Durante a madrugada, começou a sentir as primeiras contrações.
Quando chegou a manhã, sentiu que já era o momento de pegar suas coisas e ir até o hospital.
Para ajudá-la, uma de suas vizinhas, Raquel, a conduziu de carro, até o hospital. Lá preencheu alguns formulários e deixou seu telefone de contato, caso Solange precisasse de alguma coisa.
No hospital, depois de algumas horas em trabalho de parto, a criança começou a sair. Foi nesse momento que, inesperadamente, Solange começou a se sentir mal.
Os médicos preocupados, tomaram todas as medidas necessárias para continuarem o parto, dado o fato de que o corpo da criança, ainda se encontrava parcialmente no canal vaginal.
Assim, cuidadosamente, por meio de fórceps, passaram a puxar a criança, para que saísse do corpo da mãe.
Nesse momento, quando a criança finalmente pôde dar seu primeiro choro, é que constataram que havia ainda outra criança.
Assim, diante das circunstâncias, ao verificarem que as contrações produzidas não eram suficientes para fazer a criança ser expulsa naturalmente do útero, prepararam imediatamente a sala de parto, para realizarem uma cesariana. Precisavam serem rápidos para que a criança não morresse. Só depois disso poderiam cuidar da mulher.
E foi isso que fizeram.
Rápidos, prepararam os equipamentos para a cesariana. Assim, por meio de intervenção cirúrgica a criança pôde então, ser salva.
Depois de tudo isso, foi que puderam então cuidar da mãe.
Como Solange havia desmaiado durante o parto, verificando que, aparentemente não era nada sério, priorizaram o atendimento às crianças, para depois cuidarem da mãe.
Com isso, após o parto, tentaram reanimá-la.
No entanto, não conseguiram fazê-lo.
Ao verificarem que os batimentos cardíacos estavam diminuindo, passaram a fazer em Solange, uma massagem cardíaca. Mas foi somente, depois de administrarem um remédio, através de um soro, é que seu coração voltou a funcionar normalmente. Mesmo assim, continuou desacordada.
Quando finalmente Solange voltou a si, foi informada de que havia dado a luz a duas meninas. Mas devido a complicações no parto, uma delas faleceu.
Ao ouvir isso Solange ficou desesperada. Desolada só queria saber o que tinha acontecido.
O que tinha acontecido a sua filha?
Desesperada, não conseguiu entender que se tratavam de duas meninas. Por isso, insistiu com as enfermeiras, para que elas lhes explicassem o que exatamente havia acontecido.
Calmamente lhe foi explicado o que havia acontecido.
As enfermeiras então, disseram-lhe que ela havia desmaiado na sala de parto. Que teve que ser submetida às pressas a uma cesariana. Que teve duas meninas. Só que uma delas havia falecido.
Foi então que, entendendo melhor a história, Solange perguntou se a menina que sobreviveu, estava bem.
Só depois de dizerem a ela que não havia com o que se preocupar, é que Solange ficou tranqüila. Muito embora estivesse abatida em decorrência do parto, e de saber da morte de uma de suas filhas, por outro lado, estava feliz com o nascimento de uma delas.
Muito embora, precisasse cuidar do enterro da outra menina, que infelizmente, não resistiu, estava feliz com o nascimento de uma de suas filhas.
Curiosa, perguntou aos médicos, se a menina que falecera, nasceu primeiro ou não. Ao descobrir que era a caçula, insistiu em saber por que tinha morrido.
Os médicos lhe explicaram então, que foi em virtude da falta de oxigenação no cérebro. Como houve complicações no parto, já na primeira criança, não tiveram tempo suficiente para salvar a segunda.
Com isso, após o parto, mesmo tendo nascido viva e aparentemente sem problemas, a criança acabou morrendo poucas horas depois do parto.
Estranhamente, disseram os médicos, a criança não tinha nenhum grande problema para justificar sua morte. A criança nascera respirando com certa dificuldade, mas nada que levasse a isso.
Em virtude do que acontecera na sala de parto, eles submeteram a criança a alguns exames superficiais que não detectaram nada. Mas, depois do óbito, ao submeterem a criança a outros exames mais completos, e descobriram que ela possuía um problema que não fora detectado nos exames anteriores. E justamente esse problema, foi o que determinou sua morte.
Impressionados, os médicos fizeram mais exames para tentar descobrir o que havia acontecido. Como uma criança saudável, poderia, depois de algumas horas, desenvolver uma complicação tão séria? Como isso não foi percebido nas primeiras horas da criança, ou mesmo, nos primeiros exames?
Isso porque, dado o resultado dos exames realizados após a morte da criança, a falta de oxigenação se dera ainda durante o parto. Portanto, detectável num exame.
Impressionada, Solange só queria saber de dar um enterro decente a filha morta. Por isso desautorizou a necropsia. Alegou que já haviam submetido a criança a muitos exames. Ademais, não tinha interesse em especular a morte da filha. Assim, quando perguntada sobre o que pretendia fazer, pediu para liberarem o corpo.
Diante disso, os médicos concordaram prontamente e a deixaram providenciar o enterro.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
sexta-feira, 16 de abril de 2021
O BEM E O MAL - CAPÍTULO 7
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