Guarulhos teve sua origem como elemento de defesa do povoado de São Paulo.
Com a
denominação de Nossa Senhora da Conceição, é fundado em 8 de dezembro de 1560 o aldeamento
dos índios Guarus da tribo dos Guaianases, integrantes da nação Tupi, pelo Padre Jesuíta Manuel
de Paiva.
Seu crescimento econômico deu-se inicialmente em função da mineração de ouro.
As minas foram
descobertas em 1590 por Afonso Sardinha, localizada na atual região do Bairro dos Lavras, cujas
antigas denominações eram Serra de Jaguamimbaba, Mantiqueira e Lavras-Velhas-do-Geraldo.
"Assim, pois, na altura de 1750, existiam mineiros extraindo ouro nas "Lavras Velhas do
Geraldo".
É possível que este tenha sido o período de maior atividade, tendo-se esgotado com ela, as referidas lavras (...).
Aquelas "Lavras Velhas do Geraldo", hoje podem ser vistas na margem direita da estrada que se
dirige de Cumbica para Nazaré.
A parte mais lavrada do terreno acha-se no ângulo formado pela
estrada que ali se bifurca, um rumo em direção à Nazaré, e outro para Bom Sucesso".
(Ferreira, 1958).
"Houve pelo menos seis lavras em território guarulhense, que se localizam em pontos diferentes
de uma vasta área, compreendendo algumas dezenas de quilômetros quadrados, onde se acham os bairros de Lavras, Catas Velhas, Monjolo de Ferro (esta deve ter sido a chamada 'Lavras
Velhas do Geraldo'), Campo dos Ouros, Bananal e Tanque Grande". (Noronha & Romão, 1980)
Entre os séculos XVII e XVIII, notamos momentos de grande interesse por Guarulhos, haja vista a
quantidade de número de ordens estabelecendo as sesmarias (responsáveis pela ocupação e
assentamentos na época do Brasil Colônia), expedidas para a região.
Os sesmeiros se dedicaram à agricultura e à mineração e, como atividade de apoio, criavam gado
vacum e cavalar.
Ressaltamos que os engenhos de açúcar que se iniciaram nos anos seiscentistas, estenderam-se até o início do século XX, com a produção de álcool e aguardente.
A agricultura
da região, possivelmente sofreu com o clima úmido e frio, que acarretou ferrugem ao trigo, mosaico
a cana, e curuquerê ao algodão.
Em 02 de outubro de 1845, chega a Conceição dos Guarulhos, memorando expedido pelo Palácio
do Governo, ordenando o cumprimento da circular de 02 de outubro de 1845, que estipulava o
contrato de locação dos serviços prestados pelos índios.
O trabalho escravo negro (de origem sudanesa, denominados Gegês), foi utilizado em larga
escala.
Com o advento da paralisação da mineração do ouro, muitos negros acompanharam seus
senhores na debanda que marcou a decadência do povoado - fim do ciclo do ouro.
Segundo o tombamento das propriedades rurais da Capitania de São Paulo de 1817, registraram-se 183 escravos na Freguesia da Conceição dos Guarulhos, pertencentes a 28 lavradores das
seguintes áreas: Bom Jesus, Bom Sucesso, Guavirotuba, Itaverava, Lavras, Pirucaia, São
Gonçalo, São Miguel (Pimentas) e Varados.
Após a Lei Áurea (1888), escasseou-se a mão-de-obra, e tornou-se mais difícil o processo de
retalhamento das antigas sesmarias que, apesar das dificuldades, se manteve ininterrupto, surgindo os "cercamentos" como linha divisória.
Em 03 de fevereiro de 1883 chegou via correio, um quilo de sementes de trigo arroz, destinadas
aos lavradores do Município, oriundas da Província.
Em 30 de maio de 1901, foi publicada a súmula da produção do Município, onde encontramos
registrado a produção de aguardente (30 engenhos), de arroz (12 propriedades), de café (4
propriedades), de feijão (200 propriedades), de milho (200 propriedades), de tabaco (1
propriedade), de carvão (10 propriedades), de vinho (2 propriedades), além da criação de gado:
cavalar (300 cabeças), caprinos (20 cabeças), suínos (100 cabeças), vacum (300 cabeças) e 5
produtores na área de apicultura.
No final do século XIX, discutiu-se na Câmara Municipal a necessidade da região ser servida pela
estrada de ferro.
A justificativa recaia às riquezas dos recursos naturais da região, mais
especificamente à produção de madeira e pedra, além da produção de tijolos, dado o grande
número de olarias em funcionamento, sendo que toda a produção estava direcionada às crescentes
edificações da capital, justificando então a implantação do ramal ferroviário que se efetivou
somente em 1915, com a inauguração do Ramal Guapyra - Guarulhos, o trem da Cantareira.
Foram cinco as estações em território guarulhense: Vila Galvão, Torres Tibagy, Gopoúva, Vila
Augusta e Guarulhos, além do prolongamento até a Base Aérea.
O início do século XX, foi marcado pela chegada: da Estrada de Ferro, da energia elétrica (Light
& Power), dos pedidos para instalação da rede telefônica, licenças para implantação de
indústrias de atividades comerciais, e dos serviços de transporte de passageiros.
Nota-se através dos atos da Câmara Municipal, a preocupação com o desmatamento, poluição das
águas, caça de pássaros, implantação de esgoto, abastecimento de água potável e a implantação
de leis estipulando a construção de muros (proibindo cercas de arame) nas ruas, que a Câmara
definia para regularizar e assentar guias.
Os anos 30 foram marcados pelos atos de Intervenção Federal, Constituição da Junta
Governativa de Guarulhos, e pelo Movimento Constitucionalista. (Reflexos da Revolução de 30 -
fim da República).
Em 1940 foi inaugurada a Biblioteca Pública Municipal, e em 1941 o primeiro Centro de Saúde da
cidade, e dez anos após inaugurou-se a Santa Casa de Misericórdia de Guarulhos.
Na década de 40 chegaram ao Município indústrias do setor elétrico, metalúrgico, plástico,
alimentício, borracha, calçados, peças para automóveis, relógios e couros.
Vários foram os planos de loteamento e arruamento aprovados pela Câmara Municipal no
decorrer dessa década, o setor de obras da Prefeitura adquiriu máquinas, ampliou-se o Paço
Municipal e a iluminação das vias públicas.
HINO DA CIDADE
Letra: Profa. Nicolina Bispo
Música : Maestro Aricó Júnior
Sob o céu desta Pátria querida,
Mais cem anos de luta e labor,
Cingem hoje o teu nome Guarulhos,
Que se ergueu por seu próprio valor.
Chaminés, como lanças erguidas,
Nos apontam o caminho a seguir,
Trabalhando, vencendo empecilhos,
Desfraldando o pendão do porvir.
Tuas praças são livros abertos,
Onde lemos futuro e glória,
Crispiniano e Bueno fulguram,
Como vultos eternos na História...
Que o teu nome em mais um centenário,
E na língua tupi proclamado,
Seja um hino de paz, de esperança,
Por teu povo feliz, entoado.
Pequenina nasceste, e João Álvares,
Jesuíta, benzeu-te com Fé,
Tu és hoje cidade progresso,
Uma terra que vence de pé.
Eia, pois, guarulhenses, avante,
Com bravura na luta febril,
Por São Paulo e por tudo o que é nosso,
E, acima de tudo o Brasil!
Segue trecho do texto extraído da wikipedia: "Siqueira Bueno dá nome a família que teve grande participação política na capital do Estado de São Paulo, no final do século XIX, e na história da cidade de Guarulhos, incluindo o período de emancipação, quando ainda se chamava "Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos". Nesta região os representantes da Família possuiam terras que, segundo consta nos arquivos da cidade, estavam localizadas onde é hoje a Base Aérea de São Paulo, o Aeroporto Internacional e a Cidade Satélite Industrial de Cumbica.
A Família teve sua origem nos paulistas de título Buenos da Ribeira, que dividiam as forças da vila de São Paulo entre os Camargos e Pires. Estas três famílias representam importantes linhagens históricas das Bandeiras Paulistas.(...)
Também conhecido como João Alves de Siqueira Bueno (forma de batismo, mas foi muito comum encontrar grafado como Álvares, inclusive na obra de Silva Leme) ou simplesmente João Bueno, Nascido na Aldeia de Nossa Senhora da Conceição, foi no final do século XIX deputado provincial e grande influenciador da regulamentação de terras no Estado de São Paulo, trabalhando fortemente na emancipação de Guarulhos. Seu trabalho e a história da família Siqueira Bueno estão tão ligados a esta cidade que rendeu a citação no hino do município, ao lado de outro ilustre contemporâneo, Conselheiro Crispiniano: Tuas praças são livros abertos, / Onde lemos futuro e glória. / Crispiniano e Bueno fulguram / como vultos eternos na História.(...)"
https://pt.wikipedia.org/wiki/Siqueira_Bueno
O primeiro Professor de Direito Romano, na Academia de São Paulo, foi o conselheiro Crispiniano Soares, adepto da Escola Histórica e que teve especial atuação não só como lente, mas como político e administrador. Professor por concurso, foi, durante 35 anos, exemplo de abnegação aos estudos romanísticos.
Conselheiro Crispiniano Soares, o primeiro lente de Direito ...
www.revistas.usp.br › rfdusp › article › viewFile
Texto extraído de matérias da internet.
Luciana Celestino dos Santos
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