Há muitos e muitos anos, um grupo de mineiros vagava numa caravana de carretas, entre o
Planalto e a Serra do Rio Grande do Sul.
Muitas famílias completas faziam parte do grupo, e elas
queriam fundar uma vila, uma cidade, mas o local de assentamento só poderia ser escolhido por
Nossa Senhora, cuja imagem sagrada eles traziam numa carreta, com altar e tudo.
E assim vagavam de pago em pago, acampavam, armavam o altar, passavam aí alguns dias
e, como não recebiam sinal de Nossa Senhora, recarregavam as carretas e iam embora.
Até que um dia pararam nuns campos lindos, banhados pela luz de Deus, com uma estranha
beleza solitária.
Ao descarregarem as carretas, alguém teria dito:
"Que soledade!"
Bueno, acamparam e tal, e depois de alguns dias, recarregaram tudo, prontos para partir de
novo.
Porém, quando chegou a hora da partida, quebrou-se o eixo da carreta que levava a imagem
de Nossa Senhora.
Foi por isso que descarregaram tudo, consertaram o eixo e quando quiseram partir, mais
uma vez, surpresa: quebrou-se o eixo, de novo.
Outra vez descarregaram, consertaram o eixo e se
dispuseram a partir.
Quando se quebrou o eixo pela terceira vez, eles compreenderam que era um
aviso: Nossa Senhora tinha escolhido, afinal, a sua querência.
Então, ali, naquele chão sagrado, eles ergueram ranchos, galpões, estâncias.
E Nossa
Senhora abençoou o esforço, a fé e a dedicação de todos, fazendo prosperar Soledade, a terra
escolhida pela própria Mãe de Deus.
Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário