Poesias

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 4 – REGIÃO SUDESTE - CAPÍTULO 26

Em Cordisburgo, os turistas puderam conhecer os lugares por onde passou Guimarães Rosa. 
Diante disso, primeiramente, visitaram o Museu Guimarães Rosa. 
Trata-se da casa onde nasceu o autor de ‘Grande Sertão: Veredas’. 
Lá estão objetos pessoais do escritor – como máquina de escrever, livros e prêmios. 
No local funcionava a venda do pai, Seu Florduardo, e foi passagem de tropeiros que influenciaram toda a obra do escritor. 
Na Gruta de Maquiné, os rapazes, descobriram que, antes de Guimarães Rosa, a mais bela gruta de Minas – e, dizem do mundo – já havia impressionado no século passado o naturalista dinamarquês Peter William Lund, que encontrou fósseis de animais pré-históricos. 
Tem seiscentos e cinqüenta metros de extensão, com galerias e sete salões com figuras esplêndidas: um altar, uma santa, um tigre em pleno salto. 
Na Galeria das Fadas, cristais brilhantes em cascata, parecem bordados de pedrarias. 
Muitas estalactites foram destruídas nas pontas por vândalos. 
Em Lagoa Santa, os rapazes foram conhecer a Gruta da Lapinha. 
Graças aos estudos do naturalista dinamarquês Lund no local, a Lapinha tornou-se famosa no mundo todo, pela descoberta de ossos do homem da Lagoa Santa, que viveu há mais de dez mil anos. 
A gruta tem profundidade de até quarenta metros, e quinhentos e onze de extensão, com labirintos, formações calcárias de extraordinária beleza, como a Cascata da Luz, que imita uma cachoeira, o Salão da Catedral, onde se vê um órgão, um presépio, véu de noiva, pirâmides. 
Possuí acesso por passarelas. 
Em Sete Lagoas, os viajantes, foram conhecer a Gruta do Rei do Mato. 
Nos quatro salões abertos ao turismo, há formações calcárias raríssimas, que crescem para os lados – as estalactites –, cascatas de pedras e inscrições rupestres. 
Em uma das salas, com cem metros de extensão, há formações que se parecem com colunas cilíndricas esculpidas. 
Em Sabará, os turistas se depararam com a rota do ouro e das esmeraldas. 
Trata-se de um dos mais antigos povoados de Minas Gerais, que sobreviveu a saga dos bandeirantes que abriram o Rio das Velhas, liderados por Borba Gato. 
Aleijadinho deixou sua marca na cidade, e artistas de longe, ergueram aqui uma loja em forma de pagode chinês, esculpida em ouro, pequena jóia do barroco mineiro. 
Acredita-se que a influência oriental tenha sido trazida por artistas que estudaram nas colônias portuguesas do Oriente, principalmente Macau, reproduzindo os traços culturais na decoração das igrejas. 
Na cidade, criou-se a moda de se alugar jabuticabeiras, para que as pessoas comam seus frutos direto do pé. 
A seguir, os turistas foram conhecer o Parque Natural do Caraça. 
Neste lugar, as montanhas de pedra são imensas, intermináveis. 
Entre elas, imponente e solitário, ergue-se o Santuário do Caraça, com suas torres em estilo neogótico apontando para o céu. 
O local com mata nativa intacta, que mistura de cerrados e mata atlântica, foi transformado em parque natural em 1989. 
Além de meia dúzia de padres e seus funcionários, vivem aqui somente animais selvagens e raros: a onça parda, a jaguatirica, lobos-guarás, tamanduás-mirins, macacos guigós, esquilos e pássaros, como a anu-preto, o papa-ovo, o canário-do-brejo, o pica-pau, o saíra-de-sete-cores, o alegrinho-do-campo, o zebelê, o juriti. 
Foi neste cenário, propício à meditação, que o misterioso Irmão Lourenço, dizem que foragido da Justiça, fundou uma capelinha e foi ficando, ficando. 
Mais tarde, missionários lazaristas construíram uma igreja em estilo neogótico e fundaram o histórico Colégio do Caraça, em 1820, que formou gente famosa, como os presidentes Juscelino Kubistschek e Artur Bernardes, além de senadores e governadores. 
A escola, destruída pelo fogo em 1968, foi fechada, dando lugar a uma pousada simples, quase monástica. 
Parte de suas paredes de imensos blocos de pedra ficou em ruínas; parte foi restaurada com vidro fumê, fechando janelas e portas, numa eclética mistura entre o antigo e o moderno. 
Às vezes, as rezas e os cânticos sacros se propagam pelo vento e ecoam nas montanhas. 
Ainda estão intactos o claustro dos padres, a igreja – de 1883 –, o calvário, as catacumbas e a paisagem de pedras, que formam um rosto imenso – a caraça. 
Uma insólita amizade uniu nesta paisagem deserta homens e animais selvagens: quando escurece, os padres alimentam arredios lobos-guarás, que sobem vagarosamente pelas escadarias da igreja, famintos.
Entre as relíquias do mosteiro estão uma pintura da Santa Ceia, e um retrato do Irmão Lourenço, ambos de Athayde. 
O Caraça ainda esconde tesouros naturais: piscinas, cachoeiras, grutas e trilhas para caminhadas na mata virgem. 
Mais tarde, os turistas constataram que as águas mineiras têm fama de milagrosas. 
E é certo que operaram um milagre: o da multiplicação das cidades. 
Quantas delas não cresceram em torno das nascentes, e prosperaram, ao redor dos hotéis e cassinos nos áureos tempos do jogo. 
Nos anos 40 a jogatina foi proibida, mas as águas seguraram a onda na base da saúde. 
Gasosas, sulfurosas, magnesianas, radioativas, ferrosas, ou simplesmente quentes, às águas minerais tratam de colites à dermatites. 
Nem os sisudos resistem às cócegas das bolhas produzidas nos banhos perolados, e riem, riem, riem.
Há ainda banhos espumantes, saunas e massagens. 
Em Araxá – terra de Dona Beja, sua mais famosa dama da corte, e que deita e rola na lama negra vulcânica cheia de propriedades medicinais. 
E esbanja águas minerais. 
A Fonte da Beja, com água radioativa, é a mais procurada. 
Dizem que é afrodisíaca. 
A água sulfurosa da Andrade Júnior, é indicada para doenças de pele e para o fígado. 
Nas termas do parque, os banhos de lama negra quentinha são concorridos. 
Embelezam a pele e aliviam artrites e reumatismos. 
Animados com isso, os turistas compraram sabonetes de lama, e entraram em banheiras. 
Depois, passaram pelo Alto de Santa Rita, onde a Árvore dos Enforcados geme quando venta. 
Dizem que são os gemidos dos escravos sacrificados no local. 
E não perderam também, a oportunidade de visitar o Museu de Dona Beja, uma casa do início do século dezenove, onde ela morou. 
Em Poços de Caldas, os viajantes constataram que suas fontes estão espalhadas pela cidade, e numa delas jorra água sulfurosa a quarenta e cinco graus Celsius. 
No imponente prédio das Thermas Antônio Carlos, águas sulfurosas muito procuradas pelo presidente Juscelino Kubitschek. 
No Palace Hotel, uma piscina à la Hollywood, com colunas de mármore Carrara e água quente. 
A suíte quinhentos e vinte e cinco é conservada como Getúlio Vargas a deixou em sua última visita. 
Ao lado do cassino, que agora aposta em festas e congressos, sai o teleférico que leva ao Morro do Cristo. 
Imigrantes italianos, levaram para lá a técnica do cristal de Murano. 
Um deles, Mário Saguso, na Cá d’Oro, é pupilo de uma família que molda vidro à sopro a setecentos anos. 
Contrastando com a arquitetura dos anos vintes e o chacoalhar das charretes, a cidade se rende ao admirável mundo novo: um monotrilho corre suspenso ao longo da avenida principal. 
Em São Tomé das Letras, os viajantes se depararam com uma cidade rodeada de mistérios. 
Núcleo cósmico do planeta para os místicos, a cidade ergueu suas casas de pedras empilhadas ao lado de uma gruta com inscrições rupestres. 
Segundo a lenda, foi aqui que um certo Barão de Alfenas encontrou uma imagem do apóstolo e onde, em 1770, foi construída uma capela para Tomé. 
Desde então é procurada por suas energias especiais. 
Sinta as vibrações da Gruta do Triângulo, considerada por quem entende do assunto, como a mais energética. 
Os turistas, aproveitando o passeio, foram tentar descobrir a secretíssima passagem para Machu Picchu, no Peru, na Gruta do Carimbado. 
Como não acharam, trataram logo de se refrescar na cachoeira, que costuma lavar a alma de qualquer incrédulo. 
Tem a Véu de Noiva, da Eubiose, da Lua, Shangri Lá, ou a Corredeira das Ninfas. 
Animados com o passeio, os rapazes aproveitaram também para passar pelo Vale das Borboletas, onde elas fazem um espetáculo de cores no ar. 
Ao passearem em São Lourenço, os rapazes constaram que a cidade possuí uma variedade de prédios, e conservou o mais exuberante Parque da Águas das estâncias hidrominerais. 
Fama que remonta às constantes visitas do presidente Getúlio Vargas: suas nove fontes se esparramam por jardins impecáveis, e densa mata verde. 
Mas o lado místico só uns poucos vêem, entre eles os eubiobas, que fincaram sede em São Lourenço para facilitar o diálogo com extraterrestres, que aqui, pululam em seus discos voadores. 
O naturalista Elias Cima, prefere cultivar ervas medicinais e tocar sua fundação, com um acervo de mais de trezentas fotos do pintor catalão Salvador Dali, além de litogravuras e aquarelas originais. 
Em Lambari, os turistas se depararam com fontes jorrando num pequeno parque. 
Na margem do Lago Guanabara, ergue-se imponente, o antigo cassino. 
Por causa de brigas políticas, o prédio neoclássico de 1911 funcionou apenas um dia. 
Todavia, vale a pena visitá-lo, pois é um belo exemplar do desperdício. 
Em Caxambu, os viajantes se depararam e se deslumbraram com doze fontes medicinais do Parque das Águas, que são verdadeiras obras de arte. 
Cobertas por estruturas trazidas da Europa no início do século vinte, são decorados por rendilhados, mármores e dourados. 
Até a família real passou por aqui, deixando uma enorme coroa entre as nascentes. 
Conta-se que em 1868, a Princesa Isabel veio atrás de um suposto tratamento de fertilidade, e virou nome de fonte – indicada para a anemia. 
No balneário, tem seis tipos de banhos e um gêiser, que jorra água quente três vezes ao dia. 
Entre montanhas, fica a pacata Cumbuquira. 
Lá, ladeiras e casarões centenários se espalham em volta do Parque das Águas, com cinco fontes. 
Os turistas, encantados com o lugar, visitaram as fazendas do roteiro rural e a Reserva Biológica de Santa Clara, onde estão as nascentes das fontes. 
Na volta, os turistas se depararam com um pôr-do-sol no Pico Piripau. 
A seguir, em Monte Verde, os cinco viajantes descobriram que este nasceu num Vale da Mantiqueira, entre pinheiros, Mata Atlântica, e picos com mais de dois mil e quinhentos metros de altitude. 
Fundada por um imigrante da Letônia, Werner Grinberg, na década de trinta, recebeu alemães, húngaros, suíços, italianos. 
E o lugar foi ficando com a cara dos Alpes. 
No inverno, as margens dos rios e as gotas de orvalho nos pinheiros até congelam. 
O clima é romântico. 
Os hotéis são aconchegantes, todos de madeira, camas king-size, lareira, cortinas rendadas. 
Para enfrentar o frio, vinhos, chocolates, fondues, raclettes ou café colonial, à luz de velas. 
Piscinas de água quente, saunas e caminhadas por trilhas até os Picos da Pedra Redonda, Chapéu do Bispo, Mirante e Selado. 
O vírus shopping atacou o lugar, mas não lhe alterou a fisionomia. 
Procure pelas cerâmicas de faiança, na loja Tirol, reproduzindo desenhos do século doze. 
E se alguém se despedir com um sveiki, responda tchau e até breve, como um entendido na língua falada na Letônia.

SIGNIFICADO: 
O tamanduá-mirim, também chamado tamanduá-colete, jaleco, mambira, mbira, melete ou mixila, é um mamífero xenartro da família Myrmecophagidae, sendo encontrado da Venezuela ao sul do Brasil. É uma das quatro espécies de tamanduás e junto com as preguiças está incluído na ordem Pilosa. Wikipédia.

O anu-preto, também chamado anum-preto, é uma ave da família Cuculidae que ocorre da Flórida à Argentina e em todo o território brasileiro. Gosta de sol e toma banho na poeira, ficando a plumagem às vezes com a cor da terra ou de cinza e carvão. Wikipédia.

O canário-do-brejo é uma espécie de ave da família Emberizidae. Pode ser encontrada nos seguintes países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Seus habitats naturais são: campos de gramíneas de clima temperado e pântanos. Wikipédia. 

Saíra-sete-cores - Ave
Tangara seledon é uma espécie de ave da família Thraupidae; um pássaro endêmico de florestas de Mata Atlântica, restingas e capoeiras da região oriental do Brasil, do estado da Bahia até o Rio ... Wikipédia.

Alegrinho
Também conhecido como alegrinho-do-leste. O alegrinho (Serpophaga subcristata) é uma ave passeriforme da família Tyrannidae. É um pequeno papa-mosca arborícola do Brasil oriental, quase sempre de píleo arrepiado, fácil de ser reconhecido, porém devido ao seu tamanho reduzido, suas cores apagadas e seus hábitos, é uma ave de difícil detecção. https://www.wikiaves.com.br/wiki/alegrinho. 

O zabelê ou zebelê (Crypturellus noctivagus zabele) é uma ave brasileira da família dos tinamídeos, medindo entre 33 a 36 cm. É uma subespécie do jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus noctivagus) do litoral do sudeste e sul do Brasil, do qual difere principalmente pelo colorido mais pálido. É ave cinegética.
Zabelê (ave) – Wikipédia, a enciclopédia livre
pt.wikipedia.org › wiki › Zabelê_(ave)

Leptotila é um género de aves da família Columbidae. Os membros do gênero costumam ser chamados popularmente de juriti, juruti e jeruti. Wikipédia.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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