Quando precisou retornar ao trabalho, combinou com as vizinhas prestativas para que cuidassem da criança.
Mães que eram, não teriam nenhum problema em cuidar da menina. Além do mais, para que não ficassem sobrecarregadas com este encargo, as duas ficavam dias alternados com a criança.
No entanto, Solange, consciente de que era uma responsabilidade muito grande esta que estava passando para as amigas, passou a procurar vagas em creche.
Como na cidade havia duas, logo que pôde foi visitá-las. Entretanto, por estarem lotadas, não podiam receber mais crianças.
Com isso, não pôde deixar sua filha em uma creche.
Ao se deparar com este problema, pediu para as amigas continuarem a cuidar da menina.
Constrangida, desculpou-se e prometeu que assim que surgisse uma vaga numa das creches, matricularia sua filha e as liberaria da obrigação de cuidar dela.
Cínthia e Raquel, não se fizeram de rogadas. Tanto que disseram a amiga que não havia problema em cuidar da menina. Como seus filhos eram grandinhos, não seria trabalho nenhum cuidar da criança. Além do mais, era uma criança calma, quase não dava trabalho.
E assim, insistiram com Solange:
-- Pode ficar despreocupada. Não haverá problema nenhum em cuidarmos da menina. – disse Raquel.
-- É verdade. Não nos custa nada. – emendou Cínthia.
-- Nós sabemos que não está fácil achar vagas em creche. Além do que, é um prazer cuidar de uma criança tão fofa. – respondeu Raquel acariciando o rosto de Lúcia.
-- Tem certeza de que não será um problema para vocês? Se não quizerem cuidar dela eu vou entender. Se for o caso, eu contrato alguém para cuidar dela. – disse Solange.
-- De forma alguma, Solange. Dizendo isso, você até nos ofende, sabia? – respondeu Cínthia.
-- Não se preocupe, Solange. Sua filha está em boas mãos. – comentou Raquel.
-- Obrigada meninas. Vocês são uns amores.
E assim, ficou tranqüila. Como sempre, suas amigas iriam auxiliá-la. De mesma forma como ela já havia feito com as amigas.
Quando os meninos de ambas eram pequenos, sempre que eles pegavam uma gripe, ou tinham algum problema de saúde, as duas corriam para a casa da vizinha enfermeira.
Para que Solange, de posse de seus conhecimentos médicos, as ajudassem a cuidar de seus filhos.
Como toda marinheira de primeira viagem, as duas vira e mexe se preocupavam com os respectivos filhos. Muitas vezes até, a preocupação era excessiva.
Mas enfim, era compreensível, afinal, mãe é mãe.
E assim, muito pacientemente, Solange acalmava as duas verificando o que as crianças tinham.
Ao verem que não era nada sério, as duas se acalmavam. E voltavam para suas casas.
Foi justamente for causa dessas consultas fora de hora, que as três se tornaram grandes amigas. Podiam contar uma com a outra. E isso era muito importante.
Assim, podendo contar com a ajuda das amigas, pôde retornar ao trabalho, sossegada.
E assim o fazendo, passou a trabalhar em um ritmo intenso. Afinal de contas, precisava manter a filha.
Por possuir mais uma pessoa em casa, suas despesas aumentaram consideravelmente. Daí a necessidade de trabalhar mais e conseguir mais dinheiro. Além do que, tencionava abrir uma conta para a filha, para que esta, quando entrasse na faculdade, pudesse concluir seus estudos.
Preocupada com o futuro da filha, sempre fora previdente no que tange os seus gastos. Não queria que nada faltasse para a filha. Principalmente, uma boa educação.
E assim, enquanto trabalhava, sua filha crescia, sadia e feliz.
Luciana Celestino dos Santos
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Poesias
sexta-feira, 23 de abril de 2021
O BEM E O MAL - CAPÍTULO 9
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