Poesias

domingo, 30 de agosto de 2020

Avenida Paulista - A mais Paulista das Avenidas

A população de São Paulo não passava de cem mil habitantes, quando se fez a Avenida Paulista. 
Com efeito, no ano de 1891, criou-se na parte mais alta do sítio paulistano, a imponente via. 
Por ali, bondes puxados a burros, circulavam em faixa própria, antes mesmo de se instalarem os palacetes e mansões, que abrigaram novos ricos e fazendeiros de cafém, que se mudavam do interior do estado para a capital. 
Uma larga faixa central de jardins, completava o embelezamento da nobre e imponente avenida. 
De grande importância para a consolidação da mais paulista das avenidas, foi a criação do Parque Siqueira Campos. 
O popularmente chamado "Parque Trianon" teve projeto do urbanista inglês Barry Parker, ligado à Companhia City, empresa responsável por loteamentos como Jardim América e Pacaembu. 
Além da área verde, o parque contava com um belvedere, concebido pelo paisagista francês Paul Villon, e implantado pelo arquiteto brasileiro Ramos de Azevedo.
Barry Parker propunha às autoridades, a criação de um parque linear, centralizado no Trianon. 
Esse parque cruzaria toda a cidade de São Paulo, e evitaria que o crescimento vertiginoso da cidade afetasse o meio ambiente, e a qualidade de vida dos paulistanos. 
Apesar de não implantado, o ideal de Barry Parker se consolidou: a Avenida Paulista, é o centro de tudo que acontece na cidade.
Ainda no começo do século XX, a Avenida Paulista já havia sido escolhida como o local dos eventos populares da cidade, como o corso carnavalesco. 
O corso consistia em um desfile de carros conversíveis, com capotas arriadas, de onde os carnavalescos arremessavam serpentinas, confetes e lança-perfumes, nos foliões da calçada. 
Outro grande acontecimento da Avenida, era a corrida de automóveis nas décadas de 1920 e 1930.
Um importante fato valorizou ainda mais a grande avenida: a abertura de uma passagem transversal e subterrânea, que ligava o centro da cidade, aos bairros novos da zona sul, como o Jardim América: era a transformação do Vale do Saracura na Avenida 9 de Julho.
As construções residenciais que tinham surgindo nos mais diversos estilos, tinham em comum a inspiração no ecletismo europeu, nos seus mais variados tipos, dos neoclássicos ingleses e franceses,  até os italianos. 
Havia também sinais de modernismo e o "art-nouveau", estilo mais característico da época de construção das casas.
No início da década de 1940, algumas mansões começavam a ceder espaço para construções verticais, inicialmente residenciais. 
A partir da década de 1960, as mansões dão lugar para edifícios comerciais.
Aquela que era considerada uma avenida larga e generosa, começava a sentir a necessidade de mais espaço, obrigando a municipalidade a reduzir o canteiro central, e a rasgar alguns jardins das residências, alargando-a para ampliação das pistas de rolamento. 
O tráfego de automóveis e ônibus era crescente.
Um marco da arquitetura nacional foi construído no final da década de 50, na esquina da Rua Augusta: o famoso Conjunto Nacional. 
O complexo abriga lojas e cinemas, escritórios e apartamentos. 
O Conjunto viria a ser o antecessor nacional dos shopping-centers.
A construção do Museu de Arte de São Paulo, o MASP, no local do antigo Belvedere do Trianon, foi a consolidação do prestígio da Avenida Paulista. 
Seu acervo é o maior e mais rico da América Latina, e o próprio edifício do MASP, projeto de Lina Bo Bardi, é tido como parte do acervo.
Em 1995, foi criada a Associação Paulista Viva, cujo objetivo é trabalhar pela preservação da imagem da Avenida Paulista, garantindo qualidade a todos que vivem, circulam e trabalham na mais famosa e querida via da cidade. 

Texto extraído de artigos da internet. 
Luciana Celestino dos Santos

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