Contudo, a despeito de tudo isso, Melissa estava gostando de seu trabalho. Animada, estava sentindo que sua vida estava mudando radicalmente.
Longe de Mauro, sua vida melhorava a olhos vistos.
Com uma casa nova, um emprego e uma vida nova, até mesmo Carolina, que não começo ficou um tanto quanto assustada com a mudança, era a pessoa agora que mais curtia as novidades.
Sempre que podia, ela e Jane passeavam pela cidade. E assim, conhecendo a cidade em seus pequenos detalhes, Carolina estava cada vez mais encantada com a cidade.
O Rio de Janeiro, realmente era uma cidade e tanto.
Além disso, agora, em companhia com gente de sua idade, a menina podia se divertir mais.
Sim, por que na época em que vivia com sua mãe em São Paulo, raramente podia se encontrar com seus coleguinhas de escola, e para piorar, quando sua mãe começou a trabalhar fora, só passava os dias com a avó.
Dona Elena, era uma ‘mãe com açúcar’, mas mesmo assim, não era o mesmo que poder brincar com uma criança de sua idade.
Desta forma, viver na Cidade Maravilhosa, era algo muito bom para ela.
A própria Melissa, vendo a mudança do comportamento da filha, comentava satisfeita:
-- Quem te viu, quem te vê. Quem diria que aquela minha menina tímida agora é a garota mais tagarela da vizinhança?
Carolina, que até então vivia assustada, agora era uma alegria só. Animada, contava em detalhes todos os passeios que fazia com a amiga, e que tudo na escola ía muito bem.
Melissa, ao ouvir as peripécias da filha, ficava toda feliz.
Tudo estava indo muito bem.
Elisa, convivendo com Carolina, acabou descobrindo através da menina, que elas estavam ali por causa de Mauro, seu pai.
A mulher ao ouvir a conversa de Carolina com sua filha Jane, foi tomada de uma grande surpresa. Ao ouvir sobre isso, passou a perguntar a Carolina, qual era a razão para que precisassem fugir dele.
A menina, contou então, triste, que seu pai, vivia batendo em sua mãe.
Comentou que na última vez em que a agrediu, sua mãe ficou vários dias internada. Carolina alegou triste, que com as agressões que vinha sofrendo constantemente, sua mãe, cansada de apanhar, resolveu mudar sua vida.
Foi então, que Elisa concluiu que foi por isso, que Melissa resolveu se mudar para lá.
Curiosa, Elisa perguntou, onde elas moravam, antes de irem para lá.
Carolina, contou que elas moravam em São Paulo.
Elisa, impressionada com a história, ficou a pensar: ‘Meu Deus! Mas que história horrível!’.
Preocupada, assim que Melissa apareceu para buscar Carolina, a mulher pediu para que ela esperasse um pouco para levar a garota para casa.
Melissa não entendeu nada, mas mesmo assim, concordou.
E Carolina, animada, continuou a brincar com sua colega.
Já Elisa e Melissa, ficaram a sós na cozinha.
Elisa então, ofereceu um café e um pedaço de bolo para amiga.
Melissa tomou o café e comeu a fatia de bolo.
Elisa então, ao ver que ela havia terminado o lanche, começou perguntando:
-- Melissa, como era a sua vida em São Paulo?
A moça, ao ouvir isso, levou um tremendo susto.
Sem esperar por aquela pergunta, a moça ficou surpresa com a pergunta. Por isso mesmo, tentando desconversar, perguntou:
-- Onde foi que você ouviu que eu já morei em São Paulo?
Mas de nada adiantou. Elisa, sabendo de boa parte da história, respondeu:
-- Mel, não adianta me esconder nada. Sua filha me contou que você fugiu de seu marido.
Melissa, ficou branca como cera, ao ouvir as palavras da amiga.
Elisa, percebendo que a amiga ficara desconcertada, resolveu atenuar o que já sabia. Dizendo que a menina não havia comentado sobre o assunto por maldade, alegou que criança era assim mesmo, falava sem pensar. E assim, sem ter consciência de que este era um assunto delicado para ser comentado em público, a menina acabou contando por acaso a Jane que estavam no Rio por causa de Mauro.
Melissa, constrangida, comentou:
-- Meu Deus do céu! Quer dizer que ela falou sobre tudo o que sabia?
-- Sim. Até das brigas, ela falou. – respondeu meio sem jeito.
Melissa então, começou a chorar.
Sem saber o que dizer, só conseguia chorar e dizer entre soluços, que não era para ninguém ficar sabendo daquela história.
Elisa comentou então, que não havia problema nenhum, já que de sua boca não sairia nada. Ninguém saberia dessa história, por que ela não contaria. Além disso, ela não tinha que sumir dali por conta disso.
Elisa prometeu a Melissa que jamais contaria o que sabia, a alguém.
Preocupada com a amiga, Elisa aconselhou-a a orientar a filha, para que não comentasse mais sobre o assunto com ninguém. Isso por que, esta história, poderia cair em ouvidos alheios e acabar virando uma grande confusão.
Melissa, desorientada, perguntou:
-- E o que eu faço?
Elisa, então a orientou para conversar com a filha, sem brigar, e sem ameaçar.
Poderia começar perguntando, sobre o que ela achava em morar ali, naquela cidade linda, com pessoas simpáticas, lugares maravilhosos para passear, uma vida calma, tranqüila. Depois, poderia perguntar a filha, o que ela achava de viver em São Paulo com seu pai. A seguir, Melissa poderia sondar a filha para saber qual sua opinião sobre uma possível volta para aquela cidade. Com essa resposta, que provavelmente Melissa sabia qual era, a mesma poderia aconselhar a filha para que não contasse mais sobre a razão de sua ida para lá.
Elisa recomendou a amiga também, que esta orientasse a filha, para dizer que ele viajava muito, e por isso nunca estava presente. Depois, se fosse o caso, poderia dizer que ele havia morrido.
Melissa, ao perceber que a amiga estava sendo sincera, agradeceu as sugestões, e com profundo pesar, comentou que desde que rumara para lá, nunca mais havia entrado em contato com sua mãe, que a essa altura, devia estar muito preocupada.
Elisa, cautelosa, perguntou primeiramente, onde a mãe dela morava.
Ao saber que Dona Elena morava na mesma cidade em que elas viviam com Mauro, a amiga aconselhou-a não procurar por sua mãe. Pelo menos não agora.
O que ela podia fazer, era ligar para ela, avisando que tudo estava bem, e que não precisava se preocupar. Contudo, por precaução, a mesma não deveria dizer onde estava. Até por que, se Mauro conhecia a sogra, era possivelmente, a pessoa que ele mais estava espreitando para tentar descobrir seu paradeiro.
Melissa, ao constatar que sua mãe poderia estar sendo constantemente incomodada pelo genro, comentou desolada:
-- Oh, céus! Não bastasse ter me envolvido em uma grande confusão, ainda deixei um abacaxi para mamãe descascar.
-- Não fique assim! Ela deve ter entendido o seu gesto desesperado. Até por que, ela também devia saber o que estava se passando. – comentou a amiga, tentando consolá-la.
-- Sim. Ela sabia de tudo. – disse ela, já dando início a uma conversa em que revelou que há muito tempo apanhava do marido.
Nessa conversa, Melissa contou que desde o namoro o rapaz demonstrou um comportamento agressivo. Porém, ela nunca poderia imaginar que ao se casar com o rapaz, as coisas se deteriorariam tão rapidamente.
Elisa, ouvia tudo, com muita atenção. Sem tecer comentários, nem censurar a amiga, ouviu tudo, com o maior cuidado.
Todavia, não deixou de se espantar nem por um minuto, com a atitude destemperada de Mauro. Tanto, que depois de ouvir todo o relato da amiga, perguntou:
-- Minha amiga, e por que você demorou tanto para reagir?
Melissa respondeu então:
-- É que não é nada fácil abrir mão de tudo. De respeitabilidade, de meus amigos, de minha família. Mas chega um ponto também, que a falta de respeito é tão grande, que ninguém, por mais cordato que seja, aceita tantas humilhações, tantos maus-tratos. Eu já não agüentava mais aquela vida sofrida. Eu não tive outra alternativa. Se eu não fugisse desta vez, talvez na próxima surra, ele me mataria.
Elisa ficou chocada com o comentário da amiga.
Tão chocada que mal podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Para ela, essas histórias que a amiga contava, de violência doméstica, eram aterradoras.
Elisa não conseguia acreditar que pudessem existir pessoas tão violentas como Mauro. Como sempre fora muito feliz com seu marido, era inadmissível para ela que existissem outras formas de relacionamento.
Era realmente um absurdo ouvir da amiga todas aquelas histórias.
Porém, não a censurou.
Pelo contrário, ao descobrir os motivos pelos quais a mesma resolvera mudar sua vida, admirou-a ainda mais. Isso por que, sabia que não era nada fácil criar uma filha sozinha. Muito embora sua história fosse diferente da de Melissa, já havia muito tempo que criava a filha sozinha.
Tanto que ela chegou a dizer a amiga que não era nada fácil cuidar de uma filha sem o apoio de um pai.
Mas Melissa ao ouvir isso, comentou que foi ela quem sempre esteve presente na vida da filha. Alegando que praticamente desde que a menina nascera, era ela quem havia cuidado da criança, Melissa revelou que Carolina era órfã de pai vivo. Com exceção de sua mãe e do período em que Carolina estivera em uma creche, sempre fora ela quem cuidara da menina. Além disso, por mais que tentasse esconder, Carolina já estava mais do que ciente, do que ela passava nas mãos de Mauro. Diversas vezes viu a mãe apanhar. Por esta razão sentia muita raiva dele, e ressabiada, raramente se aproximava dele.
Isso deixava-o mais irritado ainda. Contudo, nunca bateu, nem tentou agredir a filha. Seus desacertos eram com Melissa, o que não impedia que a menina tivesse muito medo do pai.
Diante disso portanto, não foi nada difícil, convencê-la a viver naquela cidade linda, longe de qualquer lembrança, daquele pai, que ela não cansava de dizer, que era malvado.
Com isto, depois desta longa conversa com Elisa, Melissa decidiu voltar para o apartamento com a filha.
Elisa contudo, percebendo o adiantado da hora, convidou a amiga, e sua filha, para jantarem com elas.
Melissa comentou então, que já havia ficado tempo demais na casa da amiga, e que já havia também, abusado da hospitalidade dela.
Elisa porém, que adorava ser gentil, exigiu que a amiga ficasse por ali, sob pena de desapontá-la.
A moça, sem saída, acabou concordando em ficar.
E assim, as duas mulheres e as duas crianças jantaram juntas e conversaram longamente durante toda a noite.
Depois, dado o adiantado da hora, Melissa, ao chegar em casa, resolveu deixar a conversa séria que teria com a filha, para outra ocasião.
Pensando em conversar sobre o assunto no dia seguinte, ao deixar a menina aos cuidados da amiga, comentou com Elisa, que buscaria Carolina mais cedo para conversar com ela.
Elisa percebendo do que se tratava, combinou com a amiga, que não faria nenhum passeio longo.
E assim, Melissa mais uma vez trabalhou o dia inteiro. Atendendo pessoas e ligações, mal teve tempo para pensar no que havia ocorrido no dia anterior. Assoberbada, quase não teve tempo para pensar em si.
Sim, o ritmo de trabalho, estava cada vez mais puxado.
Mas mesmo assim, Melissa não reclamava. Era melhor ter muito trabalho do que nenhum. E assim, cumpria com a maior dedicação possível seus afazeres. Dedicada, progredia a olhos vistos.
Encorajada, chegou até a cogitar a possibilidade de novamente freqüentar uma escola.
Elisa, percebendo o entusiasmo da amiga, incentivou-a.
Porém, necessário se faz, comentar acerca da conversa que Melissa e Carolina tiveram.
Como já fora dito antes, Melissa depois de um longo dia de trabalho, foi buscar a filha, na casa de Elisa.
Conforme o combinado, Elisa dessa vez, não levou as meninas para nenhum passeio.
Desta forma, assim que Melissa saiu do trabalho, foi até a casa de Elisa buscar sua filha.
Lá, ao entrar, desculpou-se pela pressa mas disse que tinha algo muito sério para conversar com a filha.
Quem não ficou nem um pouco satisfeita com isso foi Jane, que estava se divertindo muito com as histórias que a amiga contava, que havia lido nos livros de Monteiro Lobato.
Quando a garota percebeu que Carolina tinha que voltar para casa mais cedo, chegou a pedir para Melissa que deixasse ela ficar um pouco mais.
Debalde.
Melissa realmente precisava conversar com a filha. Por isso Carolina precisava, ao menos naquele dia, voltar mais cedo para casa.
Mas vendo que Jane estava desapontada, Melissa prometeu que assim, que tivesse tudo organizado em casa, levaria todo mundo para passear, por sua conta.
Jane, ao ouvir isso, ficou então, um pouco mais animada. Desta forma, acabou concordando que Carolina fosse mais cedo para casa. Mas logo advertiu:
-- Não é sempre que eu vou concordar com isso.
Elisa e Melissa, ao ouvirem isso, caíram na gargalhada.
Carolina então, despediu-se de Elisa e Jane e depois foi embora com a mãe.
Curiosa, no meio do caminho, a menina perguntou a mãe, sobre o que ela queria falar.
Melissa porém, comentou que só tocaria no assunto, quando chegassem em casa.
Assim, quando chegaram em casa, antes mesmo de entrarem no apartamento, Carolina pediu para que a mãe falasse.
Melissa, por sua vez, comentou, que primeiramente deveriam entrar em casa, para que depois a mesma pudesse tocar no assunto. Assim, abriu a porta do apartamento, e foi logo pedindo para Carolina entrar.
A menina entrou em casa e Melissa fez o mesmo. Depois ela trancou a porta, e levou Carolina até o sofá para conversar.
Muito embora a casa estivesse ainda bagunçada, já havia geladeira, duas camas, um sofá, fogão, armários de cozinha e dois guarda-roupas nos quartos. Enfim, Melissa ía aos poucos, montando sua casa.
E assim, em meio a essa bagunça, sentadas no sofá, que as duas conversaram.
Melissa, ao notar que Carolina aguardava o começo da conversa, começou dizendo que ficou sabendo que ela comentou sobre Mauro, com Jane e Elisa.
Carolina, ao perceber a preocupação da mãe, respondeu quase chorando:
-- Mãe, eu não falei por mal. Me desculpa.
Melissa, vendo que Carolina estava nervosa, procurou acalmá-la. Dizendo que não tinha feito nada de mais, comentou que a falha havia sido dela, ao não recomendar que não tocasse no assunto.
Carolina por sua vez, continuava insistindo em dizer que não havia feito por mal.
Melissa então disse:
-- Eu sei que não. Você jamais faria alguma coisa por maldade. Mas é que tem certas coisas, que não devem ser ditas. Eu sei que parece horrível o que eu estou dizendo, mas é que nós precisamos nos preservar. Nem todo mundo pode ficar sabendo do que aconteceu, está bem? Jane e Elisa são boas pessoas. Mas infelizmente, nem todo mundo é.
-- Então, o que eu faço se me perguntarem sobre papai?
-- Diga simplesmente que não sabe como ele está, por que faz muito tempo que não o vê. Diga que ele está longe, e que vai demorar muito tempo para voltar. Apesar de não estar dizendo tudo o que as pessoas querem saber, você não estará mentindo. Está bem?
-- Sim, mamãe. Por que mentir é muito feio.
-- Sim, é. Mas as vezes nós precisamos omitir algumas coisas. Não é mentir. Além disso, a omissão, ou seja, deixar de falar sobre algo, só deve ser feito, quando uma verdade que não leva a nada, pode nos prejudicar. Não é trapacear e nem prejudicar os outros. É simplesmente nos preservar, nos proteger... Eu sei que talvez você não esteja entendendo quase nada do que eu estou falando, mas eu quero que saiba, que não estou pedindo para você mentir. Está bem? Eu só não quero que você se exponha demais.
Carolina concordou. Falaria que ele estava longe e que demoraria para voltar.
Contudo, preocupada com um possível retornou do pai, perguntou preocupada, se havia possibilidade de Mauro passar a viver com elas.
Melissa, desconcertada com a pergunta, resolveu pensar bem antes de responder. Pensou, pensou, até que chegou a seguinte resposta:
-- Olhe, Carol! Como você mesma sabe... Por mais que eu tenha tentado esconder de você, a minha vida com seu pai não estava legal, nos últimos tempos.
-- É, eu sei. Papai, vivia batendo na senhora.
Ao ouvir isso, Melissa chorou.
Carolina, assustada, perguntou a mãe, se fez alguma coisa errada.
Melissa, respondeu que não. Comentando que estava emotiva por conta do que vinha lhe acontecendo nos últimos tempos, explicou que ficou triste ao constatar que uma criança tão pequena quanto ela, tinha que, além de estudar, se preocupar com problemas domésticos.
Mas Carolina disse que não tinha como não ouvir os gritos dela.
Perceber isso fez Melissa ficar ainda mais triste. Tão triste que chegou a comentar:
-- Então meu anjo. Você sabia de tudo. Não é mesmo? Todas as vezes que eu apanhei de seu pai, você ouviu meus gritos, as brigas, as discussões.
Melissa ficou tão emocionada que abraçou a filha.
Carolina, então, começou também a chorar:
-- Papai é ruim. É uma pessoa muito má. Eu não gosto dele. Eu não quero que ele volte a morar com a gente, ele vai bater de novo em você. Não volta com ele, por favor. Nossa vida é tão feliz, aqui. – pediu ela, agarrando-se a mãe.
Melissa, percebendo a aflição da filha, prometeu que jamais imporia a presença de Mauro a ela.
A seguir tentou inutilmente explicar a filha, que suas diferenças com Mauro, não diziam respeito a ela. Que ele era um homem violento, mas nunca havia agredido-a.
O problema era com ela – Melissa – assim, Carolina não tinha que sentir raiva de Mauro por isso.
Mas Carolina, apesar de muito criança ainda, tinha perfeita noção de que o relacionamento dos dois não era bom.
Além disso, Mauro nunca se preocupara em ser gentil com ela. E a despeito de nunca tê-la agredido, ela sentia um profundo medo dele.
Tanto que a simples possibilidade de ver sua mãe e ela morando na mesma casa que ele, lhe era aterradora. Daí sua insistência em pedir a mãe que nunca mais voltasse para São Paulo.
Muito embora sentisse saudades da avó, temia que ele as achasse, se elas voltassem para aquela cidade.
Diante disso, Melissa concordou com a filha.
Voltar a viver com Mauro era impossível.
Contudo, Melissa precisava encontrar uma forma de explicar a mãe que estava bem.
E foi assim, que Melissa, ligando de um orelhão, informou sua mãe, que estava bem. Dizendo que estava morando no Paraná, comentou que estava muito bem instalada. Trabalhando muito, encontrou pessoas acolhedoras e gentis que a ajudaram a cuidar de Carolina.
Elena, ao ouvir a voz da filha, mesmo percebendo que a mesma estava bem, continuava preocupada. Tão preocupada, que mal conseguia deixar Melissa falar.
Tentando descobrir onde ela e a neta estavam, perguntou de inúmeras maneiras se as duas estavam bem, se estavam se alimentando corretamente, se estava bem instaladas, se estavam confortáveis, se estava tudo bem. Enfim, coisas que as mães sempre perguntam quando os filhos se ausentam.
Porém, percebendo que tudo estava bem, acabou por se acalmar um pouco.
Contudo, não deixou de perguntar onde estavam, e como faria para encontrá-las novamente.
Melissa, percebendo a afobação da mãe, pediu cautela.
Elena então, percebendo que o cuidado da filha, tinha razão de ser, comentou com ela, que Mauro freqüentemente a interpelava tentando descobrir seu paradeiro.
Melissa contou então a mãe, que precisavam ter muito cuidado com isso.
Por esta razão, ela não podia contar onde estava. Mas prometendo que arrumaria uma forma de se verem, combinou que assim que pudesse, as duas viajariam para algum outro estado, e nesse lugar se daria o encontro.
Contudo, precisavam ter cautela.
Elena então, mesmo ansiosa, concordou com a filha.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.
Poesias
quinta-feira, 8 de abril de 2021
DE TRISTEZA E DE SOMBRAS - CAPÍTULO 3
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