Poesias

domingo, 23 de agosto de 2020

Francisco Morato e Franco da Rocha: Breve Histórico das Cidades

O professor emérito da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco é a origem do nome da cidade.
A cidade surgiu com o nome de povoado de Vila Belém. O povoado era a sede da Cia Fazenda Belém na época da construção da E.F. Santos a Jundiaí na segunda metade do século XIX. Posteriormente as terras foram compradas pelo Barão de Mauá e utilizadas como acampamento para os operários que trabalharam na construção do túnel sob a serra que liga a cidade de Francisco Morato com o Município de Campo Limpo Paulista.
O nome da cidade se deve a FRANCISCO ANTÔNIO DE ALMEIDA MORATO, paulista nascido em 17 de outubro de 1868, na cidade de Piracicaba. A sugestão foi dada pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde o professor Francisco Morato havia lecionado. Histórico - Câmara Municipal de Francisco Morato - www.camarafranciscomorato.sp.gov.br › site › historico

O lugarejo de Vila Bethlem era um acampamento dos operários, que construiram os túneis da São Paulo Railway (Estrada de Ferro Santos a Jundiai), e sediava a Companhia Fazenda Belem, que após a conclusão das obras, fornecia eucaliptos (lenha) para a ferrovia. 
Datas 
• 21/03/65 – Emancipação 
• 21/03 - Feriado Municipal 
• Dia do Padroeiro - Sagrado Coração de Jesus - (data móvel) 
Companhia Paulista de Estradas de Ferro Descalvado KM 223,773 Inaugurada a 07/12/1881 
Uso atual: divisão da Prefeitura do Município de Descalvado 
Em 1874, a Paulista começou a se interessar pela vila de Bethlem do Descalvado, por sua quantidade enorme de cafezais. 
Depois de várias idas e vindas, a Cia. finalmente resolveu levar os trilhos para lá apenas em 1880, quando se concretizou o fato de que ela não poderia cruzar o Rio Mogi em Porto Ferreira. 
A construção se iniciou nesse mesmo ano, mas demorou bastante, devido às chuvas torrenciais.
Somente em meados de 1881, é que se decidiu o local da estação, fora da cidade, em terreno doado por Manoel Batista da Cruz Tamandaré, proprietário da fazenda Boa Esperança. 
Primeiro foi construído o armazém de cargas, cujos tijolos vieram de Pirassununga, e que abrigaria provisoriamente também o terminal para passageiros; a alvenaria ficou a cargo do sub-empreiteiro José Pera. 
Para não confundir com outras duas estações que também se chamavam Bethlem, uma na S.P.R. (atual estação de Francisco Morato), e outra na E. F. Dom Pedro II, a estação foi denominada somente Descalvado. 
Somente em 1883 é que se construiu o prédio definitivo para passageiros, prédio este que recebeu o Imperador Pedro II, três anos depois, honra máxima para uma cidade, na época. 
A Família Imperial hospedou-se numa casa na cidade, que já foi inexplicavelmente demolida. 
Uma reforma na estação, nos anos 10, deu-lhe o aspecto atual. 
Desde 1891, ela tinha duas plataformas, a menor delas para embarcar os trens do Ramal Descalvadense, construído por particulares com bitola de 60 cm, e vendido à Paulista nesse ano. 
Ele era conhecido com o "trenzinho", em comparação com o "trenzão", da Paulista, e seguia por treze quilômetros até a estação de Aurora, passando no meio de fazendas de café. 
O trenzinho foi desativado em 1960. 
O trenzão saiu pela última vez de Descalvado em 31 de julho de 1976, deixando somente trens de carga, que foram mingüando até acabarem, cerca de dez anos depois, deixando a estação fechada e abandonada até 1995, quando se iniciaram as obras para sua restauração pela Prefeitura. 
Em 1996, os trilhos foram retirados de dentro da cidade. (Ralph Mennucci Giesbrecht – do seu livro "A Estrada do Mogy-Guassú – A História dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa Veridiana")
Colaborador: Luíz Carlindo A. Kastein - Prefeitura Municipal de Descalvado Junho de 2003 26/09/1882 – NOMEAÇÃO PELA CÂMARA DA COMISSÃO DE HOMENS PARA DESENVOLVIMENTO DA FESTA INAUGURAL DA ESTAÇÃO: Dr. Ângelo Pires Ramos, Tenente Antonio Leocádio de Matos, Antônio de Camargo Campos, Tenente Coronel José Ferreira de Figueiredo, Capitão Francisco José de Araújo Lima, Dr. Vítor Meyer, Major Arthur Horácio D’Aguiar Whitaker, Tenente Antonio José de Araújo, José Elias de Toledo Lima, Antonio Franco de Arruda, Antonio Gonçalves Correia de Meira, Frederico Eduardo de Aguiar Whitaker, Francisco de Paula Carvalho, Gabriel Amâncio Lisboa, José Nunes da Costa, Bernardino de Sena Mota Magalhães, Manoel Martins de Oliveira, Dr. João de Cerqueira Mendes, Antonio Augusto Bezerra Paes, Dr. Francisco José Gonçalves Agra, Dr. Manoel Joaquim da Silva Filho, João Baptista Pereira Marques, Bernardo José da Cunha, José Honório Pereira de Castro, Jorge Blackburn, Joaquim Pedro Teixeira, Severiano João da Cruz e Zacarias Pereira de Souza.) 
07/11/1882 – Chegada do primeiro trem da Cia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, por linha férrea de bitola larga (1,60 metros) na estação de Descalvado, que foi construída em terreno doado pelo Dr. Manoel Batista da Cruz Tamandaré, proprietário da Fazenda Boa Esperança (Tamandaré). 
A ferrovia ligava Descalvado a Capital paulista em trajeto de 285 km, que era percorrido em 5 horas e 8 minutos. 
01/10/1886 – Constituição da Comissão de Honra para recepcionar o Imperador D. Pedro II (Composta por Dr. João de Cerqueira Mendes, Coronel Rafael Tobias de Oliveira, Capitão José Elias de Toledo Lima, Capitão Sebastião de Oliveira Penteado, Tenente Antonio Leocádio de Matos, Tenente Coronel José Ferreira de Figueiredo, Dr. Cândido Augusto Rodrigues, Dr. Salvador Meyer de Vasconcellos, Francelino de Almeida Lisboa, Dr. Amâncio Guilhermino de Oliveira Penteado, Capitão Evaristo de Cerqueira Leite, Olímpio Catão, Dr. João dos Santos Paraíba, Dr. Antonio de Cerqueira Lima).
31/10/1886 – Visita de D. Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina (Conto de Luiz Carlindo Arruda Kastein). 
A visita do Imperador Pedro II a Descalvado foi rápida. 
O motivo: era necessário conter o crescimento do Partido Republicano no Município, que na época era o terceiro maior produtor de café da região de Ribeirão Preto, com 400 mil arrobas, além de produzir o afamado fumo “Tomé”. 
Chegaram de trem. 
O dia estava muito quente, e a Imperatriz não quis visitar a cidade devido o calor e seu problema no andar, sendo recepcionada por uma comitiva de senhoras no próprio vagão imperial. 
Em nome da comitiva a garota Maria Grassi, entregou flores à Imperatriz dando as boas vindas. 
O Imperador e comitiva subiram a atual Avenida Guerino-Oswaldo, até atingir o centro da cidade onde visitaram a Igreja Matriz. 
O único documento oficial registrando a visita de Pedro II, encontra-se às folhas 80 do 2º Livro do Tombo da Paróquia de Nossa Senhora do Belém: 
“Aos 31 de outubro de 1886, às 2 ½ horas da tarde, chegaram a esta Vila, suas Majestades Imperiais. Da estação (onde ficou Sua Majestade a Imperatriz), o Imperador, dirigiu-se à esta Matriz, elegantemente adornada, em cujo vestíbulo foi recebido pelo respectivo Pároco, Cônego Braga, que conduziu-o à Capela do Santíssimo Sacramento, onde o augusto Soberano fez oração; e retirou-se, deixando entregue ao Vigário a quantia de cem mil réis, para ser distribuída entre os pobres desta Vila.
Neste mesmo dia, suas Majestades Imperiais, foram pernoitar na cidade de Araras. 
E para constar lavro o presente termo. 
O Vigário Cônego Francisco Teixeira de Vasconcellos Braga.” 
A Câmara Municipal estranhamente, nada registrou nos seus anais sobre a visita, com toda certeza prevaleceu nos edis da época, os princípios republicanos, tanto é verdade que nenhum deles, nem mesmo o seu Presidente, e, que pela Constituição da época, acumulava o cargo de Prefeito: Major Artur Horácio D’Aguiar Whitaker, fez parte da comissão de honra, que recepcionou os Imperadores na estação ferroviária. 
Era Presidente do Partido Republicano, que ganhava força política na cidade, o cartorário Antonio Augusto Bezerra Paes. 
Conta a tradição que por um de seus empregados, mandou entregar ao Imperador, na estação, um cacho de banana, como que a insinuar ser D. Pedro II, o Rei dos Macacos. 
Pedro II mantinha uma tradição em todas suas visitas: libertar um preso, e conceder a um cidadão ilustre um título de nobreza. 
Na cadeia pública que ficava logo atrás da Igreja Matriz, encontrou um único preso. 
Era um escravo que havia decepado a cabeça de seu feitor. 
Irritado não o libertou. 
Dirigiu-se então à residência do Capitão José Elias de Toledo Lima, que ficava ao lado da Matriz, onde hoje é a Sede Social da Paróquia. 
Ali descansaria por alguns minutos. 
Conta a tradição, que na sala principal da casa do Capitão havia um grande quadro do Imperador, coberto de pó e teia de aranha. 
Quando este perguntou do motivo, recebe de imediato a resposta: “colocado naquela parede o retrato de Sua Majestade, jamais, para perpetuar-lhe a lembrança, mãos humanas lhe tocaram.”
Sensibilizado e engrandecido o Imperador, que já conhecia os antecedentes de Toledo Lima, pela sua generosidade, projeção social e econômica, prometeu conceder-lhe o título de Barão do Descalvado, o que realmente aconteceu em 23 de dezembro de 1887. 
Despedindo-se, caminhou rumo à estação, dando uma rápida entrada na residência do Dr. Anastácio Vianna, atual Rua Barão do Descalvado altura do nº 300, onde tomou café. 
Depois embarcando no trem, dirigiu-se à cidade de Araras onde pernoitou. 
TRENZINHO DA AURORA 
Construído pela bolsa fazendeira de Descalvado - 14 km em bitola estreita (0,60 m), ligando Descalvado ao Pântano e à Aurora; 
Em 1910 o ramal da Aurora foi vendido à Companhia Paulista de Estradas de Ferro, sendo desativado no início da década de 60; 
FEPASA - Em 1960 o ramal da Paulista passou para a FEPASA, Ferrovias Paulistas S/A; 
ÚLTIMO TREM - Em 1972 partia o último comboio de passageiros com destino a São Paulo. 
Alguns anos mais tarde, era desativado completamente o ramal ferroviário. 
HISTÓRIA DA FERROVIA: (Gerson Álfio De Marco) 
A Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais vinha avançando para os grandes cafezais de além Campinas e, em 1882, atingiu Descalvado, então Belém do Descalvado. 
Organizado com capital proveniente quase que todo dos cafeicultores da Província, tinha, entre seus acionistas descalvadenses, no tempo, Antonio Augusto de Bezerra Paes, José Rodrigues Penteado, Dr. Manoel Batista da Cruz Tamandaré, o Coronel Rafael Tobias de Oliveira e o Dr. Valentim Tobias de Oliveira. 
No dia 7 de novembro de 1882, Descalvado recebia, pela primeira vez, entre grandes festejos, um comboio da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais. 
Evento de suma importância, no tempo. 
Era o fim das velhas tropas transportadoras do café abundante do município, caminho de Santos, exportador. 
O trem de ferro seria, desde então, o grande, fácil, rápido meio de transporte para a produção agrícola do município, e para as viagens intermunicipais de sua gente. 
Com a chegada do primeiro comboio, inaugurava-se também, a estação da ferrovia e que fora construída em terreno cedido pelo acionista Dr. Manoel Batista da Cruz Tamandaré, proprietário da Fazenda Boa Esperança, também conhecida por Fazenda Tamandaré, em razão do nome de seu dono, de tradicional família brasileira com ligação com o patrono de nossa Marinha de Guerra, o Almirante Tamandaré. 
Na sessão da Câmara Municipal de Descalvado efetuada no dia 26 de setembro de 1882, o Legislativo houve por bem nomear a seguinte comissão de homens influentes da cidade, para programa e desenvolvimento da festa inaugural: Dr. Ângelo Pires Ramos, Tenente Antônio Leocádio de Matos, Antônio de Camargo Campos, Tenente-Coronel José Ferreira de Figueiredo, Capitão Francisco José de Araújo Lima, Dr. Vítor Meyer, Major Arthur Horácio D’Aguiar Whitaker, Tenente Antônio José de Araújo, José Elias de Toledo Lima, Frederico Ernesto de Aguiar Whitaker, Antônio Franco de Arruda e Antônio Gonçalves Correia de Moura, pela lavoura; Francisco de Paula Carvalho, Gabriel Amâncio Lisboa, Bernardino de Sena Mota Magalhães, José Nunes da Costa e Manoel Martins de Oliveira, pelo comércio; e, pelas outras atividades, Antônio Augusto Bezerra Paes, Dr. João de Cerqueira Mendes, Dr. Francisco José Gonçalves Agra, Dr. Manoel Joaquim da Silva Filho, João Batista Pereira Marques, Bernardino José da Cunha, José Honório Pereira de Castro, Jorge Blackburn, Severiano João da Cruz e Zacarias Pereira de Souza. 
O Poder Legislativo, nesse ano, estava assim constituído; Major Rafael Tobias de Oliveira, Presidente; Tenente Antônio Leocádio de Matos, Tenente Antônio José Soares Fagundes, Alferes Frederico Lima, Alferes Ananias Pereira de Carvalho, Joaquim Cândido de Almeida Leite e Antônio de Camargo Neves. 
Nota-se que um dos edis era integrante da grande comissão de festejos: Tenente Antônio Leocádio de Matos. 
À chegada do trem inaugural, espoucaram foguetes e as bandas marciais Santa Cecília e Recreio da Mocidade (uma, do Partido Liberal; e outra do Partido Conservador) encheram os ares de músicas festivas. 
Presentes na estação ferroviária, além da edilidade, dos membros da comissão, outros homens de influência do município, fazendeiros, comerciantes, membros das classes liberais, artesãos, rurícolas, escravos, os alunos do Colégio Catão, de Olímpio Catão; os primeiros imigrantes italianos, toda a urbe, enfim. 
Houve os discursos de hábito, todos inflamados e a focalizarem o significado do transporte ferroviário, fator irrecusável de progresso, e o grande banquete no Clube da Lavoura e o Comércio, à rua Bezerra Paes, entre as ruas José Bonifácio e Barão do Descalvado, naqueles tempos ruas do Descalvado, de Boa Vista, e das Flores, respectivamente. 
Participaram do festivo banquete não somente as pessoas de expressão de Descalvado, como também os inúmeros visitantes, vindos pela ferrovia, políticos regionais e homens da administração da companhia. 
À noite a Sociedade Dramática Aurora apresentava, em sua sede, à Avenida Guerino-Oswaldo, então rua do Comércio, uma das peças de seu repertório. 
Era o encerramento dos grandes festejos de inolvidável jornada, já retornado o comboio que havia inaugurado a fase ferroviária de Descalvado. 
Anos mais tarde, a bolsa fazendeira de Descalvado, iria lançar par ao sul do município, os trilhos menores de sua própria companhia. 
Era o aparecimento do “trenzinho da Aurora”, moroso, menor, mas que foi um elemento de alta valia para o transporte do café. 
Mais tarde a própria Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais adquiriu este ramal, incorporando-o a seu acervo. 
Eram 14 quilômetros de via férrea partindo da sede urbana e alcançando a estação terminal da Aurora, com parada obrigatória na estação do Pântano. 
O RAMAL DE DESCAVADO (Ralph Mennucci Giesbrecht) Ramal de Descalvado – 223,773 – P/RD-12 Cia Paulista de Estradas de Ferro (1881-1971) FEPASA ( 1971 -1976) 
Data de construção do prédio – 1883 
Histórico da linha: 
Em 1876, a Paulista abria o primeiro trecho, partindo de Cordeiros até Araras, do que seria o prolongamento de seu tronco. 
Em 1880, a linha, com o nome de Estrada do Mogy-Guassú, atingia Porto Ferreira, na mesma época em que a autorização para cruzar o Mogi, e chegar a Ribeirão Preto foi indeferida pelo Governo Provincial, em favor da Mogiana. 
A linha, então, foi desviada para oeste, e atingiu Descalvado no final de 1.881, seu ponto final. 
Em 1916, as modificações da Paulista na área entre Rio Claro e São Carlos, na linha da antiga RioClarense, fizeram com que o trecho fosse considerado como novo tronco, deixando a linha a partir de Cordeiros como o Ramal de Descalvado. 
Desde o começo em bitola larga (1,60m), ele funcionou para trens de passageiros até julho de 1976 (Pirassununga-Descalvado), e até fevereiro de 1.977 (Cordeirópolis – Pirassununga). 
Trens cargueiros andaram pela linha até o final dos anos 80. 
Abandonado, o ramal teve os trilhos arrancados entre 1996 e 1997m, sobrando apenas o trecho inicial até Araras, com seus trilhos enferrujando ao tempo. 
A ESTAÇÃO: 
Em 1874, a Paulista começou a se interessar pela Vila de Bethlem do Descalvado, por sua quantidade enorme de cafezais. 
Depois de várias idas e vindas, a Cia, finalmente resolveu levar os trilhos para lá apenas em 1880, quando se concretizou o fato de que ela não poderia cruzar o rio Mogi em Porto Ferreira. 
A construção se iniciou nesse mesmo ano, mas demorou bastante devido às chuvas torrenciais.
Somente em meados de 1881, é que se decidiu o local da estação, fora da cidade, em terreno doado por Manoel Batista da Cruz Tamandaré, proprietário da Fazenda Boa Esperança. 
Primeiro foi construído o armazém de cargas, cujos tijolos vieram de Pirassununga, e que abrigaria provisoriamente também o terminal para passageiros; a alvenaria ficou a cargo do sub-empreiteiro José Pêra. 
Para não confundir com duas outras estações que também se chamavam Bethlem, uma na S.P.R. (atual estação de Francisco Morato), e outra na E.F. Dom Pedro II (a atual Japeri), a estação foi denominada somente Descalvado. 
Somente em 1883 é que se construiu o prédio definitivo para passageiros, prédio este que recebeu o Imperador Pedro II, três anos depois, honra máxima para uma cidade, na época. 
A Família Imperial hospedou-se numa casa na cidade que já foi inexplicavelmente demolida. 
Uma reforma na estação, nos anos 10, deu-lhe o aspecto atual. 
Desde 1891, ela tinha duas plataformas, a menor delas para embarcar os trens do Ramal Descalvadense, construído por particulares com bitola de 60 cm, e vendido à Paulista nesse ano. 
Ele era conhecido como o “trenzinho”, em comparação com o “trenzão”, da Paulista, e seguia por treze quilômetros até a estação da Aurora, passando no meio de fazendas de café. 
O trenzinho foi desativado em 1960. 
O trenzão saiu pela última vez de Descalvado em 31 de julho de 1976m, deixando somente trens de carga que foram minguando até acabarem, cerca de 10 anos depois, deixando a estação fechada e abandonada até 1995, quando se iniciaram as obras para sua restauração pela Prefeitura. 
Em 1996, os trilhos foram retirados de dentro da cidade. (Ralph Mennucci Giesbrecht – do seu livro “A Estrada do MogyGuassú – A história dos ramais ferroviários de Descalvado e de Santa Veridiana”) O CAPITAL DESCALVADENSE NA “PAULISTA” (Mário Joaquim Filla) 
A Companhia Paulista de Estradas de Ferro, depois FEPASA e, em seus inícios, Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, teve, desde os seus primórdios, a participação do capital do então Belém do Descalvado, e concretizada na presença acionária de seus grandes cafeicultores. 
Assim, quando nossa cidade foi alcançada pelos trilhos dessa ferrovia, em 7 de novembro de 1882, esse capital mantinha-se na lista de acionistas e aumentado, certamente. 
Mas para trabalharmos com dados concretos, podemos enumerar os descalvadenses ou homens de presença descalvadense, que eram co-partícipes do imenso capital da companhia. 
No ano de 1893 (onze anos após ser ponto terminal da importantíssima via-férrea) possuía ações, na mesma, entre outros, José Rodrigues Penteado (o da rua homônima), comerciante e proprietário rural, com a sua Fazenda Santa Rita; Manuel Batista da Cruz Tamandaré, proprietário da Fazenda Tamandaré e doador do terreno para a ereção da estação da ferrovia, em nossa cidade; Coronel Rafael Tobias de Oliveira, proprietário rural de importância, com a sua Fazenda São Rafael e outras, e figura de relevância de nossa política, no tempo; Dr. Valentim Tobias de Oliveira, filho deste último, e também proprietário rural; Dr. Cândido Ferreira da Silva Camargo, grande cafeicultor; Elisário Ferreira de C. Andrade, proprietário da Fazenda Lagoa Alta; Luiz Antônio de Souza Queiroz, proprietário das Fazendas Palmeiras e Ibicoara; Nicolau de Souza Queiroz, proprietário das Fazendas Jaguarandi e Bela Aliança; e Dr. Francisco de Aguiar Barros, proprietário da Fazenda Santa Maria. Num total de 300.000 ações integralizadas e por integralizar, eram 4.214 ações a perfazerem 1,4% de todo o capital da Paulista, quase 1,5%, número muito significativo, se lembrarmos que, entre os acionistas, figuravam, também, grandes fazendeiros da zona de Campinas, do Vale do Paraíba e do Vale do Rio Pardo, bem como diversos argentários da Capital do Estado e até alguns estrangeiros, todos com considerável número de ações, num total de 1.177 detentores dessas mesmas ações. 
E, nas assembléias gerais, o capital descalvadense se manifestava através de seus 312 votos. 
A propósito destes dados, é interessante lembrar-se que, no referido ano de 1893, participava da Diretoria da Companhia Paulista de Vias Férreas e Fluviais, o Dr. Francisco Antônio de Souza Queiroz, já fazendeiro em Descalvado e que, na nossa primeira Câmara Municipal, em 1866, ocupara o exaltador cargo de Presidente, como candidato mais votado nas eleições inaugurais de Descalvado emancipado. Nesse mesmo ano o Dr. Francisco Antônio de Souza Queiroz Filho era possuidor de 1.106 ações e tinha direito 60 a 67 votos! 
Concluindo, tudo isto (a nossa forte presença no capital da ferrovia), nas suas primeiras décadas, é uma afirmação incontestável da grandeza de nossa cafeicultura, naqueles idos. 
E prova cabal do afirmado, ao término do século XIX os fazendeiros de Descalvado construíram, por conta própria, o ramal de Aurora, depois integrado na rede da Paulista. 
Dinheiro, muito dinheiro, gotejado de nossos inumeráveis e frutuosos cafezais! 
E fazendo o progresso de São Paulo e do Brasil! 
O TRENZÃO E O TRENZINHO (Mário Joaquim Filla) 
Duas palavras constantemente pronunciadas na Descalvado dos fins do século XIX até fins dos anos cinqüenta: o trenzão era o trem da Companhia Paulista de Estrada de Ferro (a velha, tradicional Paulista), de bitola larga, 1,60 metros e que percorria o ramal de Cordeirópolis (antes Cordeiro), tendo nossa cidade por ponto inicial e, conseqüentemente, terminal. 
Trenzinho era o trem da Cia Agrícola Descalvadense, uma sociedade de fazendeiros que depois vendeu a ferrovia para a Companhia Paulista de Estradas de Ferro, tinha bitola estreita, 0,60 metros, e que partindo da sede urbana, passava pela estação do Salto, depois Pântano, alcançava seu término na Estação de Aurora, no bairro do mesmo nome e que, na história social e econômica descalvadense, foi de altíssima significação, enquanto o café esteve em seu clímax e, com ele, o Descalvado agrário. 
O trem grande atingiu Descalvado no dia 7 de novembro de 1882, conseqüência direta de nosso fastígio agrícola no tempo e que reclamava esse meio de transportes (o grande meio de transportes do tempo) para os seus produtos agrícolas, e em especial o café. 
Falemos, agora, no trenzinho, do poético trenzinho. 
Eram quatorze quilômetros de extensão, percorridos, diariamente, entre os dois pontos extremos: Descalvado e Aurora e com uma estação intermediária de importância: a do Pântano. 
Esta distava cerca de 9 quilômetros, ferroviariamente, da sede municipal. 
O trenzinho, o nosso famoso “trenzinho da Aurora” (que assim o chamava o descalvadense) partia da Aurora, em hora antimeridiana e atingia a estação urbana, em sua parte leste, minutos antes da partida do trem grande, do trenzão da nossa diferenciação vocabular. 
E, somente após a chegada de outro comboio de bitola larga, de outro trenzão, (parte oeste) é que o comboio menor partia para nova viagem e isto em hora post-meriadiana. 
A linha férrea Descalvado-Aurora foi construída às expensas dos proprietários rurais de Descalvado, pelos anos finais do século XIX. 
A produção de café dessa zona sul, suleste e sudoeste de nosso município, a maior dele, com as Fazendas Monte Alverne, Santa Maria, Ibijuba, Bela Aliança, Barão, Santa Rita, Monte Alegre, Graciosa, Monte Olímpio, São Miguel, São José, entre outras a carregarem milhares de arrobas para os embarcadouros, foi que fez nascer essa ferrovia particular, entre nós. 
Só mais tarde, por volta do fim da primeira década deste século, é que a mesma foi vendida à Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que compreendeu a importância da mesma, para o seu sistema ferroviário. 
Devemos lembrar, a propósito do itinerário do trenzinho que no seu percurso, entre a estação da cidade e a do Pântano, ele fazia uma rápida parada nas pequenas estações intermediárias de São José (Fazenda São José) e São Miguel (Fazenda São Miguel). 
Ai, havia sempre quem quizesse embarcar ou quem iria desembarcar e, sempre, uma pequena carga para ser colhida ou para ser deixada. 
Não resta a menor dúvida que o trenzinho da Aurora é hoje uma grande saudade para os que o conheceram, cheio de rurícolas a irem e a virem, cheio de urbanistas a irem, especialmente, ao Pântano, para um ligeiro turismo no Salto Dom Lino. 
Na Aurora e no Pântano, havia, então, afreguezados armazéns de secos e molhados; na primeira, o famoso armazém de Cândido Chaves dos Santos, o Cândido Baiano. 
No Pântano o conhecidíssimo armazém que foi, a princípio de Inácio Ajan, um sírio muito benquisto em todo o município; e, que mais tarde, passou a pertencer aos irmãos Marcial e Ari Vilela.
Descrevemos para recordar, uma viagem do trenzinho das muitas saudades: Ei-lo a partir da cidade, conduzido por Jesus Gonçalves, seu conhecidíssimo maquinista. 
Lá vai o comboio levando gente e levando carga para as estações de seu destino e vai margeando as águas plácidas da Rosária (Córrego da Prata) e onde nadava, bulhentamente, o rapazio do tempo; lá vai ele margeando as chácaras do Carvalhinho, do Cipriano, atingindo a Fazenda São José, passando a Fazenda São Miguel, com seu engenho fazendo açúcar, melado, rapadura e garapa; parando, para “tomar água”, logo após São Miguel, mostrando a bocaina do Pântano, chegando na Estação do Pântano; parando, partindo; atingindo as primeiras casas da Aurora, parando, em definitivo, na Estação da Aurora. 
Era mais uma viagem do maquinista Jesus e do trenzinho da Aurora. 
Da velha, decantada Aurora do armazém do Cândido Baiano, onde trabalharam, às ordens do dono e do filho do dono, Segismundo Chaves dos Santos (Dudu Baiano), por muito tempo, em diversos períodos, Manoel Ferreira Gaio, Abílio Ferreira Ruivo, Gumercindo Dutra, Guilherme Pierobon, Ezequiel Gomes, Atílio Gomes, Sebastião Adão, José Manzotti (carroceiro); Serafim Brandt de Lima (motorista); Argemiro Machado e Wolfgang Nothling (guarda-livros); e os irmãos João Vicente Adorno (Jango), Joviano Vicente Adorno e Antônio da Conceição Vicente Adorno, este último, depois Secretário da Prefeitura Municipal. 
Ah, trenzinho da Aurora, quanta coisa para contar, quanta coisa que nos faz lembrar, marcha de nossa história, no chão dadivoso de Descalvado! 
E também aqui, um lamento profundo, deve ser registrado para a posteridade; não tivesse o trenzinho sido retirado de circulação quando da extinção da bitola estreita, com boa planificação, seria um pitoresco e atraente meio de locomoção para visita ao “Salto do Pântano” que, cedo ou tarde, tem que se preparar, a contento como atrativo turístico. 
Colaborador: Luíz Carlindo A. Kastein - Prefeitura Municipal de Descalvado. 
Breve Histórico de Franco da Rocha Até o século XIX, Franco da Rocha era um lugarejo que servia de caminho dos bandeirantes que seguiam em direção a Minas Gerais. 
Nesse período, a cidade, chamada de Juqueri (vinda de uma planta encontrada facilmente no local) constituía-se em sua maior parte de terras por fazendas. 
Foi a partir das intervenções da São Paulo Railway, responsável pela construção de várias estações ferroviárias, dentre as a Estação Franco da Rocha – Juqueri, inaugurada em 1º de fevereiro de 1888, que a região começou a se desenvolver. 
Em 1886, Filoteo Beneducci chegou na cidade com o firme propósito de descobri ouro em grande escala, em um lugar que na época era conhecido como Pedreira, atualmente a Quarta Colônia.
Entretanto, não existia a quantidade suficiente do minério que justificasse um grande investimento, e Beneducci resolveu dedicar-se simplesmente à extração de pedras, enviadas a São Paulo pela Estrada de Ferro, tornando-se a partir daí a primeira atividade industrial local. 
O fato mais importante na história do município, certamente, foi a instalação do hospital psiquiátrico, que contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento da cidade. 
Isso ocorreu porque os locais que atendiam os doentes mentais de São Paulo (Hospitais de Alienados, na capital e em Sorocaba, e a Chácara Ladeira do Tabatinhguera), não comportavam mais o número de pacientes, que aumentava a cada dia. 
Com o objetivo de aliviar essa superlotação, em 1895 começo a ser construída, com projeto do arquiteto Ramos de Azevedo, a Colônia Agrícola Juqueri. 
Em uma área de 150 hectares foram iniciadas as obras para a construção da Colônia Agrícola do Juqueri. 
Foi então que o médico Francisco Franco da Rocha, a serviço do Governo do Estado, foi designado para administrar o mais novo e famoso hospital psiquiátrico do Brasil. 
Inaugurado com capacidade inicial de 800 leitos, o hospital ocupava um terreno de à margem da linha férrea, próximo à estação Juqueri. 
Posteriormente, contudo, as fazendas Cresciúma e Velha foram incorporadas ao patrimônio do hospital e , no ano de 1916, o Governo do Estado adquiriu as terras da 4ª Colônia que tinham pertencido a Beneducci e a Ângelo Sestini, e as linhas e máquinas para abrigar uma usina elétrica do hospital, que durante alguns anos, forneceu energia para a estação e para todo o povoado. 
A usina forneceu Luz a Estação do Juqueri até 1939. 
Foi em 1908 iniciou-se a construção da igreja matriz em louvor a Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município. 

Franco da Rocha
Franco da Rocha foi elevado a distrito do município de Mairiporã, em 21 de setembro de 1934, e em 30 de novembro de 1944, Franco da Rocha tornou-se município autônomo. 
Quem foi Franco da Rocha 
Em 1864 nasceu Francisco Franco da Rocha, na cidade Amparo. 
Filho do médico Joaquim Franco da Rocha e da dona de casa Maria Isabel Galvão Bueno Franco da Rocha, o médico que posteriormente deu origem ao nome da cidade, estudou o primário e o ginásio em São Paulo. 
A faculdade de Medicina foi cursada no Rio de Janeiro, assim como a residência médica na Casa Eiras, considerada até então, o melhor centro psiquiátrico do país. 
Em 1893, já conhecido, foi admitido no Hospital de Alienados da capital paulista. 
Como o local não comportava adequadamente o número de pacientes, e nem oferecia assistência médica de qualidade, Dr. Franco da Rocha começou aspirar por um grande hospital, em uma área que fosse possível um melhor tratamento aos doentes mentais do estado. 
Foi então a partir das idéias e metas do médico, que a cidade passou ser um centro de referência psiquiatria mundial. 
De acordo com a publicação: Resumo da História de Assistência a Psicopatas no Estado de São Paulo, do médico Mário Yahn, Dr. Franco da Rocha lutou contra problemas sérios como falta de água, iluminação, falta de verbas para a contratação de pessoal competente, e tantos outros, porém não se entregou. 
Pelo contrário, preocupou-se ainda mais como o aspecto médico-assistencial dos internos, atendendo pessoalmente a maioria dos doentes. 
Por isso, até hoje Franco é conhecida como cidade ciência e ternura. 
Ainda segundo a publicação, a presença do Dr. Franco da Rocha para a construção e direção do hospital, não significou apenas uma substituição administrativa, mas sim o alvorecer de um sistema de assistência moderna, uma visão social avançada, e a própria psicanálise, cuja a Psicopatologia teve sua devida importância, e tornou-se uma lei básica do mais recente modo de compreensão das concepções psiquiátricas. 
Já idoso e doente, e após dirigir o hospital Juqueri por cerca de 30 anos, Dr. Franco da Rocha, que também pertenceu à Academia Brasileira de Letras, aposentou-se da vida pública em 1923. 
No entanto, devido ao grande bem que fez pela psiquiatria mundial, e pelo avanço e progresso da cidade, seu nome ficará parta sempre marcado, de alguma forma, no coração da comunidade local.

Texto extraído de matérias da internet.
Luciana Celestino dos Santos 

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