Poesias

sexta-feira, 23 de abril de 2021

O BEM E O MAL - CAPÍTULO 11

Na escola, sempre foi uma aluna exemplar, alcançava boas.
Desde pequena, suas professoras elogiavam seus desenhos.
Sempre interessada em aprender.
Dedicada, esforçada, nunca teve problema em conseguir bons resultados na escola. Adorava estudar.
Mas também gostava de passear. De se divertir. Por isso, quando aparecia uma festinha para ir, não se fazia de rogada. Ía a todas que podia. Sempre muito solicitada, raramente ficava sozinha.
Em casa, ao ficar um pouco maior, passou a ajudar a mãe em algumas tarefas domésticas. Era ela quem cuidava da louça, da limpeza da casa, e de algumas compras.
Assim, quando chegava em casa, depois de um dia de escola, esquentava a comida que estava pronta e comia.
Ainda receosa, Dona Solange não autorizava a filha a mexer no fogão.
Por esta razão, suas vizinhas, alternativamente, eram quem faziam o almoço. Como também tinham suas casas para cuidar, preparavam mais cedo o almoço da garota. E assim, como foi dito, Lúcia só tinha o trabalho de esquentar sua comida. Mas após o almoço, lavava a louça do almoço e a guardava dentro do armário.
Uma vez por semana, fazia uma faxina geral na casa. Passava pano no chão da casa, limpava os móveis empoeirados, passava aspirador de pó no tapete da sala e limpava as janelas do imóvel.
Quanto ao banheiro, sua mãe se encarregava de lavá-lo, pois, preocupada, sua limpeza envolvia a utilização de produtos químicos.
No tocante as roupas, as mais leves eram lavadas e passadas por Lúcia, enquanto as mais complicadas, eram alvo dos cuidados de Dona Solange. Muito embora, quando esta ficava sobrecarregada, sua filha lavava também essas. O que facilitava deveras o seu trabalho, já que com isso, só teria que passá-las.
Prestativa, sua filha, inúmeras vezes se ofereceu para cuidar da casa sozinha. Pedia para a mãe lhe ensinar a cozinhar. Afinal, não precisava dar trabalho para suas vizinhas. Dizia sempre também que podia cuidar de toda a roupa para ela.
Mas seus argumentos não eram o bastante para Dona Solange, que a julgava muito jovem para certos tipos de trabalho.
Sempre dizia que, conforme fosse crescendo, ficando mais velha, suas responsabilidades iriam aumentar, mas por ora não.
Já estava satisfeita com tudo o que a filha fazia. Solange não se cansava de dizer para a filha, de que ela estava na idade de se divertir, de sair com os amigos, não de ficar atolada com serviço doméstico.
Gentilmente, Dona Solange não se cansava de salientar que sua filha era muito esforçada e dedicada para sua idade, e que, ao contrário de outras meninas, ajudava muito em casa.

Indubitavelmente, Lúcia era uma boa filha.
Dona Solange nunca teve uma discussão áspera com ela. Todas as vezes em que divergiram, nunca chegaram a se agredir verbalmente. Lúcia sempre fora uma garota educada com a mãe. Por isto, sua mãe não se furtava de dizer sempre:
-- Tirei a sorte grande com minha filha.
Dizia isso sempre, abertamente para suas amigas. Principalmente quando ouvia comentários de adolescentes próximos envolvidos com drogas e outros problemas decorrentes de mal comportamento. Insistia em dizer sempre:
-- Quem tem filhos dedicados. Que só se preocupam em estudar, em melhorar, progredir. Que não fazem nada de errado, não se envolvem em confusões e são obedientes, só tem que levantar suas mãos para o céu e agradecer. Afinal, hoje em dia isso é raro. Estes meninos são de ouro.
No que suas vizinhas sempre concordavam. Como os filhos de ambas preenchiam os predicados invocados pela amiga, não tinham por que discordar de seu ponto de vista.

Luciana Celestino dos Santos
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