Com isso, sem ter alternativa, depois que prometeu levar a filha para conhecer a sepultura do pai, teve o cuidado de, antes de ir para lá com Lúcia, certificar-se de que havia alguém enterrado com aquela descrição.
Como desculpa para sair, disse a Lúcia que precisava fazer plantão.
Livre, tratou de ir até a cidade vizinha e visitar o cemitério do lugar.
Por sorte acabou encontrando a sepultura de um homem que havia morrido poucos meses depois de Lúcia completar um ano de vida. Tinha a idade de trinta e cinco anos quando morreu.
Cuidadosa, Solange passou cerca de trinta minutos observando a sepultura. Percebeu que recebia um cuidado especial. Foi por isso que perguntou ao vigia do cemitério, se o túmulo recebia muitas visitas de familiares.
-- Sim. – respondeu lacônico o vigia.
-- E com que freqüência?
-- Duas vezes por mês. Mais ou menos.
-- E tem data precisa para acontecerem?
-- Nem sempre. Às vezes, a cada quinze dias. Às vezes o intervalo é menor. Não sei ao certo. Por que?
-- Por nada. Só por curiosidade. É que eu achei que pudesse ser um conhecido meu. Mas não é nada. Agora que faleceu, vai ficar mais difícil descobrir. Desculpe o incômodo. Obrigada... Só mais uma perguntinha, onde ficam os túmulos das famílias tradicionais do lugar?
-- Turista, não é?
-- É.
Nisso o vigia explicou-lhe que alguns dos túmulos famosos, ficavam próximos à entrada do cemitério, enquanto outros distavam-se do lugar uns trezentos metros, ficando no meio deste.
Agradecida, Solange começou a caminhar em direção as famosas sepulturas do lugar.
Realmente, apesar de lúgubre, era um bonito lugar. Sepulturas bem cuidadas. Mesmo as mais simples, pareciam ter sempre uma mão zelosa disposta a mantê-las intactas, longe dos vândalos que tudo destruíam.
Satisfeita, no fim da tarde, Solange retornou para sua cidade e de lá para sua casa.
Por sorte, não foi procurada no hospital enquanto esteve ausente.
Mas também, se fosse procurada por lá, dificilmente a encontrariam, pois quando estava trabalhando, não podia se ausentar do serviço. Principalmente quando estava de plantão.
Assim, ficava inviável encontrá-la naquele hospital enorme. Por sinal, o melhor da região.
Muitas vezes, os munícipes vizinhos, inclusive os da cidade que acabara de visitar, iam para lá se utilizar dos serviços do prestigiado hospital. Serviços de qualidade. Indiscutivelmente, um modelo no tratamento de diversas moléstias. Possuindo uma moderna rede de exames e um complexo centro-cirúrgico, era um exemplo a ser seguido por outras instalações hospitalares.
Dona Solange, tinha orgulho em trabalhar naquele hospital.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Poesias
sexta-feira, 23 de abril de 2021
O BEM E O MAL - CAPÍTULO 13
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