Poesias

sexta-feira, 2 de abril de 2021

CARINHOSO - PARTE II - CAPÍTULO 16

 

Aborrecida por ser contrariada, a moça acabou concordando em se encontrar com o rapaz.
Max, ao receber um telefonema da jovem, agendando um encontro, ficou surpreso.
Sem saber direito o que pensar, acabou concordando.
Iria se encontrar com a moça na mansão em que ela morava.
Surpreso, o moço descobriu que Laura havia se mudado de residência.
Preocupado em fazer uma boa figura, o moço dirigiu-se a uma loja.
Auxiliado pelo vendedor, o rapaz comprou um bom terno.
Gastou quase um quarto do salário com a roupa.
O vendedor, ao ouvir o comentário, começou a rir.
Satisfeito, o moço saiu sorrindo da loja.
Isaura recomendou-lhe que usasse um vestido bonito.
Laura, cansada de ser cobrada pela mulher, que criticou tanta displicência da moça, insistiu para que ela usasse um vestido verde.
Isaura ajudou a moça a se arrumar para o encontro.
Sugeriu que ficasse com os cabelos meio presos, meio soltos. Aparentando desalinho.
Animada, Isaura deu palpite até nas jóias que a moça deveria usar.
Laura estava impaciente com toda a intromissão.
Isaura argumentou que ela tinha o direito de dar palpites, já que ela não estava se empenhando em ficar apresentável.
Laura retrucava dizendo que seria uma simples conversa, não cabia tantos cuidados.
Isaura insistia em dizer que naquela noite, sua vida iria mudar.
Mais tarde, Maximiliano pegou seu carro e se dirigiu ao imóvel.
Ao se aproximar do portão, disse ao segurança que havia sido convidado pela dona do imóvel para um jantar.
O segurança então, abriu o portão.
Disse ao rapaz que dirigisse até chegar a garagem que ficava visível, ao lado da casa.
Maximiliano agradeceu e dirigiu o carro até o local indicado.
Foi conduzido a sala por Leonilde, que o recebeu na porta.
Surpreso, o moço ficou feliz ao saber que a mulher ainda trabalhava para Laura.
Leonilde comentou que a moça era um tanto esquentada, mas era uma boa patroa.
Relatou que todas as pessoas com quem convivera nos tempos em que trabalhou como motorista na antiga mansão, continuavam trabalhando para ela.
Maximiliano relatou que era muito bom ouvir isto.
Minutos depois, Isaura se apresentou.
Disse que Laura iria descer dali a pouco.
E assim foi.
Laura desceu as escadas da mansão.
Maximiliano, ao vê-la, ficou encantando.
Isaura e Leonilde, decidiram se afastar.
Quando Laura se aproximou da sala, o moço se aproximou. Estendeu sua mão.
A moça o cumprimentou.
Perguntou-lhe se estava bem.
Maximiliano respondeu que sim.
Laura então, convidou-o a se dirigir a sala.
Perguntou-lhe se gostaria de beber alguma coisa.
Maxiliano respondeu que gostaria de tomar um vinho.
A moça ofereceu-lhe um cálice de vinho do porto.
Maximiliano agradeceu o oferecimento.
Laura, ao perceber que o moço se sofisticara, comentou que ele estava muito elegante. Relatou que ele não parecia a mesma pessoa que havia conhecido doze anos atrás.
O moço corrigiu-a dizendo que eles se conheciam há quase catorze anos.
- Tanto tempo assim? – perguntou Laura espantada.
- Pois, é, o tempo passa! – respondeu.
Laura ficou constrangida ao ouvir o comentário.
O moço ao perceber isto, argumentou que não estava cobrando nada. Falou que estava apenas respondendo uma pergunta.
Aproximando-se, segurou o rosto de Laura, que assustada, tentou se afastar.
Maximiliano contudo, segurou-a pelo braço.
Nisto, a moça pediu para se afastar.
Max respondeu que não o faria.
Laura enervada, disse-lhe que ele não poderia fazer isto.
Maximiliano retrucou dizendo que só queria conversar e que não aceitaria ordens suas.
A moça ficou espantada com a atitude do rapaz.
Max então soltou-a.
Em seguida, pediu-lhe desculpas.
Nervoso, argumentou que não devia estar ali.
Comentou que já devia saber que aquilo era um erro. Chateado, comentou que estava cansado de esperar uma explicação, de tentar entender o que havia acontecido. Relatou que tinha direito a uma explicação, mas estava ciente de que isto nunca iria acontecer.
Quase chorando, pediu desculpas por havê-la convencido a se casar, sabendo que não poderia oferecer-lhe o que tanto queria. Disse que se sentia um enganador. Argumentou que talvez tivesse sido punido por tê-la enganado.
Argumentou que estava cansado de sofrer e de ver tanta gente a sua volta, sofrendo.
Relatou com os olhos perdidos, que não sabia mais o que fazer da própria vida.
Laura ao perceber a tristeza do moço, disse-lhe que não precisava pedir desculpas.
Argumentou que ela também errara ao partir sem dar explicações.
Como justificativa, relatou que se tentasse explicar seu intento, seria impedida de fazê-lo. Pediu desculpas por ter agido de forma intempestiva, mas mencionou que não teve outra alternativa.
Max ouviu as palavras da moça.
Relatou que não devia estar ali.
Nisto, fez menção de sair da casa.
Neste momento, Laura pediu para que ficasse.
Disse que ainda tinham muito o que conversar.
Maximiliano por sua vez, tentou argumentar dizendo que não devia continuar insistindo no assunto.
Laura então, tentando mudar de tema, comentou que todos no escritório, estavam gostando de seu trabalho.
A moça comentou que Angelo estava satisfeito com seu desempenho.
Nisto, o rapaz perguntou-lhe por que não o demitira.
Laura explicou que não tinha motivos para fazê-lo já que trabalhava tão bem.
Ao notar o ar de surpresa do moço, a mulher respondeu que não tinha nada contra ele.
Maximiliano falou que não a entendia.
Laura respondeu que não era a megera que ele estava pensando.
Nesta ocasião, Leonilde informou que o jantar seria servido.
Laura agradeceu e convidou o moço para jantar.
O casal caminhou em direção a sala de jantar.
Jantaram.
Isaura, em conversas com Laura, perguntou o que o moço gostava de comer.
A moça retrucou dizendo que não sabia.
Argumentou que fazia anos que não convivia com Maximiliano, e não sabia mais do que ele gostava.
Isaura então, ciente da origem humilde do rapaz, resolveu fazer uma macarronada.
Com isto, o casal jantou.
Laura comentou que não sabia do que ele gostava e que Isaura resolveu com Erotildes, que iriam fazer macarrão.
Maximiliano rindo, comentou que sempre gostou de uma boa feijoada.
Nisto, completou dizendo que ela sabia disto.
Laura perguntou se ele ainda gostava de feijoada.
Max respondeu que sim.
A empresária argumentou que estava tarde, e que não seria uma boa idéia uma feijoada aquela hora da noite.
Enquanto jantavam, Max ficou a se recordar das refeições preparadas por ela.
Comentou que ela cozinhava muito bem.
Em dado momento, chegou a perguntar se ela ainda cozinhava.
Laura respondeu que quando esteve a frente de seus restaurantes, fez alguns cursos de culinária. Falou que chegou a cozinhar também. Mas relatando que seu forte não era a cozinha e sim administrar seus projetos, comentou que estava mais feliz agora, sendo dona de seu próprio nariz.
A esta altura, o moço perguntou se ela era feliz.
Laura achou curiosa a pergunta. Comentou que sim, era muito feliz.
Maximiliano perguntou-lhe se não se sentia só.
A empresária respondeu-lhe que não.
O rapaz argumentou que às vezes se sentia só, vivendo naquela cidade imensa.
Laura perguntou-lhe dos amigos, se não possuía uma namorada.
Maximiliano respondeu que não tinha namorada.
Nisto, Laura comentou que não queria ter nenhum tipo de inimizade com ele.
Mencionou que estava namorando um rapaz, e que não queria deixar histórias inconclusas para trás.
O rapaz, ao perceber o tom da moça, ficou deveras incomodado.
Tanto que indagou Laura do porquê daquelas palavras.
O moço perguntou então, se ela pretendia se casar novamente.
Constrangida, a mulher respondeu que isto não vinha ao caso.
Maximiliano insistiu em falar-lhe que vinha sim ao caso.
O clima tenso se instalou.
Antes porém, o casal conversou sobre amenidades.
Laura mencionou que para se tornar dona de restaurante precisou se aperfeiçoar e aprendeu a fazer pratos sofisticados.
Max por sua vez, falou que aprendeu a apreciar outros pratos mais elaborados, mas que ainda assim, preferia o trivial caseiro. Comentou que sentia falta do tempero da comida de sua mãe, e que sentia saudade dos tempos em que vivia no campo.
Relatou que nem mesmo doze anos longe do campo, o convenceram de que a vida na cidade era melhor.
Nisto, o moço perguntou se ela não sentia nem um pouco de saudades dos tempos em que vivera no campo.
Laura respondeu que sua origem era esta, mas nunca se identificou com aquele modo de vida.
Ao ouvir isto, o jovem ficou desapontado.
Laura então, recordando-se de uma tarde em que passou com o pai e os irmãos de criação, fez um aparte. Contou sentia muito carinho por algumas lembranças ternas que guardava daqueles tempos. Salientou contudo, que não gostaria de voltar a viver no campo, talvez e apenas, fazer um passeio pelo lugar.
Maximiliano sorriu.
O clima estava ameno.
E continuaria assim, se a moça não tivesse comentado que estava namorando um rapaz, e que tinha interesse em formalizar o divórcio.
Max, ao ouvir as palavras da jovem, ficou furioso.
Indagou se fora por esta razão que o convidara para o jantar.
Laura sem jeito, contou que estavam separados há muito tempo, e que não era justo mantê-lo preso a um compromisso que só existia no papel. Tentando amenizar a situação, relatou que ele tinha direito a ser feliz com outra pessoa, da mesma forma que ela.
Nervoso, o moço comentou que ela deveria ter pensado nisto antes, e que ele não estava disposto a conceder o divórcio assim tão fácil.
Laura ao ouvir isto, perguntou-lhe se ele tinha interesse no patrimônio dela.
Nervosa, comentou que ela poderia provar que ele não contribuiu em nada para a aquisição dos bens, e que haviam se casado no regime da comunhão parcial de bens.
Maximiliano, ao ouvir as palavras da empresária, respondeu gritando, que não estava interessado em seu rico patrimônio, em seus bens tão mesquinhamente ganhos.
Nisto, comentou que não aceitaria tamanha desfaçatez e que não ela não tinha o direito de brincar com o sentimento das pessoas.
Laura argumentou que não estava brincando com os sentimentos de ninguém. Disse que não mandava em seu sentimento, e estava gostando de Humberto.
Curioso, Maximiliano perguntou se este Humberto também era empresário.
- Não é de seu interesse! – retrucou Laura.
Nervoso, Maximiliano, ao perceber a mulher se afastando, aproximou-se dela e a segurou pelo braço.
Laura, ao perceber que o moço estava furioso, assustou-se.
Exigiu que ele soltasse seus braço.
Max contudo, a segurava com mais força.
A certa altura, Laura disse-lhe que ele a estava machucando.
Insistiu para que ele a soltasse.
Maximiliano contudo, gritou dizendo que não a soltaria.
Ao ouvir o berro, Leonilde e Isaura acorreram a sala de jantar.
Quando a governanta fez menção de intervir, Isaura a impediu.
Disse que eles se entenderiam.
Leonilde ao ver o modo como Max segurava o braço de Laura, argumentou que ele poderia machucá-la.
Isaura por sua vez, falou que ele jamais a machucaria.
No entanto, caso houvesse necessidade, interviria. Contudo, o momento não era chegado.
Alegou.
A mulher insistiu que eles precisavam se entender, e que este entendimento só chegaria quando um deles tomasse uma atitude.
No caso, Max.
Leonilde concordou. Mas disse que se ele não parasse de apertar o braço da patroa, seria obrigado a chamar um dos seguranças.
Isaura concordou.
Só recomendou que esperasse um pouco.
Nisto, as mulheres se afastaram.
Furioso, Max acusou Laura de oportunista e interesseira. Argumentou que ela só estava namorando este tal Humberto, por que ele devia ser bem mais rico do que ela.
Laura ao ouvir as palavras do moço, gritou dizendo que ele não entendia nada.
Logo ele dizendo isto.
Maximiliano, percebendo que a moça se referia ao patrimônio que amealhara, e o temor que tinha de que ele exigisse parte dos bens, gritou dizendo que não estava interessado em seu dinheiro.
Mencionou que se tivesse interessado em dinheiro, já teria promovido o divórcio a seis anos atrás. Argumentou que possuía um apartamento próprio e um carro quitado, e que não dependia de ninguém para nada.
Laura neste momento, pediu chorando para que ele a soltasse.
Maximiliano então, ao olhar para o braço de Laura, soltou-a.
Ao notar que a pressão que usara para segurar a moça deixou seu braço vermelho, pediu desculpas. Perguntou se a havia machucado.
Laura não respondeu.
Maximiliano aproximando-se, segurou novamente o braço da moça.
Laura pediu então, para que ele não se aproximasse novamente.
O moço ao perceber que a moça pretendia resistir, pediu para que ela não se opusesse, pois não tinha a intenção de machucá-la.
Só queria ver como o braço estava.
E assim, segurando delicadamente o braço da moça, perguntou se doía, quando ele pressionava.
Laura respondeu deu um pulo.
Maximiliano pediu-lhe novamente desculpas.
Disse que isto não iria se repetir.
Laura sentou-se novamente a mesa.
Disse que seu advogado iria contatá-lo para providenciar o divórcio.
Maximiliano respondeu-lhe que não lhe daria o divórcio.
Comentou novamente que não estava interessado em seus bens, mas que ainda assim, não facilitaria as coisas para ela.
Laura aborrecida, levantou-se. Passou por Max.
Quando se aproximou da escadaria, o moço puxou-a novamente pelo braço e lhe disse que ele não iria se separar dela.
Laura aborrecida, se desvencilhou do moço, que insistente, perguntou se ela gostava de Humberto.
Procurando provocá-la, o jovem falou-lhe que ela não parecia muito entusiasmada quando falava nele.
Laura retrucou dizendo que ele cuidasse de sua própria vida.
Nisto, voltou-se novamente para a escada.
Disse que estava muito cansada e que iria se recolher. Por fim, falou que ele poderia ficar, se quisesse, mas que não tardasse muito para sair.
Nisto pediu licença e começou a subir as escadas.
Maximiliano, ao perceber que a moça se afastando, vendo Laura no meio da escada, sem pensar no que estava fazendo, subiu as escadarias.
Segurou novamente a moça pelo braço.
Laura tentou repeli-lo, mas Max, dizendo que era perigoso ficar se debatendo na escada, exigiu que ela subisse.
A moça teimou dizendo que dali não sairia enquanto ele não descesse as escadas.
Como Maximiliano não estava interessado em retroceder, o jovem decidiu segurar a moça no colo.
Laura, esperneou.
Insistiu para que ele a colocasse no chão, mas Maximiliano não atendeu, exigindo que ela parasse de pular, sob o argumento de que agindo daquela forma, os dois acabariam caindo das escadas.
Max disse-lhe que só queria conversar e que se depois daquela conversa, ainda assim ela estivesse disposta a levar o divórcio adiante, poderia fazê-lo, pois não iria mais se opor.
A empresária, ao ouvir as palavras do moço, concordou em atendê-lo.
Nisto, disse que poderiam conversar no escritório.
Maximiliano contudo, insistiu para que subissem, e que se assim não fosse, o trato estaria desfeito.
Sem alternativa, a moça concordou.
Com isto, ao final da escada, o moço soltou-a.
Maximiliano perguntou-lhe onde ficava seu quarto.
Laura indicou-lhe o caminho, e Maximiliano levou-a até lá.
A certa altura, sem ouvir sons da sala de jantar, as mulheres se encaminharam para o local.
Espantaram-se quando não viram o casal.
Aproximaram-se do escritório, mas perceberam que o mesmo estava vazio.
Isaura animada, comentou que as coisas transcorriam melhor do que imaginara.
Leonilde não compreendeu o comentário, mas Isaura, disse que iria se aproximar do quarto de Laura.
Assim o fez.
Percebeu que havia gente no quarto, mas a porta estava encostada.
Discretamente se afastou.
Com isto, Laura e Maximiliano conversaram.
O moço contou-lhe sobre toda a mágoa que sentia por ter sido abandonado, e que tal fato fizera com que abandonasse a fazenda.
Cansou de ser apontado como o coitado, e de ter de arrumar outra mulher só para dizer que havia superado tudo. Disse ter ficado cansado de enfrentar o olhar de pena de todos.
Afastou-se de tudo. Não queria nenhum contato com nada que lhe lembrasse dela.
Laura por sua vez, tentou se explicar.
Disse que não gostou de ser enrolada, que queria muito viver na cidade.
Comentou sobre os anos que vivera ali, de sua luta, dos anos de estudos. Argumentou que não tinha nada contra ele, que não lhe desgostava, só achava que não combinavam, já que tinham interesses diversos.
Maximiliano comentou então, que ainda trazia guardado consigo, o livro de poesias que ela lhe dera de presente.
Nisto, o moço perguntou-lhe se ainda gostava de poesia.
Laura respondeu que sim, muito embora não encontrasse tempo ultimamente para ler.
Maximiliano lamentou.
Comentou que ela tivera tanto trabalho para se ilustrar, se instruir e se esquecera do mais importante, que era aproveitar a vida.
Laura por sua vez, diante das palavras do moço, argumentou que sabia sim, aproveitar a vida.
Comentou sobre as viagens que fizera, dos lugares que conhecera.
Max argumentou que todavia, ela estava sempre sozinha.
Laura retrucou dizendo que não.
Por diversas vezes estivera acompanhada.
Ao ouvir tais palavras, o moço se impacientou novamente.
Laura por sua vez, indagou:
- O que você esperava? Que eu ficasse eternamente sozinha? Pois eu duvido que você tenha ficado sozinho todo este tempo.
Maximiliano então, tentando provocar a moça, disse que sim, tivera muitas namoradas, e que todas elas eram muito melhores que ela.
Laura ao ouvir isto, perguntou:
- E por que você não escolheu nenhuma delas para se casar?
Maximiliano argumentou que já estava casado, e que não pretendia se desfazer de seu compromisso. Comentou que casamento era para a vida inteira, e que não havia esquecido de sua promessa.
Laura indagou a respeito da promessa:
- Que promessa?
Mais do que depressa o moço respondeu que ao se casar com ela, fizera uma promessa de que a vida de ambos seria repleta de felicidade e de bons momentos. Argumentou que não pudera cumprir com a promessa tempos atrás, mas que agora estava disposto a fazê-lo, se ela lhe desse a oportunidade.
Ao ouvir isto, Laura perguntou-lhe o que estava querendo dizer com aquelas palavras.
Maximiliano mais do que depressa respondeu que não pretendia se separar, que ainda gostava muito dela e que estava disposto a retomar o casamento.
Laura espantou-se.
Procurando entender o que estava acontecendo, começou a rir.
Para decepção de Max, relatou que a proposta não tinha fundamento, no que o moço retrucou dizendo que tinha todo o fundamento sim.
Procurando deixar a moça sem saída, perguntou-lhe por que não havia providenciado o divórcio quando chegou na cidade. Procurando deixá-la confusa Max relatou que ela também não havia se esquecido dele e que tinha sim, saudades daquela vida simples.
Irritada, Laura argumentou que ele estava imaginando coisas.
Maximiliano retrucou dizendo que não.
Nisto, fez outra proposta. Disse que se o relacionamento deles não era importante, poderia fazer o que quisesse que ela não se importaria.
Laura assentiu afirmativamente.
Maximiliano então, num gesto brusco, beijou a moça.
Percebendo que ela tentou se afastar, o homem segurou-a com mais força.
Ao notar que a estar altura a mulher não oferecia resistência, Max decidiu se afastar.
Laura não sabia o que pensar.
Com isto, Maximiliano aproximou-se novamente.
Beijou-a novamente.
A certa altura, a moça alisava os cabelos do moço.
De manhã, o rapaz se recompôs.
Abriu a porta do quarto.
Olhou para o corredor para se certificar de que não havia ninguém por perto.
Desceu pé ante pé as escadarias.
Ao chegar na sala de jantar, assustou-se com a presença de Isaura, a qual sorrindo, desejou-lhe bom dia.
Constrangido, o moço respondeu.
Perguntou-lhe se fazia muito tempo que estava ali.
Isaura respondeu que sabia que ele havia passado a noite na casa.
Sorrindo, perguntou se eles haviam se entendido.
Confuso Maximiliano respondeu que não estava certo disto.
Isaura então indagou:
- Como assim? Mas é claro que sim. Laura nunca trouxe nenhum de seus namorados para dormir em casa.
Incomodado, Maximiliano respondeu que não era namorado da moça e sim marido.
Isaura respondeu que este era um motivo a mais para chegar a conclusão de que as coisas estavam chegando a um bom termo.
Nisto a mulher convidou-o para o café.
Conversaram.
Isaura recomendou-lhe que aguardasse a moça, mas Maximiliano respondeu-lhe que tinha hora para trabalhar.
Isaura sugeriu então, que retornasse na hora do jantar.
Maximiliano argumentou que precisaria trabalhar até tarde, mas assim que se desincumbisse de suas funções, iria até a mansão.
Assim, despediu-se da mulher, prometendo voltar.
Quando Laura acordou, resolveu tomar um banho, vestiu-se, arrumou-se e desceu as escadas.
Tomou um café da manhã apressadamente, mal tendo tempo para conversar com Isaura.
Em seu escritório, a moça analisou documentos, atendeu telefonemas, participou de uma reunião.
Maximiliano analisou documentos contábeis.
Não se encontraram durante o expediente.
Ao término do trabalho, o moço se encaminhou para a mansão.
Combinado com Isaura, o rapaz teve sua entrada liberada.
Ao adentrar a mansão, o moço foi informado que Laura havia acabado de chegar, e que iria jantar em seu quarto.
Ao ouvir isto, o rapaz sugeriu ele mesmo levar o jantar para a moça.
Perguntou se não havia inconveniente quanto a isto.
Isaura respondeu que não.
Com isto, o moço levou o jantar para o quarto da moça.
Bateu na porta.
Laura pediu para entrar.
A esta altura, já estava de banho tomado, roupão e lendo um livro deitada em sua cama.
Ao ver Maximiliano se aproximando, espantou-se.
Perguntou o que fazia ali.
O moço respondeu que iria servir seu jantar.
Laura riu.
Perguntou se ele não devia estar em sua casa, descansando.
Maximiliano respondeu que poderia fazê-lo ali, caso ela autorizasse.
A moça riu.
Ele por sua vez, pediu licença e sentou-se a seu lado na cama.
Jantaram juntos.
Maximiliano brincava de colocar comida em sua boca.
Os dois riam animados.
Isaura, ao circular pelo corredor, podia ouvir os risos.
Feliz, comentou com Leonilde que eles estavam se acertando.
Com o tempo, as visitas passaram a ser cada vez mais freqüentes.
Certo dia, a moça recebeu uma ligação de Humberto.
Estranhando a ausência da jovem, o rapaz perguntava quando tornariam a se encontrar.
Constrangida, a moça atendeu a ligação perto de Maximiliano, que ao perceber que ela conversava com o rapaz, perguntou se ela não havia terminado o namoro.
Laura nervosa, respondeu que este tipo de conversa não poderia ocorrer por telefone.
Maximiliano exigiu que ela marcasse um encontro com o rapaz e terminasse o namoro.
Ao ouvir isto, a empresária argumentou que não agiria pressionada.
Relatou que quando a oportunidade se apresentasse, conversaria com o rapaz.
Maximiliano se aborreceu.
Com isto, dias mais tarde, Humberto resolveu fazer uma visita a moça.
Sem avisar, dirigiu-se a sua casa, sendo recepcionado por Leonilde.
Qual não foi a surpresa do moço, ao ver Laura sendo abraçada por Maximiliano. Rapaz que não conhecia.
Imediatamente exigiu explicações.
Como Laura permanecesse muda, Maximiliano instou-a para que falasse.
Argumentou que ou ela conversava com o rapaz, ou ele mesmo contaria.
Pressionada, a jovem chamou o moço para conversar no escritório.
Apreensiva, explicou-lhe que o rapaz que vira em sua sala, era um antigo conhecido seu, com quem tivera um relacionamento, há muitos anos atrás.
Humberto, aborrecido, respondeu que ela deveria ter mais respeito por ele e não ficar se esfregando com qualquer um.
Ofendida, a moça respondeu que não estava se esfregando em ninguém, e que Maximiliano não era qualquer um.
Humberto irônico, argumentou que ela o havia traído, e que portanto, não era digna de respeito ou de confiança. Furioso, chamou-a de ordinária.
Maximiliano, ao ouvir da sala, as ofensas do moço, irrompeu no escritório e desferiu-lhe um soco no rosto.
Disse para que tivesse respeito com a moça.
Argumentou que pelo que ouvira dos empregados, o relacionamento dos dois não era bem um namoro, posto que raramente se encontravam ou se falavam, ainda que por telefone. Então, não havia motivos para tanta celeuma.
Humberto argumentou que estavam saindo juntos já há algum tempo, e que ele pretendia tornar o relacionamento mais sério. Mencionou que pretendia se casar com a moça, mas ela com sua estupidez, havia estragado tudo.
Maximiliano, ao ouvir as palavras do moço, disse-lhe que ela já era casada e que jamais poderia se casar com ele.
O empresário, que procurava se recuperar do choque, e se recompor do soco que levara, ficou ainda mais transtornado.
- Casada? Como assim, casada? – indagou.
Maximiliano respondeu-lhe que estavam casados há quase quinze anos, muito embora, só tenham vivido juntos por um ano.
Humberto não compreendia.
Por fim, chamou a todos de loucos, e disse que não queria vê-los em sua frente nunca mais.
A Laura, disse que não a queria ver mais nem pintada e ouro e recoberta de diamantes.
Laura por sua vez, respondeu que ele ficasse descansado, pois não iria nunca mais procurá-lo.
Argumentou que não pretendia fazer tão bela figura diante dele, e que tentaria retomar sua vida. Por fim, lamentou que ele soubesse dos fatos daquela forma, mas argumentou que não imaginou que voltaria a viver com seu marido.
Humberto argumentou que nunca fora tão ofendido em sua vida.
Laura pediu-lhe desculpas.
O empresário por sua vez, redargüiu dizendo que nada diminuiria a raiva que estava sentindo.
Desejou que passasse muito mal.
Nisto, retirou-se do escritório, e ao pegar o carro, arrancou e cantou pneu.
Humberto saiu a toda, rua afora.
Laura e Maximiliano, se entreolharam.
O rapaz então, perguntou a moça se estava tudo bem, no que ela respondeu que sim.
Ao contar o ocorrido a Isaura, a jovem escutou a mulher lhe dizer que não devia ter tardado tanto para contar a Humberto o que estava acontecendo.
Laura argumentou que precisava esperar o momento oportuno para fazê-lo, mas que este momento nunca chegou.
Isaura redargüiu dizendo que daquela forma, as coisas ficaram ainda piores.
Laura respondeu que agora o mal já estava feito, e que não havia jeito de modificar as coisas.
Isaura concordou.
Melhor deixar as coisas como estão, o tempo de encarregaria de tornar o golpe mais leve.
Diante disto, depois de inúmeras cobranças do rapaz, Laura tornou a conviver com o marido.
Feliz, certa vez Maximiliano comentou que ela estava mudada, e que o relacionamento estava melhor. Nisto, o moço disse-lhe que estava mais leve e mais solta.
Laura respondeu que teve tempo suficiente para aprender o que precisava saber para viver um bom relacionamento.
Por fim, completou dizendo que nenhum dos homens com quem se relacionou reclamou.
Maximiliano não gostou de ouvir estas palavras.
A moça, percebendo isto, comentou brincando, que tudo fora uma preparação para voltar a viver com ele, viver de forma inteira, mais à vontade. Como não havia feito antes.
Percebendo que o moço ficara amuado, a jovem aproximou-se dele e começou a beijá-lo.
Acariciou seu rosto e alisou seus cabelos.
Por fim, o moço comentou que estava gostando da atenção dispensada.
Laura começou então a fitá-lo.
Por fim, colocou seu corpo em cima dele e o jogou na cama.
Maximiliano começou a rir.
Intrigada, a moça perguntou do que ele estava rindo.
O rapaz respondeu:
- Engraçado! Eu me casei com uma moça séria, tímida, reservada. Mas agora, ao reencontrá-la, vejo uma mulher segura, ainda séria e reservada, mas muito mais desinibida.
Curiosa, Laura perguntou-lhe se estava achando a mudança ruim.
Maximiliano respondeu que não.
Por fim, exigiu que ela não saísse com mais ninguém. Disse que agora seriam só os dois.
Laura rindo, comentou que não pretendia mais arrumar namorados.
Maximiliano era só alegria.
Isaura também ficava encantada de ver o casal junto.
Maximiliano vez ou outra, recitava poemas para Laura, que ficava encantada.
A moça ficava impressionada com a capacidade do moço em memorizar poesias.
Dizia que para se lembrar de todos os detalhes, de todos os versos, precisava ler no livro.
Já Maximiliano memorizava algumas poesias.
Sorrindo, o moço dizia que não havia se esquecido do quanto ela gostava de coisas belas.
Isaura, ao ouvir uma das poesias, bateu palmas e exclamou:
- Bravo!
Ao perceberem que eram observados, Laura e Maximiliano começaram a rir.
Os dois estavam no escritório nesta ocasião.
Com isto, a pedido de Max, Laura providenciou uma festa de comemoração dos quinze anos de casamento. Para isto, convidou alguns amigos.
Maximiliano apresentou seus amigos a moça.
Todos ficaram espantados de sabê-los casados, e há tanto tempo.
Contar a todos a história, foi um caso a parte.
Quando então, ficavam sabendo do tempo em que se casaram e depois se separaram, comentaram que eles deviam se gostar muito para insistirem na união.
Alguns diziam que parecia novela.
Laura e Maximiliano riam com os comentários.
Para surpreender o marido, Laura providenciou um bonito vestido branco.
Maximiliano usou um fraque.
O homem ao ver a esposa em um vestido vaporoso, ficou emocionado.
Nesta época, o moço insistiu para que ela chamasse seus pais de criação para a festa.
O rapaz disse que chamaria seus pais.
Laura, sem ter como recusar, e diante da insistência do moço, embora tenha discutido com ele num primeiro momento, acabou concordando. Com isto, chamou a todos.
Quanto o moço sugeriu tentar localizar Ludmila, Laura encheu-se de fúria e argumentou que ela não seria convidada.
Argumentou que ela nunca fizera parte dos grandes acontecimentos de sua vida, e não seria agora que ela iria invadir sua vida.
Maximiliano tentou argumentar, mas Isaura, já sabedora desta circunstância, tentou conversar com a moça.
Laura porém, estava inflexível.
Não admitia que ninguém se intrometesse em sua vida.
E assim, Ludmila não foi convidada para a festa.
No dia da festa, Zélia e Olavo, abraçaram emocionados, a filha que não viam há tantos anos.
Vicente e Antonio também foram convidados, assim como sua família e seus filhos.
Laura descobriu então, que tinha sobrinhos.
Rosália e Antunes, abraçaram o filho.
Advertiram Laura que se desta vez não fizesse o filho feliz, ela haveria de se entender com eles.
Antunes, ao perceber que Rosália pretendia passar uma descompostura em Laura, interrompeu a mulher. Disse que aquela não era ocasião mais apropriada para se fazer cobranças e sermões. Que aquele era um momento de alegria do casal, e que eles não estavam ali para atrapalhar.
Contrariada, a mulher se calou.
Com isto, deu-se lugar a uma bonita cerimônia celebrada no imenso jardim da mansão em que um coreto montado para a ocasião.
O casal foi aplaudido, fotografado.
Valsaram juntos, cortaram um bolo.
Os convidados cumprimentaram os casados. Desejaram de fato, a felicidade que ainda não tiveram.
E de fato o foram.
Tiveram duas filhas.
No primeiro ano após reatarem o relacionamento, Laura teve uma menina a quem deu o nome de Dandara.
Maximiliano estranhou o nome, mas a pedido da esposa, registrou a criança com o referido nome.
Laura justificou dizendo que havia uma música muito bonita, cuja personagem tinha este nome. Argumentou que era um nome sonoro e diferente.
Dois anos depois nasceu Júlia.
Nome este, escolhido por Maximiliano.
Laura contratou babás para cuidar das crianças.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a autoria.

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