Nisso, Diogo, percebendo os passos de Lúcia pela terra, tratou logo de tomar uma atitude.
Afinal de contas, por ser uma criatura das sombras, jamais poderia admitir que uma boa ação pudesse ser praticada. Dessa forma, ao perceber a intenção da jovem, tratou logo de chamar Diá.
Diá então, que não era nem um pouco tola, mais do que depressa foi em seu encontro.
Ao se encontrar com o senhor dos lugares baixos, Diá fez questão de se reportar a ele com toda a cerimônia.
Foi então que ele, sem paciência para delongas, foi logo comentando:
-- Chega de cerimônias! Eu te chamei aqui por que quero que faça uma coisa para mim.
Diá, então, tomada de curiosidade, perguntou:
-- E o que meu senhor quer que eu faça? Diga logo que eu te atenderei prontamente.
-- Deixe de conversa! O que eu quero que tu faças, é o possível e o impossível para atrapalhar os planos de meu inimigo.
Ao ouvir isso, Diá ficou intrigada. Afinal de contas, o que Diogo queria dizer com tudo aquilo?
Diogo, ao perceber a expressão perplexa de Diá, foi logo explicando:
-- Sei o que está pensando. Pois bem. Eu vou lhe explicar mais claramente qual é o meu desiderato. Pode ficar tranqüila... Quero que você destrua Lúcia.
-- E quem é Lúcia? Por acaso ela faz parte dos seu inimigos? – perguntou Diá, profundamente interessada.
-- Sim. Esta moça, com a ajuda de alguns seres celestes, pretende ajudar uma pessoa que está profundamente deprimida.
-- Entendo. Se essa pessoa se levantar, será mais uma alma perdida para o senhor. Não é mesmo? Que lástima!
-- Cale-se! – respondeu Diogo irritado. – Não te chamei aqui para lhe dar explicações sobre os meus propósitos. Aliás, eu só te expliquei este detalhe, para que possas desempenhar sua tarefa da melhor maneira possível. Ouça bem! Eu não admitirei falhas.
Diá então respondeu:
-- Sim, meu mestre. Não falharei. Além disso, se é como o senhor mesmo disse... Se essa mulher está no fundo do poço, será ainda mais fácil para mim.
Diogo então, notando a arrogância de Diá, tratou imediatamente de adverti-la.
Alertando-a sobre o fato de Lúcia ter um trunfo que ela não tinha, Diogo, fez questão de avisa-la que sua pretensa vítima, daria muito crédito a presença de Lúcia.
Diá, curiosa, ao receber esses avisos, quis logo saber o por quê de tanta apreensão. Isso por que, se Lúcia era tão poderosa, por que ele não lhe revelava o tal trunfo?
Foi então que Diogo explicou:
-- Eu não te conto ainda, por que és ainda muito infantil. Mas a partir do momento que esta revelação lhe for útil, eu lhe contarei.
Logicamente, Diá não ficou nem um pouco satisfeita com a resposta dada por Diogo. Porém, como era a ele que ela estava subordinada, não cabia a ela questionar seu modo de proceder.
Mas que estava curiosa, estava.
Não obstante sua ansiedade, a moça surpreendentemente, acatou, ao menos desta vez, as ordens de seu soberano.
Assim, não desceu novamente a terra, sem que lhe fosse dada permissão. Obediente, por mais que estivesse impaciente, fez de tudo para aguardar o momento oportuno para agir. Não queria desagradar seu mestre.
E assim aguardou.
Nisso, ao final de algumas semanas, depois de ser devidamente preparada para sua missão, a moça desceu à terra.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 29 de abril de 2021
O BEM E O MAL - CAPÍTULO 34
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