
André abriu a porta do carro para ela.
Quando a jovem saiu do carro, André novamente abriu a porta do carro para ela.
Segurou sua mão, conduziu-a até seu apartamento.
Chegando lá, perguntou-lhe se queria beber alguma coisa.
Roberta respondeu que preferia jantar.
André, ao perceber que a moça estava com fome, perguntou:
- Está com fome, não é?
Roberta balançou a cabeça afirmativamente.
Brincando, disse:
- Ô dó! Eu prometo que a comida ficará pronta em dez minutos.
Roberta pareceu-lhe impaciente.
André ofereceu-lhe um pouco de torradas com manteiga e orégano.
Recomendou-lhe apenas que não comesse muito, ou perderia a fome no jantar.
Roberta por sua vez, comeu algumas torradas.
Nisto, quando o jantar finalmente foi servido, André colocou no prato da moça, arroz, feijão, carne, salada e legumes.
Para acompanhar, suco de laranja.
Roberta colocou arroz, feijão, carne e legumes em seu garfo.
Levou a comida até a boca. Mastigou-a.
Ansioso, André perguntou:
- Está bom?
Roberta respondeu afirmativamente.
- Deixa eu ver se isto é verdade! – respondeu André sorrindo.
Nisto, provou a comida.
Brincando, comentou:
- Bom? Meu Deus! Você deve estar realmente com fome!
Roberta retrucou dizendo que a comida estava boa mesmo.
- Eu sei! Fui eu que fiz! Estava só brincando.
André pegou um pouco da comida que havia em seu prato, colocou-a no garfo e ofereceu para a moça.
Roberta serviu-se do conteúdo do garfo.
Jantaram.
De sobremesa, André ofereceu mousse de limão, que Roberta comeu elogiando.
Por fim, perguntou ao moço se fora ele quem realmente cozinhara.
No que André retrucou:
- Então você acha que eu mandei alguém preparar o jantar para mim, apenas para ganhar os louros? É óbvio que não! Eu sei cozinhar sim! E modéstia parte, melhor do que muitas mulheres.
Roberta concordou. Sim, ele cozinhava muito bem. Comentou por sua vez, que não sabia fritar nem um ovo.
Nisto, o moço respondeu que se ela se casasse com ele, não passaria apuros.
Roberta, ao ouvir a palavra casamento, expressou desagrado.
Ao notar isto, André perguntou:
- Algum problema?
Roberta desconversou.
Dizendo que apenas não pensava em se casar, desconversou.
André então, respondeu então que estava apenas brincando.
A moça tranqüilizou-se.
Conduzindo-a pela mão, o moço convidou-a para se sentar no sofá.
Recostando a cabeça da mulher em seu ombro, André recomendou-lhe que não se preocupasse com emprego, pois estava certo de que tudo conseguiria o emprego, após a entrevista com Cassiano.
Nisto, o moço passou o telefone do amigo.
Roberta colocou o pedaço de papel dentro de sua bolsa.
André segurou então a moça nos braços.
Cobriu-a de beijos.
Dormiram juntos novamente.
Ao despertar, a moça vestiu-se.
Antes de sair, beijou a fronte do moço.
André, ao sentir o toque dos lábios da jovem, dormindo que estava, sorriu.
Em seguida, despertou.
Ao notar que Roberta estava pronta para sair, segurou-a pelo braço.
Pedindo para que ela ficasse, o moço fez com ela perdesse o equilíbrio, caindo na cama.
André, pressionou-a contra ele.
Roberta, então, dizendo que precisava contatar Cassiano, argumentou que precisava voltar para casa.
O moço respondeu-lhe, que ela poderia utilizar o seu telefone.
A mulher sorriu.
Disse que precisava sair. Tinha compromissos.
André, percebendo que não tinha argumentos para retê-la, disse:
- Tudo bem. Eu me rendo! Mas não pense que você conseguirá se livrar assim tão fácil de mim!
Roberta beijou-o, e dizendo que mais tarde ligaria para ele, saiu do quarto.
André esticou-se na cama.
Espreguiçou-se.
Estava feliz.
Com isto, Roberta, ao chegar em seu apartamento, atirou-se no sofá.
Mais tarde, tomou um banho.
Depois, contatou o amigo de André.
Roberta identificou-se.
Cassiano combinou com a moça, que a entrevista estava marcada para dali a três dias.
Durante estes dias, André se encarregou de distrair a moça.
Saíram para jantar.
Visitaram museus, igrejas, praças, ruas estreitas.
Ao caminharem pela Ponte Vinte e Cinco de Abril, o casal admirou o Tejo.
Passearam pelo Porto.
Apreciaram um concerto no Coliseu dos Recreios.
Assistiram também, uma apresentação de fado acompanhada de guitarra portuguesa.
Conheceram museus.
Ao término de três dias, Roberta estava mais do que ansiosa.
Quando a moça se dirigiu ao endereço onde seria realizada a entrevista de emprego, vestia uma calça social e blaser.
André lhe dera uma carona até a redação onde seu amigo Cassiano trabalhava.
Atencioso, auxiliou a moça a descer do carro, abriu a porta para ela.
Por fim, desejou-lhe sorte.
Roberta agradeceu-lhe pela oportunidade.
André respondeu que não fora nada.
Com isto, a moça adentrou o local.
Estava mais do que ansiosa.
Por esta razão, os quinze minutos em que aguardou na sala de espera, lhe pareceram uma eternidade.
Nervosa, balançava a perna, mexia as mãos.
Quando finalmente Cassiano chamou-a, Roberta estava um pouco mais calma.
Cassiano perguntou-lhe se estava tudo bem.
Roberta respondeu que sim.
Nisto, Cassiano perguntou-lhe de suas experiências profissionais.
A moça explicou então, que era formada em jornalismo. Que começara como estagiária na redação de uma revista. Época em que passou a conhecer o meandro da profissão. Com isto, ao se formar, foi efetivada. Com isto, continuou a trabalhar na redação.
Argumentou que trabalhou durante longo tempo no local. Realizou matérias sobre comportamento.
Até que decidiu se afastar.
Cassiano perguntou o porquê do afastamento.
Roberta ficou tensa.
Nisto, pesando suas palavras, disse-lhe que sentiu necessidade de adquirir novos conhecimentos, para aperfeiçoar o seu trabalho. Sentia necessidade de conhecimento prático de outras realidades. Desta forma, decidiu realizar uma longa viagem. Sentia vontade conhecer o velho continente – a Europa.
Ressaltou que viajou para diversos países, e que realizou alguns trabalhos como free lancer.
Comentou também, que sentia necessidade de aplicar o conhecimento que havia adquirido, em um novo trabalho.
Cassiano ouvia a tudo interessado.
Desta feita, ao término da entrevista, o moço decidiu comunicar sua decisão.
Roberta por sua vez, ficou novamente tensa.
Porém, tentando disfarçar, aproximou as mãos, enquanto tentava demonstrar tranqüilidade.
Cassiano então, após alguns minutos de suspense, disse:
- Está contratada!
Surpresa, a moça agradeceu.
Cassiano cumprimentou-a.
Por fim, a moça saiu da sala.
Mais tarde, ela e André saíram para comemorar o novo emprego.
André parabenizou-a pela conquista.
Foram jantar em um restaurante.
Lá, Roberta comentou então um pouco mais sobre a entrevista. Contou também sobre suas experiências profissionais.
A certa altura, André comentou:
- Até que enfim eu fiquei sabendo um pouco mais sobre você!
Ao ouvir isto, a moça ficou sem jeito.
André, percebendo isto, perguntou-lhe se estava tudo bem.
Roberta, visivelmente incomodada, respondeu que haviam coisas em sua vida que não poderia contar para ninguém. Não naquele momento.
André ficou surpreso.
Roberta disse-lhe então, que entenderia se ele quisesse terminar o relacionamento com ela.
Sorrindo, André argumentou que isto não era motivo suficiente para terminar o namoro.
- Namoro? – perguntou Roberta surpresa.
- Sim! Namoro. – redargüiu o rapaz – Alguma coisa contra?
Roberta respondeu espantada que não.
Nervosa disse-lhe que assim que pudesse, contaria o que a fez querer retomar o seu trabalho.
Argumentou que não o fazia agora porque não queria estragar tão belo momento com preocupações e detalhes desnecessários.
André concordou.
Comentou que o momento era bonito demais para isto.
Beijou as mãos da moça.
Roberta ficou tocada com o gesto.
O casal bebeu vinho do porto.
Ao término do jantar, caminharam pelas ruas de Lisboa.
Visitaram o Palácio de Belém – sede oficial do presidente de Portugal.
No almoço, se deliciaram com uma deliciosa bacalhoada.
Visitaram os Jardins de Lisboa.
Roberta começou a trabalhar na redação da revista.
Começou a fazer matérias sobre comportamento.
Para isto, visitava lugares históricos, turísticos, culturais.
Cassiano fazia questão de elogiar seu trabalho.
A moça estava feliz.
Finalmente havia conquistado sua independência. Podia dormir tranqüila.
Seu relacionamento com André também a fazia feliz.
Neste momento, a única coisa que a incomodava, era o fato de não haver contado ao moço sobre seu estado civil.
Certo dia, quando o moço comentou sobre seu interesse em se casar, Roberta, ficou incomodada.
André, que a abraçava, ficou surpreso quando a moça se esquivou dele.
Perplexo, perguntou o que estava acontecendo.
A moça, percebendo que não poderia esconder por muito mais tempo a verdade, confessou ao moço que não poderia se casar.
- Mas por que não? Por que você não quer se casar? – perguntou um André atônito.
Nervosa, Roberta respondeu:
- Não é questão de não querer. Eu simplesmente não posso me casar com você.
Hesitante, a moça não teve outra alternativa senão confessar:
- Eu já sou casada.
André começou a rir.
Custou a acreditar que nas palavras da moça. Por um momento acreditou que se tratava de uma brincadeira.
Quando Roberta afirmou que não estava brincando, André ficou sem saber como agir.
Ao refletir sobre as palavras da moça, o rapaz ficou decepcionado.
Disse a jovem que ela o enganara.
Roberta ficou arrasada.
Aborrecido, André pediu para que ela fosse embora.
A moça pegou sua bolsa, e partiu.
Triste, ao chegar em sua casa, Roberta deitou-se no sofá de sua sala, onde ficou pensando em tudo o que havia dito.
Preocupada, a moça pediu para a secretaria de Cassiano para que agendasse um horário para conversar com ele.
Enquanto isto, continuou a executar o seu trabalho.
Realizava matérias sobre pontos turísticos de Lisboa. Conversava com pessoas, passeava por museus, pelo porto, pelo Tejo.
Na redação, redigia as reportagens. Ouvia as gravações feitas.
Conversava com o fotografo que a acompanhava, e comentava sobre as fotos realizadas. Perguntava quais comporiam a matéria.
Quando finalmente conseguiu falar com Cassiano, Roberta contou-lhe que omitira uma informação a seu respeito. Mencionou que seu estado civil era casada.
Constrangida, comentou que se ele quisesse rescindir o contrato de trabalho dispensando-a, poderia fazê-lo livremente. Não iria se opor.
Cassiano, pareceu surpreso.
Disse-lhe claramente que não sabia o que pensar.
Roberta entendeu seu situação.
Por esta razão respondeu-lhe que sairia da sala e assim que ele tivesse uma posição, poderia chamá-la para uma nova conversa.
Desculpou-se, retirando-se da sala.
Nisto, embora um pouco desconcentrada, Roberta continuou executando seu trabalho.
No dia seguinte, Cassiano chamou-a para conversar.
Tensa, Roberta escutou tudo o que o homem tinha a dizer.
Cassiano comentou que depois de conversarem, verificou a documentação que apresentara no RH. Notou que na documentação apresentada, constava a informação de que era casada.
Exibiu os papéis.
Curioso o moço perguntou-lhe por que somente agora mencionara o fato?
Roberta respondeu que estava há alguns meses separada de seu marido. Argumentou que desta vez as coisas eram definitivas. Não tinha a intenção de voltar a conviver com Leonardo.
Respondeu que este era o nome do marido.
Curioso, Cassiano perguntou se André sabia do fato e o que ele pensava sobre isto.
Roberta respondeu o moço sabia sim, e que provavelmente por esta razão, não a perdoaria pelo fato.
Cassiano, percebendo o constrangimento e o ar triste de Roberta, comentou:
- Em que situação você se meteu, hein garota?
- Eu sei. – respondeu a jovem.
Cassiano, percebendo o ar de pesar da moça, emendou:
- Não se preocupe! Se eu conheço bem meu amigo, ele vai acabar entendendo. Vai demorar um pouco, mas ele acabará entendendo.
Roberta respondeu então, que não conseguira explicar sua situação, e que André pensava ser seu amante, e não que ela estava separada de seu marido.
Cassiano penalizado, respondeu a moça, que ela não precisava se preocupar com seu emprego. Ressaltou ainda, que conversaria com André, e explicaria sua situação.
O homem pediu apenas para que ela fosse honesta com seu amigo. Perguntou-lhe se ela estava realmente interessada em ter uma relação séria com André.
Roberta respondeu que sim, muito embora não pudesse exigir este tipo de sacrifício do moço.
Comentou que ela ainda não estava separada do marido, e que não sabia como contar a Leonardo sobre sua decisão.
Cassiano, segurando sua mão, prometeu que conversaria com o amigo, mas insistiu para que ela contatasse Leonardo e comunicasse sua decisão de se separar.
Roberta concordou.
Nisto, Cassiano marcou uma conversa com o amigo.
Mais tarde, Cassiano foi até a casa de André.
Ao chegar lá, foi recebido por um rapaz apático, usando um roupão e amuado em um canto.
Cassiano espantou-se ao encontrar o amigo tão desanimado.
Ao ver-lhe entregue ao desânimo, Cassiano perguntou-lhe o que estava acontecendo.
André contou-lhe sobre Roberta, os momentos felizes que viveram juntos. Destacou o fato da moça ser casada.
Irritado, comentou que ela o enganara. Confessou que se sentia um tolo por isto.
Cassiano, relatou-lhe que Roberta lhe contara o fato.
Nisto, o rapaz relatou ao amigo, que a moça estava há meses separada do marido, e que não tinha a intenção de reatar com o tal Leonardo.
- Leonardo? Então este é o nome do marido? – perguntou André.
- Sim este é o nome do sujeito. Roberta comprometeu-se a contatá-lo e comunicar o interesse em se separar.
André resistiu a idéia.
Custava a acreditar que Roberta estava sendo sincera.
Cassiano, percebendo o temor do amigo, comentou que a moça não parecia estar fingindo.
Argumentou que ela estava disposta a enfrentar os fatos.
Confidenciou que ela colocara o emprego à disposição. Confessou-lhe toda a verdade.
Relatou que Roberta fora corajosa lhe contando toda a verdade. Ressalvou que ela não tinha obrigação nenhuma de se expor.
Cassiano confessou que ficou admirado com a atitude da moça. Considerou-a digna.
André, porém, continuava relutante.
Cassiano precisou convidar o rapaz para sair, para fazer com que André saísse de casa.
Roberta por sua vez, tentava contatar Leonardo.
Todavia, em que pese este fato, não vinha obtendo êxito.
Em um dos contatos telefônicos realizados, a secretária informou-lhe que Leonardo se encontrava realizando trabalho de correspondente internacional na Ásia.
Roberta disse-lhe que estava tentando contatá-lo por celular, mas não vinha obtendo êxito. Argumentou se ela não poderia lhe informar um telefone para contato.
A mulher do outro lado da linha, respondeu-lhe que não.
Roberta agradeceu.
Desligou desapontada.
Nisto, enquanto tentava contatar Leonardo, a moça se ocupava de seu trabalho.
André por sua vez, conversava com Cassiano.
Passados alguns dias, o moço passou a sair de casa, passear pela cidade.
Em dado momento, chegou a comentar com o amigo, que pensava em passear por outras cidades do país e depois visitar outros países da Europa e retornar ao Brasil.
Cassiano ao ouvir isto, aconselhou o amigo a pensar.
André respondeu que pensaria.
Caminhando pelas ruas de Lisboa, André encontrou Roberta, que fazia uma matéria em um dos muitos museus da cidade.
Ao ver a moça se aproximando, o rapaz ficou paralisado.
Roberta, entretida com seu trabalho, demorou para notar a presença de André.
O homem ficou observando-a entrevistar alguns visitantes do museu.
Enquanto a moça realizava a matéria, um fotografo escolhia os melhores ângulos para fotografar.
Quando terminou a entrevista, Roberta percebeu que André a observava.
Espantou-se.
Sem saber o que dizer, ficou olhando para o rapaz.
Nisto, André perguntou-lhe se ela continuava trabalhando com Cassiano.
Roberta respondeu que sim.
Irônico, o moço perguntou-lhe do marido.
Roberta ficou perplexa.
- Leonardo o seu nome, não é? – insistiu André.
Ao ouvir a pergunta proferida em tom agressivo, a moça pediu para André se calar.
Como o rapaz insistisse em discutir, a jovem respondeu que estava ali a trabalho e não para conversar.
Assim, virou-lhe as costas e seguida do fotografo, caminhou pelas dependências do museu.
Irritado, André passou a seguir os passos da dupla.
Roberta prosseguiu com seu trabalho.
Conversou com mais alguns visitantes. Entrevistou-os.
Perguntou-lhe se estavam gostando do passeio, quais os trajes mais lhe agradaram.
Foram tiradas fotos de alguns trajes – devidamente autorizadas por um funcionário.
Quando terminaram o trabalho, Roberta e o fotografo saíram das dependências do Museu Nacional do Traje.
Como André se afastara, a mulher pensou que ele havia desistido de segui-los.
Por fim, a jovem se despediu do fotografo. Disse que ficaria mais algum tempo no museu. Observaria com detalhes alguns trajes, e faria a matéria. Respondeu que dali a duas horas, estaria de volta a redação.
Nisto, a moça passou a observar trajes e acessórios pertencentes a família real, bonecas, brinquedos diversos, acessórios da indústria têxtil.
Estava entretida.
Tanto que não percebeu a aproximação de um jovem.
Era André, que lhe perguntou se estava gostando de conhecer um pouco sobre a cultura de um dos povos que formou o Brasil.
Quando Roberta virou-se para observar o moço, André perguntou-lhe se estava gostando de trabalhar com Cassiano.
A moça respondeu que sim. Acrescentou ele era uma pessoa ótima.
André concordou. Emendou dizendo que não merecia ser enganado.
Roberta se enervou.
Dizendo que não enganara ninguém, respondeu que sua relação com Cassiano era estritamente profissional, e que não passava suas tardes caçando homens.
O moço riu.
A jovem se afastou.
André então, percebendo que Roberta se ofendera e que não aceitaria provocações, resolveu ir ao seu encontro.
Enquanto a moça se dirigia a outro ambiente do museu, André resolveu ir ao seu encontro.
Roberta, ao perceber a aproximação, exigiu que ele se afastasse. Argumentou que ele não precisava acreditar em suas palavras, e que se não tinha um bom conceito dela, não deveria nem se aproximar.
André, percebendo que exagerara, pediu-lhe desculpas. Disse que se sentira enciumado com os cuidados que Cassiano vinha lhe dispensando.
Roberta surpreendeu-se com as palavras do moço.
André por sua vez, prosseguiu o relato.
Disse que ficara muito chateado em saber depois de meses de namoro, que a moça era casada. Confessou que se sentiu traído. Por algum tempo, ficou pensando que ela o havia usado como uma distração.
Roberta comentou que não tivera coragem de dizer a verdade, por que temia que ao contar que era casada, ele se afastasse. Ressaltou que era casada apenas no papel e que fazia meses que não via o marido. Argumentou que estava tentando contatá-lo para definir sua situação jurídica.
André, ao ouvir estas palavras, respondeu que Cassiano lhe havia informado sobre os fatos.
Roberta pediu-lhe desculpas.
Dizendo que não tivera a intenção de magoá-lo, comentou que não omitira o fato por maldade, e sim por falta de coragem em falar a verdade.
André a desculpou.
Mencionou que acreditava em sua honestidade.
Nisto, o casal aproximou-se.
Abraçaram-se.
E assim, Roberta e André continuaram a observar o acervo do museu.
Desta feita, ao saírem do local, Roberta, argumentando que precisava retornar a redação, comentou que mais tarde, poderiam conversar à vontade.
André insistiu para que ela fosse com ele a seu apartamento.
Roberta porém, retrucou dizendo que precisava retornar ao trabalho.
Com isto, sugeriu que ele poderia escolher um lugar para jantarem.
André concordou.
E assim, Roberta voltou a redação da revista onde trabalhava.
Passou toda a tarde trabalhando na redação da matéria que realizara durante a manhã.
André por sua vez, voltou feliz ao seu apartamento.
Ficou pensando no que preparar para o jantar com Roberta.
Cuidadoso, providenciou flores para enfeitar toda a casa.
Escolheu CD’s com músicas brasileiras.
Quando Cassiano soube por seu funcionário que Roberta encontrara André, foi conversar com a moça.
Ao ver-lhe, notou que a jovem estava com um ar levemente distraído.
Indiscreto, Cassiano perguntou se estava tudo bem.
Roberta respondeu que sim. Comentou que iria se encontrar com André.
Cassiano desejou-lhe sorte.
Ao término do expediente a moça dirigiu-se ao seu apartamento onde tomou um banho.
Quando saía do chuveiro e se enrolava em uma toalha, escutou seu celular tocar.
Ao atender a ligação, Roberta respondeu que acabara de sair do banho.
André comentou malicioso que achava uma pena não estar em seu apartamento para ajudá-la a se vestir.
Uma pena mesmo. Dizia.
Por fim, comentou que ela se arrumasse o mais depressa possível, pois iria buscá-la.
Roberta respondeu que não havia necessidade de buscá-la. Respondeu que poderia perfeitamente pegar um táxi.
André concordou. Argumentou porém, que pagaria a corrida.
Roberta concordou. Prometeu que no máximo em quarenta minutos estaria em seu apartamento.
Nisto, o casal se despediu.
A moça então, decidiu vestir, uma roupa leve.
Um vestido de alças estampado, com uma sandália de salto.
Enquanto se vestia, chamou um táxi.
E assim, cerca de cinqüenta minutos depois, estava apertando a campainha do apartamento do moço.
Quando André a atendeu, comentou:
- Você prometeu que chegaria em no máximo, quarenta minutos, mas demorou quase uma hora para chegar.
Roberta, pedindo desculpas, respondeu que enfrentou um pouco de trânsito para chegar lá.
André respondeu desconfiado, que imaginava o que a atrasara.
A moça riu.
André convidou-a para sentar. Ofereceu-lhe um guaraná.
Por fim, comentou que havia preparado um jantar para eles.
Em questão de minutos, o moço ofereceu-lhe conchiglione.
Roberta foi servida por André.
Ao saborear a iguaria, comentou que estava delicioso.
André envaidecido, respondeu que recheara o macarrão com catupiry.
Comentou fazendo charme, que tivera trabalho em encontrar o queijo.
Sugeriu uma recompensa.
Roberta beijou-lhe o rosto.
André disse que era pouco.
A jovem beijou-lhe os lábios.
Abraçaram-se.
Sorrindo, André confidenciou que estava aguardando por aquele momento já há algum tempo.
Beijaram-se novamente.
No dia seguinte, André levantou-se da cama.
Velou por alguns minutos pelo sono de Roberta, que dormia em sua cama.
Decidiu preparar um café da manhã para ela.
Em uma bandeja, colocou leite, café, suco de laranja, pão, algumas frutas, frios. Para enfeitar, pegou algumas flores e colocou na bandeja.
Ao retornar ao quarto, percebendo que a moça ainda dormia, o moço pegou uma gérbera e depois de depositar a bandeja em um sofá, começou a acariciar o rosto da jovem com a flor.
Roberta que dormia, despertou languidamente. Espreguiçou-se.
Brincando, André disse-lhe:
- Acorda Bela Adormecida! O café está pronto.
Roberta sentou-se na cama.
André ofereceu-lhe café.
Roberta aceitou o suco de laranja.
André ofereceu-lhe pão, e a moça se serviu de frios.
Enquanto a jovem se servia da refeição, o moço lhe perguntava se a refeição estava boa.
Roberta rindo, respondia que sim.
Como a moça não teria que trabalhar em pleno sábado, André a convidou para um passeio pela cidade.
E assim seguiram-se os dias de idílio do casal.
Nisto, Leonardo, que ficara meses trabalhando como correspondente internacional, resolveu retornar a Europa.
Ao tomar conhecimento de que Roberta o havia procurado, decidiu ir a procura da mulher.
Como sua secretária não soubesse onde ela estava exatamente, ficou ansioso por um retorno.
Roberta contudo, não retornou.
Por fim, ao saber que a moça se encontrava em Lisboa, Leonardo decidiu se dirigir até o local.
Certo dia, passeando pelos jardins e museus da cidade portuguesa, o homem tivera a impressão de ver Roberta.
Razão pela qual resolveu seguir a moça.
Acompanhou-a por jardins e por um museu.
Qual não foi sua surpresa, ao ver a esposa, conversando com um rapaz.
Discreto, resolveu seguir a dupla à distância.
Atento, seguiu a esposa, até o prédio onde André morava.
Porém, como não tinha autorização para entrar no condomínio, teve que encerrar momentaneamente sua busca.
No dia seguinte, no entanto, ficou a aguardar o rapaz sair do prédio.
Leonardo ficou perplexo ao ver que André saíra acompanhado de Roberta.
Indignado, o homem não se conteve.
Ao ver o casal abraçado, Leonardo gritou dizendo que Roberta era muito rápida.
A moça ao ouvir aquela voz conhecida, virou-se para ver quem era o autor da agressiva frase.
Com efeito, ao ver Leonardo diante de si, a jovem ficou pálida.
Roberta não esperava encontrar o moço daquela maneira. Não sabia o que dizer.
Atônita, ouviu o rapaz dizer-lhe uma série de impropérios.
No que foi defendida por André.
André, disse que eles estavam separados há tempos, e que ela tinha o direito de reconstruir sua vida.
Leonardo riu. Como reconstruir a vida se ainda era casada com ele?
André, percebendo que curiosos paravam para ver a cena, sugeriu ao moço, para subir com ele e Roberta para seu apartamento. Argumentou que ali, não era o local apropriado para discutir qualquer situação.
Leonardo respondeu que não estava disposto a trocar mais uma palavra com Roberta, quanto mais ficar no mesmo ambiente que eles.
André insistiu. Disse que eles precisavam conversar.
Leonardo por fim, concordou.
Nisto, o trio subiu para o apartamento de André.
Lá Leonardo respondeu que Roberta não tinha o direito de traí-lo.
Nervoso, André retrucou dizendo que não houve traição, tendo em vista que eles estavam separados.
- Separados apenas por causa de uma briguinha. Não separados juridicamente. Na forma da lei. – retorquiu irritado, Leonardo.
- Ah tá! Então Roberta tenta fazer inúmeras ligações para você, sem obter retorno ... Ah, me esqueci de dizer sobre o tempo em que estão separados ... Sem contar o fato de um não saber o paradeiro do outro. – respondeu André.
- Não é bem assim!
Roberta, percebendo que aquela conversa não chegaria a lugar algum, disse:
- Vocês falam de mim, como se eu não estivesse aqui! E a mim, ninguém vai me dar a palavra?
Leonardo com isto, pediu-lhe explicações sobre o fato dela estar envolvida com André.
Roberta respondeu-lhe então, que estava apaixonada pelo moço.
Ao ouvir isto, Leonardo ficou desapontado. Questionou o fato de em tão pouco tempo a moça estar tão apaixonada por outro homem. Comentou que as coisas aconteciam de forma muito rápida para ela.
Ao ouvir estas palavras, a moça se ofendeu.
Dizendo que as coisas se encaminharam desta forma, ressalvou que ele também contribuíra para a separação. Respondeu que tentou contatá-lo para informar-lhe os fatos, mas não obteve êxito em seu desiderato.
Leonardo, recordando-se dos recados deixados por sua secretária, respondeu decepcionado:
- Então era para isto, que você estava tentando me contatar?
Arrasado, o moço sentou-se no sofá.
Ficou algum tempo olhando para o chão.
Depois ficou a observar o casal.
Roberta estava ao lado de André.
Leonardo disse-lhes amargurado:
- Então é isto? Uma coisa tão bonita, que durou anos, acaba desta forma? E eu que pensei que esta separação não fosse definitiva. Assim como não foram as outras.
Nisto, Leonardo olhou para André.
- Pois bem! Sejam felizes. Só tome cuidado com esta moça. Roberta é espoleta. Da mesma forma que ela me trocou como uma trouxa de roupa suja, ele pode fazer o mesmo com você. Nunca se sabe.
Ao ouvir isto, André avançou contra o moço.
Roberta tentou impedi-lo, mas não conseguiu.
André então, para rebater as palavras do rapaz, disse que ao contrário dele, não a abandonaria como ele o fez.
O moço argumentou que o fracasso de uma relação amorosa, nunca era culpa de apenas uma das partes. Quando o relacionamento fracassava, todos tem uma parcela de culpa.
Leonardo fuzilou-o com os olhos.
Levantou-se e dirigiu-se a porta do apartamento.
Nisto, André, usando de fina ironia, disse:
- Quando nos casarmos, mandaremos o convite para você!
Leonardo voltou-se para o casal e respondeu:
- Isto, se eu concordar com o divórcio!
Ao ouvir isto, André ameaçou pegar o rapaz pelo colarinho, mas Roberta o segurou pela cintura.
Vendo Leonardo se afastando, a moça falou baixinho, que Leonardo não poderia impedir que ela se separasse. Argumentou que o procedimento poderia ser mais demorado, mas que ela conseguiria o divórcio de qualquer forma.
Nisto o casal se abraçou.
O que Roberta não esperava, era que Leonardo passasse a segui-la por todos os lugares por onde passava.
Com isto, o rapaz descobriu o lugar onde a moça trabalhava.
Dias depois, Leonardo fez um escândalo na redação onde Roberta trabalhava, fazendo com que a moça fosse despedida.
Cassiano tentou reverter a demissão, mas diante da situação posta, não lhe restou outra alternativa senão formalizar a dispensa.
Comentou que recebeu ordens superiores para tanto.
Constrangido, argumentou que lamentava fazê-lo, mas que ajudaria a moça a encontrar outro emprego.
Roberta agradeceu o gesto de boa vontade, mas respondeu que ele não precisava se preocupar com isto.
Com isto, a moça dirigiu-se ao RH, onde recebeu as verbas a que tinha direito.
Nisto, a jovem voltou a procurar emprego.
Como não vinha obtendo êxito em seu intento, Roberta começou a se preocupar.
André respondeu-lhe que a ajudaria.
Com isto, como Roberta estava preocupada com a despesas do apartamento onde morava, acabou aceitando rescindir o contrato de aluguel e morar no apartamento alugado de André.
A certa altura, a moça aceitou a proposta do moço de continuar viajando pela Europa.
Tempos depois, Roberta teve que retornar ao Brasil.
André, convidado para executar um trabalho em Portugal, permaneceu no país por mais alguns meses.
Foi então que Roberta resolveu voltar para São Paulo, e socorreu-se das amigas.
Triste, lamentava o fato de haver magoado Leonardo.
Comentou contudo, que não estava mais apaixonada por ele, e que gostava muito de André.
Curiosa, Lucineide perguntou se ela mantinha contato com André.
Roberta respondeu que sim.
Comentou que embora ligasse para ele quase todos os dias, sentia muita falta do rapaz.
Josie perguntou se ela estava realmente disposta a se separar de Leonardo.
Roberta respondeu que sim.
Argumentou que no último encontro que tivera com Leonardo, diante de seu advogado, ouvira impropérios do moço. Disse que o jovem lhe chamara de adúltera, infiel, e até de ordinária.
Constantino, seu advogado, tentou amenizar o clima, mas não conseguiu.
Tudo que era dito em sua defesa, Leonardo respondia com mais agressões.
Percebendo que Leonardo só queria ofendê-la, Roberta retirou-se do recinto.
Agradeceu o empenho do advogado em trabalhar para que o divórcio fosse consensual, mas respondeu que diante do comportamento de Leonardo, nada indicava que este caminho seria o melhor.
Diante disto, Roberta procurou as amigas. Estava precisando de ajuda.
Lucineide comentou que durante todo este tempo, ela raramente manteve contato com as amigas.
Roberta disse que de fato, esteve em falta com as amigas. Pediu desculpas.
Josie aceitou o pedido, mas Lucineide permaneceu reticente.
Roberta, percebendo isto, comentou que o contato era pouco, mas a amizade nunca diminuiu, mesmo com a distância. Tanto que ao se ver em dificuldades foi nela e em Josie que pensou.
Argumentou ainda, que diante de tanta força e tanta amizade, não se enganara com elas.
Com isto, Lucineide a abraçou.
Comentou que como sempre, a moça era muito hábil com as palavras. Levava a todos na conversa.
Josie riu.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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