Emerson comentou que era uma bela moça.
Gentil comentou que tendo Ludmila como sua genitora, só poderia ser mesma uma jovem muito bonita.
Ludmila por sua vez, ficou encantada com os modos da moça.
Emerson acrescentou que a jovem, lembrava-lhe muito ela, quando mais jovem.
Nisto o homem perguntou se ela não iria se aproximar.
Comentou que ela poderia cumprimentá-la, puxar conversa.
Ludmila rindo, respondeu que aquele era um momento do casal, e que não cabia a ela interrompê-los.
Emerson achando graça, comentou que de fato, tem momentos em que os casais tem direito de ficarem a sós.
E assim o fez.
Ludmila mais tarde, aproveitou para se dirigir novamente a fazenda.
Em conversas com Emerson, relatou que precisava criar coragem para conversar com a moça.
Com efeito, depois de algumas semanas, a fazendeira aproveitou para conversar com a jovem.
Maximiliano, conversando com Laura, comentou que estava pensando em ter um filho.
Laura, ao ouvir a palavra filho, argumentou que era muito cedo para pensar no assunto.
Relatou que pretendia retomar os estudos.
O moço ao ouvir as palavras da mulher, redargüiu que um filho não a impediria de estudar.
Laura retrucava dizendo que uma criança a faria adiar seus planos.
Irritada, falou-lhe que estava cansada de esperar uma decisão sua e que se ele não se decidisse logo, ela arrumaria suas coisas e iria embora sozinha.
Maximiliano argumentou que ela não poderia fazer isto.
Brigaram.
A noite, o moço pediu desculpas a jovem.
Dizendo que havia exagerado, prometeu que não iria insistir no assunto.
Disse que com o tempo ela sentiria necessidade de ter filhos.
Laura tentou argumentar, mas o moço pediu a ela que não lhe dissesse nada.
Maximiliano beijou a esposa.
Laura fez menção de recusar o carinho do rapaz, mas Max falou-lhe que não iria mais insistir no assunto. Tentando convencer a esposa a fazer as pazes, prometeu-lhe uma viagem.
Assim iriam pesquisar uma casa para morar.
Ao isto, o rosto de Laura se iluminou.
Pela primeira vez em muito tempo, a moça começou a acreditar que Maximiliano estava disposto a atender seu pedido.
Grata, Laura aceitou o pedido de desculpas do moço.
A garota abraçou o marido.
Beijaram-se.
Em dado momento, Maximiliano carregou a moça no colo.
Mais tarde, o moço levantou-se, tomou café da manhã ainda de madrugada. Saiu.
Laura providenciou-lhe uma marmita.
Max, lavava os cavalos, escova-lhes os pelos, cuidava das ferraduras, vacinava os animais. Entre outros serviços.
Feliz, o moço comentava que sua relação com a esposa estava boa.
Em dado momento, quando os colegas perguntaram quando chegariam os filhos, o moço respondeu que esperava tê-los em breve.
Zélia chegou a perguntar-lhe sobre isto.
O peão respondeu-lhe que os filhos chegariam no momento certo.
Olavo ao ver a mulher questionando o rapaz a este respeito, censurou-a.
Falou-lhe que filhos era uma questão de escolha, e não uma obrigação do casal.
Foi o suficiente para Zélia enervar-se.
Mas de fato, Max tinha a intenção de ter filhos.
Chegou a conversar sobre o tema por diversas vezes com os pais. Pedia conselhos para ambos. Queria convencer Laura a engravidar.
A moça porém, continuava reticente.
Cobrou-lhe a viagem.
Aborrecida com a indecisão do moço, certa vez foi abordada por Ludmila.
A fazendeira retornou por diversas vezes para a localidade.
Sem manter contato com Zélia, que acreditava que a mulher havia desistido de se encontrar a filha.
Para não chamar a atenção, procurava usar roupas simples, e um chapéu para cobrir o rosto.
Foi então que viu a jovem cuidando das roseiras que havia plantado na frente da residência.
Em dado momento, a moça chegou a se ferir.
Ludmila, ao vê-la tentando estancar o sangue, chamou-a.
Laura, ao ouvir alguém chamando seu nome, voltou-se para a frente da residência.
Curiosa, procurava saber de quem se tratava.
Olhando em todas as direções, finalmente percebeu uma mulher alta, com roupas de camponesa, aproximar-se.
Curiosa, Laura perguntou-lhe como sabia seu nome.
Ludmila falou-lhe que a conhecia há tempos, e que somente agora tivera a oportunidade de reencontrá-la.
Intrigada, a jovem perguntou de onde a conhecia.
A fazendeira respondeu-lhe que conhecera Zélia há muitos anos atrás, e que ao conviver com a mulher, tivera a oportunidade de conhecê-la.
Mencionou que de passagem pela região, descobrira o paradeiro da amiga, e resolveu procurá-la.
Rindo, comentou que não fora bem recebida pela mulher.
Mas argumentou que ficou muito feliz ao saber que a moça, filha de Zélia, estava muito bem casada.
Laura ao ouvir o relato da mulher, perguntou-lhe por que sua mãe não a receberia bem. Indagou se havia feito algo que a aborrecera no passado.
Constrangida, Ludmila respondeu que ambas haviam se desentendido, e que as arestas não foram devidamente aparadas. Triste, comentou que havia muita mágoa na relação de ambas.
Laura, não conseguia imaginar o que poderia ter ocorrido para que tal fato sucedesse.
Ludmila por sua vez, apresentou-se como Luzia.
Percebendo que a moça havia se ferido e que o sangue corria, comentou que o ferimento precisava ser limpado e depois, feito um curativo.
Aconselhou a jovem a lavar as mãos.
Após a providência, a mulher colocou um curativo no ferimento da moça.
Nisto, comentou que possuía uma filha na mesma faixa etária que a dela.
Argumentou que era uma moça tão linda quanto ela, mas que estava muito distante.
Ao perceber o olhar curioso da moça, perguntou-lhe se gostava de cuidar das flores.
Laura respondeu que gostava de flores, que se agradava com a idéia de ter um lar, mas que também gostaria de estudar. Comentou que concluíra os estudos normais e que sonhava com o dia em que poderia cursar uma faculdade.
Ludmila ficou perplexa ao ouvir as palavras da moça.
Curiosa, indagou o que a impedia de estudar.
Laura respondeu:
- Bom, aqui não é um lugar que se possa dizer de fácil acesso a uma faculdade. Para completar, meu marido não se decide a sair daqui. Eu estou aguardando uma posição dele. Max, gosta muito daqui, eu entendo que seja difícil abandonar tudo isto. Mas eu não nasci para ser uma simples camponesa. Eu quero aprender coisas novas, conhecer o mundo.
Rindo, indagou que ela não devia estar nem um pouco interessada em ouvir sua história.
Ludmila respondeu-lhe que poderia falar sobre o que quisesse.
Laura ofereceu então um café a mulher, que agradecida, recusou.
Esta por sua vez, mencionou que estava ficando tarde e precisava retornar ao lugar de onde viera. Comentou que conhecia o lugar e que ela não precisava acompanhá-la. Agradeceu a hospitalidade e afastou-se.
Nos dias que se seguiram, Ludmila resolveu fazer visitas a moça.
Com o tempo, descobriu que Laura havia se casado com Max, na tentativa de sair da fazenda.
Ludmila, ao ouvir as palavras da moça, ficou perplexa.
Percebeu tristeza no olhar da jovem.
Razão pela qual perguntou-lhe se amava o marido.
Laura desconversou dizendo que procurava viver bem ao lado de Max.
Zélia, ao descobrir que a filha estava a conversar com uma estranha, criticou-a.
A moça, impaciente, respondeu que há cerca de um ano, a única coisa com que se ocupava era em ser uma dona de casa.
Desde que voltara do colégio interno tivera que aprender a lavar, passar, cozinhar, engomar, costurar. Com os olhos cheios d’água, respondeu que se era pra viver daquela maneira, era melhor que não estudasse. Assim não teria a possibilidade de conhecer um mundo de possibilidades e agora não estaria frustrada por não poder usar o que aprendera, nem tampouco aprender coisas novas.
Chorando comentou que nos últimos tempos, só aprendera a viver uma vida sem sonhos, horizontes, ou esperança.
Contou que se casara acreditando que viveria uma vida com mais perspectivas com Max, mas que fora enganada por ele.
Nervosa, comentou que ele só pensava em ter filhos.
Ao ouvir isto, Zélia, criticou-a novamente.
Dizendo que em sendo casada, deveria atender o pedido do marido. Comentou que ela lhe devia obediência.
- Ah, não. Isto nunca! Ele que não espere isto de mim. – retrucou.
Nisto, a moça saiu correndo, em que pesem os gritos de Zélia chamando-a para entrar em casa.
Andando a pé, a moça caminhou em direção a um riacho.
Ao lá chegar, molhou o rosto e o pescoço.
Sentando-se a sua margem, começou a chorar.
Laura ficou um longo tempo a pensar em sua vida.
Recordou-se dos tempos em que viveu na cidade, onde estudou em um colégio interno.
Insatisfeita, ficava a pensar no porque de sua vida haver tomado aquele rumo.
Por que não podia fazer o que gostava? Por que teve que sua vida radicalmente modificada?
Angustiada, a jovem só pensava em sair dali.
Enquanto chorava, observava o movimento das águas.
Recordou-se das tardes em que passou pelo lugar, acompanhada de Max.
Enquanto pensava em sua vida, ficava com o olhar perdido.
Quando se acalmou, deu-se conta do adiantado da hora.
Percebeu que teria um longo estirão para caminhar.
Com isto, levantou-se.
Voltou os olhos para a paisagem ao redor.
Ludmila, ao tomar conhecimento pelos vizinhos do ocorrido, foi censurada.
Todos diziam que ela não devia atrapalhar o relacionamento entre mãe e filha.
A mulher porém, preocupada com o sumiço da moça, resolveu sair a sua procura.
Com um cavalo emprestado, a fazendeira foi encontrar Laura a beira do rio, preparando-se para voltar para casa.
Ludmila ao vê-la, perguntou-lhe se estava tudo bem.
A moça respondeu, meneando a cabeça afirmativamente.
Em dado momento, Laura começou a chorar.
Ludmila, diante de tal cena aproximou-se da jovem e a abraçou.
Conversou com ela.
Procurou dizer-lhe palavras de conforto.
Laura contou-lhe sobre o relacionamento com Maximiliano. Falou-lhe que não era feliz.
A fazendeira, ao ouvir as palavras tristes da moça, perguntou-lhe se sua insatisfação com o fato de não conseguir estudar, não estava interferindo na relação.
Nervosa, Laura respondeu que não.
Argumentou que não amava Max, e que pensava em desistir do casamento. Confessou que tinha a intenção de arrumar suas coisas e sair dali.
Ludmila por seu turno, comentou que ela não podia desfazer seu casamento de forma leviana.
Relatou que se ela não estava feliz com os rumos que a relação estava tomando, deveria conversar com ele.
Ao saber que o moço havia prometido a ela que iria arrumar dinheiro para que estudassem, a mulher pediu para que ela tivesse um pouco de paciência.
Laura impaciente, comentou que estava cansada de esperar.
Ludmila não sabia mais o que dizer.
Mencionando que precisava levá-la para casa, relatou que a levaria de volta a cavalo.
Com efeito, quando a moça apareceu em casa, acompanhada de Ludmila, Zélia - que estava aflita esperando -, ficou furiosa.
Nervosa, começou a gritar com Laura, dizendo-lhe que estava proibida de falar com estranhos.
A moça, ao ouvir isto, desconversou.
Falou que Luzia não era uma estranha.
Zélia por sua vez, retrucou dizendo que não queria saber.
A mulher não era da família, e portanto, não tinha o direito de privar da convivência deles.
Laura diante destas palavras, falou que Luzia era muito importante para ela, e que fora a única pessoa que se dispusera a ouvi-la.
Nervosa, disse que ninguém naquela família estava realmente preocupado com ela. Irritada, mencionou o fato de que não lhe fora dada a oportunidade de conhecer sua mãe biológica.
Aborrecida, relatou que se ela soubesse o que estava acontecendo, talvez se dispusesse a ajudá-la.
Ludmila, ao ouvir a conversa, percebeu que Laura sabia que não era filha biológica de Zélia.
Zélia desesperada, insistiu para que a filha não insistisse no assunto.
Laura contudo, insistia em falar no tema.
Zélia nervosa, em dado momento, deixou escapar que a mulher que ela tanto queria conhecer, já havia se apresentado, mas não fora digna o suficiente para dizer que era sua mãe.
A moça, ao ouvir estas palavras, questionou a mulher.
Zélia insistiu em dizer que Ludmila já havia aparecido.
Laura então, observando Luzia, perguntou a Zélia, se ela estava se referindo a mulher ali presente.
Zélia irritada, respondeu que seu nome era Ludmila.
A jovem, ao ouvir isto, ficou transtornada.
Ao perceber que fora enganada, lívida, resolveu se afastar de todos.
Zélia tentou segurar a moça, mas Laura pediu-lhe para que a soltasse.
Max e Olavo, ao notarem a confusão que se formara, tentaram em vão, acalmar os ânimos.
Atônito, Max descobriu que Laura não fora criada por sua família biológica.
Refletindo sobre o assunto, o moço percebeu que quem fornecera dinheiro para que a moça pudesse estudar em um colégio interno, boas roupas e uma condição melhor de vida, fora a mãe biológica.
Em conversa com o sogro, o moço percebeu que Ludmila nunca desamparara a filha materialmente.
Zélia sim, interrompera o contato com a mulher.
Olavo e Max por seu turno, tentaram conversar com a moça, que chorando, tentou sair de casa.
Max, segurando-a pelo braço, comentou que era muito tarde e que ela não sairia de casa naquele momento.
Laura tentou argumentar, mas ao perceber que todos impediam seu acesso a porta da sala, resolveu se recolher.
Trancou-se em seu quarto.
Ludmila tentou se explicar, mas Laura não estava em condições de ouvi-la.
Zélia, ao perceber isto, começou a discutir com a mulher, dizendo que ela estava tentando confundir sua filha.
Não fosse a intervenção de Olavo, e as mulheres teriam continuado a discussão.
Zélia culpava Ludmila pelo abandono de Laura.
Irritada, a mulher dizia que a moça tinha outro nome e que não a havia abandonado.
Argumentou que circunstâncias a obrigaram a agir daquela forma. Mencionou que seu marido fora perseguido pela ditadura e que temia represálias com a criança.
Zélia fez pouco caso da história.
Olavo, percebendo isto, criticou a conduta das mulheres. Disse que Laura estava sofrendo, confusa, e que elas não tinham o direito de confundir ainda mais a cabeça da garota, criando mais confusão.
Ludmila, percebendo isto, pediu desculpas.
Disse que não insistiria mais em tentar conversar com a moça. Não naquele momento.
Com isto, pediu desculpas pelo transtorno, prometendo voltar para conversar com a moça.
Nisto, voltou para o hotel onde estava hospedada.
Chorando, ligou para o marido, avisando que estava bem, e que Laura já estava sabendo de tudo.
Cumpre destacar que, quando a mulher entregou a filha para outra família criar, Emerson foi contra isto.
Ludmila porém, dizendo que precisava garantir a segurança de Odara, relatou que sentia que a criança corria perigo. Argumentava que ela poderia ser seqüestrada, ou coisa pior.
Emerson ao ouvir estas palavras, percebendo o terror da fazendeira, tinha ganas de investir contra o delegado.
Rosa e Jurema por sua vez, aconselhavam o homem a ter calma. Argumentavam que Ludmila não precisava suportar outra perda. Disseram que ela precisava de apoio, que estava fragilizada e que desta forma, era alvo fácil para as artimanhas do delegado.
Emerson, ciente de que o desaparecimento de Lúcio causara profundas marcas em Ludmila, continuava a procurar explicações para que o havia acontecido.
Periodicamente, visitava o escritório de um detetive particular.
Anos e anos, e as investigações pouco avançaram.
Em segredo, tentava descobrir o paradeiro do corpo e ter acesso aos arquivos da ditadura.
Sério leitor de jornal, acompanhou a abertura política.
Contudo, aconselhado por advogados, o homem aguardou o momento certo para oficiar ao governo.
Determinado, solicitou ter acesso a todos os documentos relacionados a prisão de Lúcio.
Solicitação, que ficou longo tempo sem resposta.
Com isto, a mulher deitou-se na cama do hotel, colocando o rosto no travesseiro.
Após o casamento com Emerson, Ludmila engravidou do primeiro filho, e os demais, vieram em sequência.
No momento do desespero, a mulher lembrou-se que Laura era quase quatro anos mais velha que seu filho mais moço.
Nisto, a mulher dirigiu-se novamente até a fazenda para conversar com Zélia.
Enfrentando-a, Ludmila ameaçou fazer um escândalo se ela não a recebesse.
Comentou que Odara saberia detalhes de sua origem, os quais ela não havia contado para a moça.
Nervosa e irritada, Zélia insistiu para que a fazendeira se afastasse.
Argumentou que sua presença só trazia transtornos, e que Laura estava atordoada demais com toda aquela história.
Zélia comentou ainda, que Laura não poderia vê-la ali rondando a vida de todos, ou as coisas poderiam ficar piores do que já estavam.
Nisto, a fazendeira perguntou como a moça estava.
Zélia mencionou que Laura ainda estava trancada em seu quarto, chorando, e que não queria falar com ninguém.
De fato, a moça estava confusa.
O próprio Max insistiu para que ela abrisse a porta, sem sucesso.
Com isto, o pobre moço teve que se ajeitar no sofá da sala.
Laura por sua vez, a todo o momento se recordava das palavras das mulheres, e de tudo o que havia acontecido.
Recordou-se de tudo o que Zélia dissera a respeito da fazendeira. Lembrou-se de que ela dissera que a mulher não estava interessada em conhecê-la.
Revoltada, percebeu que a história não era totalmente verdadeira.
Afinal de contas, se a referida mulher, se dera ao trabalho de conhecê-la, mesmo usando uma falsa identidade, as afirmações de sua mãe adotiva não eram verídicas. Ao constatar isto, ficou revoltada. Percebeu que não conhecia nem um pouco de sua história.
Diante disto, planejou sair da fazenda sem que ninguém percebesse.
Razão pela qual pegou uma mala, arrumou seus pertences e escondeu-os.
Com isto, quando Max pediu a moça para abrir a porta para ele entrar, Laura já havia pego uma muda de roupas para ele.
Maximiliano tentava entrar no quarto, com a desculpa de que precisava se arrumar para trabalhar.
Bateu insistentemente na porta. Desistiu.
Laura por sua vez, ao perceber que o moço parara de bater na porta, aguardou um pouco, e silenciosamente abriu a porta e colocou as roupas no chão.
Em seguida, trancou novamente a porta.
Mais tarde, ao perceber que o moço havia partido para o trabalho, abriu a porta do quarto, saiu e trancou-a novamente.
Atenta, ao dirigir-se a cozinha, percebeu que o moço havia preparado a própria marmita.
Com efeito, antes de ir para o trabalho, Maximiliano, passou na casa dos pais da moça e comentou que Laura permanecia trancada no quarto.
Insistiu para que Zélia tentasse falar com a filha.
A camponesa prometeu que assim o faria.
Laura por sua vez, ao perceber que a casa estava vazia, aproveitou a escuridão da madrugada para pegar sua mala e cair no mundo.
Com isto, caminhou a pé pela fazenda, segurando a pesada mala.
Por fim, pegou um cavalo e realizou o restante do trajeto até a cidade, cavalgando.
Ao lá chegar, dirigiu-se ao único hotel da cidade.
Na recepção, a moça pediu para conversar com Ludmila. Anunciou-se como Laura, filha de Zélia.
A fazendeira, ao ouvir o nome Laura, autorizou sua subida.
Com isto, a recepcionista do hotel informou-lhe o número do quarto e o andar em que Ludmila estava. Indicou-lhe o elevador e a direção do quarto.
Quando a campainha do quarto tocou, a fazendeira tratou logo de atender.
Laura estava diante dela, segurando uma mala.
Ludmila ao vê-la, não percebeu que a moça trazia uma mala, e sorriu.
Seca, Laura exigiu-lhe explicações para o fato de havê-la abandonado, e por que somente agora a havia procurado. Enfim, o porquê do interesse em conhecê-la.
Ludmila, explicou-lhe que deixara Zélia e Olavo criá-la, em virtude da necessidade de tê-la em segurança.
Laura então, exigiu-lhe que explicasse a alegação.
A mulher por sua vez, disse que precisariam de mais tempo para conversarem.
Laura insistiu para que ela não se detivesse em delongas.
Argumentou que estava com pressa.
A fazendeira então, percebendo a impaciência da moça, relatou que era uma história que precisava ser contada com calma.
Ao ouvir estas palavras, a moça pensou que a mulher estivesse tentando ganhar tempo.
Ludmila explicou-lhe que fora ameaçada por um delegado, e que temia por sua segurança. Mencionou que o homem a vinha assediando, e que Lúcio, seu pai, fora morto por ele.
A fazendeira contou-lhe que o moço fora preso por engano.
Laura considerou a história fantasiosa.
Irritada, comentou que não estava atrás de desculpas e sim de esclarecimentos. Relatou que sua história não explicava muita coisa.
Ludmila por sua vez, tentou explicar novamente as razões por havê-la afastado de seu convívio. Mencionou que sofreu muito com a separação, mas acreditou estar fazendo o melhor para ela, garantindo sua segurança.
Com os olhos cheios d’água, argumentou que não suportaria outra perda.
Laura contudo, não se comoveu nem um pouco. Aborrecida, mencionou que havia perdido seu tempo.
Com isto, levantou-se e, segurando sua pesada mala, pediu licença.
Ludmila então, ao ver a moça segurando uma mala, perguntou-lhe o que pretendia fazer.
Laura, respondeu que iria fazer uma pequena viagem, e que assim que pudesse, voltaria.
A fazendeira pode perceber nos olhos da moça que sua vontade era sumir dali e não mais voltar.
Razão pela qual tentou retê-la.
Sem sucesso.
Irritada, Laura saiu do hotel.
Fez montaria no cavalo, amarrou a mala e saiu a galopar.
Ao chegar na rodoviária, comprou uma passagem para a capital e dirigiu-se a plataforma de embarque.
Quando o ônibus chegou, a moça entrou no veículo.
Ganhou o mundo.
Ludmila atônita, ao perguntar aos funcionários do hotel se a moça viera acompanhada, ouviu o relato de que ela estava a cavalo, que trazia uma mala consigo, e que estava desacompanhada.
Nervosa e surpresa com o rumo que a situação havia tomado, Ludmila constatou que a moça pretendia sair da cidade, mas iria para onde?
Aflita, a mulher se encaminhou para a rodoviária da cidade, mas ao lá chegar, Laura não estava mais lá. O ônibus em que seguiria viagem, já havia partido.
Ludmila, receosa de que a moça tivesse obtido êxito em seu intento, perguntou em todos os guichês, se haviam visto uma moça jovem, de cabelos compridos, segurando uma mala pesada, elegantemente vestida, partir.
Em um dos guichês, ao dizer o nome da moça, descobriu que Laura havia comprado uma passagem para a capital e que havia viajado para lá.
Ao ouvir estas palavras seu coração gelou.
Aflita, a mulher dirigiu-se novamente a fazenda.
Ao lá chegar, encontrou uma Zélia desesperada que a acusou de acobertar o sumiço de Laura.
A esta altura, todos já haviam dado pela falta da moça.
Maximiliano, ao perceber que a porta do quarto estava trancada, chamou pela esposa.
Como não obteve resposta, ameaçou arrombar a porta.
Nervoso, encaminhou-se para a sala. Ao sentar-se no sofá, percebeu a chave jogada.
Diante disto, o moço foi correndo abrir a porta do quarto.
Ao entrar no ambiente, vasculhou o pequeno armário que havia no quarto, e percebeu que Laura havia levado todos os seus pertences consigo.
Aflito, vasculhou a casa, perguntou pela vizinhança onde a moça estava, sem resposta.
Zélia por sua vez, havia feito o mesmo ritual horas antes.
A tempos, estava desesperada procurando a filha.
Olavo também procurava pela filha, assim como Antonio e Vicente.
Mas nada de encontrarem a moça.
Desta forma, quando Ludmila informou que Laura havia conversado com ela horas antes e que havia partido de ônibus para a capital, foi acusada de cumplicidade.
A fazendeira comentou que Laura havia partido, magoada com ela.
Maximiliano, ao ouvir a palavra capital, ficou arrasado.
Comentou que se tivesse atendido o desejo da mulher de se mudar para a capital, isto não estaria acontecendo. Nervoso, contou que a capital do estado era imensa, e que encontrar alguém ali, era encontrar uma agulha no palheiro.
Zélia por sua vez, insistiu em viajar até a capital, acionar a polícia e tentar localizá-la.
Ludmila ao perceber que o desespero era comum a todos, prometeu se encarregar disto.
Laura por sua vez, ao chegar na cidade, se dirigiu ao ponto de táxi.
Lá, perguntou onde havia uma pensão a preço razoável.
A moça foi informada então, de alguns endereços.
Cautelosa, perguntou se não se tratavam de locais de prostituição.
O homem respondeu-lhe que não.
Laura insistiu em dizer-lhe que pretendia ficar em um local seguro.
O taxista perguntou-lhe então, se gostaria de ir de táxi até o local.
Laura respondeu-lhe que não.
Caminhou mais um pouco, e ao chegar em um ponto de ônibus, perguntou como fazia para chegar em um dos endereços que o taxista havia lhe informado.
As pessoas então lhe explicaram qual o ônibus que deveria tomar.
A moça agradeceu.
E assim, de ônibus, a moça chegou até a rua onde estavam algumas das pensões que o homem lhe havia indicado.
Auxiliada por um passageiro que lhe indicou a parada, a moça desceu do ônibus.
Encaminhou-se até a rua.
No ônibus, um passageiro explicou-lhe como fazer para chegar ao endereço.
Ao chegar na pensão, a moça preencheu uma ficha.
A dona do estabelecimento, indicou-lhe um quarto.
Laura então acomodou-se.
Colocou sua mala no chão.
Estava exausta.
Tirou os sapatos e deitou-se na cama.
Dormiu com a roupa que trazia no corpo.
No dia seguinte, faminta, tomou o café da manhã da pensão, e perguntou onde havia uma banca de jornal.
Com isto, comprou um jornal e lendo a seção de classificados, passou a procurar ofertas de trabalho.
Precisava arrumar um emprego, se tinha pretensão de ficar na cidade.
Desta forma, ao verificar os classificados, percebeu algumas vagas para as quais poderia se inscrever.
Animada, perguntou aqui e ali onde ficavam alguns dos endereços informados e preparou-se para algumas entrevistas de emprego.
Ao chegar em alguns dos lugares, preencheu fichas, sendo entrevistada em dois locais.
Cansada, retornou a pensão no fim do dia.
Havia comido um pão, tomado café com leite, e comprado algumas frutas.
Estava faminta.
No jantar, devorou a comida oferecida.
Nesta ocasião, foi apresentada a alguns hóspedes da pensão.
Em conversa, perguntou a eles se sabiam de ofertas de trabalho para alguém que havia completado o colegial. Comentou que tinha a pretensão de se especializar, mas que para tanto, precisava encontrar um emprego.
Auxiliada pelos demais hóspedes, a moça não tardou a arrumar trabalho.
Seu primeiro emprego foi de recepcionista em uma clínica odontológica.
Lá, aprendeu a ter paciência com clientes apressados e nervosos, a agendar consultas.
Com este dinheiro, pagou sua estada na pensão.
Aconselhada por um hóspede, a moça conseguiu realizar um curso técnico de secretariado, gratuitamente.
Laura precisava se qualificar, e não tinha condições financeiras de arcar com os custos de um curso pago.
Razão pela qual, a moça agradeceu a dica.
Tempos iniciais de grandes dificuldades.
Laura, para economizar dinheiro, chegava a deixar de almoçar, para comprar frutas e pão.
Esta era sua refeição.
Chegava na pensão, sempre com muita fome.
Isaura, a dona da pensão, percebeu isto.
Laura então contou-lhe que havia se mudado para a cidade para melhorar sua vida.
Comentou de sua vida no campo, dos tempos em que estudou em um colégio interno.
Surpresa, a mulher perguntou se isto ainda existia.
Rindo, Laura comentou que havia ainda uns poucos remanescentes por aí.
Isaura não compreendeu as palavras da moça.
Com isto, Laura explicou-lhe que existiam alguns colégios internos ainda.
Isaura, já uma senhora de meia idade, simpatizou com a moça.
Percebeu que se tratava de uma jovem determinada e esforçada.
Desta forma, sempre que ouvia falar de uma boa oferta de trabalho, indicava o nome da moça e lhe informava o endereço.
Com o tempo, a jovem passou a trabalhar como secretária.
Atendia telefonemas, agendava reuniões, recepcionava visitas.
Cuidava da agendava de um micro empresário.
Neste período, se inscreveu em um curso de inglês.
Continuava a morar na pensão.
Ludmila por sua vez, procurou a jovem na cidade.
Mas com o tempo, sem conseguir localizá-la, a buscas diminuíram.
Os policiais lhe diziam que ela era maior de idade, e que se ela não quisesse ser localizada, não haveria possibilidade de encontrá-la.
A cada ano que a fazendeira e a família da moça ficavam sem notícias, mais o desespero tomava conta do coração de todos.
A esta altura, Antonio e Vicente já haviam se casado.
Henrique, Carlos e André estavam cursando faculdade.
Maximiliano por sua vez, chegou a namorar uma moça, mas a jovem, percebendo que ele não estava disposto a se separar de Laura, decidiu se casar com outro rapaz.
Rosália e Antunes por seu turno, ficaram desapontados com a atitude de Laura.
Criticavam a moça. Diziam que ela havia abandonado seu filho.
Zélia por sua vez, ao tomar conhecimento dos comentários, ficou inconformada.
Dizia que Laura não havia abandonado ninguém, e que se ele tivesse atendido seus apelos, poderiam estar juntos até hoje. Crédula, nutria a esperança de que a moça voltaria.
Max também tinha esperança de que Laura voltaria.
A esta altura, Laura trabalhava em uma multinacional.
Havia se tornado secretária bilíngüe.
Já havia cursado uma faculdade.
Enfim, realizava um sonho por tantas vezes adiado.
Isaura – a dona da pensão –, acompanhou de perto a luta da moça.
Compete esclarecer que, Laura a esta altura já havia economizado uma boa quantia.
Sempre atenta a uma boa oportunidade de investimento, aplicava uma pequena parcela do dinheiro economizado na bolsa de valores.
Nesta época, estava financiando um imóvel próprio.
Em pouco tempo teria uma casa para morar.
Isaura, ao perceber isto, comentou pesarosa que estava perdendo sua filha mais querida.
Por diversas vezes, a mulher chegou a comentar que seus filhos a haviam abandonado, e que ela era mais presente em sua vida, do que sua prole.
Laura, agradecida por anos de convivência e ajuda, comentou que jamais a abandonaria.
Prometeu a ela que assim que reunisse condições, a chamaria para morar com ela.
Com isto, a moça comentou com ar de surpresa, que tinha outros projetos em mente.
Isaura por sua vez disse, que ela a cabeça dela era muito boa e que sabia ganhar dinheiro.
Em consultas técnicas a um órgão de assessoria, a moça descobriu que poderia investir parte do dinheiro ganho com aplicações e economia.
Diligente, já havia quitado o imóvel que financiara. Era um apartamento simples.
Com isto, investigou boa parte do dinheiro guardado, em um negócio.
Laura iria abrir um restaurante.
Com isto, cerca de dois anos após sair da pensão, convidou Isaura para ser sua sócia.
Argumentando que a mulher era uma ótima cozinheira, relatou que ela poderia auxiliar os cozinheiros que iria contratar.
Trabalhando com secretária, havia aprendido a organizar agendas e até a organizar pequenos eventos.
Isaura, ao receber a proposta, argumentou que não poderia abandonar a pensão.
Ao ouvir isto, Laura disse-lhe que poderia deixar Ivete cuidando de tudo. Argumentou que se tratava de pessoa de confiança.
Isaura concordou.
Com isto, passou a ser o braço direito de Laura em seu restaurante.
Para tanto, a moça realizou cursos para administrar o negócio, para montá-lo, para incrementá-lo.
Fez até um curso de gastronomia juntamente com Isaura e outros funcionários do restaurante.
E o negócio prosperou.
De restaurante de comida caseira, a moça se especializou na elaboração de pratos sofisticados.
Mas a comida caseira nunca foi abandonada.
Com o tempo, foram abertas novas unidades.
Mais tarde, a moça investiu também no ramo de confecções.
Sempre respaldada por uma assessoria.
Laura se tornou uma importante empresária da região.
Maximiliano a certa altura, cansado de ser apontado como o marido abandonado, e de ser instado a todo o momento a desfazer seu casamento com Laura, resolveu se mudar da fazenda.
Com isto, arrumou suas coisas e partiu.
Rumou para a capital.
Para desespero de Rosália e de Antunes, não voltou mais a fazenda.
Ao lá chegar, se hospedou em uma pensãozinha.
Arrumou trabalho como continuo, ou office-boy.
Mais tarde, trabalhou em um escritório de contabilidade.
Fez curso técnico na área, e com o tempo passou a trabalhar em um escritório maior.
Conforme o tempo foi passando, o moço foi perdendo as esperanças de encontrar novamente Laura.
Mais tarde, o jovem comprou um imóvel.
Mas um revés complicou sua vida.
Isto porque, ao ser dispensado do escritório, o moço permaneceu um longo tempo sem trabalho.
Razão pela qual aceitou trabalhar como motorista em uma residência.
Aflito, foi criticado pelos amigos ao tomar tal decisão.
Para rebater as críticas, o moço respondeu que precisava pagar suas contas e que tinha um imóvel financiado. Argumentou que o salário era bom, e que não via demérito na função.
Maximiliano não conseguia compreender o por quê dos questionamentos.
Ora, não estava precisando de trabalho? O salário não era bom? Então por que não aceitar a oferta?
Afinal, dizia que seria apenas por algum tempo, e que assim que conseguisse uma oportunidade melhor, pediria demissão.
Desta forma, ao ver o anúncio, se encaminhou até o endereço indicado.
Lá, passou por uma entrevista com a governanta da mansão, que lhe indagou sobre sua experiência.
Honesto, o rapaz respondeu que se formara em um curso técnico de contabilidade, profissão que exerceu durante quase todo o tempo em que viveu na cidade. Nisto, comentou que também já trabalhara como contínuo, que já dirigira carro e jipe quando trabalhara em uma fazenda, e que dirigir, sabia sim.
A governanta ao ouvir isto, pediu ao moço, que providenciasse: atestado de bons antecedentes e carta de referência do escritório em que trabalhara.
Maximiliano prometeu providenciar.
Em seguida Leonilde, perguntou-lhe se não gostaria de fazer um teste.
O tal teste consistiria em dirigir o carro da família, pelas principais avenidas da cidade.
Maximiliano concordou. Perguntou apenas, se não seria inconveniente ele dirigir o carro da família, já que não era empregado.
Leonilde lhe respondera que não.
Com isto, conduziu o moço até a garagem.
Maximiliano, de posse das chaves do veículo, abriu a porta para a mulher, e em seguida, entrou no carro.
Ligou o veículo e orientado pela governanta, saiu da garagem.
Leonilde, conversou com o rapaz.
Maximiliano, ao ouvir as indicações da mulher, perguntou-lhe se não gostaria de chegar na avenida, por um caminho melhor.
A governanta perguntou-lhe se conhecia outros caminhos.
O jovem respondeu-lhe que quando fora contínuo, precisou descobrir caminhos alternativos, ou não conseguiria dar conta de tanto trabalho.
Ao perceber o ar de curiosidade da mulher, Max comentou que também andou muito de ônibus e caminhou muito a pé, pelas ruas da cidade.
Simpático, comentou que de ônibus, procurava observar os caminhos que o coletivo fazia, as avenidas por onde passava.
Rindo, comentou que no começo, passou muito sufoco, pois não conhecia a cidade. Relatou que chegou a quase se perder algumas vezes.
Leonilde comentou então, que agora ele estava craque em driblar caminhos complicados.
Isto por que o moço saiu de uma via congestionada, vindo a cair em ruas de pouco movimento, até chegar na avenida. Lá o movimento era intenso.
Maximiliano ao perceber o trânsito, comentou que sua tentativa de fazer um trajeto rápido, fora vã.
Leonilde discordou.
Comentou que ele encurtara assim, alguns minutos do trajeto, mas que o trânsito da capital era caótico, não havia o que se fazer quanto a isto.
Neste ponto, Maximiliano discordou. Argumentou que precisavam ser feitas mais vias, e que o trânsito de uma cidade daquele porte não deveria se concentrar em poucas avenidas. Deveria haver outras rotas para quem vinha de outros pontos da cidade. Não deviam todos passarem pelo mesmo lugar. Ressaltou.
A governanta concordou. Confidenciou que ele era um sério candidato a ficar com a vaga. Acrescentou apenas, que ele providenciasse a documentação necessária, pois era quase certo que seria contratado.
Nisto, o moço continuou o trajeto determinado pela mulher.
Quando retornavam a residência, a mulher solicitou que parasse em frente um supermercado.
Argumentou que precisava comprar algumas coisas para a casa.
Maximilianto então, estacionou o veículo.
A seguir, desceu do carro e abriu a porta para a mulher, que agradeceu a gentileza.
Leonilde então, comprou alguns legumes, cereais e bebidas.
Antes porém, de adentrar o estabelecimento, o moço perguntou-lhe se não gostaria que a acompanhasse para auxiliar nas compras.
Sorrindo, a mulher agradeceu.
Comentou que caso fosse contratado, teria muito tempo para fazê-lo.
Não obstante este fato, ao chegar no caixa, a mulher percebeu que o moço a aguardava.
Ajudou-a a empacotar as compras e auxiliou-a a levar as sacolas para o carro.
As mesmas foram acondicionadas no porta-malas do veículo.
A mulher por sua vez, agradeceu o rapaz.
Elogiou-lhe a iniciativa.
Depois, a mulher parou em uma padaria, onde comprou pães de variadas qualidades.
Maximiliano, ao adentrar as dependências do estabelecimento, ficou impressionado com o requinte do lugar.
Mesinhas e prateleiras charmosas, compunham o ambiente.
Leonilde, ao notar o deslumbramento do moço, perguntou-lhe o que achara do ambiente.
Maximiliano comentou que parecia haver entrado em outro mundo.
A governanta achou graça no comentário.
Disse que com o tempo ele iria se acostumar.
Após, retornaram para casa.
Ao adentrarem a residência, Leonilde agendou um prazo para o moço providenciar a documentação.
Maximiliano respondeu-lhe que ao sair dali, já verificaria em quanto tempo o atestado de antecedentes ficaria pronto.
Leonilde ofereceu-lhe um café.
Maximiliano agradeceu o oferecimento.
Em seguida, comentou que gostou do ambiente da casa.
A esta altura, já havia sido apresentado aos demais empregados da casa, entre eles, Erotildes, a cozinheira.
Erotildes animada, puxou papo com o moço.
Ao final de meia-hora, já estavam quase íntimos.
Por fim, o moço se despediu.
No caminho, parou em frente a uma delegacia, onde perguntou quais os documentos necessários para solicitar um atestado de antecedentes.
O escrivão, mal humorado indagou-lhe o por quê da necessidade de tal documento.
Maximiliano explicou-lhe que precisava apresentá-lo em seu novo emprego.
Diante da explicação, o homem disse-lhe que precisaria apresentar os documentos pessoais, assinar um documento, e que dentro de alguns dias, o atestado sairia.
Ao ouvir a palavra dias, o moço perguntou se poderia buscar o atestado nas primeiras horas de funcionamento da delegacia.
O funcionário respondeu que sim.
Irônico, comentou que ele estava com pressa de trabalhar.
Maximiliano comentou que tinham muitas contas para pagar.
Com efeito, no dia agendado, o moço compareceu logo cedo na delegacia para buscar o documento.
Já havia providenciado xérox autenticada de seus documentos pessoais, e a recomendação do escritório de contabilidade onde trabalhara.
Tirou xérox de sua carteira de trabalho.
Com efeito, ao se apresentar novamente na residência, o moço foi recepcionado pelo segurança da casa.
O homem o encaminhou até a entrada de serviço.
Lá, foi recebido por Leonilde.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
sexta-feira, 2 de abril de 2021
CARINHOSO - PARTE II - CAPÍTULO 14
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