Poesias

quinta-feira, 18 de março de 2021

A FLOR DO ALTO - CAPÍTULO 27

Ao vê-la em frente a sua porta, mal pode acreditar.
Josie pediu para entrar.
Nisto, o Olavo, surpreso, assentiu com a cabeça.
Observando-o, a jovem percebeu que o rapaz estava com o semblante triste.
Preocupada, pôs a mão em seu rosto e perguntou se estava tudo bem.
Olavo tristonho, respondeu que sim.
Josie argumentou que embora sua boca dissesse sim, seu semblante dizia que não.
E assim, insistiu em saber se realmente estava tudo bem.
O moço então, percebendo que não conseguiria esconder da moça a razão de sua tristeza, tentou desconversar.
Dizendo que precisam descer para tomarem o café, segurou a moça pelo braço.
Josie, percebendo que o jovem estava desconversando, disse que não estava entendendo o que estava acontecendo.
Feliz, comentou que os dias em que passara para no Sul foram especiais. Relatou que gostou da companhia do moço e que sentia muito ter que ir.
Olavo, aproveitando o diálogo, comentou que ela não precisava partir. Que poderia ficar.
A moça sorriu.
Respondeu que tinha um compromisso com o editor da revista na qual trabalhava. Tinha que escrever a matéria sobre o turismo no Sul.
Olavo então, convidou-a para conhecer as missões.
Josie, segurando as mãos de Olavo, disse que infelizmente não recebera verba para fazer mais uma viagem.
O moço sugeriu que bancaria o passeio.
A jovem ficou sem jeito.
Com toda a delicadeza possível, disse que já havia comprado a passagem de volta, que precisava voltar, mas que suas férias se aproximavam, e em recebendo um convite especial, poderia voltar para o Sul, e conhecer as famosas Missões.
Olavo sorriu.
Ansioso, perguntou quando poderia gozar suas férias.
- Daqui a uns três meses! – respondeu a moça.
Olavo ficou desolado.
- Três meses é muito tempo! Eu já estou com saudade!
Josie segurou novamente o rosto do rapaz.
Dizendo que três meses passavam rápido, comentou que eles poderiam se falar pelo celular, pelo skype.
Olavo argumentou que não era a mesma coisa.
A moça respondeu que infelizmente não podia deixar as pessoas que confiavam nela na mão. Argumentou que não poderia faltar com a palavra. Confidenciou que sentiria muita saudade dos dias no Sul, e que sentiria muita falta dele, mas precisava voltar.
Ao ouvir isto, Olavo sorriu.
Josie pediu um abraço.
Olavo segurou seus ombros, olhou-a nos olhos, disse-lhe que gostava muito dela e que não queria perdê-la de vista.
Josie sorriu.
Aproveitando um momento de distração da moça, beijou-lhe o rosto.
Olhando-a nos olhos, segurou seu rosto, beijando-a novamente.
Ficaram por um longo tempo se olhando.
Nervoso, Olavo começou a gaguejar. Enchendo-se de coragem, o moço disse num rompante:
- Posso me considerar seu namorado?
Josie ficou confusa.
- Não sei. Estamos namorando?
Olavo caiu na gargalhada.
- Somos uma dupla bem atrapalhada.
Josie meio sem jeito, respondeu:
- Acho que sim.
- Que sim o quê? Que somos atrapalhados, ou que somos namorados? Que estamos namorando, ou estamos abilolados?
A moça caiu na risada.
- Bobo! Você é muito palhaço! Agora eu estou confusa... Mas eu acho que podemos considerar que estamos começando a namorar.
Olavo ficou deveras feliz.
- É mesmo? Estamos juntos?
- Sim. – respondeu a moça.
Olavo segurou as mãos de Josie. Beijou-a.
A moça ao ter as mãos livres, comentou aturdida, que aquele gestual usado pelo moço, aquelas cenas amorosas, tudo lhe parecia muito familiar.
Olavo ficou surpreso com o comentário.
- Familiar? Como assim?
- Não sei explicar. Mas é como se eu já tivesse vivido estas cenas antes. Não sei onde, não sei quando. Algo como uma coisa já vista. – respondeu Josie.
- Algo como, já vi este filme. Não é mesmo?
- Sim! – exclamou a moça. – Como um deja vú.
Brincando, o rapaz disse que talvez existisse aí, algo de predestinação. Comentou que eles estavam condenados a eterna felicidade.
Nisto o moço segurou a jovem nos braços.
Beijou-a novamente.
Por fim, a moça sugeriu que fossem tomar o café-da-manhã.
Argumentou que estava morrendo de fome.
Olavo respondeu então, que os desejos de sua princesa, eram uma ordem.
O casal desceu abraçado para tomar o desjejum.
Josie se deliciou com o suco de uva, de laranja.
Olavo tomou café.
Comeram croissant’s, mamão, queijo branco, bolo de coco, pão doce.
Olavo colocou comida na boca da moça.
Josie sorria com os gracejos do rapaz.
Por fim, fizeram um último passeio pela cidade.
Quanto mais se aproximava o momento da despedida, mais Olavo se entristecia.
Josie a todo o momento lhe dizia para não ficar tão triste.
Antes de partir, Olavo pediu o telefone e o endereço da moça.
Afoito, pediu também, seu endereço comercial.
Mais tarde, a moça retornou para São Paulo.
Olavo levou-a de carro até o aeroporto.
Acompanhou-a dentro do prédio até o momento do embarque.
A moça havia adquirido vinhos e malhas.
Ao se despedir, Olavo pediu para que ela lhe mandasse emails no endereço eletrônico que havia deixado.
Josie prometeu-o que o faria.
Nisto o casal se despediu.
O moço beijou a boca de Josie.
Houve quem se encantasse com a cena.
Nisto a moça embarcou no avião, retornando a cidade que não para.
Foi somente durante o vôo que a moça percebeu que sentiria falta daquele moço divertido e animado.
A volta para São Paulo foi triste.
Lucineide, sua amiga, percebeu que Josie estava mais introspectiva.
Tentando disfarçar, a moça respondeu que não. Argumentou que era só impressão.
Nisto, Josie reuniu todas as anotações que fizera e começou a elaborar sua matéria. Escolheu boas fotos. Medeiros gostou muito do trabalho da moça, elogiando a matéria.
Mencionou que o trabalho dela teria destaque na próxima edição da revista.
Mais tarde, ao chegar em casa, a moça releu a carta que Olavo lhe escrevera quando se viram pela primeira vez.
A seguir, ligou seu notebook.
Antes, teve o cuidado de separar as fotos tiradas no passeio com Olavo, e escolher as melhores.
E assim, encaminhou o material ao moço.
Na mensagem, escreveu que ali estavam algumas das melhores fotos tiradas, para que pudesse observá-las com todo o cuidado, para depois lhe informar quais seriam escolhidas. Relatou que aguardava contato.
Para sua surpresa, cerca de duas horas após o envio da mensagem, Olavo ligou-lhe.
Disse por telefone, que as fotos estavam maravilhosas.
Josie por sua vez, agradeceu o elogio. Perguntou-lhe se realmente criaria um site.
Olavo respondeu que sim. Comentou que já havia conversado com seu pai, e que o mesmo já havia concordado.
Nisto, contou que assim que o site ficasse pronto a informaria, para que pudesse acessá-lo.
Olavo disse ainda, que estava morrendo de saudade.
Como quem não quer nada, comentou que provavelmente, dali cerca de três semanas, estaria embarcando em São Paulo.
Josie ficou surpresa com a novidade.
Lucineide, sua amiga de confidências, percebeu a mudança da moça.
Josie estava mais feliz.
Animada, finalmente contou que conheceu uma pessoa muito interessante em sua viagem para o Sul.
Contente, Josie comentou que conheceu os pais do moço, a casa onde morava. Segredou que chegou a dormir no local, sendo muito bem recebida pelo casal Otaviano e Vilma.
Lucineide comentou brincalhona, que aquele relacionamento acabaria em casamento.
- Não exagere! – respondeu Josie.
Nisto, a moça prosseguiu com seu trabalho.
Continuou a realizar matérias sobre comportamento.
Realizou uma matéria sobre carros antigos.
Seu chefe, o senhor Medeiros, era só elogio. A todo o momento comentava sobre o talento e a competência da moça.
Lucineide chegou a comentar com a amiga, que daquele jeito, acabaria por receber uma promoção.
Josie contudo, não ligava para isto. Estava mais interessada em que chegasse o dia de se encontrar com Olavo. Prometeu esperá-lo no aeroporto de Congonhas.
Em conversa telefônica, a moça se prontificou a buscá-lo no aeroporto.
Olavo por sua vez, também estava nas nuvens.
Mal podia esperar para se encontrar com a moça.
Conversando com Josie, Olavo contou que todos adoraram as fotos enviadas, e que assim que chegasse em São Paulo, pagaria a moça.
E assim prosseguiram os trabalhos de vindima, no Sul.
As uvas eram cuidadosamente colhidas.
Em cada parreiral, uma espécie diferente de fruto.
Nisto, as uvas são amassadas, sendo após, colocadas em barris de madeira, onde ficam fermentando.
E assim, são produzidos, sucos, vinhos, entre outras bebidas.
Olavo continuava trabalhando como guia, além de assessorar a família na tarefa de divulgar o vinho.
Cuidadoso, preparou um site primoroso, com informações a respeito da vinícola familiar, os produtos vendidos, o passeio realizado no local. Na página, detalhes das cidades da região.
Otaviano, ao ver o trabalho pronto, cobriu o filho de elogios. Comentou que estava muito bem feito.
Ao ligar novamente a Josie, Olavo comentou que estava viajando para São Paulo, em virtude de uma encomenda de produtos, realizada através do site.
Animado, comentou que precisava primeiramente conhecer o cliente, realizar a tratativa, para assim, comercializar os produtos.
Josie desejou-lhe sorte.
Quando finalmente chegou o momento do reencontro, Josie estava visivelmente ansiosa.
Lucineide, percebendo o nervosismo da amiga, aconselhava a mesma a se acalmar.
A amiga, aconselhou Josie a preparar uma surpresa para o moço.
Josie resolveu então, encomendar alguns vinhos da vinícola do rapaz.
Nisto, conversando com o moço via skype, combinaram o encontro no aeroporto.
Josie iria buscar o rapaz e deixá-lo em um hotel.
Com isto, ao chegar no aeroporto, a moça aguardou com certa ansiedade, a vinda do moço.
Quando Olavo surgiu segurando uma mala, a jovem acenou-lhe.
No reencontro se abraçaram.
Na saída do aeroporto, Olavo disse que seus pais mandaram beijos.
Josie respondeu que eles eram muito gentis.
Recomendou que ao retornar, que dissesse que mandou beijos para eles também.
Ao ouvir isto, o moço retrucou, brincando:
- Mas que coisa! Mal cheguei e você já está querendo que eu volte para lá? Pensei que tivesse sentido minha falta!
Josie respondeu que não estava mandando ninguém embora. Apenas estava mandando lembranças para pessoas queridas.
Olavo riu. Dizendo que estava brincando. Argumentou que ela não precisava ficar brava.
Nisto, se aproximou da moça e a abraçou.
Com isto, ao chegarem no estacionamento, Josie abriu o bagaceiro para que o moço depositasse sua mala.
Ao abrir a porta do carro, Olavo puxou-a pelo braço, e beijou-a.
Carinhoso, disse-lhe que sentira muitas saudades.
Josie respondeu que também sentira saudade.
Josie então entrou no carro.
Olavo fez o mesmo.
E assim, a moça deixou o rapaz no hotel.
Atrevido, após preencher a ficha oferecida pelo atendente, perguntou a moça, se ela gostaria de subir até seu quarto.
Josie respondeu que não.
Olavo disse então, que mais tarde ligaria para ela. Comentou que gostaria de visitar os museus da cidade, teatros, e que mais tarde, tratariam do pagamento pelo trabalho realizado.
Nisto, o moço despediu-se da moça.
Lentamente soltou as mãos de Josie.
Desta forma, mais tarde, o moço ligou para ela.
Disse-lhe que a estava convidando para almoçar.
Sob o pretexto de conhecer muito pouco da cidade, pediu a moça para que indicasse um bom restaurante.
Surpresa com o pedido, Josie respondeu que precisava pensar um pouco.
Nisto, depois de algum tempo, indicou um lugar.
Comentou que costumava freqüentar o lugar de vez em quando, e que a comida era simples, mas deliciosa.
Olavo concordou.
Chegada a hora do almoço, o moço foi buscar Josie na entrada de seu apartamento.
De táxi, o casal foi até o restaurante.
Comeram o couvert, torradas feitas de pão com manteiga, óleo e orégano.
Pediram refrigerantes.
Josie pediu strognoff. Já Olavo pediu um filet.
Saudosos, comentaram as novidades.
Josie comentou que seu trabalho fora elogiado por seu chefe, e que a matéria dentro em breve, seria publicada.
Olavo respondeu que gostaria de saber em que revista seria publicada, pois ele fazia questão de a ler.
Josie disse então, o nome da revista na qual trabalhava.
Nisto, o moço tratou de dizer que precisava saber qual o valor do serviço prestado.
Josie olhou-o sem compreender o que estava dizendo.
Olavo relembrou-lhe do site criado para divulgar os produtos da vinícola.
Josie tencionou recusar o pagamento.
O moço ao perceber isto, retrucou dizendo que serviço prestado, era serviço pago, e que não era justo trabalhar sem nada receber.
Desta forma, Olavo preencheu um cheque para a moça.
Como Josie se recusasse a precificar o serviço, o moço resolveu pagar a moça quantia de dois mil reais.
Como Olavo dissesse que não aceitava devoluções, comentou que gostaria de ver o cheque depositado o quanto antes.
Josie respondeu que depositaria o valor, assim que fosse possível.
Depois do almoço, o casal passeou pela Avenida Paulista, onde entraram na Casa das Rosas e se depararam com uma récita. Foram declamadas poesias de Cruz e Souza, além de poesias de jovens talentos.
Enquanto ouvia as melodiosas palavras, Olavo aproveitou para abraçar a moça.
Dizia em que seu ouvido que as palavras eram entoadas por voluptuosas vozes, não tão voluptuosas quanto as que estava prestes a conhecer.
Josie olhou-o com ar de curiosidade.
Juntos foram juntos ao cinema, onde se depararam com um daqueles filmes com um enredo intrincado, cheio de detalhes para os quais se deve ficar atento, sob pena de não se entender o desfecho da história.
Josie adorou a escolha do filme.
No dia seguinte, o casal caminhou pelo centro da cidade.
Passearam pela Praça da Sé, adentraram a famosa Catedral, visitaram o Mercado Municipal.
Olavo ficou encantado com a beleza do vitral da construção.
O jovem foi apresentado a Rua Líbero Badaró, ao Mosteiro São Bento, ao Vale do Anhangabaú, ao Teatro Municipal.
Visitaram o edifício Altino Arantes – também conhecido como prédio do Banespa. Do alto da construção, o casal se deslumbrou com a paisagem de São Paulo, seus arranha-céus, sua impressionante selva de pedra.
Olavo ficou admirado com a quantidade de prédios existentes na cidade. A visão de 360º (graus) era de tirar o fôlego.
Animado, o rapaz aproveitou para tirar duas fotos.
Impressionado com a paisagem da cidade que nunca para, o moço insistiu para subir mais uma vez, para poder admirar a paisagem com mais calma.
Josie atendeu o pedido do moço.
Após, almoçaram no Shopping Ligth, comeram medalhão com molho de mostarda e batata cozida.
Beberam refrigerante.
Animados, conversaram sobre suas rotinas.
Olavo respondeu que passada a época da colheita das uvas, as uvas passavam pelos processos de produção de vinhos, destilados, e outras bebidas.
Comentou que sua vinícola era especializada nos vinhos varietais*, confeccionados com um tipo específico de uva.
Comentou que sua família estava produzindo vinhos brancos, feito de uvas brancas – conhecido como Blanc de Blancs; e também, Blanc de Noir – que são vinhos brancos feitos de uvas tintas.
Disse que alguns vinhos passavam por um processo de clarificação chamado afinação, onde são aglutinadas partículas em suspensão, as quais ficam sedimentadas.
Comentou que visando a qualidade das uvas, a família havia contratado os serviços de um especialista em amperografia, o qual estudaria a qualidade das uvas, e variedade das cepas, dos parrerais.
Olavo respondeu animado, a família estava interessada em tornar a produção dos produtos vínicos cada vez mais profissionais.
Instigado por Josie, que perguntou sobre como estava indo seu trabalho, Olavo comentou sobre o processo de destilação dos vinhos. Falou sobre os antocianos – fenólicos, os quais são responsáveis pela cor vermelha e púrpura dos vinhos jovens.
Discorreu sobre os aromas dos vinhos: aroma primário – no qual o degustador tem a sensação olfativa de frutas frescas e maduras; aroma secundário – resultante do processo de fermentação; e por fim, o aroma terciário – no qual se tem o bouquet, que nada mais é, que a sensação olfativa que o vinho desenvolve após engarrafado e envelhecido.
O moço falou sobre o processo de decantação, no qual ocorre a passagem do vinho da garrafa para um recipiente chamado decanter. Comentou que este processo é utilizado para separar sedimentos do vinho, ou para aeração.
Visando saciar a curiosidade da moça, resolveu aprofundar um pouco mais as explicações.
Disse que o método Champenoise, é um processo no qual o vinho passa por uma segunda fermentação na própria garrafa, a fim de sejam formadas borbulhas. Argumentou que este é o processo utilizado na região de Champagne.
Comentou que o procedimento utilizado em sua vinícola é o método Charmant, processo no qual são produzidos vinhos espumantes, com a segunda fermentação feita em tanques pressurizados.
Falou sobre leveduras, onde microorganismos produzem enzimas, ocorrendo a fermentação, em que o açúcar é convertido em álcool. No tocante a maceração, argumentou que durante a fermentação, o contato das cascas e sólidos com o vinho, faz com que o álcool aja como solvente para extrair a cor, tanino e aroma das cascas. Salientou que existe ainda um outro processo, denominado maceração carbônica, no qual ocorre a fermentação de uvas tintas inteiras, não prensadas, por meio de uma atmosfera de dióxido de carbono.
Josie ficava encantada. Dizia que aquele era um universo fascinante.
Olavo concordou.
Insistiu para que ela voltasse ao lugar. Ao Sul.
A moça comentou que por enquanto, não seria possível.
Argumentou que tinha muito trabalho a fazer e que precisava primeiramente se desincumbir de suas obrigações. Comentou que estava fazendo muitas matérias.
A noite o casal assistiu a um espetáculo no Teatro Municipal.
Uma bonita apresentação de balé.
Encantado, Olavo respondeu que estava adorando o passeio.
Enquanto durante o dia, o moço se ocupava em conversar com os fornecedores interessados em adquirir os produtos produzidos na vinícola da família, a noite o casal saía para passear.
Certo dia, após uma certa insistência do moço, Josie apresentou o rapaz a Lucineide.
Também levou o moço até a redação onde trabalhava.
Lá, o rapaz conheceu o chefe de Josie, o senhor Medeiros.
O editor, respondeu que a moça era muito competente, e que em breve a matéria especial que fizera sobre o Sul seria publicada.
Olavo sorriu.
Nisto, o casal seguiu de táxi.
O moço pediu para que o motorista seguisse para o hotel.
Ao chegar no local, o moço pagou a corrida e pediu para Josie acompanhá-lo.
Disse que iria visitar um fornecedor.
A moça ficou surpresa.
Com isto, o jovem pediu para que ela acompanhasse até seu quarto.
Embora relutante, depois de um pouco de conversa, a moça acabou concordando em subir.
Ao lá chegar, Olavo pediu para que ela se acomodasse no sofá existente.
Insistiu para que ela ficasse à vontade.
Nisto o moço pegou seu notebook e mostrou a moça.
Mostrou-lhe o site que fora elaborado por ela.
Olavo repetiu que o trabalho da moça, ficara muito bom.
Telefonou para os pais, de seu celular.
Josie conversou com Vilma.
A mãe do moço, segredou com a moça, que nunca vira o filho ter tantos cuidados com alguém. Marota, comentou que estava adorando ver Olavo mais centrado e atencioso com alguém.
Josie sorriu.
Nisto a mulher desejou felicidades e recomendou juízo.
Por fim, Olavo retomou a ligação, sendo então advertido por sua mãe, que Josie era uma moça de fino trato, e que ele deveria ter juízo.
O moço achou graça. Disse que estava seguindo as recomendações à risca.
Por fim, desligou o telefone.
Em seguida, o moço ofereceu algo para beber a Josie, que gentilmente recusou.
Olavo então, disse-lhe que havia lhe chamado até seu quarto, por que gostaria de lhe mostrar como estava instalado.
Comentou que estava disposto a levar a relação a sério, mas que precisava ter certeza de que poderia fazê-lo.
Josie perguntou se não estava tudo claro.
Olavo balançou a cabeça negativamente.
A moça ficou surpresa.
O jovem respondeu que havia muito tempo que ela não o beijava.
Josie começou a rir.
Olavo, respondeu então, que aquilo não era uma brincadeira, e sim algo muito sério.
Brincando, disse que se sentia muito carente.
Josie tocou então em seu rosto, beijou-lhe a face.
Olavo respondeu que queria mais.
Nisto, puxou a moça para perto de si. Beijou-a.
Acariciou suas costas.
Josie, percebendo isto, pediu para descer.
Olavo ficou desapontado.
A moça, nervosa, argumentou dizendo:
- Ainda é cedo para isto. Não nos conhecemos direito.
Olavo disse-lhe que não estava querendo forçar nenhuma situação.
Contudo, sentia vontade de tê-la por perto, e por esta razão, não poderia deixar de insistir.
Josie por sua vez, reiterou seu pedido.
Olavo, um tanto tristonho, atendeu.
Não sem antes dizer que não havia desistido.
Josie, sem jeito, pediu desculpas.
O moço no entanto, estava muito desapontado para perceber o constrangimento da moça.
Mais tarde, o casal foi ao encontro do fornecedor.
O homem, ao ver Olavo acompanhado de Josie, cumprimentou-os.
Animado, chegou a dizer que Olavo não havia dito que era casado.
O moço riu.
Esquecido de sua frustração, respondeu que eles ainda não eram casados.
Sem jeito, o fornecedor pediu desculpas.
Olavo respondeu que não havia problema.
Desta forma, os homens fecharam negócio.
A vinícola da família de Olavo forneceria vinhos para o restaurante do homem.
Olavo então, tratou de providenciar uma garrafa de um bom vinho produzido em sua vinícola para comemorar.
Mais tarde, quando voltou a ficar a sós com a moça, disse que ela lhe trouxera sorte.
Josie sorriu.
Por fim, tentando se desculpar, disse que ficara nervosa.
O moço, procurando tranqüilizá-la, disse que não havia problemas.
Ao perceber que Josie não o estava rejeitando, o rapaz ficou menos aborrecido.
Cavalheiresco, levou a moça de táxi até a porta de seu prédio.
Gentil, pediu para que a jovem esperasse dentro do veículo, para que ele saísse e abrisse a porta para ela.
Conduziu-a até a portaria.
Delicadamente beijou sua mão e desejou-lhe boa noite.
Josie estava nas nuvens.
Olavo também.
No dia seguinte, antes da moça sair para trabalhar, o rapaz foi até a portaria do prédio em que ela morava. Trazia um ramalhete de flores.
Josie, que se preparava para o trabalho, ficou surpresa com o chamado do interfone.
Sem saber direito como agir, pediu para o porteiro deixá-lo entrar.
Curioso, o jovem perguntou o número do apartamento.
Ansioso, adentrou o prédio.
Entrou no elevador.
Estava ansioso.
Quando apertou a campainha do apartamento, seu coração estava disparado.
Ao ver Josie abrindo a porta, Olavo esboçou um sorriso.
A moça o cumprimentou:
Trêmulo, o jovem retribuiu o cumprimento.
Em seguida, mostrou-lhe as flores.
Lindas rosas vermelhas.
- São para você!
Josie elogiou o beleza das flores.
- São lindas!
Nisto, segurou as flores, tratando de providenciar um vaso para colocá-las.
Olavo respondeu que estava ali para pedir desculpas.
Josie não entendeu.
Diante disto, Olavo tentou explicar que nunca fora sua intenção forçar uma situação.
Percebendo que o moço tentava se desculpar, Josie respondeu que ele não tinha que explicar nada.
Assim, ofereceu-lhe café.
Olavo aceitou.
Com isto, o casal ficou a rir dos últimos acontecimentos.
O moço então, respondeu que se sentiu envaidecido quando seu cliente sugeriu que eles eram casados.
Josie redargüiu que ficou sentindo muita vergonha.
Olavo perguntou então, se ela gostaria de se casar com ele.
A moça achou graça.
O rapaz disse que nunca tivera tanta afinidade com alguém.
Josie sorrindo, respondeu que tinha a mesma sensação.
Olavo abraçou a jovem.
Depois do abraço, Josie disse que estava atrasada, e que precisava ir trabalhar.
Olavo respondeu que mais tarde iria buscá-la.
Josie despediu-se com um beijo.
Conduziu o moço até a portaria.
Nisto, Josie foi a pé até seu trabalho.
No horário do almoço, o moço, usando um crachá de visitante, foi buscar a jovem na redação.
Josie, que neste momento conversava com sua amiga Lucineide, ao vê-lo, sorriu.
- Olavo!
Lucineide, percebendo que o moço era o novo interesse da amiga, conversou um pouco com o rapaz.
Depois, pediu licença e se afastou.
Olavo então, segurando uma das mãos da moça, puxou-a para si.
Constrangida, Josie pediu para que o rapaz não a segurasse daquela forma. Sem jeito, argumentou que estava em seu ambiente de trabalho, e que as pessoas estavam olhando.
Olavo sorriu para a moça.
Disse-lhe para que se apressassem, pois estava morrendo de fome.
Desta forma, segurou a moça pela mão.
O casal almoçou em um restaurante nas proximidades da Avenida Paulista.
Olavo continuou a segurar a mão da moça. Beijou-a.
Josie pediu para que ele parasse.
Argumentou que estava perto de seu trabalho, e que as pessoas estavam olhando.
O moço respondeu que não fazendo nada de mais, e sorrindo, beijou novamente sua mão.
Nisto, comeram um belo talharim, com molho de tomate com azeitonas pretas.
Ao final do expediente, o jovem apareceu para buscar a moça.
Lucineide comentou brincando, que Olavo estava fazendo marcação homem a homem.
Com isto, despediu-se da amiga.
Olavo e Josie saíram então, para passear pela cidade.
A certa altura, o moço disse que como seu trabalho havia acabado, precisava voltar para o Sul.
Josie ficou desapontada.
- Mas já? O tempo passou tão depressa!
Olavo respondeu-lhe que já fazia mais de duas semanas que se encontrava na cidade.
Josie argumentou que nem havia notado o passar do tempo.
O moço por sua vez, respondeu que dentro de alguns dias precisava retornar para sua cidade, e que gostaria muito que ela o acompanhasse em seu retorno.
Josie respondeu por sua vez, que somente quando entrasse de férias, poderia voltar para lá.
Olavo então ficou triste.
A certa altura, a moça decidiu convidá-lo para jantar.
Josie disse que não era muito boa de forno e fogão, mas que poderia fazer algo para eles comerem.
Olavo ficou esfuziante.
Com isto, lá se foi o casal para o apartamento de Josie.
Meio desajeitada, a moça preparou um risoto, e esquentou um peito de frango.
Olavo comeu a refeição com gosto.
Como acompanhamento, suco de laranja.
O moço, elogiando a comida, disse que a refeição deveria ser acompanhada por um bom suco de uva.
Josie concordou com a observação.
Olavo brincou dizendo que ela poderia se casar.
A jovem achou graça.
Olavo ficou a olhar os CD’s que a moça tinha em casa.
Percebeu que ela gostava de música espanhola, e MPB.
Brincando, comentou se ela não tinha nenhum CD de música gaúcha.
Educado, o moço pediu licença para colocar um CD no aparelho de som que havia na sala do apartamento.
Nisto, enquanto Luis Miguel ficava a cantar “La Barca”, Olavo convidou a moça para dançar.
- Mas eu não sei dançar!
Olavo insistiu:
- Deixa que eu te conduzo!
E assim, o moço ficou a lhe explicar passos de tango.
Josie ouvia com toda a atenção.
Desta forma, a moça arriscou alguns passos.
Nesta brincadeira, o casal permaneceu por longas horas.
Josie se divertia.
Embora desajeitada, gostava de aprender coisas novas.
Olavo parecia feliz.

*Varietal significa, em enologia, o vinho elaborado com único tipo de casta de uva ou praticamento só com uma. Se consideram varietais os vinhos que contém 100% de uma casta, ou de 75% a 85% de uma uva principal (dependendendo de cada país). Varietal – Wikipédia, a enciclopédia livre. 

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário