Enquanto isso, no céu ... as coisas pareciam diferentes.
Isso por que, quando Lúcia chegou ao céu, uma horda de anjos acompanharam sua alma até um tranqüilo lugar do paraíso.
Tudo isso em razão do estado de sua alma, que de tão afetada pelos últimos acontecimentos, jazia inconsciente.
A alma de Lúcia parecia ainda não ter tomado conhecimento de que não fazia mais parte do plano físico.
Assim, enquanto sua mãe permanecera inconsolável, lamentando desesperadamente seu desaparecimento, Lúcia estava inconsciente, adormecida em solo sagrado.
Lúcia, dormia. Dormia, dormia ... Estava tão tranqüila que até parecia um anjo.
Sua mãe carnal, se pudesse vê-la, talvez ficasse feliz. Isso por que, Lúcia, apesar de inconsciente, parecia bem.
Mas Solange não podia mais ver a filha. Por esta razão, não teve como controlar seu desespero.
Porém, a despeito de toda dor e agonia, Lúcia dormia.
E dormiu por semanas, por meses, até acordar assustada.
Ao se deparar com tão estranho lugar, demorou para se dar conta de que havia morrido. Para ela, aquilo tudo era apenas uma brincadeira de mal gosto. Contudo, com o passar do tempo, passou a se lembrar cada vez mais do que havia se passado com ela.
Conforme os dias se seguiam, conseguiu até se lembrar de como havia morrido. No entanto, relembrar sua morte, lhe era extremamente doloroso.
Lúcia não conseguia entender por que existia tanta maldade no mundo. Não por que simplesmente tivesse sido mais uma de suas vítimas, mas também por que, este ato havia feito muita gente sofrer.
Por isso mesmo, ao lembrar-se da mãe, pediu imediatamente para saber como ela estava passando.
E assim foi-lhe mostrado.
Solange a esta altura, estava de volta ao trabalho, cuidando dos pacientes do hospital.
Lúcia ao ver a mãe trabalhando, ficou aliviada.
-- Pelo menos ela está bem. – comentou.
Foi nesse momento que um dos seres celestiais que a acompanhavam, confidenciou-lhe que antes de Solange retomar sua vida, passou muitos meses acamada e desconsolada. Para ela, viver não fazia mais sentido. Tanto que por meses seus vizinhos fizeram questão de cuidar de sua casa e de sua vida, até que reunisse forças para prosseguir sozinha.
Assim se nota que este trabalho demorou mais do que esperado.
Todavia, um certo dia, Solange decidiu retomar sua vida. Decidida a não mais ficar parada, pediu de volta o emprego no hospital. Também, aguardando uma solução para seu caso, por semanas procurou trabalho. Mas seu ar abatido e envelhecido, depunham contra ela, que mesmo qualificada, era preterida nas contratações.
E assim os dias foram se seguindo. Dias de angústia e preocupação que culminaram em seu retorno ao emprego.
Lúcia, então, que até o momento ouvira tudo calada, admirou-se.
-- Quer dizer então, que fiquei desacordada por meses?
O mensageiro assentiu com a cabeça.
Ao ver o espanto de Lúcia, o mensageiro então lhe contou-lhe o processo pelo qual iria passar.
Lúcia então, passou a ouvir atentamente suas palavras.
No entanto, o mensageiro lhe avisou que não poderia lhe contar tudo num só momento.
Por enquanto ela só saberia dos propósitos mais imediatos de Deus, com relação a ela.
Depois, ao evoluir e se aperfeiçoar como espírito celeste, poderia conhecer mais sobre os planos do Criador.
E assim, Lúcia foi se aperfeiçoando.
Conforme aprendia mais e mais sobre o Criador e seus planos para a humanidade, mais Lúcia tomava consciência de sua missão.
Zelosa, aguardava paciente as ordens para que começasse a agir.
Muito embora soubesse que ainda tinha uma missão a cumprir, a mesma não sabia exatamente o que era. Ansiosa, tinha que aprender a controlar sua impaciência. Porém, a despeito dos anjos e demais criaturas celestiais nada lhe revelarem a respeito de sua missão, a moça sabia que tinha algo a fazer.
Foi nesse período que ela, ao conhecer como funcionavam as coisas na mansão do Altíssimo, descobriu que além daquele mundo calmo e tranqüilo, – porém cheio de etapas de evolução – havia um outro lugar, sombrio e tenebroso que abrigava as almas desgarradas.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 29 de abril de 2021
O BEM E O MAL - CAPÍTULO 26
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