Também considerado como um dos Bairros mais antigos da cidade, e conhecido até a década de 1920 como Bairro Popular, a Vila Romana teve sua urbanização iniciada em 1888, ao mesmo tempo do Grão Burgo da Lapa, que mais tarde veio a se tornar conhecido, como Lapa de Baixo.
Contudo, o progresso da Vila Romana só foi consolidado em 1927, quando a Cia. City, ao concluir as obras do Alto da Lapa e Bela Aliança, sentiu o crescente interesse da classe média pela região, e criou na região vizinha, um Bairro dentro dos padrões City de infra-estrutura. vromana.htmvromana.htm
Numa estratégia de "trading down", (que consiste em capitalizar o prestígio de sua marca, criando um produto de preço mais acessível), a Cia City decidiu colocar no mercado, um loteamento com as mesmas características dos bairros nobres: ruas arborizadas, passeios ladeados por faixas gramadas, e grandes praças.
Atualmente, a Vila Romana é um Bairro atraente, e de constante valorização imobiliária.
A cidade de São Paulo é o centro das oportunidades econômicas, da riqueza e da diversidade cultural, onde se concentra o poder econômico e financeiro do país.
São Paulo, é pólo dinamizador dos 39 municípios, que compõem a Região Metropolitana, cada um dos quais com a sua autonomia administrativa garantida.
Essa região apresenta ambientes e paisagens muito diferenciados, incluindo desde a alta densidade de centros industriais poderosos, como Guarulhos, Osasco e ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema), a municípios com grandes áreas de características rurais, como Guararema, Salesópolis e Juquitiba.
Dela faz parte, ainda, um faixa urbanizada única e contínua, com aproximadamente 90 km de extensão, que se estende ao longo do Tietê, Rio que nasce na metrópole, e a atravessa rumo ao oeste do Estado.
Os municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, formam um território submetido a questões de escala regional - como a localização de pólos geradores de emprego, a oferta de infra-estrutura de energia, de abastecimento de água, de tratamento de esgotos e de comunicações, a preservação e controle do meio ambiente, a interligação viária e o transporte público, entre outros - para as quais as divisas municipais não fazem sentido, gerando a grave situação dos transportes: milhões de pessoas deslocam-se diariamente, através do transporte coletivo ou individual, gerando ineficiência na movimentação geral de cargas e pessoas.
A cidade que veio a se construir no maior parque industrial do país, atingiu seu primeiro milhão de habitantes em meados da década de 30.
Em 1940, concentra em torno de 1,3 milhão de habitantes, e passa por um processo acelerado de crescimento, espalhando seus negócios pelo território, ligando bolsões isolados, e preenchendo os vazios internos, através de uma ocupação descontrolada e especulativa.
Nos anos 50, com quase 3 milhões de pessoas, a formação de um parque industrial de base automobilística, nos municípios de Santo André, São Bernardo e São Caetano, o ABC Paulista, brilha como um chamariz no horizonte, atraindo novas levas de força de trabalho, a maioria migrantes, e iniciando um processo de forte desequilíbrio urbano, com o surgimento de um cinturão periférico miserável, e sem controle.
A presença marcante do automóvel, e a caotização do trânsito, marcam o período desenvolvimentista dos anos 60, quando praticamente chega ao limite, a capacidade da malha viária do centro histórico, quase inalterada desde o início do século.
Em 1967, com 7 milhões de habitantes, rodam pela metrópole cerca de 493 mil automóveis.
Dez anos depois já seria 1,4 milhão.
Atualmente são cerca de 4,5 milhões de veículos, rodando na cidade de São Paulo.
O crescimento desordenado da metrópole, tem nos anos 70 a sua primeira tentativa de controle, através do PMDI - Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado, ao qual vão se suceder outras iniciativas de peso, entre elas a implantação do Metrô de São Paulo, como sistema de integração do transporte coletivo na capital.
Em 1973, por lei federal, é criada a Região Metropolitana de São Paulo, formada por 37 municípios, posteriormente 39, com o desmembramento por emancipação, de dois dos municípios iniciais.
A população da região, de 8,1 milhão em 1970, atinge 12,6 milhões em 1980, dos quais aproximadamente 2,8 milhões são migrantes.
Os anos 80, refletindo um momento de recessão econômica no país, dão início à passagem da metrópole paulista de pólo industrial, para um centro de serviços e negócios, com um processo simultâneo, de desaceleração de seu fluxo migratório.
A partir de 1990, essa tendência consolida-se, permitindo imaginar certa estabilização espacial, e demográfica, para um futuro próximo.
Mais tarde, em decorrência principalmente da grande migração nordestina, que ocorrera a partir dos anos 50, São Paulo incorporou definitivamente à sua paisagem a presença marcante e miserável das sub-habitações, características de metrópoles subdesenvolvidas, acentuando o desequilíbrio entre o crescimento das áreas centrais, mais organizadas urbanisticamente, e a bem mais rápida ocupação desordenada das periferias.
O crescimento da Região Metropolitana de São Paulo é vertiginoso.
Sua área de 130 km2, em 1930, passa a 420 km2, em 1950, e a 900 km2, em 1980.
Apesar da forte queda na taxa de crescimento da população, de 4,5% para 1,8% ao ano, o espaço urbanizado, continua em expansão, chegando a 1.520 km2 em 1987.
Dez anos depois, em 1997, é de 1.771 km2, a dimensão dessa área.
A formação dessa megacidade, resultou numa ocupação territorial de escala surpreendente, levantando questões cruciais sobre seus limites, controle e funcionalidade.
Seu modelo atual de crescimento já é outro, refletindo a desmobilização industrial que ocorreu nos anos 80, e a conseqüente perda do poder de atração anterior, resultando na reversão do movimento migratório.
Assim, a Região Metropolitana de São Paulo continua crescendo, mas num ritmo bem menor, o que permite imaginar a possibilidade de uma participação mais efetiva do planejamento, na reorganização de sua estrutura urbana e, em conseqüência, na melhoria da qualidade de vida oferecida aos habitantes, principalmente nas áreas periféricas.
Dentro de sua mancha urbana, espalhada em um raio médio de 25 quilômetros, algumas zonas contrastam com o conjunto, formando áreas quase segregadas - ilhas sofisticadas em arquitetura, produtos e cultura internacional - e um anel periférico de espaços tensos, com excesso de pobreza e violência.
A Região Metropolitana de São Paulo, atualmente conta com cerca de 18 milhões de habitantes, dos quais 2 milhões moram em favelas, e 600 mil pessoas em cortiços, somente na cidade de São Paulo.
A ocupação do espaço metropolitano, é resultado de uma legislação de uso de solo, que nunca foi articulada, na prática, com o sistema viário e de transportes.
Sem diretrizes ou formas efetivas de controle, a cidade foi construída num processo caracterizado como especulativo, levando à implantação descontínua de loteamentos, em que as áreas deixadas vazias, eram valorizadas pela urbanização, que atingia as áreas ocupadas.
Levantamentos realizados nos anos 80, mostram que 43% da área do município de São Paulo, estava então disponível para edificação, 80% da qual, ocupando regiões periféricas.
O desenvolvimento de algumas áreas, se deu, obrigando-se a superar rupturas e segregações físicas, como a presença de rios e de passagens ferroviárias, como também o fenômeno de alagamentos. Centros tradicionais, onde funcionavam algumas industrias e serviços, passam hoje por uma fase de transição.
Como conseqüência, tornou-se imperativo um processo de transferência, principalmente da atividade industrial, que vem ocorrendo gradualmente, com o decorrer do tempo.
O cotidiano estressante de São Paulo, esconde de seus habitantes, o complexo mecanismo que garante a vida, e o relativo conforto metropolitano, de que se desfruta.
No dia-a-dia, redes de infra-estrutura, sistemas e serviços interagem em incessante sincronia, estabelecendo o próprio ritmo da metrópole.
A cidade dos contrastes incorpora, em seu funcionamento, desde meios tradicionais, como a retirada de água de poços por baldes, e carroças puxadas por animais, às tecnologias mais contemporâneas, como o uso de feixes de raios laser, fibras óticas e sistemas on-line, moldando uma dinâmica própria, decorrente das disparidades sócio-econômicas.
Alcino Izzo Júnior.
(Texto extraído do livro "Tempos Metropolitanos",editado pelo Metrô e Editora Terceiro Nome).
Texto extraído da internet.
Luciana Celestino dos Santos
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