Poesias

sexta-feira, 16 de abril de 2021

O BEM E O MAL - CAPÍTULO 1

Mais uma manhã que começa. No jornal, a notícia de que uma jovem fora assassinada. Segundo as manchetes, uma bala perdida atravessou sua garganta e ela morreu quase que imediatamente.
Como sempre, muitos curiosos se aproximaram para poder ver o corpo inerte, já sem vida, de uma garota de quinze anos.
Durante meses, o caso ocupou as manchetes dos principais jornais.
Na pequena cidade onde nascera, o caso causou comoção e revolta dos moradores.
Como a repercussão sobre o caso foi grande, não só a polícia local, com a de outras cidades, trabalharam de forma incansável para descobrir o assassino da menor.
Durante semanas, todos os amigos, parentes, vizinhos e conhecidos, foram interrogados pela polícia. Por todo esse tempo, acreditou-se na tese de bala perdida.
No entanto, como poderia ser bala perdida, se não haviam outros projéteis espalhados no local?
Muitas pessoas que moravam ali por perto, chegaram a dizer que não ouviram nada parecido com um tiroteio.
Estranhamente, dadas as circunstâncias em que a morte se deu, parecia que a morte tinha sido encomendada. Mas por quem?
A moça era tão querida por todos.
Pelo menos aparentemente, todos as adoravam.
Era educada, gentil. Nunca criara atrito com os vizinhos. Não tinha inimizade com ninguém.
Talvez a moça tivesse sido assassinada por alguém de fora da cidade.
Com isso, a polícia, passou a investigar as pessoas que chegaram na cidade naquela época.
Vasculhando informações, descobriram que criadores de uma seita, haviam se instalado na cidade algum tempo antes do assassinato. Descobriram também que outros casos de desaparecimento começaram a acontecer por aquela época. Agora, com a morte da garota, as famílias das crianças desaparecidas passaram a se preocupar ainda mais.
Algumas dessas crianças estavam desaparecidas há quase um ano. Outras há quinze dias.
Diante das novas informações, os policiais passaram a investigar a possível ligação desses casos com a morte da garota.
Parecia que algo muito estranho estava acontecendo por ali.
Primeiramente, pensaram se tratar de bala perdida, o que fora descartado diante das novas provas apresentadas e da perícia realizada no local.
Com o laudo necroscópico em mãos, descobriram que a moça possuía diversos hematomas pelo corpo, provocados quando ainda estava viva. O corpo possuía ainda, uma luxação nos ombros. Quanto ao tiro, conforme a perícia, o mesmo havia transfixado, ou seja, atravessara sua garganta. Pela trajetória da bala, o tiro havia sido dado pela frente.
E ainda, como seus pulsos estavam roxos, provavelmente a amarram para que pudessem atirar nela.
Horrorizada, a cada nova descoberta, a população ficava mais e mais indignada com a barbaridade do crime.
Revoltados exigiam uma solução do caso para a polícia.
Assim, a cada dia que passava, mais a opinião pública pedia uma solução para o caso. Como uma pessoa tão querida, vivendo em uma cidade tão pacata, pôde ter sido morta de uma forma tão estúpida?
Sempre vivera bem com sua mãe. Aliás, era a única família que esta possuía. Não conhecera o pai. Desde que nascera, eram só as duas. Mãe e filha.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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