Todos contribuiram com o desenvolvimento de Taboão da Serra.
Dizem os historiadores que no dia 25 de janeiro de 1958, numa linda manhã, feriado apenas em
nossa capital, foi criada a comissão dos nove pró emancipação político-administrativo do então
distrito de Taboão, do município de Itapecerica da Serra, para criação do Município independente
e autônomo de Taboão da Serra.
Fizeram parte da Comissão os seguintes moradores do Taboão: Dr. José Jesuíno Maciel, médico
(já falecido); Benedito Carneiro de Freitas (inspetor da Guarda Civil)(falecido); José André de
Moraes, senhor Zeca (falecido); D. Luzia Hellmeister Jurado, proprietária; Sebastião da Cunha,
tabelião (falecido); Houke Hataka (falecido), o José da Farmácia Naira; José Ruiza Moreno,
mecânico; Alvaro Manoel de Oliveira (falecido), maestro da Banda; e Léo Baranówsky, químico
(falecido).
Ainda mencionamos os 120 eleitores de Taboão que subscreveram o requerimento dirigido à
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, pedindo a nossa Emancipação, bem como o apoio
quase unânime de todo o povo taboanense, sem os quais não teríamos conseguido a nossa
independência.
HOJE
Vamos mostrar abaixo a história do município de Taboão da Serra, que hoje completa 45 anos de
Emancipação Político-Administrativa.
Como os nomes de cidades e vilas, em quase sua maioria, se não se referem diretamente a um
alguém ou a um acontecimento, passam a dar margem a várias interpretações.
Eis as principais:
– Consta que, à beira rio, ou até melhor, à beira córrego que divide nossa cidade, havia um
aglomerado indígena e, por conseguinte, algumas tabas.
A beira do caminho ficava a taba maior,
a “tabona”.
Mas, o uso freqüente quando a ela alguém se referia, fazia dizer o “Taboa”, e,
posteriormente, o “Taboão”.
A outra versão fala de um artesão forte e musculoso que usava a taboa em seus trabalhos.
Ao lado
de sua atividades, mantinha ele, também, uma pousada que passou a ser denominada de “Casa
do Taboão”.
Posteriormente, quando da criação do município, foi acrescentado “da Serra”, logicamente pela
sua posição geográfica, para denominação e também por ter sido desmembrado do município de
Itapecerica da Serra.
Sua bandeira é formada de três campos de três palas, nas cores branca, vermelha e preta,
representando, respectivamente, a contribuição do branco; do índio da nossa formação (de cuja
cruza ameríndia vieram os mamelucos, nascidos em Santo André); e posteriormente o preto, que
com seu trabalho foi colaborador valioso em prol da economia nacional.
No segundo campo, ou
sobre a pala do centro, em vermelho vem o brasão da cidade, reproduzido em seu todo.
Seu brasão é redondo, estilo português, cortado e meio partido, com campo de prata, de sinocle
verde, um pinheiro; no segundo, uma polia de sable, e no terceiro campo do mesmo esmalte, a
figura de Mercúrio.
Os símbolos exteriores são: suportes, dois ramos de café frutificados na cor
natural.
Num listel de preta, em letras goles (vermelhas), a legenda: “1953-Labor Omnia Vincit1960”.
Aspectos Geográficos
Taboão da Serra é cidade vizinha da Capital paulista, com quem se limita ao Sul, Leste e Norte.
Seu limite Oeste, é com o município do Embu.
Ocupando uma área não muito extensa, seu território é de 22 quilômetros quadrados.
Taboão da
Serra é formada por quase uma centena de loteamentos que, constituindo cada um deles um
bairro, dá a Taboão quase uma centena de bairros, onde vivem cerca de 200 mil habitantes.
Sua latitude é de 23º36’15" Sul, longitude de 46º45’50" Oeste, altitude de 740m, distanciando 16
quilômetros da Praça de Sé.
Oferece um clima saudável, excelente, sem poluição que é o mal das
grandes cidades, isso porque a municipalidade de Taboão da Serra proíbe a instalação de firmas
ou indústrias que possam vir a modificar a ótima situação do ar local.
A cidade é cortada por dois córregos: o Pirajussara e o Poá, ambos encontrando o Rio Pinheiros, nas divisas com a Capital.
Em toda sua extensão, a cidade é percorrida pela Rodovia Bittencourt (BR-116), um dos maiores
escoadouros da produção paulista que demanda o Vale do Ribeira, e todo Sul do Pais.
Em terreno acidentado (Serra), Taboão tem seu espaço útil disputado palmo a palmo pelas
imobiliárias e pelas construções particulares, apresentando um dos maiores índices de construção
do Pais.
Taboão da Serra está totalmente alicerçada economicamente em atividades industriais e
comerciais, inexistindo qualquer atividade agrícola de vulto.
Aspectos Históricos
Tudo começou há quase cinco séculos.
Não mais que trinta anos haviam se passado do
descobrimento do Brasil, quando soldados, degredados, comerciantes e índios, aventuraram-se ao
caminho do interior, em busca das fabulosas riqueza que dizia-se existir na terra recém descoberta.
Junto a eles partiam os jesuítas em sua nobre missão de participar e catequizar os índios, donos
da terra.
Passou-se algum tempo e fundado e consolidado, estava o Colégio de São Paulo, e a marcha para
o Oeste passou a ser necessidade premente, sendo, por isso, preparada e organizada.
Partindo dos Campos de Piratininga ruma ao desconhecido, Taboão da Serra tornou-se
obrigatoriamente parte do roteiro e passagem forçada dos que se dirigiam em direção do Embu
e, daí, mata à dentro.
Taboão da Serra era um “sítio” ao longo da Estrada de M´Boy.
Dados históricos coletados e baseados nos informes do Diário de Navegação de Pero Lopes, nas
cartas das Sesmarias, e nos livros de anotações da Companhia de Jesus, dão conta que decorria
o ano de 1553, quando o padre Manoel da Nóbrega partia com sua comitiva, indo dos Campos de Piratininga em direção a um sitio no Oeste, 35 léguas além.
Nesse sitio era fundada uma aldeia,
origem da civilização da região.
O caminho percorrido por Nóbrega e seus acompanhantes viria a ser descrito como:
“Partindo
do Colégio, seguia ao lado do rio Pinheiros até encontrar o córrego Pirajuçara.
Pelas margens
do Pirajuçara adentrava às matas, até alcançar onde hoje se localiza o Largo de Taboão.
Descansados à beira do Pirajuçara, partiam seguindo o rumo do córrego Poá, até alcançar o
Embu”.
Do Colégio até o hoje Largo do Taboão, são três léguas que, a serem percorridas a pé, mata à
dentro, bem fazia os desbravadores merecerem um descanso ou um pouso.
E, em havendo aqui,
por certo, algum povoamento indígena à beira do Pirajuçara, não seria o local ideal para
descanso, e não teria sido aqui lançada uma semente de civilização?
Outros detalhes históricos dão conta que, em voltando do litoral, por algum tempo os jesuítas não
o fizeram pela estrada do Mar, mas por uma estrada de setão que, contornando pelo litoral Sul,
obviamente passava por Iguape, seguindo até o Embu e vinha até Taboão, onde se encontrava o
caminho relatado por Teodoro Sampaio:
“Saindo da Vila de Piratininga (1), seguia o caminho
da mata de Caoaguassu até tanspor o Gerobatida (2).
Passando daí pelas terras do Butantã,
seguindo rios e córregos, caminhava-se mata à dentro em direção Oeste”.
O “1” significa a Praça
da Sé atual, e o “2”, o rio Pinheiros.
Chega-se ao século XVI e os fatos e histórias perdem-se no tempo, fazendo de Taboão da Serra
apenas uma das muitas vilas, e depois dos inumeráveis bairros pertecentes ao crescente e
progressista São Paulo de Piratininga, a Capital.
Pesquisas efetuadas abrangendo os últimos 160 anos de Taboão da Serra dão conta e confirmam
que nossa cidade, era um bairro do distrito da Capital, localizado entre o marco existente na atual
avenida Francisco Morato, nas proximidades da Chácara do Jockey Club, indo divisar-se
finalmente, com a Estrada Velha de Itapecerica da Serra.
Até 1930, apenas a estrada de M’Boy, um caminho de terra batida, era a ligação de Taboão,
sendo percorrida por carroças e carros de boi transportando lenha, carvão e batata.
Entrava 1940 quando, pelo caminho de M’Boy, passou a circular a primeira jardineira, que vinha
unir o bairro de Pinheiros, da Capital, com a então florescente Taboão da Serra.
Era o início do
progresso, pelo menos em transportes.
Taboão da Serra, em 1953, ainda era um bairro, agora do Embu.
No dia 30 de dezembro de 1953,
desmembrava-se do Embu e era elevado a categoria de Distrito do município de Itapecerica da
Serra.
Em 31 de dezembro de 1958, finalmente, foi criado o município de Taboão da Serra.
Em 1º de
janeiro de 1959, o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicava as divisas oficiais do recém
criado município de Taboão da Serra, confirmado, posteriormente, numa segunda publicação, no
dia 19 de fevereiro deste ano, cuja data ficou caracterizada como o aniversário de Taboão da
Serra.
Eis as divisas:
1) Com o município de São Paulo: começa na cabeceira Sudoriental do
ribeirão de Carapicuíba, no espigão Pirajuçara – Tiête; segue por este espigão até a estrada do
Jaguaré; continua pelo eixo dessa estrada até a estrada São Paulo – Itapecerica da Serra;
prossegue pelo eixo dessa estrada até o Ribeirão Pirajuçara, pelo qual sobe até a junção com seu
galho ocidental.
2) Com o município do Embu: começa no rio Pirajuçara, na junção com seu galho ocidental, de
onde vai em reta ao pião divisor entre o córrego Ponte Alta, e os ribeirões Poá e Pirajuçara; segue
pelo contraforte entre o Córrego Ponte alta, à direita, e o Ribeirão Poá, à esquerda, até a foz do Córrego M. Costa, no Ribeirão Poá; sobe por este córrego até a sua cabeceira no espião Poá-Tiête, cabeceira que contraverte com a cabeceira Sudoriental do Ribeirão Carapicuíba, onde
tivera início estas divisas.
Nossa Árvore
Taboão da Sera tem a primazia de ser um dos poucos municípios que se orgulha de ter sua árvore
símbolo, e existente e vigorosa até hoje: é uma pitangueira que tem história.
Consta estar correndo o ano de 1938 e sendo aniversário de seu marido, José André de Morais,
proprietário de um botequim local, a sua esposa, d. Catarina Morais de Oliveira, querendo
festejar essa data, plantou uma pitangueira, no meio da rua, e em frente ao estabelecimento
comercial.
Vindo o progresso, a pitangueira não poderia continuar aonde estava e fazer-se-ia necessária sua
remoção.
E isso foi feito, pois ela foi tirada daquele local e plantada novamente no meio da rua.
Só que desta vez na rua Tereza Maria Luizetto, antiga rua Santa Terezinha, local onde existia o
altar da antiga igreja de Santa Terezinha.
O Pirajuçara
O rio Pirajuçara no município, percorre alguns quilômetros, irrigando boas terras, desaguando
no rio Pinheiros.
Existia uma grande paineira em terras taboanenses, paineira essa cantada em
verso e prosa pelos boiadeiros que dela se serviam para orientação quando, usando o leito para
navegação, ou suas margens para a caminhada, subiam pelo rio Pinheiros, e daí prosseguiam pelo
Pirajuçara até sua cabeceira, onde existiam várias tribos de índios.
Rastros dos Jesuítas foram encontrados no Caxingui, onde se oficializou a Casa do Índio, que
seria a segunda pousada de Belchior de Pontes, fundador do Embu, em suas caminhadas.
Nesse
local existiu uma grande taba, pouco acima das margens do rio Pirajuçara.
Uma outra povocação indígena, portanto outra taba, existia no bairro do Ferreira, onde
atualmente é a Chácara do Jockey e que foi sede do bairro de Taboão, antes de sua emancipação.
Finalmente, uma terceira taba, a chamada Taba Grande, localizava-se ao lado do rio Pirajuçara,
na divisa do Embu.
Toda a povoação, principalmente a colônia japonesa, cresceu e desenvolveu-se no Pirajuçara,
provando que ele foi o berço de nosso povoamento.
Reminiscências
A primeira verba para Taboão da Serra, ou seja, os primeiros CR$ 500,00 de renda, só foram
liberados pela Prefeitura Municipal de Itapecerica da Serra em 1962;
A primeira ambulância adquirida pela Prefeitura Municipal foi comprada do sr. Antonio Soares
de Azevedo pela importância de CR$ 200,00.
Só que não era uma ambulância, mas um veículo
que servia para a entrega de pães, sendo adaptado para o transporte;
A Associação dos Funcionários Públicos Taboanenses foi fundada em 2 de janeiro de 1962, sendo
seu primeiro presidente o sr. Walter Belisqui, que a presidiu por 15 anos consecutivos;
A primeira escola de nossa região foi instalada no ano de 1937, portanto, enquanto Taboão ainda
não havia se emancipado.
Foi o Grupo Escolar de Vila Pazzine;
Após a emancipação, a primeira indústria a instalar-se no novo município foi a Tingiplast;
Em 1959 Taboão tinha 30 mil hatibantes, sendo oito mil eleitores.
Morro do Cristo
Braços abençoando o povo taboanense, sobre o morro, o Cristo Redentor.
Grande atração turística de nossa cidade localiza-se num dos pontos mais altos, de onde avista-se Taboão, e parte da Capital.
O morro chamava-se Morro dos Desboados, e possuía em seu cimo, uma enorme e destacada
árvore que servia, despontando por dentro da mata virgem, de orientação aos carreteiros e
lenhadores, que na época colonial, se aventuravam pelas terras de Taboão.
Padroeira do Município
Santa Terezinha, nascida Francisca Tereza Martin, nasceu na França em 1873, e tornando-se
carmelita, faleceu no convento da Ordem em 1897, com apenas 24 anos de idade.
Embora em poucos anos de vida, Santa Terezinha mostrou tenaz força de vontade, fé e
desprendimento, sabendo conviver sem lamentos, com a doença grave que a atacou na flor da
idade.
A Província Carmelitana de Santo Elias, ocupava uma grande área em Taboão da Serra.
Foram
seus membros que construíram a antiga Igreja de Santa Terezinha, a padroeira de Taboão da
Serra.
Texto extraído da internet.
Luciana Celestino dos Santos
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