Mãe solteira, Dona Solange nunca contara a filha quem era seu pai. Dizia sempre que ele havia morrido antes de seu nascimento, por isso sua ausência.
No entanto, apesar da ausência do pai, nunca chegou a incomodar a mãe com isso.
Lúcia acabou por entender que, se sua mãe não falava sobre isso, era porque não tinha nada de bom para ser dito. Muito embora, durante algum tempo, tenha nutrido a esperança de vir a conhecê-lo.
A menina de quinze anos era uma boa aluna. Freqüentava assiduamente o grupo escolar da cidade. Popular, era muito querida por todos. Tirava boas notas. Não dava trabalho para sua mãe.
Aos olhos da vizinhança inclusive, era um modelo a ser seguido. Todas as outras mães queriam que suas filhas, e até mesmo filhos fossem tão comportados e disciplinados quanto ela.
Com seus cabelos encaracolados na altura dos ombros, vestida como as maioria das meninas de sua idade, não chamava a atenção. Só quem a conhecia poderia dizer sobre suas qualidades.
Adolescente que era, nunca deu trabalho para sua mãe, a despeito de suas amigas.
A maioria delas enlouquecia suas mães com os dramas da idade. Ela não.
Muito embora não concordasse com tudo o que a mãe fazia e dizia, aceitava suas ordens. Assim, quando ela não a autorizava a fazer algo, ela prontamente atendia a ordem. Muitas vezes contrariada, mas atendia.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
sexta-feira, 16 de abril de 2021
O BEM E O MAL - CAPÍTULO 2
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