Poesias

domingo, 23 de agosto de 2020

Historia de Embu Guaçu e Embu das Artes SP

Por volta do século XIX, em mais uma de suas andanças pelos sertões paulistas, o sertanista José Pires de Albuquerque, deparou-se com a região que hoje compõem o município de Embu Guaçu, e impressionado com a beleza natural do lugar, resolveu voltar mais tarde e fixar residência. 
Construiu a primeira casa que hoje faz parte do patrimônio da Palquima Indústria Química Paulista S.A., construção esta levantada com mão de obra escrava, de taipa, como eram as construções no período colonial. 
Com o passar dos anos, foram chegando novas famílias: os Roschel, os Creim, os Schunck, os Domingues, e outros que constituíram as famílias pioneiras da região. 
Por mais de meio século, a região apresentou um crescimento populacional, econômico e social bastante moroso, porém com a chegada dos trilhos do ramal ferroviário Mairinque- Santos, da Estrada de Ferro Sorocabana - atual FEPASA, em 1932, a região começou a crescer em todos os sentidos. 
1932 Embu-Guaçu é elevado à condição de Vila 
1944 É elevado à categoria de distrito pelo Decreto Lei nº 14.334/44 
28/03/1965 Emancipa-se de Itapecerica da Serra, de onde era distrito 
A cidade de Embu tem suas origens na antiga aldeia M'Boy, criada pelos padres da Companhia de Jesus na primeira metade do século XVII. 
M'Boy, Boy, Bohi, Bohu, Emboi, Alboy, Embohu. 
Diversas grafias foram registradas por Sérgio Buarque de Holanda, para a palavra indígena que nomeava a extensa região onde surgiu a aldeia. 

"Embu Guaçu
"No final do século XIX, em uma de suas andanças pelos sertões paulistas, o casal de sertanistas José Pires de Albuquerque e Emília Pires de Moraes Pedroso chegou à região onde, atualmente, está localizado Embu-Guaçu. Impressionados com a beleza natural da região, decidiram fixar residência e erguer a primeira casa, feita de taipas e mão de obra escrava, próximo ao Rio Santa Rita (hoje, patrimônio da família Svartman, fundadora da primeira indústria do município: a "Indústria Química Paulista S/A").
O povoado cresceu no início de 1900, com a chegada de imigrantes e novas famílias como os Roschel, os Creim, os Schunck, os Domingues, entre outros que constituíram as famílias pioneiras da região. Em 1920, José Pires de Albuquerque constrói a primeira indústria de farinha de mandioca.
Em 1932, Embu-Guaçu é elevado à condição de Vila, onde Benedito Roschel de Moraes inaugura a primeira casa comercial.
Estação Ferroviária de Embu Guaçu em meados da década de 1950
Por mais de meio século, a região apresentou um crescimento populacional, econômico e social bastante moroso, porém, com a chegada dos trilhos, a região começou a crescer em todos os sentidos. Em 1927, começaram as difíceis e demoradas obras de construção da ferrovia da Estrada de Ferro Sorocabana, com o ramal Mairinque-Santos, que desceria a Serra do Mar cruzando Embu-Guaçu, onde a obra chegou por volta de 1929. 
Em 1937, o novo ramal da ferrovia foi inaugurado.
A antiga Estrada de Ferro Sorocabana (1934-1971) transportava o café produzido no interior paulista para o porto santista. 
Nela, havia uma estação inaugurada em 5 de abril de 1934, onde houve tráfego de passageiros entre Embu-Guaçu e Santos até novembro de 1997. 
O nome da ferrovia foi, posteriormente, alterado para Ferrovia Paulista Sociedade Anônima (FEPASA: 1971-1998). 
Hoje, é administrada pela Rumo Logística, que opera o alto tráfego de trens de carga que cruzam o município,
Em 1944, Embu-Guaçu Guaçu foi elevado à categoria de distrito pelo decreto-lei nº 14.334/44, com uma área de 171 km², mas ainda sendo parte do município de Itapecerica da Serra.
Emancipação
O município Itapecericano detinha um sério problema de repasse de verbas devido sua grande extensão territorial, sendo incapaz de manter toda sua área. 
Em decorrência desta dificuldade, movimentos emancipacionistas ganharam força e Embu-Guaçu foi emancipado, a partir da Lei estadual nº 8 092, 20 de fevereiro de 1964. 
As eleições municipais foram convocadas para o dia 7 de março de 1965.
Em 28 de março de 1965, Embu-Guaçu foi elevado à categoria de município, ocorrendo, então, a primeira legislatura, com posse do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, e conquistando definitivamente sua emancipação político-administrativa.
A comissão do movimento Pró-Emancipação, que trabalhou no sentido de que toda documentação e exigências da Lei Orgânica do Município fossem apresentadas à Assembleia Legislativa do Estado, era composta por: presidente, Sr. Fioravante Francisco; quatro vices-presidentes, Alexandre Rodrigues Nogueira, Antônio Albuquerque Filho, Valdomiro Pereira Rodrigues, Walter dos Reis; Secretário Geral, Benedicto Roschel de Moraes; e quatro secretários, Nilton Higino Martins, Francisco O. Martins, Luiz G. Ávila de Macedo, Rafael Cau; Tesoureiro Geral, Antônio Roschel de Moraes; e quatro tesoureiros, Angelo Flose, Kyiotoschi Morita, Antenor Hervelha e Pedro Júlio da Rocha."" https://pt.wikipedia.org/wiki/Embu-Gua%C3%A7u

"Embu das Artes
Fundada pelos jesuítas provavelmente em 18 de julho de 1554, a aldeia de Bohi, hoje Estância Turística de Embu das Artes, só começou a ser uma cidade independente a partir de 18 de fevereiro de 1959, data em que foi criado o município de Embu, desmembrado de Itapecerica da Serra e Cotia. 
Até o século XVI, a região era habitada pelos índios tupiniquins. 
Como todas as missões jesuíticas no interior do Brasil de então, esta tinha objetivos missionários e pretendia catequizar os índios locais, aproveitando-os também como força de trabalho para as fazendas que se foram criando na região.
Em 1607, as terras da aldeia passam para as mãos de Fernão Dias (tio do bandeirante Fernão Dias, o Caçador de Esmeraldas), mas, poucos anos mais tarde, em 1624, foram doadas à Companhia de Jesus. Em 1690, o Padre Belchior de Pontes iniciou a construção da Igreja do Rosário, transferindo, ao mesmo tempo, o núcleo da aldeia original. 
Já no século XVIII, entre 1730 e 1734, os jesuítas construíram a sua residência anexa à igreja, formando um conjunto arquitetônico contínuo de linhas retas e sóbrias. 
Mas, em 1760, por ordem da Coroa Portuguesa, os jesuítas foram expulsos do Brasil. 
A região fazia parte do antigo município de Santo Amaro, e posteriormente do município de Itapecerica da Serra. 
Embu foi elevada à categoria de município em 1959, quando se emancipou de Itapecerica da Serra." https://pt.wikipedia.org/wiki/Embu_das_Artes
"Elevado à categoria de município com a denominação de Embu, pela Lei Estadual n.º 5.285, de 18-02-1959, desmembrado dos municípios de Itapecerica da Serra e parte dos distritos das Sede dos municípios de Itapecerica da Serra e Cotia. 
Sede no antigo distrito de Embu. 
Constituído do distrito Sede.
IBGE | Cidades@ | São Paulo | Embu das Artes | História ...
cidades.ibge.gov.br › brasil › embu-das-artes › historico"

Diz a lenda que o nome M'Boy - cobra em tupiguarani - foi dado para homenagear um índio que salvara da morte, o padre Belchior de Pontes, figura fundamental na história da aldeia. 
Pouco depois, o índio morreu picado e envolvido por uma grande serpente. 
Segundo Leonardo Arroyo, o termo M'Boy vem de Mbeîu, que significa cousa penhascosa, agrupamento de montes, coisa em cachos ou cacheados. 
De qualquer modo, era nessas terras montanhosas, que ficava a fazenda de Fernão Dias Pais - tio do famoso bandeirante caçador de esmeraldas - e Catarina Camacho, sua mulher. 
Em 24 de janeiro de 1624, o casal doou a propriedade aos jesuítas, incluindo os muitos índios que aldeara em torno da sede. 
Duas condições foram impostas por Catarina Camacho para efetivar a doação: o culto ao Santo Crucifixo e a festa de Nossa Senhora do Rosário, a quem a pequena capela da fazenda era dedicada. 
A doação era bem conveniente aos jesuítas, que, atacados por índios na aldeia de Maniçoba, próxima de Piratininga (vila que deu origem à cidade de São Paulo), procuravam um lugar mais seguro para prosseguir com sua missão de catequizar o gentio. 
A nova aldeia, além de estar mais afastada do núcleo de Piratininga, ficava na confluência dos caminhos que levavam ao mar e ao sertão, um ponto estratégico. 
Uma vez instalados, os padres iniciaram o trabalho de catequese dentro dos moldes de outros aldeamentos jesuíticos. 
O princípio básico era fixar os índios em torno das igrejas e colégios, protegendo-os da escravidão. 
Em troca, o gentio tinha que se submeter à nova disciplina que, na maior parte das vezes, entrava em choque direto com a cultura indígena. 
Além de se adequar à moral religiosa católica, que permitia um único casamento, os índios transformavam-se em agricultores sedentários. 
Talvez por problemas de adaptação dos indígenas ao novo modo de vida, no fim do século XVII e início do XVIII, o padre Belchior de Pontes, então diretor da aldeia, resolve mudá-la para outro lugar não muito distante. 
Segundo relata o padre Manuel Fonseca no livro 'A Vida do Venerável Padre Belchior de Pontes', a nova aldeia ficava assentada num plano cercado de riachos, que produziam peixes miúdos em tal quantidade, que podiam ajudar muito a sustentação dos índios. 
No novo local, o padre Belchior de Pontes ergueu também uma nova igreja, maior que a anterior, conservando a invocação a Nossa Senhora do Rosário. 
Em meados do século XVIII, a aldeia contava com 261 índios e apresentava sinais de prosperidade, destacando-se entre as demais. 
Já havia sido construída a residência dos jesuítas, com ajuda dos índios. 
Além da mandioca, trigo e legumes, produzia-se algodão, que era fiado e tecido ali mesmo pelas índias.
Há registros de exportações para Rio de Janeiro e Bahia em 1757. 
Uma outra peculiaridade da aldeia, era a existência de uma banda de música, bastante respeitada na região. 
Composta de índios guaranis, que dedicavam duas horas da manhã e duas horas da tarde aos ensaios, e a corporação musical, participava de missas e procissões, se apresentando em localidades próximas. 
Em 1760, os jesuítas foram expulsos do Brasil por ordem do Marquês de Pombal, e a igreja do Embu passou para os cuidados do clero diocesano. 
A população indígena começou a se dispersar e, em 1873, restavam apenas 75 índios e mestiços habitando o lugar. 
Desde o início do século XIX, a aldeia já estava em franca decadência. 
Permaneceu na obscuridade até nos anos 20 deste século, quando Duarte Leopoldo e Silva determinou a primeira recuperação da igreja. 
Em 1939 e 1940, o conjunto jesuítico - que compreende a Igreja Nossa Senhora do Rosário e a residência dos jesuítas - foi considerado Patrimônio Nacional e restaurado pelo SPHAN (atual IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 
Capela Nossa Senhora do Rosário 
O conjunto jesuítico Nossa Senhora do Rosário é formado pela igreja, e pela antiga residência dos padres, conjugadas numa mesma edificação. 
O desenho das portas e janelas cria uma delicada movimentação da fachada. 
Trata-se de um dos mais importantes e preservados remanescentes das construções jesuítas em São Paulo, caracterizadas pela simplicidade das linhas retas. 
A igreja começou a ser construída por volta de 1700 pelo Padre Belchior de Pontes, em substituição à antiga capela da fazenda de Catarina Camacho, situada não muito longe dali, também dedicada a Nossa Senhora do Rosário. 
A nova igreja teria suficiente capacidade para que os índios e vizinhos pudessem comodamente, observar os preceitos a que estão obrigados, como registrou o Padre Manuel da Fonseca no livro 'A Vida do Venerável Padre Belchior de Pontes'. 
Museu de Arte Sacra 
Em meados do século XVIII, após a morte do Padre Belchior, teve início a construção do convento anexo à igreja Nossa Senhora do Rosário, onde atualmente funciona o Museu de Arte Sacra.
Localização: Largo dos Jesuítas – Centro. 
Capela de São Lázaro 
A origem da Capela de São Lázaro está ligada à uma imagem do santo esculpida em madeira, pelo artista Cássio M'Boy, nos anos 20. 
O São Lázaro, de Cássio M'Boy, começou a atrair um grande número de devotos e, em 1934, decidiu-se construir uma capela para abrigar a imagem, e seus adoradores. 
Em 1969 a capela foi restaurada, aproximando-a das linhas da arquitetura jesuítica da Igreja Nossa Senhora do Rosário. 
Localização: Rua da Matriz, s/nº. 
Embu também é conhecida como Terra das Artes ou, simplesmente, Embu das Artes. 
O nome surgiu nos anos 60, quando aconteceu na cidade um forte movimento, caracterizado pela arte primitiva, e pela influência da cultura hippie. 
No entanto, podemos dizer que a tradição artística da cidade remonta ao tempo dos jesuítas. 
Sabe-se que os padres da aldeia M'Boy aceitavam encomendas de santos. 
Segundo o padre Manuel da Fonseca, foi o próprio padre Belchior que esculpiu a imagem de Nossa Senhora do Rosário, presente na Igreja. 
Do padre Macaré, podem ser vistas no Museu de Arte Sacra uma Santa Ceia, com 13 imagens de roca, e um Senhor Morto, além de outras peças. 
Esta tradição de santeiros foi retomada, nos anos 20, pelo artista Cássio M'Boy, que fixa residência em Embu. 
Em 1937, ele ganha o primeiro grande prêmio, na Exposição Internacional das Artes Técnicas, de Paris.
Aos poucos, outros artistas começam a chegar a Embu, formando um grupo que iria movimentar a cidade nos anos 60. 
Um deles foi o lavrador japonês Tadakiyo Sakai, que mais tarde seria chamado de Sakai do Embu. Reconhecido internacionalmente como escultor em terracota, Sakai iniciou-se nas artes em 1951, sob orientação de Cássio M'Boy, e dos escultores Bruno Giorgi e Victor Brecheret. 
Em 1959, atraído pelos nomes de Cássio M'Boy e Sakai, o escultor Claudionor Assis Dias, ou Assis de Embu, também vem para a cidade. 
No seu atelier, o Barraco do Assis, começa a dar aulas de escultura em madeira, pedra e bronze, transformando-o num verdadeiro núcleo de produção de arte. 
Ali nasceria o Movimento do Embu, que ganha força a partir de 1961, com a chegada ao Barraco do Assis, do poeta, pintor, teatrólogo e folclorista Solano Trindade e sua companhia Teatro Popular Brasileiro, formada por mais de vinte pessoas. 
O movimento pretendia popularizar a arte. 
Nas palavras do próprio Solano, a idéia era 'mostrar, incentivar e desenvolver as artes populares tradicionais do povo brasileiro, a dança, a música, a escultura, a poesia, e todas as manifestações folclóricas'. 
As festas promovidas pelo grupo, com suas danças afro-brasileiras e exposições de arte, começam a chamar a atenção da intelectualidade paulista, que passa a freqüentar a cidade. 
Em 1964, acontece o 1° Salão de Artes Plásticas do Embu. 
Nesta época, os cerca de quarenta artistas que freqüentavam o Barraco do Assis começam a expor seus trabalhos no chão das ruas centrais da cidade. 
Artesãos hippies que costumavam expor na Praça da República em São Paulo, viriam reforçar a incipiente feira de Embu nos finais de semana, convidados pelos artistas locais. 
A partir de 1969, a Feira de Arte e Artesanato começa a ser realizada todos os fins de semana, atraindo um grande número de visitantes. 
Aos poucos, mais e mais ateliers foram aparecendo na cidade, acompanhados de antiquários, lojas de artesanato, e de móveis rústicos e restaurantes. 
Tudo isso, aliado ao charme do casario colonial do centro da cidade, transforma Embu numa agradável opção de passeio, para quem está em São Paulo. 
Feira de Artesanato de Embu Ocupando toda a área central da cidade, a feira convida o visitante a passear entre o casario típico, do período colonial brasileiro. 
Os 940 expositores se dividem nas seções de artes plásticas, artesanato, plantas ornamentais e comidas típicas. 
Além das barracas, os ateliers e lojas de decoração, também abrem suas portas nos dias de feira. 
O CAT, Centro de Informação ao Turista, possui relação de todas as lojas, galerias, antiquários e ateliers da cidade, para distribuir aos interessados. 
Localização: Largo 21 de Abril, Largo dos Jesuítas e ruas centrais da cidade.

Texto extraído de matérias da internet.
Luciana Celestino dos Santos 

Um comentário:

  1. O início fala de Embu Guaçu, e após, trata da história de Embu das Artes. Atentar-se para o fato do prefixo ser o mesmo, Embu, mas são cidades distintas, próximas a Itapecerica da Serra, onde fazem limite. Não fazendo limite entre si.

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