Poesias

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Os Bandeirantes

As Bandeiras, foram um movimento basicamente paulista, iniciado em no século XVII. 
Os retratos costumam mostrar os bandeirantes, como senhores nobres, bem vestidos, com ar elegante. Não se engane. 
Em sua maioria, eles eram mestiços, pobres, e quase maltrapilhos. 
O movimento dos bandeirantes pode ser dividido em três etapas: 

1ª etapa: 
No começo, os bandeirantes capturaram índios para serem escravizados e vendidos aos fazendeiros de cana-de-açúcar. 
Invadiam tribos e levavam os indígenas, acorrentados, até os locais de leilão. 

2ª etapa: 
Quando o aprisionamento dos índios foi proibido, os bandeirantes mudaram de ramo. 
Passaram a procurar metais, desbravando o interior do país. 
O primeiro lugar em que o ouro pintou com força, foi em Cuiabá. 
Entre 1693 e 1705, os paulistas descobriram as principais jazidas de Minas Gerais. 

3ª etapa: 
Os bandeirantes eram contratados para sufocar rebeliões de negros ou de índios. 
Perseguiam também escravos fugitivos. 
O Quilombo dos Palmares, por exemplo, foi destruído por um grupo de bandeirantes. 

No percurso pelo interior, quando os mantimentos começavam a diminuir, os bandeirantes paravam e montavam um acampamento. 
Ali faziam plantações para repor as provisões. 
Esses acampamentos, davam origem a pequenos arraiais, que depois se tornavam municípios. 
Foi assim que os bandeirantes ajudaram a desbravar o país.

Fernão Dias Pais (1608-1681) 
Em uma de suas primeiras incursões pelo país, aprisionou 5 mil índios na região Sul para trabalhar nas lavouras de São Paulo. 
Em 1672, o bandeirante ganhou do governador-geral do Brasil, Afonso Furtado de Mendonça, uma carta, que lhe dava o direito de chefiar uma expedição, para descobrir esmeraldas e minas de ouro em Minas Gerais. 
A bandeira saiu dois anos depois. 
Fernão Dias ficou conhecido como: "O caçador de esmeraldas", embora não tenha achado nenhuma. Durante o percurso, ele sufocou uma revolta liderada por seu próprio filho, José Dias Pais
Fernão enforcou o filho. 
Depois de sete anos de viagem, ele contraiu uma doença, e morreu longe de casa. 
Hoje, seus restos mortais, estão guardados no Mosteiro São Bento, em São Paulo.
Fernão Dias foi casado com Maria Garcia Betim, que era descendente de Tibiriça pelo lado materno, e de um irmão de Pedro Álvares Cabral, pelo lado paterno.

Amador Bueno (1610-1683) 
Prendeu índios e encontrou ouro. 
Em 1638, Amador Bueno da Ribeira, era considerado um dos homens mais ricos de São Paulo. Exerceu os cargos de ouvidor da capitania, provedor, contador da Fazenda Real, e juiz de órfãos.

Antônio Raposo Tavares (1598-1658) 
Nasceu em Portugal, e chegou ao Brasil em 1618. 
Aprisionou 10 mil índios para trabalhar em sua fazenda, ou vendê-los como escravos, aos fazendeiros de açúcar do Nordeste. 
Suas expedições cobriram grande parte da América do Sul. 
Percorreu 12 mil quilômetros, enfrentando chuvas, pântanos e doenças. 
Partindo de São Paulo, chegou até onde hoje ficam: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Pará. 
Atravessou pela primeira vez, a Floresta Amazônica.

Antônio Rodrigues Arzão (? - 1694) 
Bandeirante paulista, que foi apontado como responsável pela descoberta de ouro em Minas Gerais. 
Em 1693, ele liderou uma Bandeira, que seguia a trilha de Fernão Dias. 
Encontrou ouro em um ribeirão de Minas Gerais, mas foi atacado por índios e fugiu. 
De volta a São Paulo, contou a notícia a Bartolomeu Bueno da Silva, que seguiu para o local.

Bartolomeu Bueno da Silva (século XVII)
Em 1682, ele foi o pioneiro na exploração dos sertões de Goiás. 
Estava acompanhado de seu filho, Bartolomeu Bueno, de apenas 12 anos. 
Voltaram carregados de ouro e de índios, para as lavouras paulistas. 
Iniciou também a primeira fase de exploração de ouro em Minas Gerais, a chamada "mineração aluvial".
Por que ele ganhou o apelido de "Anhangüera"?
Bartolomeu percebeu que um grupo de índias goiases, usava enfeites de ouro em seus colares. 
Apanhou uma garrafa de aguardente, despejou-o numa vasilha, e colocou fogo. 
Disse aos índios que aquilo era água, e que ele tinha o poder de incendiar os rios, caso não fosse levado às minas de ouro. 
Apavorados, os índios o apelidaram de "Anhangüera", ou diabo velho.

Bartolomeu Bueno da Silva, "O Moço" (1672-1740) 
Filho de "Anhangüera". 
Estabeleceu-se em Sabará, Minas Gerais (1701), onde foi considerado um dos líderes da Guerra dos Emboabas. 
Em 1722, se propôs a colonizar a região, que havia feito a fama de seu pai. 
Com sua Bandeira reduzida de 152 para 70 homens, encontrou ouro no Rio Vermelho e no Ribeirão das Cabrinhas. 
Voltou a São Paulo para buscar ajuda. 
No ano de 1726, estabeleceu ali uma povoação, que seria durante muitos anos, a capital do Estado de Goiás. 
Pelo descobrimento das Minas, ganhou sesmarias, que depois lhe foram retiradas. 
Morreu quase na miséria.

Domingos Jorge Velho (1614-1703)
Bandeirante paulista que partiu de Taubaté, e chegou ao interior do Piauí. 
Na sua caçada aos índios do Nordeste, perseguiu e destruiu, uma série de aldeias. 
No Rio Grande do Norte, lutou na Guerra dos Bárbaros (1687).
Seu principal feito, no entanto, foi a destruição do Quilombo dos Palmares, em 1694. 
A morte do líder Zumbi foi atribuída, a André Furtado de Mendonça, da tropa de Velho. 
Era considerado por todos um homem muito rude, que falava mal o português. 
Comunicava-se sempre em tupi-guarani.

Manuel de Borba Gato (1628-1718) 
Genro de Fernão Dias, Borba Gato fez parte de sua bandeira entre 1674 e 1681. 
Depois de ter sido acusado de um assassinato, ele fugiu para a região do Rio Doce, em Sabará (MG). Ali descobriu ouro em Sabarabuçu e no rio das Velhas. 
Participou da Guerra dos Emboabas.
As descobertas de ouro e pedras preciosas no Brasil, tornaram-se as mais importantes do Novo Mundo colonial. 
Calcula-se que, ao longo de 100 anos, se garimparam 2 milhões de quilos de ouro no país, e cerca de 2,4 milhões de quilates de diamante, foram extraídos das rochas. 
Faltava gente para plantar e colher nas fazendas. 
Pelo menos 615 toneladas de ouro chegaram a Portugal até 1822. 
Toda essa fortuna, não foi reinvestida no Brasil ou em Portugal: passou para a Inglaterra, que vinha colhendo os frutos de sua Revolução Industrial.

* Guerra dos Bárbaros
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Guerra dos Bárbaros foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os colonizadores portugueses e várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas capitanias do Nordeste do Brasil, a partir de 1683.
Com a expulsão dos holandeses do território no ano de 1654, os portugueses puderam retomar o avanço em direção ao interior nordestino, expandindo as fazendas de gado, e perseguindo as etnias indígenas. Porém a resistência de diversas etnias indígenas, que tinham sido aliadas dos holandeses, foi um elemento-surpresa para os lusos.
Os portugueses fortificaram o efetivo militar, inclusive com a vinda de Bandeirantes Paulistas como Domingos Jorge Velho. 
Já as etnias indígenas tapuias do interior nordestino, como os janduís, paiacus, caripus, icós, caratiús e cariris, uniram-se em aliança e confrontaram os portugueses, nas tentativas de dominar as terras dos nativos. 
A aliança das tribos tapuias, denominada pelos portugueses como Confederação dos Cariris ou Confederação dos Bárbaros, foi derrotada somente em 1713.

Texto extraído da internet.
Luciana Celestino dos Santos 

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