Poesias

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

COISAS DO BRASIL PARTE 4 – REGIÃO SUDESTE - CAPÍTULO 24

Em Minas Gerais, os turistas, ao chegarem em Belo Horizonte, foram logo conhecer a Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem. 
Em estilo gótico, tem vitrais altar-mor em mármore de Carrara, e é um deslumbre! 
No Museu Mineiro, os turistas conheceram um casarão neoclássico, com delicadas pinturas nos forros.
Oratórios mineiros e imagens de Sant’Ana e São José de Botas, do século dezessete, além de seis telas do mestre Athayde, o maior pintor do barroco mineiro, fazem parte da atração. 
No Museu de História Natural, os turistas constataram que junto a este, estão encravados, seiscentos e quarenta mil metros quadrados de matas do Jardim Botânico. 
A grande atração é o esqueleto do homem de mil anos de Lagoa Santa (Minas Gerais) e réplica de ossadas de animais pré-históricos. 
O presépio do Peripau rouba a cena: o conjunto animado de quinhentas e oitenta peças de madeira tem quase cem anos, e apresenta cenas bíblicas e típicas mineiras. 
Passeando no Palácio das Artes, os rapazes, conheceram o projeto inicial de Niemeyer. 
Reúne teatros, cinemas e lojas de artesanato. No Palácio do Governo, os turistas observaram a construção em estilo neoclássico, com salões decorados com pinturas, lustres de cristal e móveis Luís XV, e uma escada de ferro art noveau belga, ornamentada com flores e folhagens.
Ao lado, no Palácio dos Despachos, painel de Portinari sobre a Inconfidência Mineira. 
Passando pela Praça da Liberdade, os turistas observaram que esta é cortada por uma belíssima alameda de palmeiras imperiais. 
Tem jardins franceses, coreto, fontes e estátuas de mármore Carrara. 
Em volta, construções neoclássicas do final do século dezenove e dois projetos de Niemeyer: a Biblioteca Pública, e um prédio que lembra o paulistano Copan, onde morou Risoleta – viúva de Tancredo Neves. 
No Parque Américo René Gianetti, os turistas se depararam com a principal área de lazer do centro.
Tem cento e oitenta mil metros quadrados de bosques, duas mil espécies de árvores, orquidário e lago com barcos a remo. 
Já no Parque Florestal das Mangabeiras, os viajantes, observaram que, na encosta da Serra do Curral, uma área de dois milhões e trezentos mil metros quadrados de campos, cerrado e Mata Atlântica, leva a assinatura de Burle Marx. 
Caxinguelês, micos-estrelas e tatus, são vistos nos passeios pelas trilhas. 
Para os preguiçosos, circuito interno de micro-ônibus. 
No Mirante das Mangabeiras, um belo cenário se descortina diante dos olhos dos turistas, admiradores de Belô. 
Após, na Estação Ferroviária, os turistas conheceram um prédio magnífico em estilo neoclássico. 
Mas a grande atração é uma maquete com trezentos metros quadrados de área, onde locomotivas circulam por uma cidade em miniatura. 
A miniferrovia é aberta ao público somente aos sábados. 
Na Pampulhas, os turistas trataram logo de ir até a lagoa. 
Ao redor da lagoa artificial – circundada pelos dezoito quilômetros da Avenida Otacílio Negrão de Lima –, o projeto arquitetônico deu o que falar nos anos quarentas. 
Encomendado pelo então prefeito Juscelino Kubitschek ao arquiteto Oscar Niemeyer, um desconhecido na época, a Pampulha reúne os papas do modernismo: Candido Portinari, Burle Marx e Alfredo Ceschiatti. 
Aproveitando o ensejo, os turistas fizeram um passeio de barco, que sai perto da Igreja de São Francisco. 
O projeto foi concebido para ser visto da lagoa. 
Passeando pela Igreja de São Francisco de Assis, os turistas descobriram que esta foi inaugurada em 1945, e que ficou fechada por catorze anos. 
As autoridades eclesiásticas não aprovaram o projeto. 
Além do choque causado pela arquitetura revolucionária das abóbadas parabólicas, as linhas da torre do sino e da fachada, lembram uma foice e um martelo – símbolos do comunismo. 
É uma obra prima da moderna arquitetura brasileira. 
Dentro, a mão de Portinari, nos ‘Catorze Passos da Paixão’, nos azulejos e no painel sobre a vida de São Francisco. 
Repare na figura do santo: o lado direito mostra sinais de riqueza e o esquerdo, com faces encovadas e vestes puídas, a opção pelo voto de pobreza. 
No batistério, painéis de bronze do escultor Ceschiatti. 
O paisagismo é de Burle Marx. 
Na Casa de Baile, os turistas se encantaram com a construção à beira do lago, de forma circular e de vidro projetada por Niemeyer, para ser um salão de baile popular, e que virou restaurante. 
No Museu de Arte, em reforma até pouco tempo atrás, os turistas observaram em salas luxuosas, obras de Portinari, Di Cavalcanti, Guignard, Ianelli. 
Foi cassino até 1946 e tem paredes revestidas de ônix e espelhos de cristal. 
O projeto é Niemeyer e os jardins são de Burle Marx. 
Mais tarde no Iate Tênis Clube, os turistas ficaram intrigados com os tetos inclinados ao contrário, como asas de borboleta, e que também são de Niemeyer. 
Após, passearam pela Feira de Antigüidades e Comidas Típicas. 
No Museu da Cachaça, os turistas se depararam com uma coleção de duas mil marcas, bem como a visita ao Alambique Vale Verde. 
A seguir, os turistas foram passear a cavalo, em trilhas por montanhas, matas e riachos. 
Mais tarde, os turistas foram comprar artesanato de barro, couro, pedra e metal, em meio a três mil artesãos. 
Lá tem também, peças de cerâmica e tear do Jequitinhonha na Codevale. 
Em Ouro Preto, os turistas visitaram a Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar. 
De 1733, uma das mais ricas em ouro e prata do Brasil. 
Os retábulos laterais e o altar-mor, trabalhados folheados a ouro, mostram o auge do barroco e da mineração no século dezoito. 
O esplendor dos quatrocentos e setenta e dois anjos, e dos quatrocentos e trinta quatro quilogramas de ouro que recobrem as talhas, é reforçado pela música barroca que ecoa na igreja. 
No teto de caixotão em baixo-relevo, a pintura ilusionista da época: da porta principal vê-se o cordeiro sobre a cruz; da capela principal, ele se esconde embaixo dela. 
A imagem de Nossa Senhora dos Passos doada pela Espanha gerou a expressão ‘conto do vigário’.
Como existia outra matriz – a de Nossa Senhora de Conceição –, os párocos disputaram o santo. 
O vigário de Pilar sugeriu que um burro fosse solto, carregando a imagem. 
Dependendo de seu destino, a escolha estaria feita. 
O burro rumou direto para Pilar. 
Tarde demais se demais se descobriu que ela era do padre de lá. 
Na sacristia, o Museu da Prataria mostra objetos de arte sacra e um oratório de madeira de Aleijadinho. Passando pela Igreja São Francisco de Assis, os turistas observaram as obras primas dos mestres do barroco mineiro, como Aleijadinho e Manoel da Costa Athayde, construída entre 1765 à 1810.
Aleijadinho fez o projeto. 
Na portada dois medalhões de pedra sabão: um com a imagem de Nossa Senhora da Conceição, outro com São Francisco recebendo as cinco chagas de Cristo, no Monte Alverne. 
Os santos, esculturas e pinturas transmitem a aceitação do sofrimento através da imagem da Paixão de Cristo, e dos votos franciscanos. 
Também de Aleijadinho o retábulo do altar-mor e o púlpito. 
No forro da nave, pintura tridimensional de Athayde apresenta Nossa Senhora da Conceição cercada de anjos, todos com feições de mulatos. 
Na Igreja Nossa Senhora do Carmo, os turistas se depararam com a edificação de 1772. 
O projeto é do pai de Aleijadinho, Manoel Francisco Lisboa, que morreu e foi substituído pelo filho.
Além de modificar a obra, Aleijadinho fez o trabalho de pedra-sabão na portada, o lavabo da sacristia e as talhas dos altares de São João Batista e Nossa Senhora da Piedade. 
A pintura do forro e o dourado do altar-mor são de Athayde. 
Os azulejos de faiança portuguesa da capela-mor sobre Nossa Senhora do Carmo, são os únicos em igrejas mineiras. 
Ao passarem na Igreja Santa Ifigênia, os turistas observaram a obra de sessenta anos (1730–1790), também projeto do pai de Aleijadinho. 
Há quem diga que foi erguida por Chico Rei e sua tribo, com pó de ouro trazido pelas escravas nos cabelos. 
As imagens dos santos são todas negras. 
Na pintura do forro, um papa negro, que nunca existiu. 
Entalhes de anjos, pelicanos, búzios e cascos de tartarugas. 
Na Igreja do Rosário, os turistas conheceram a edificação erigida em 1785. 
A rara fachada circular contrasta com o interior simples. 
A imagem de Santa Helena é atribuída a Aleijadinho. 
Ao passarem na Matriz Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, os turistas descobriram que esta construção, substituiu a capela erguida em 1699 pelo bandeirante Antônio Dias, fundador de Vila Rica.
Construída entre 1727 e 1760 pelo pai de Aleijadinho, é a maior da cidade, rica em trabalhos barrocos.
Na sacristia, obras de Aleijadinho – com mesa funerária de jacarandá, e busto de pedra sabão de São Francisco de Paula. 
No altar de Nossa Senhora da Boa Morte está sepultado o artista. 
Depois, os viajantes foram conhecer a Capela Padre Faria. 
Construída em 1710, é a mais antiga. 
Possuí fachada simples e rico interior de talha dourada, em estilos barroco e rococó. 
A torre lembra um templo chinês. 
Após, os turistas foram conhecer o Museu da Inconfidência. 
Em estilo neoclássico, é cercado por uma balaustrada de pedra-sabão. 
Reúne documentos e objetos sobre a Inconfidência Mineira (1789), móveis e objetos sacros do século dezoito. 
No panteão estão os restos mortais dos inconfidentes, com a bandeira do movimento, ‘Libertas quae sera tamen’ (Liberdade ainda que tardia). 
Guarda os autos da Devassa, pedaços da forca de Tiradentes e uma imagem de São Jorge – feita por Aleijadinho em cedro – que ficou anos na prisão: sua lança matou um escravo durante uma procissão.
No dia seguinte, os turistas foram conhecer o Museu de Mineralogia. 
Antigo palácio dos governadores de 1760, abriga o Museu e a Escola de Minas, criada por Dom Pedro II, em 1876. 
Tem uma das maiores coleções de minérios do mundo – são vinte e três mil amostras. 
Ouro em pepitas, veios e quartzo, diamantes, topázios e paládio, o ouro preto que deu nome a cidade. 
No Museu Guignard, os turistas visitaram a antiga casa do pintor Alberto da Veiga Guignard. 
Lá estão pinturas, desenhos e objetos do artista. 
A seguir na Casa dos Contos, com fachada de nove janelões e sacadas, o casarão de 1874, é um dos mais belos de Ouro Preto. 
Foi residência de um rico coletor de impostos, casa de fundição e prisão de inconfidentes, entre eles Cláudio Manoel da Costa, encontrado morto em um dos aposentos. 
Este local, abriga atualmente, o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro, com réplicas de antigas moedas do Brasil. 
Entre os documentos, uma procuração assinada por Tiradentes e a lista dos países de destino dos inconfidentes degredados. 
No Teatro Municipal, os turistas se deslumbraram com a Casa de Ópera de Vila Rica, com frontão triangular, lembrando uma construção grega. 
Tem quatrocentos lugares e acústica perfeita. 
Em 1994, sediou reunião do Mercosul. 
Passeando na Praça Tiradentes, os turistas observaram a construção, do século dezoito, a principal da cidade, rodeada de casarões coloniais e calçadas de pedras. 
No centro, desde 1894, a Estátua de Tiradentes, de bronze e de granito, marca o lugar em que ficou exposta a cabeça do alferes, enforcado no Rio em 1792. 
Visitando a Casa de Gonzaga, os turistas conheceram a residência do poeta e inconfidente Tomás Antônio Gonzaga, o Dirceu de Marília, e que hoje abriga a Secretaria de Cultura. 
A seguir, os turistas foram observar os chafarizes. 
São dezenove. Abasteciam a cidade e ainda fornecem água limpa. 
O mais famoso é o de Marília de Dirceu – na Praça Dirceu – de 1758, de granito, com quatro carrancas feitas pelo pai de Aleijadinho. 
No Alto da Cruz, fonte de 1750, com um busto de mulher atribuído a Aleijadinho. 
Quando foram conhecer os oratórios, os viajantes constataram que apesar de muitos, só sobraram dois: o de Nosso Senhor do Bom Despacho e o de Santa Cruz. 
Foram construídos para afugentar maus espíritos. 
Passeando pela Mina Chico Rei, os turistas se depararam, no quintal de Maria Bárbara, com as galerias da Mina de Encardideira, encontradas por acaso em 1946 por um de seus filhos. 
Segundo a tradição, pertenceu a Chico Rei, rei africano que veio como escravo para o Brasil. 
Com o ouro ele comprara a alforria de seus súditos. 
Mais tarde, os viajantes foram conhecer o Mirante do Morro. 
De lá, tiveram uma vista panorâmica da cidade. 
Na Cachoeira das Andorinhas, os turistas observaram a nascente do Rio das Velhas, mergulhar dentro de uma gruta, e cair como uma ducha de dez metros. 
Rochas curiosas, como a pedra do Jacaré, encantaram os turistas, que aproveitaram para se banhar na Cascata Véu de Noiva. 
No horizonte, o perfil azul da Serra da Caraça. 
Passando pelo Mosteiro Zen Budista Pico de Raios, os turistas se depararam com um santuário de pedra, cercado de jardins a um mil e quinhentos metros de altitude. 
Lugar propício para retiro e meditação. 
A seguir, os turistas foram conhecer Lavras Novas. 
Lá se depararam com vestígios da estrada real que ligava Minas ao Rio, tendo como paisagem um mar de montanhas. 
Artesanato de taquara e Cachoeiras Pingo d’Água, Pingo de Cristal e Falcão. 
Após, foram assistir ao Festival de Inverno. 
Em julho, a Universidade Federal de Minas transforma a cidade em um enorme espaço cultural: são shows, recitais, exposições, danças, teatro e oficinas. 
Depois, os turistas foram comprar artesanato em pedra sabão, madeira, metal e pedras preciosas. 
Em Mariana, os turistas foram conhecer a Catedral da Sé. 
A construção de 1709, é toda feita de taipa de pilão. 
O lavabo da sacristia é atribuído a Aleijadinho. 
A pintura do batismo de Jesus é do mestre Athayde, filho da cidade, maior pintor barroco mineiro. 
Às sextas e domingos, a Sé revive o século dezoito: o som barroco invade sua nave através dos novecentos e sessenta e quatro tubos (o maior de dois metros e quatrocentos centímetros) do órgão alemão Arp Schnitger, famoso em todo o mundo. 
Fabricado em 1701 e doado em 1751, por Dom João V, cruzou o oceano e viajou no lombo de um burro até Mariana. 
Decorado com motivos chineses e esculturas de anjos, ele ganha vida nas mãos da paulista Elisa Freixo, que desde de 1988 faz concertos didáticos gratuitos. 
Passeando pela Igreja Nossa Senhora do Carmo, os turistas observaram uma bela construção de 1784.
Na fachada, um sol e uma lua de pedra-sabão indicam que os escravos trabalharam dia e noite na obra.
A pintura do forro tem perspectiva rococó. 
Na Igreja São Francisco de Assis, os turistas ao observarem a construção de 1794, descobriram pinturas de Athayde no teto da sacristia. 
Além do túmulo do pintor, repararam que no altar está a imagem de São Roque, vindo da França. 
O medalhão da portada é atribuído a Aleijadinho. 
No Pelourinho, os turistas observaram dois bancos de ferro, que sustentam uma balança e uma espada, representando a justiça e a força. 
Acima, a coroa portuguesa. Depois, os turistas foram conhecer o Museu de Arte Sacra. 
Trata-se de um casarão em estilo rococó do século dezoito. 
Os destaques são os relicários e imagens de santos de Aleijadinho, fonte de pedra-sabão atribuída a ele, e a tela de Athayde ‘Queda de Jesus’. 
Na Casa de Alphonsus Guimaraens, os turistas conheceram a famosa morada onde viveu e morreu o poeta. 
Possuí uma biblioteca e manuscritos do poeta. 
Ao passarem pela Casa da Rua Direita, os viajantes atentaram para o rendilhado de pedra sabão do balcão e da sacada. 
Após, foram conhecer a Cachoeira do Brumado. 
A vila, em suas proximidades, cheira a fogão de lenha. 
Conhecida pelos tapetes de sisal, aparas de malha e por seus magníficos escultores: Artur Pereira e seu filho José, transformam toras de cedro em colunas cheias de bichos e presépios. 
Adão faz sapos, aves e árvores. 
A seguir, os turistas foram comprar imagens de santos e telas de artistas. 
Ao conhecerem Tiradentes, os turistas descobriram que a mesma fora fundada em 1718, ao pé das escarpas avermelhadas da Serra de São José, cresceu e se enfeitou de ouro e prata no período da mineração. 
Em 1889, a Vila de São José do Rio das Mortes virou Tiradentes, em homenagem ao seu filho mais ilustre, o alferes Joaquim José da Silva Xavier. 
A glória do ouro durou quase cem anos. 
Quando acabou, a pequena vila colonial adormeceu entre as montanhas. 
E só despertou na década de vinte, quando artistas modernistas, entre eles Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, se encantaram com seu casario colonial. 
Centro da mineração no século dezoito, Prados tem tradição na arte santeira e em selas artesanais. 
Mas se rendeu aos leões. 
Foi assim: um belo dia, apareceu por aqui um circo para lá de mambembe. 
E o povo se admirou ao ver um leão, ao vivo e em cores. 
Os artesãos passaram a cultuar o novo ídolo, esculpindo leões em toras de cedro. 
As peças ficaram famosas no Brasil e, agora, a bicharada está solta. 
São tatus, peixes, pássaros. 
Uma fauna de pau. 
Em São João Del Rei, os turistas tiveram uma forte impressão colonial da cidade. 
Isso por que, o que se cultiva aqui, é a tradição – e isso nem o súbito ar de modernidade do antigo arraial consegue empanar. 
Del Rei, São João carrega no nome. 
Quando os sinos das trinta e cinco igrejas badalam, só quem é da terra sabe por quem os sinos dobram.
Pelos postes colam-se jornais diários com as notícias de São João e do mundo. 
O barroco, ora, o barroco não é só isso que se vê nas construções. 
É também o que se ouve graças às liras bicentenárias que cantam nas igrejas e nas tradicionais procissões, que de tão tradicionais, oram até pela paz das almas penadas. 
Ademais, com relação aos sinos, a linguagem é pura badalação: o sino repica e a cidade fica de orelha em pé. 
Se dobra quatro horas sem parar, o mais longo dos avisos, o papa morreu. 
Os horários das missas, das procissões e até óbitos se conhecem pela voz dos sinos. 
Se a morte é de uma criança, soa o repique dos anjos – três pancadas. 
‘Eles tocam a alma’ – relata Édson Benevides, sineiro a vida toda, inclusive na Igreja do Pilar. 
Parou há tempos, por causa do coração. 
Por ter vivido por toda a vida tocando sinos, todos eles têm nome, e Édson se lembra do Jerônimo, um sino que foi preso em 1930, e condenado à fundição, por que matou o sineiro com uma pancada. 
De seu bronze nasceu o Francisco, que badala na torre da igreja de seu santo. 
Blém, blom!  

O esquilo (também conhecido como caxinguelê) é um mamífero da Ordem Rodentia (mamíferos roedores), enquanto o Serelepe (também conhecido como colugo ou lêmure voador) é na verdade um mamífero marsupial da família Falangerídeos.
Esquilo | Caxinguelê | Serelepe | Colugo
www.ninha.bio.br › biologia › esquilo.

Texto retirado de artigos da internet sobre o folclore brasileiro, e de guias de viagens sobre o Brasil.
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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