Poesias

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Distâncias

Lembrando distâncias
Gaivotas pairando no ar
Siris caminhando por entre as areias do tempo
Caranguejo perdido a imensidades pretas
Camuflado entre pedaços de madeira enegrecidos

Queima de fogos no fim do ano
O pulo de sete ondas no mar
Esperança de melhores tempos
E mais tolerâncias

Viagem por uma Minas encantadora e repleta de sonhos
Pavões elegantes a exibir seu mistério
Fontes de água a contar histórias de um tempo passado

Linda mesa enfeitada para receber ceias
Tantas festas, tantos tempos felizes
Que muitas vezes se propagarão

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

DIA-A-DIA

Ao despertar, deparei-me com inesquecível visão
A lua, branca lua
A surgir em toda sua magnitude
E a desaparecer em meio a nuvens
Na escuridade da noite

E o negrume do luar
A impedir a visão do entorno
Não divisar detalhes, lugares
Somente as luzes da cidade ao longe

A estrada de ferro
Com suas fábricas e galpões abandonados
A tristeza de um cenário vazio
A eterna pressa em se chegar não se sabe onde
A deixar de contemplar as estrelas apagadas

O pôres do sol, alaranjados e violáceos
A surgirem de quando em vez

Por alguns corredores vejo manacás, ipês e azaléias
A rivalizarem com a dureza do concreto

Com a falta de poesia das grandes cidades
Em alguns poucos lugares,
Um pouco de verde a contrastar com a aridez plúmbea
Ás vezes um céu azul, com nuvens,
Um lusco-fusco vespertino com luzes amareladas,
Fazem-se sentir na pressa cotidiana
Correria citadina

Pressa, muita pressa
Na cidade imensa
Cidade país
Pressa de não se saber onde chegar
Onde termina?
Com seus templos, monumentos esquecidos
Um passado apagado da memória
Ó sorte inglória
De um povo que não sabe cultivar a sua história

Por que o passado só se torna passado
Quando deixa de ser vivido
Experienciado
Estudado, apreciado e respeitado

Cenáculo de minhas vivências
Passeios pela região metropolitana
Em Paranapiacaba
A contemplar as brumas
O nevoeiro
Construções em pinho de riga,
Pintadas de vermelho
Pequenas casinhas, ladeadas
Algumas imponentes construções

De quando em vez, passeios de trem
Visita aos Museus locais
Como o Castelinho, conhecido e segundo dizem:
Mal assombrado
Mas altaneiro e imponente;
O Museu Funicular
Com maquinários, roupas e objetos utilizados,
Pelos obreiros da velha estrada de ferro
Funicular, por se tratar de um sistema de cordas com tração
Substituído após, por cremalheiras

Verde, muito verde
Escalando-se a serra
Pode-se, segundo dizem:
Avistar o mar
Significando a origem e o nome da vila
Vila esta construída por ingleses
Pedaço de Santo André

Em Embu das Artes,
Antigas construções em taipa de pilão
Museu Jesuítico, e Igreja
Na praça central, um coreto e muitas barracas
Artesanato em profusão
Pedras, bijuterias, roupas, quadros, correntes
Tudo o que se possa imaginar
Muitos restaurantes

Em Pirapora do Bom Jesus
Diminuta cidade, belos tapetes de serragem
Em crístico feriado
Lindas homenagens a religiosidade
Trabalhos efêmeros
A retratar momentos da liturgia católica
Pessoas a trabalhar nos tapetes
Assim como em Santana do Parnaíba
Com seu histórico casario
A exporem lindos tapetes de serragem no feriado
Jóias escondidas da região metropolitana

Tantas outras existem a ser descobertas
Na imensidade de cidades
A circundarem São Paulo

Mas buscando a lua
Ela continua a se esconder entre as nuvens
A cintilar sua luz
Mesmo obscura
Por quantas vezes a apresentar o mesmo espetáculo!

Por vezes cheia, por outras crescente, ora minguante
Sinto saudades das estrelas que podia avistar em minha infância
Poluição a nos apartar
Desolação!

Ás vezes, na madrugada de meus dias
Contemplo amanheceres
As luzes do sol começando a se impor,
Para um novo dia que começa
Bonito espetáculo!

Luzes alaranjadas, amarelas
Até se chegar o dia claro
O sol a aquecer as paragens
O frio a nos torturar

As brumas da manhã
A tornar as madrugadas ainda mais gélidas
Roupas em profusão, a cobrir o corpo
A reter o calor ainda existente
Chuvas finas
A eterna Terra da Garoa
A justificar seu nome

Outras vezes, tempestade
Gotas de gelo a despencar dos céus
Transtornos, caos, trânsito, enchentes
Na cidade onde a chuva faz tudo mudar

Vento cortante a ferir nossos ouvidos
A tormenta aos poucos a se dissipar
Chuva a amainar

Frio a nos acompanhar por muito tempo
É chegado o tempo do inverno
Mais frio a nos alcançar
Sinto que a primavera esteja distante
Todavia, o tempo ruim irá passar
Como tudo na vida passa
Só nos resta esperar
Até uma nova estação!
Que esta chegue logo!

Para podermos novamente apreciar a beleza das flores
Dos mil sóis a aquecer nossos corações
E apreciar a lua e seus mistérios
A divisá-la no firmamento!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

COTIDIANO

 Saudades das tardes praieiras
Dos coqueirais,
Alguns, de diminuto tamanho,
Outros, imponentes

Ao sabor do vento a tremular,
Balança suas palhas
Oferece seu verde coco,
Ao desfrute de sua água
Saborosa iguaria

As tardes de verão
As manhãs quentes e convidativas
O mar a resplender
Durante o anoitecer

A criança a brincar no quintal
Jogando bola,
A imaginar dribles e conquistas,
A rememorar suas tardes na praia
Sua diversão e deleite

Sempre a perguntar,
Quando retornaria, ao lugar
Encontro de muitas alegrias

Ó por que as férias,
Sempre tardam a chegar?

A correr pelo quintal,
O menino jogava a bola no varal,
E sua mãe ao ver a façanha,
Advertiu-o dizendo:
Caso alguma das roupas venha a sujar,
Terá de novamente as lavar!

E o menino ressabiado,
Recolheu a bola
Reclamava de não espaço para brincar,
Dizia que nada ter para fazer,
E amuado, em um canto ficava

Seu pai, ocupado em lavar a louça,
Ao ver o menino emburrado,
Sugeriu que o auxiliasse na tarefa,
Tendo louça para enxugar,
E os utensílios para guardar

O menino, ao se ver diante da tarefa,
Prontamente protestou,
Dizendo que esta, tarefa de homem, não é!

O pai, paciente,
Ao se ver diante da negativa,
Argumentou que não mais existem,
Tarefas a se diferenciar,
E por esta razão;
Um homem não o deixará de ser,
Por com as tarefas domésticas se entreter

Resignado dizia:
As mulheres hoje trabalham,
Razão pela qual as rotineiras tarefas dividem,
Ou então, conta não davam,
De todos os trabalhos, necessários a se executar

Completando, mencionou,
Que agora entendia,
Por que o trabalho nunca termina
E a profissão do lar,
Não é nem um pouco reconhecida!

Nisto o pai, ficou ao filho dizer:
Muita tarefa doméstica, terás que fazer,
Caso queira viver uma vida harmoniosa,
Com a esposa que um dia irá ter

E assim, o homem dizia,
Que as mulheres não tinham,
Que tudo sozinhas suportar,
Podendo com os homens dividir as tarefas

O menino, ao ouvir as palavras do pai
Bem que tentou argumentar,
Dizendo que tudo era muito chato

E o pai retrucou:
Chato de fato é!
Mas o resultado, muito compensador também o é,
Afinal, quem não quer ter uma casa limpa,
Cheirosa e bem arrumada?
Rindo, emendou:
Para tanto, trabalhar devemos,
Posto que ainda não inventaram,
A morada que se limpa automaticamente!

O menino, rápido, respondeu:
Pois eu inventarei, uma casa auto limpante!

Seu pai então, percebendo a artimanha,
Comentou que enquanto o invento não era criado,
Ele poderia começar a enxugar a louça,
Pois em assim fazendo,
Rapidamente aprenderia,
O seria necessário para tal invenção!

E o menino aborrecido, respondeu:
Tá bom! Tá bom! Tá bom!
E de pronto, pegou um pano de prato,
E a enxugar a louça começou
Pratos, copos, talheres,
Panelas, tampas, tábuas
Por fim, guardou a louça,
Nos lugares pelo pai indicados

Ao término do trabalho,
O menino perguntou:
E o que faremos agora então?

O pai respondeu por sua vez,
Que a cozinha precisava varrer
E o menino teve que resignado esperar

Por fim, o homem levou o menino,
Para uma volta pelo bairro realizar

Pela região, poucas árvores,
Algumas plantas, flores,
As casas possuíam quintais razoáveis,
E as crianças brincavam na rua,
Azafama das brincadeiras diárias

Meninos jogando bola,
As meninas andando de patins,
De um lado para outro
Barulhentos, ruidosos,
Alguns riam, outros conversavam,
Poucos choravam

A certa altura, o menino do pai se afastou
Pediu para com as crianças brincar
E o pai assentiu com a cabeça,
Concordando
Dizia o pai:
Vai e peça para participar das brincadeiras!

E o menino então se apresentou
Os garotos no início estranharam,
Mas depois se recordando,
De que se tratava de um novo vizinho,
Deixaram-no brincar

E animados, começaram a jogar bola,
Corriam de um lado para outro da rua
Por vezes paravam, pois alguns carros,
Por vezes por lá passavam
Animados, os meninos corriam de um lado para outro
E em bando, gritavam

O pai ao ouvir a algazarra,
Sinalizou para que o filho,
Para que mais baixo falasse

Mais tarde, recomendando ao filho
Que de todos se despedissem,
Com ele conversou

Dias depois, com os pais dos garotos conversando,
Percebendo que as crianças no meio da rua brincavam
Sugeriu a eles, que um espaço arrumassem,
Para jogarem suas partidas

Isto por que, a cada gol realizado,
Um portão ficava a tremer,
E os pais dos garotos ficavam a dizer,
Que os vizinhos não ficavam contentes,
Por isto acontecer

Felipe, o menino, comentou ao pai,
Que a praça ficava distante,
E que lá não poderia jogar bola

Nisto, o pai a lembrar-se do parque,
A pensar ficou
Argumentou que ali áreas verdes havia,
E espaço de sobra, para de bola se brincar
Diante da sugestão, todos concordaram,
E um pequenique planejaram

E assim, dias mais tarde,
As crianças todas foram ao parque brincar
Depois de amizade formar,
O pai de Felipe a todos levou para brincar

E algumas crianças,
De seus pais acompanhados estavam,
Outros não

Os adultos, um pequenique fizeram
Enquanto os pequenos brincavam

E os meninos se esbaldaram
Jogaram bola,
Brincaram com suas bolinhas de gude,
Pipas empinaram,
Em árvores, alguns subiram,
Nos campos, correram
E nos brinquedos que lá havia, brincaram

As meninas por sua vez,
Suas bonecas levaram,
De casinha brincaram
Brincadeiras de roda fizeram
Também divertiram-se nas gangorras,
Nos balanços

Com os meninos também brincaram,
Em que pesem os protestos,
E os meninos a dizer,
Que as garotas não sabiam brincar
A certa altura, uma das meninas,
A desafiar ficou,
Instigando os garotos, a numa árvore subirem

Nesta tarde, ocorreram tombos,
Pernas e braços foram ralados,
Crianças choraram
Mas a despeito disto,
Todos se divertiram

Também no pequenique, as crianças se infiltraram
E os pais, bola também jogaram
E os filhos a rirem dizendo,
Os pernas de pau que eles eram
Algumas mães, com os homens conversavam,
E para eles torciam

Por fim, Felipe e seu pai,
Pelo parque caminharam
Não sem antes, despedir-se,
Dos novos amigos conquistados
E todos em retribuição,
Para eles acenaram

Feliz, o menino comentou,
Que a tarde fora bela,
E muito havia se divertido

Animado, perguntou se aquele evento,
Não poderia ser repetido
E o pai a segurar o filho pelo ombro, dizia:
Em te jogando na parede,
Você ficaria grudado nela!
O menino riu

O pai então, comentou que mais tarde,
No assunto, com carinho pensaria
Com isto, encaminharam-se para a casa

Felipe tinha muitas coisas,
Para contar a sua mãe
Animado, ficava a pensar,
Em quantas brincadeiras ainda teria a realizar,,
Jogos, partidas, disputas,
Com seus novos amigos,
Muito mais motivo teria para brincar!

E o seu pai com tudo concordando,
Dizia que para casa deveriam voltar

Um vento calmo, envolvia
A suave tarde,
Que pela noite,
Começava a ser envolvida

E o menino a se recordar ficou,
Do passeio de pedalinho,
Com o pai realizado
Usando coletes salva vidas,
O homem o barco conduziu pelo lago
Do evento, até foto tinham,
Armazenada no computador ficava

E o menino a contemplar agora estava,
Vendo os pedalinhos sendo recolhidos
Animado, apontava os barquinhos para o pai,
Dizendo que estavam sendo levados
E o pai a dizer que no dia seguinte,
Eles novamente seriam ali colocados

Segurando o menino pelo braço,
O homem dizia que para a casa precisavam voltar,
Pois muito tarde estava ficando
E Felipe a concordar,
Meneou a cabeça

Nisto, a dupla seguiu a caminhar,
E o menino a cantar ficou:
“Como pode o peixe vivo,
Viver fora d’água fria...”
Seu pai, sorriu,
Dizia que certas coisas nunca mudam

Ah, sim!
Cantiga das velhas lembranças
Quem dera fosse assim,
O passado de muitas infâncias!   

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

Tédio

Tediosas manhãs a se locupletarem de lentas tardes
Horas que não passam
Tempos que não andam
Procuro me ocupar
Lamento das horas desperdiçadas!

Trem da minhas horas
Este é o trem de minhas horas,
De minhas esperas
Sento-me em um banco na cobertura
Tendo a lua minguante, em sua clareza curva e branca,
Diante de mim
Atenta, contemplo o espetáculo da natureza

Ônibus
Da janela do coletivo,
Ao se contemplar a cidade ainda não desperta
Em meio ao breu da madrugada
É possível contemplar uma lua em seu contorno,
A enfeitar o céu

Trólebus
Estando à espera de condução
Para ao lar regressar
Contemplo em fila extensa
Uma lua cheia,
A contrastar com a seriedade do lugar
Lindo e belo luar

I
Quando finalmente o trólebus vem
Sento-me em um dos bancos
Para os meus pés finalmente descansarem

Longa viagem fizeste
Em direção a importante cidade
Para agora ansiosamente,
Regressar ao lar

Trem
A espera na plataforma
A chegada tardia do trem
Carros cheios
Procuro um lugar para ficar
Movimentos contrários das gentes
E sempre a buscar um abrigo
Dura luta dos dias

Luciana Celestino dos Santos 
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 


Sem título

I
Caos, trânsito,
Superpopulação, superlotação
Transportes públicos transbordantes de gentes,
Empurra empurra,
Integração e baldeação demais
Linhas de transportes extintas,
Sob alegação de que as estações não as comportam

E nós, quanto suportamos?
Até quando teremos que suportar tanto descaso?

Pensando nisto,
E na classe política que em grande parte,
Só pensa em seus próprios bolsos,
Chega-se a seguinte conclusão:

O bom senso adverte;
Viver em sociedade, faz mal a saúde!

II
Pensamentos políticos:
Gostaria de escrever versos políticos
Destes que servem para as pessoas pensarem,
Refletirem sobre suas realidades!

Como que a mostrar,
O quanto a política interfere em nossas vidas
Em nossas práticas cotidianas,
Sem que sequer percebamos

Por onde começo?
Pelas bombas, atentados terroristas?
Campos de refugiados?

Nos campos de refugiados
Pessoas acorrem em desespero
Lugar onde pessoas e crianças famélicas,
Esperam ajuda humanitária

E voluntários procuram fazer o melhor
Na precária situação em que se encontram

Gente desamparada rumando sem rumo
Estrangeiros sem pátria,
A fugirem das guerras de seus países de origem
Da fome e da miséria

O sonho de uma vida melhor,
Onde a dor e o sofrimento
Não o habitem,
Fazendo dele a sua morada

Triste esperança, quase sem esperança
Vida muitas vezes,
Sem perspectiva e sem futuro

Comento o drama,
Das minas terrestres em países da África?
Contingência de guerras civis
Pessoas mortas ou mutiladas

Os vivos, que precisam retomar suas vidas
Na sua esperança de a guerra ser longínqua
Retomada de esperança, em tempos de paz

Digo de nossas tristes mazelas?
Por qual delas começo?
Os tributos, as taxas?

Impostos a nos sobretaxarem por tantos meses
Onerando nossa economia,
Nossa paciência,
E nossa folha de pagamento
Não se refletindo em serviços de qualidade

Pois tudo o que precisamos,
Necessitamos pagar à parte
Saúde, educação, segurança

E quem não quer sofrer,
Em transporte de má qualidade
Paga seu carro, caro
Sem contar o preço dos imóveis na estratosfera

Nossos políticos,
Cada dia mais desmascarados em suas falcatruas
A ladroagem correndo a descoberto

Elevação do preço das passagens de transporte
O qual anda cada vez mais abarrotado de gente

Tranquilidade somente ao descer do coletivo
Poucos passos para se chegar em casa

E ao ligar a tevê,
Mais notícias trágicas
Atentados na Síria,
Político convalescente,
A demonstrar possuir um coração,
De maneira indiscutível!

Eleições na França,
A hipocrisia a condenar alguém por ter dinheiro

Mas por que?
O mal não é o dinheiro honesto que do bolso sai,
E sim, o dinheiro escuso que o penetra

Berthold Brecht a dizer
Que o preço do pão, de nossa escova, etc.,
E tantos serviços colocados a nossa disposição,
São resultado de um processo político

E que se trata de um tolo,
Quem diz com isto não se importar
Afinal,
Como não se importar com o próprio viver?

O preço do combustível, dos dentifrícios,
Dos cosméticos, dos produtos de higiene,
Do transporte, da água e do esgoto, da luz,
Do telefone, da internet, da tevê a cabo,
Dos alimentos, das bebidas, sucos, refrigerantes,
Do álcool, da palha de aço,
Dos produtos de limpeza, etc.

Enfim, o preço dos produtos,
E serviços que nos cercam,
Bem como da guerra e da paz
Tudo é resultado das decisões políticas!

Majorados pelos impostos,
E suas alíquotas definidas por leis
Oriundas de processos legislativos

Nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas,
Câmara dos Deputados, Senado,
Unidos no Congresso Nacional

São eles, os políticos,
Que ditam leis majorando alíquotas de impostos,
Que aumentam o preço dos produtos
Onerando o custo de vida

Vez por outra, os criam ou os extinguem,
Ora criam leis isentando-os

São os homens da vida pública,
Os quais decidem em grande parte,
Pela guerra e pela paz!

Muito embora a guerra,
Não faça parte de nossa realidade
Pelo menos não a declarada
Muito embora ocorram muitas outras silenciosas

Rezemos então por nossos irmãos que sofrem,
Neste ou em outros continentes,
Ajudemos no que for preciso!

Mas voltemos aos políticos ...
São eles que através dos impostos, taxas e tarifas,
Interferem no preço das mercadorias e dos serviços

Não bastassem as estiagens e demais problemas,
Decorrentes de chuvas ou da falta delas,
A elevar o preço dos produtos agrícolas

Aumento de tributo muitas vezes,
Sem nenhum proveito para nós!

São os mesmos políticos,
Que argumentam ser impossível,
Aumentar aposentadorias,
Em razão do impacto,
Na folha de pagamento da Previdência
Mas que aumentam seus próprios salários,
Em que pesem o impacto em nossa folha de pagamento,
Já onerada por tantos impostos

Milhões retirados de possíveis investimentos sociais
Sem falar nos milhões, bilhões desviados dos cofres públicos,
Das mais diversas e criativas formas
Novamente sem proveito para nós

Mas então,
Por que ao abordar tão espinhoso tema?
Não se é possível se apegar a platitudes, afinal?

Por que platitudes são inúteis
Por que a vergonha assoma,
E os descaso por vezes incomoda
Em que pese a aparente indiferença,
Usada apenas como forma de se sobreviver,
Em um mundo cão!

E nisto a insatisfação prossegue
A eterna mania de em tudo,
Querer levar vantagem
A impunidade a grassar,
A falta de interesse em fiscalizar

E tudo a mudar para continuar como se está
Mudam os nomes das obras,
Para nada se modificar!

Gostaria de escrever versos
Que finalmente pudessem as coisas mudar
E as pessoas em pensando
Procurassem com isto,
Escolher melhores representantes

E que com isto, as coisas mudassem
Revolução silenciosa
A se operar apenas com o poder do voto!

É Pena! Que Pena!
Por que as coisas não podem ser assim?

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.   

A Vida

A vida da gente
Dizem que a vida da gente
É a vida que a gente leva
Devemos portanto, muito bem aproveitá-la
Pois ao dela partirmos, nada dela levamos
A não ser as experiências vividas
Bem ou mal experienciadas!

Dispersos
A vida cheia de riscos é
De formas que devemos nos arriscar,
Posto que o máximo de derrota que podemos ter
É nada levar

E assim sendo, permanecermos de mãos vazias
Mas plenos de experiências e sensações vividas
Por procurarmos não deixar a vida apenas passar

Pensamento
Pensamentos dispersos,
E de pensamento em pensamento
Acaba por se chegar a alguma conclusão
Ou a sabedoria

Divagações
Aproveitando o dia em gostosas leituras
Contemplo o universo da literatura
Com seus grandes, pequenos poemas

Quantas experiências à disposição
De existências tão ávidas de vivências
Da vida morna, repetida e cotidiana

As horas passam, passam as horas
E finalmente o dia chega ao fim

Quem sabe um dia teremos a vida
Assim como a desejamos ter
Vivê-la, como merecemos viver

Por enquanto vamos saboreando,
Os pequenos movimentos alegres
Os instantes de saborosa diversão

Por que?

Por que tanta ignorância
Por que tanta gente Meu Deus?
Por que todos correm na contramão?
Por que a vida é assim?

Eterna busca pelo sucesso que nem todos terão?
Não pelo menos da forma como imaginam
Por que percorremos tão longas distâncias?
Nunca chegamos em lugar algum,
Apenas as mesma instâncias frias de sempre

Por que não podemos aproveitar,
Os finais de tarde para passear?
Por que não podemos trabalhar,
Sem nos demorar em sua ida e sua volta?

Por que a vida é tão insana?
Por que o mundo tão irracional?
Por que tudo funciona tão mal?
Por que nossas instituições são tão falhas?

Por que temos que aguentar tantos desaforos?
Por que temos que ser humilhados, desrespeitados, ofendidos?
Por que não podemos fazer da nossa vida o que queremos?

E assim, poder contemplá-la em sua inteireza
E não pela metade, quase sempre com pressa
Pressa de não poder chegar, de se atrasar, de a vida complicar
Por que a cada instante que passa,
Mais a vida grita:
Tem mais gente para chegar,
Apresse-se ou então, tudo vai tumultuar!

Sinto-me sendo expulsa do próprio lugar em que habito!

Ser humano, grande homem
Capaz de grandes prodígios,
Mas incapaz de pensar o bem estar do próprio humano
Ó grande falha humana!

Ou será o homem, grande falha da divina criação?

Sinceramente não sei,
E nisto fico a pensar então

Enamorar, enumerar
As brumas encobrem as estradas,
As ruas, outrora nítidas, ganham contornos indivisos
Árvores floridas de manacá ao longo dos caminhos,
Árvores frondosas de flores amarelas

E um longo caminho a percorrer
Para se chegar em lugar de calma e contentamento

Do alto da serra se avista, o contorno das cidades,
Os mangues, as matas, os ajuntamentos das gentes, civilização
Atravessando túneis e caminhos, se percebe as cidades se aproximando
Ao longo da rodovia, as edificações ganham forma,
Transformam-se em cidades
Que entre as construções, se faz por revelar entre uma e outra, uma nesga de mar

O mar, finalmente, para lá vou chegar
Festa de água, sal, céu, sol e ar

As gaivotas na areia a espreitar,
O próximo passo, o próximo voo,
E até o mergulho a realizar
Andando na areia, com suas asas recolhidas
Inopinadamente a alçarem voo
Mostrando suas asas imensas
A rasgar os céus de nuvens intensas, imensas

Casais a andar de mãos dadas pela praia
Moças esbeltas a desfilarem com suas roupas de praia,
Biquínis, saídas de praia
Cabelos longos, curtos, lisos, ondulados
A conversarem, ideias trocarem
Casais e pessoas a brincarem nas águas rasas e revoltas do mar
Águas frias a empurrar os banhistas para o lado oposto onde entraram

Pais e crianças pequenas a brincarem na água
Crianças a correrem a toda a velocidade em direção ao mar
Casais a ouvirem músicas nos quiosques
Interagindo com os cantores, nem sempre afinados

De longe a se apreciar um mar ora azulado
Ora verde esmeralda
E a lua minguante a refletir-se nas água do mar
O sol se despedindo de nós
A apresentar um espetáculo de tons e semi tons,
Que precisamos voltar os olhos para admirar

Caminhando pelas ruas de paralelepípedos,
Ruas asfaltadas, também se pode ver ciclistas, corredores
Os coqueiros e o mar ao fundo,
Com belas construções a enfeitar as quadras

E como tudo, que tem prazo e pressa
O retorno a vida pulsante das cidades,
Das multidões,
Dos enxames de abelhas, as colmeias das gentes
Do salve-se quem puder,
E se puder me salve também

Casais a se abraçarem em frente ao metrô
Cena que de tão rara, fica a lembrar roteiros de filme
A quebrarem a fria rotina da cidade apressada

Pinturas bonitas nas estações,
Instalações artísticas, esculturas
Painéis, a mostrar a frieza das coisas sólidas
A multidão apressada, inconstante,
Eu também impaciente

Tudo tarda,
Demora nesta terra de baldeações e integrações constantes
E o metrô, ao abrir suas portas,
A servir de abrigo, aos trabalhadores fatigados da viagem diária
Muitos a se escorarem nos espaços livres

Mas também, tem os cansados recostados as estruturas metálicas, as portas
Atrapalhando o fluxo das pessoas e da vida,
Como sempre acontece aos lugares onde circula muita gente

E o verde a disputar espaço em meio a floresta de concreto
A natureza a brigar com a dureza das humanas, ou desumanas criações
Com árvores e plantas florindo em meio ao concreto e a poluição
Nos caminhos e desvãos em que se avista a cidade

E embora haja gente mergulhada em seu cansaço, e em sua rotina
Ainda se pode ver, gente interessada em mudar
Com seus rostos entretidos em suas leituras
Além das expressões de tédio diárias

E como já dizia o poeta,
Acaso tudo se referindo ao amor,
Que o tédio, rime com prédio,
Em sua rotina de desinteresse diário

Sinto saudades de minha praia!

E o amor residindo nas coisas mais prosaicas,
E nas mais inesperadas, demonstrações de afeto!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.  

Melenas

Cabelos soltos
Voando ao sabor dos ventos
Longos e ondulados
Ondeantes
Desenhados conforme os contornos do vento
Revoltos em sua geometria irregular
A esconder rosto e feições

I

Vento a refletir nas frontes
Refrescando tez escaldantes
Ou esfriando corpos já tiritantes de frio

E a espalhar os fios de cabelos
A passearem pelos ares
Adquirindo diferentes formas
A cobrirem rostos

II

Cabelos longos e lisos
Penteados com todo o cuidado
Melenas encaracoladas
Ajeitadas em meio a água e cremes
A fim de adquirir formas de cachos

Cachos outrora de uvas
Outrora denominação para amantes

Cabelos a representarem a moldura do rosto
Bastião de beleza para as mulheres
Sempre a cuidarem com todo o cuidado,
De suas madeixas

Cabelos louros, a lembrarem tons de ouro
Negros, castanhos claros ou escuros
Ruivos, lisos ou crespos,
Ondulados, cacheados
A adornarem rostos belos ou não

A representarem o ideal de beleza feminina
A serem enfeitados com presilhas e enfeites
Presos, soltos
Penteados, desalinhados

Nem todos cuidados
Tratados

A comporem a imagem de suas donas
Que com seu cuidado, ou não
Revelam a forma como querem ser observadas

III

Feiticeiras,
Sabedoras de que os cabelos
Representam algo de mais valioso
Na feminina aparência

A cuidarem de seus fios,
Como quem joias guarda
E preciosa gema ostenta

IV – O Vento e o Mar

O vento tímido
A temperar o ambiente com suas formas
As águas frias do mar,
Pouco convidam a devassá-lo

No anterior dos dias
Barcos a navegarem nas proximidades da faixa de areia
A fazer companhia ao bando de gaivotas

Grandes e corpulentas aves,
A repousarem na areia fria de molhada
A voarem pelos arredores
Buscando alimento

E o mar azul, de brancas brumas
Espumas a se espalharem pela areia
E as serras encobertas pelas nuvens

Triste tempo, tempo triste
A manhã tristonha, a evocar a beleza do vento
A evocar um tempo de reflexão

E a chuva a cair em forma de garoa
Lenta e fina, inconstante
A com o passar, das passadas
Pegadas na areia,
A ganharem contornos mais firmes
A caírem de forma mais incidente

Pisando com os pés descalços pela areia fria
A mergulhar os pés, em pequenos fios de água
Água a brotar das montanhas e serras próximas

Praia solitária,
Com poucos banhistas aventureiros,
A mergulharem nas águas

E na volta do caminho,
A chuva a engrossar,
Inundando as roupas e o corpo de água
Abrigo em um quiosque fechado
Até ser chegado o momento da partida

Cabelos molhados de chuva
Adquirindo novos contornos
Cachos a alisados ficarem

E o vento tímido,
A se fazer cada vez mais forte
Impávido, inclemente

Vento que antes,
A empurrar as madeixas para trás
Demonstrando retrato altivo de sua passagem
A por vezes, encobrir o rosto,
Com os cabelos soltos pelo ar
Mostra sua força vigorosa

Vento,
Agora traz a chuva em bojo
Figura inconstante do lugar

Enfrentar a chuva, o tempo
De peito aberto
Apenas protegida por um delicado guarda-chuva
Finas varetas toldadas pelo vento
A dar novos contornos a peça

Finalmente a chegada em casa
Não sem antes passar por grupos
A fazerem de tecidos,
Sua proteção contra a intempérie

Chuva de vento, forte, inclemente
A cessar quando do regresso ao lar

E o jardim florido
Com suas copas de árvore
A servir de abrigo para fina garoa
Chuva que não perpassa sua trama de folhas

Uma linda dália rósea
A se mostrar no alto do caule verde
Entroncado a uma rosa trepadeira
Ladeado por outro pé de planta,
Da mesma espécie e da mesma cor
Cuja flor não se mostra para nós

Muitos botões no pé de manacá
Lantanas em botão
A vida que se renova e se perde em meio à distância
No tempo e no espaço
Equação difícil de ser sanada

Flores vermelhas e brancas,
Nas primaveras que desabrocham
A enfeitarem o muro da casa, circundando-o
Lindo cenário de verde
A fazer pela composição,
Com o muro recém pintado em tom verde escuro

Mal posso esperar pelo regresso
As caminhadas pela praia
A acompanhar lindo alvorecer
As águas azuis, ou verde esmeralda
O mar sempre lindo
As gaivotas, com suas asas imensas, a voar
Passeios de bicicleta
Mergulhos no mar

No caminho, saudades dos manacás floridos
Sendo atualmente saudada por pés de embaúba
Com suas folhas brancas e espalmadas,
A lembrarem grandes e magníficas flores

A trazerem lembranças de infância
Saudades de tempos passados,
De seres a gerar descendência

Crianças a comerem seu fruto alongado
Fruto da árvore embaúba
A comentarem,
Sobre degustações de amoras silvestres,
Além de maracujás silvestres

Como um cheiro, uma forma, um evento,
Pode trazer à tona,
Memórias afetivas de acontecimentos passados?

Nada como a incrível capacidade de fazer associações
Inventividade adaptada a criatividade humana,
Onde cada qual cria sua própria cadeia de associações
E assim, cada um enxerga a vida de uma maneira toda própria
Tendo em alguns casos, alguns pontos em comum
Peculiaridades a nos fazer de toda a forma, especiais

E a chuva a nos colher na volta para casa
Recordações de outras voltas da praia
Dos tempos de criança
Em que se ficava a contemplar o desenho das nuvens
Em tardes claras

A imaginar diferentes formas e significados para elas
Imaginando como seria a vida, se pudéssemos viver na praia,
Ou ter uma casa de veraneio
Como ela seria?

Sempre tive boa impressão,
Deste misterioso e imenso elemento da natureza
Mesmo diante dos maiores sustos,
O mesmo sempre me trouxe paz,
E as mais lindas lembranças

Como da tentativa frustrada,
De se tirar uma foto com um siri
Finalmente consegui realizar tal desiderato

Os sonhos podem ser grandes ou não
Mas de alguma forma, consigo alcançá-los
Em que pese sua imaterialidade,
E o tempo que leve

Não é impossível se alcançá-los,
Quando se almeja muito,
Quando se tem meta e foco

De alguma forma, os sonhos sempre nos alcançam
Das mais diversas formas

E o vento, o vento muda as formas
A atmosfera,
Criando um novo ambiente,
Por vezes triste melancólico,
E até soturno

Sua impetuosidade,
Nos faz adaptarmos às suas condições
E nos traz a mudança,
Quem sabe também, as boas coisas
Vento que traz alento

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Sortilégios

Suave pendão auriverde de minha terra. Longínquas fragatas lançadas ao sabor das borrascas e dos ventos alísios. Tempestade, calma, serenidade. O langor do corpo lasso que intrépido outrora, neste instante se queda inerte. Passos largos se aproximam como num lento suspirar. A combinar com o sabor dos ventos, um odor almiscarado. Ao fundo, um jardim, repleto de madressilvas que rivalizando com as maravilhas da lua, eram todas elas de uma beleza sem igual, edulcoradas que eram pela natureza agreste do lugar.

Infância

Templo do amor-perfeito, onde tudo e todos tem um quê de onírico. As recordações que tenho da minha infância são silentes, mas de certa forma também são eloqüentes, posto que remetem ao um tempo de magia e de muitas brincadeiras. Tudo é motivo para encantamento, deslumbramento. Os canudos multi-coloridos usados para tomar refrigerante, se tornam uma festa sem igual nas mãos de uma criança imaginativa.
Buliçosa que de traquina apronta mil aventuras em sua fértil imaginação. Os bonequinhos do bolo se transformam em mil e uma brincadeiras, cada qual, uma forma de contar variadas histórias. Os amigos, a praça defronte a nossa casa, as noites enluaradas em meio a brincadeiras e balanços, alegrias, choradeiras, confusões...

Pérolas de Sabedoria

Desde as priscas eras o ser humano tentava explicar de alguma forma, o fenômenos e os elementos que circundavam sua vida. Assim a chuva pode ser a ira de alguma divindade que, descontente, lançava raios furiosos para amedrontar os homens, e assim por diante. Para explicarem o surgimento de algo tão maravilho como a pérola foi preciso mais. Foi preciso se criar um mito para que fosse apreciada sua adoração. Dizem que as pérolas são as lágrimas de uma deusa em tributo à eterna infelicidade, pois, despojada de seu maior desejo, perdeu o significado da vida ... Muitos povos acreditaram durante muito tempo, que por toda a eternidade essa deidade ficara a lacrimar ... Outras lendas existem ainda para tentar explicar a magnitude de tão maravilhosa criação, mas nenhuma capaz de suplantar com seu esplendor a beleza da mais bela criação divina definida como um glóbulo, duro, brilhante e nacarado, que se forma nas conchas dos moluscos bivalves. A pérola.

Algumas Palavras

Palavras são como fúrias ao vento. Dão vida ao mais singelo papel desde que devidamente empregadas. Se mal empregadas só farão por diminuir o encanto e o deleite que repousam sobre a folha de papel. Não temas as palavras, deixem-nas tocarem com suas liras o coração humano mais insensível. Toquem-nas com a alma, como quem toca as teclas de um piano. Assim como a brisa dos ventos tocam nossos cabelos, deixem que o fervor das palavras tome conta de sua vida. Deixem que as palavras se liqüefaçam nos seus interiores, assim como a água entra em ebulição e o papel encontra em seu elemento, numa perfeita simbiose com as letras, palavras que combinadas formam um texto. Como já dizia Caetano Veloso, “a nossa flor do Lácio”. Flor que encanta, mas que também pode assustar...

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Sonhos

Recordo-me do sonho de ontem. Foi um sonho que eu tive e que por sinal foi bem interessante, era assim.
Uma bela e imensa construção, que aos que de fora olhavam, a imaginavam média. somente ao entrar nela se podia dava conta de sua grandiosidade.
Por fora da casa, toda pintada de amarelo claro se dava a impressão de ser uma casa de tamanho razoável, realmente, não era muito pequena. Só que ao fundo da construção, se esta pudesse ser visível para quem de fora olhasse, poderia se perceber a magnificência da vasta construção. A casa fora estrategicamente construída para que ninguém pudesse perceber quais eram suas reais dimensões. Nem mesmo quem lá trabalhava, sabia exatamente o seu tamanho. Os únicos que conheciam detalhes da casa, eram os pais da referida moça. Nem mesmo ela conhecia todos os segredos da casa.
Em seu interior, a casa era bem maior do que parecia, tão grande, que mais parecia um labirinto cheio de secretas passagens e muito suntuoso. Cheio de móveis antigos, esculturas que remontam do período grego, grandes pinturas nas paredes, flores, abajour’s caríssimos.
A cozinha por exemplo, abrigava um exército de trabalhadores que preparavam durante todo o dia o ambiente para as refeições da família, suas festas, e seu dia-a-dia. Neste ambiente, cujo piso era de mármore, havia vários fornos, fogões, armários para guardar os utensílios domésticos, e até uma mesa de mármore para preparar as refeições dos patrões. Parecia uma cozinha industrial, tamanha a quantidade de equipamentos que lá havia. Em outro cômodo da casa mais armários guardavam as louças e as pratarias da dona do imóvel. A despensa era imensa, possuía todas as espécies de alimentos que se podia imaginar. Cumpre salientar que esta dependência da cozinha, era de uso exclusivo dos donos da casa.
Atrás da cozinha estava a lavanderia, com vários cômodos. Num deles, inúmeros tanques de lavar roupa. No outro ficava o depósito com armário para guardar os produtos de limpeza, ferros de passar, as tábuas que ficavam escamoteadas no armário, sabões, etc.. Ali também havia um outro espaço para se guardar as roupas passadas e tudo o que fosse necessário, e por último, uma grande área reservada só para os varais, ainda dentro da casa.
Com efeito, resta falar de um depósito de quinquilharias que existia ao fundo da casa, onde estavam guardadas as tralhas imprestáveis da família.
Num imenso corredor que saía da cozinha, se avistavam os quartos de empregados, em torno de uns trinta e cinco quartos. Tais quartos consistiam em: uma entrada e uma sala com sofás de madeira com tecido salmão, com mesa de centro e uma pequena estante com rádio e outros produtos de consumo da época. Lá também havia uma mesa com quatro lugares, para celebrar as refeições do fim do dia, bem com em alguns quartos, havia uma pequena cozinha. No mesmo ambiente, estava ainda o quarto dos filhos, geralmente com duas camas e três aparadores(geralmente), amplos armários, toilet com chuveiro, pia e sanitário, além de uma pequena sala repleta de brinquedos. No quarto propriamente, um ambiente com cama de casal e dois aparadores de cada lado da cama, um sofá de tecido salmão aos pés da cama, penteadeira com cadeira revestida também de veludo salmão, ao fundo um pequeno closet, e um toilet com chuveiro, uma pequena banheira, pia com um grande espelho e sanitário.
Esta é basicamente a composição dos quartos dos empregados, com poucas diferenças. Geralmente quem trabalhava na casa levava sua família junto.
Agora, com relação o local das refeições dos empregados, o piso deste era de um mármore singelo, possuía cerca de umas quarenta mesas de vidro com pés de mármore e quatro cadeiras cada, todas de espaldar alto. Tal cômodo ficava em outro setor da casa, onde ficava também a cozinha onde preparavam a comida que os outros criados da casa iriam comer. Havia também uma imensa dispensa para esta cozinha. Para os serviçais, havia também uma lavanderia, quase do mesmo tamanho da dos patrões, para que pudessem cuidar de suas roupas.
Na área da casa onde ficava a cozinha havia um enorme local para refeições, onde havia fornos especiais para se prepararem pizzas, entre outras delícias, e era onde a família e os amigos eventualmente se reuniam, geralmente em finais de semana. Enfim, a casa era um verdadeiro palácio. Magnifico.
A seguir pude ver outros ambientes na casa: a entrada, suntuosa com grandes esculturas de pedra, colunas de mármore, e piso igualmente de mármore; após, a sala, com sofás de madeira trabalhada e recoberto por fino tecido, além de mesinhas e aparadores cheios de fotos, abajour’s e algumas esculturas. Havia uma mesa de centro também em madeira, onde repousava um imenso vaso com flores e onde se tinha uma vista deslumbrante de um jardim de inverno que ficava dentro da casa.
Ao fundo havia ainda outras salas, uma com lareira, esta adornada com ricas esculturas de gesso como também com móveis de madeira e sofás recobertos de veludo verde e mesinhas e aparadores, como na outra sala. Ao lado desta a sala de descanso, com inúmeros pufes para amparar as pernas cansadas dos moradores do majestoso lar. Quanto a decoração, nada de sofás de madeira recobertos de tecido, e sim de tecido, ricamente revestido de veludo salmão. Ao centro do cômodo um sofá redondo, no mesmo estilo. E ao fundo uma pequena estante com divisórias para as correspondências dos moradores, bem um como um bar com sete lugares, igualmente feito em madeira, e repleto de bebidas, atrás dele, uma adegada climatizada.
Na casa havia também uma sala de som, um estúdio para as músicas, um cômodo para guardar filmes, e uma sala íntima, com muitos sofás e de onde se podia avistar um dos inúmeros jardins internos da casa. Num desses jardins existia um pergolado, e várias espécimes de flores, bem uma praça com esculturas e fonte de onde jorrava água.
Na outra sala estava um piano de calda, e também estava adornada a semelhança das salas anteriores. Entre as inúmeras salas pude ver uma colossal escada, e ao me aproximar dela, pude constatar a presença ainda, de uma sala de almoço com umas vinte ou até mais, cadeiras e uma mesa de vidro com pés de mármore, bem como de alguns móveis ao redor do que deve ser a sala de jantar, assim como imensos arranjos de flores e algumas pequenas esculturas clássicas. Ao lado, uma sala de almoço, com uma mesa redonda, umas quinze cadeiras, e uma ornamentação um pouco mais simples.
No escritório havia toilet, uma biblioteca de livros técnicos, sala de espera e uma pequena copa, tudo para que o senhorio pudesse trabalhar em casa. Duas secretárias organizavam sua agenda, em uma sala só para elas, e lá mesmo ele atendia seus clientes.
Pude ver ainda outras duas salas, uma de estudos, com várias carteiras de madeira de lei, uma imensa biblioteca dividida em várias seções e que pelo tamanho devia ter uns trezentos ou quatrocentos metros quadrados. Também pude ver uma farta sala de brinquedos, com tantas bonecas e brinquedos, que mais parecia uma loja. Tudo isso meu pareceu imenso, se fosse calcular a dimensão destes cômodos, acredito eu, que dariam cada um uns cem metros quadrados ou mais.
Pude avistar ainda uma enorme piscina olímpica, assim com os salões de jogos, com área para jogar pingue-pongue e uma quadra poli esportiva, bem como salão de festas, que possuía serviço de cozinha própria, toilet’s separados e tudo mais o que fosse necessário, até um barzinho com cinco lugares cada e com sua própria adega.
Havia ainda sala de ginástica, com vários ambientes, vestiário, e sauna. No ambiente externo havia vestiários para a piscina, churrasqueira, barzinhos, uns três, com oito lugares, várias varandas e alpendres.
A casa possuía ainda uma capela com cem lugares, para os empregados rezarem, assim como os moradores da casa. A capela era tão imponente que possuía inúmeros vitrais, confessionário, e um grande altar com inúmeras imagens de santos. E uma sala de costuras, com três ambientes para que a mãe pudesse se distrair durante o dia. E ainda, uma garagem para uns cinqüenta carros.
Ademais, não posso deixar de esquecer de fazer menção de quem, em todos os ambientes da casa existem toilet’s ou lavabos sem exceção.
Por fim, surgiu o corredor que dava acesso aos quartos, no andar superior da casa, e neste pude ver o magnifico quarto onde a moça repousava, com móveis antigos, trabalhados, em madeira. Nesse quarto, uma imensa janela dava acesso a uma bela vista do lugar (este só visível para quem lá morava), e que poderia ficar escondida pela rica cortina azul que ficava sobre a janela. Ainda neste ambiente havia uma penteadeira, com objetos de uso pessoal e uma cadeira com estofamento em veludo azul, um sofá comum também revestido de veludo na mesma cor, e ao redor da cama de casal, cortinas azuis. Próximo a janela ficava a escrivaninha, acompanhada de uma cadeira de espaldar alto e revestida de azul, e uma estante, com livros e os objetos e estudo. Ao lado da cama, um pequeno móvel de madeira de cada lado com abajour’s trabalhados datando da belle époque. Na saleta que fazia parte do quarto, estavam os sofás de madeira revestidos do mesmo tecido, uma mesa de centro de madeira de lei, com flores, dois pequenos móveis de madeira atrás dos sofás, uma mesa com dois lugares e ao fundo se podia ver a porta do toilet e antes um imenso closet onde havia uma passagem.
Os demais quartos em muito se assemelhavam com esse, e por isso seria desnecessários descrevê-los, só atente para o fato de eram uns trinta quartos ao longo de um imenso corredor, sendo quase todos com varandas e algumas passagens secretas.
No último andar ficava um sótão também mobiliado e com alguns ambientes ricamente decorados e aparentemente abandonados, os quais nem a filha dos donos tem acesso.
Pois bem, nesta casa morava uma jovem moça. E neste sonho, a jovem moça estava procurando algo que eu saberia explicar. Procurou, procurou, chegou a sair de sua casa escondida para que pudesse encontrar o que almejava. Não conseguiu.
Por essa razão, em boa parte do sonho, ela estava fora da casa. Somente no final do sonho é que ela entrou na casa. Ao entrar foi logo recebida por uma empregada que cuidou para não a vissem entrando. Nervosa, a empregada cobriu-a e a levou para o quarto.
A moça, devia viver como uma verdadeira lady neste monumento da arquitetura.
E tudo seguiria calmamente, não fosse o fato de a moça ter um amigo muito impertinente e atrevido. Amigo este que conseguiu adentrar o palácio e se esconder nos aposentos da jovem mulher. Viveu um bom período escondido a lhe fazer companhia, e quase foi descoberto, não fosse sua vivacidade e esperteza ao se esconder numa das passagens escondidas da casa a tempo. Isso porque uns dos empregados de seu pai adentrou seu quarto inesperadamente.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Saudosa

“No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz

Se a Débora Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é meio west
Eu sou o chique Valentino

Mas de repente
O filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes,
Cruzes
Que flagra, flagra...”

Rita Lee, “No Escurinho”

Lembrei-me dos tempos de outrora
Os tempos de minha antiga meninice
Onde recordo com saudade...
As lembranças que nunca tive
De um tempo suave e breve,
Revolto e sisudo
Lembranças de tempos que não são meus...

Nas ondas do rádio,
Tão longínquas e dolentes
As canções magníficas que eu já gostava de ouvir
Saudosas canções nostálgicas
Doces baladas, melodias românticas
Jackson’s Five, Beatles, Elvis Presley
Lindas canções que remetem
As mais belas épocas

Uma época de saudades
De um tempo que não vivi
Recordo-me que em criança, deitada, dormindo
Sonhava com esse mundo
Que a mim não pertencia...
Ao acordar, não entendia
Porque sentia tão vívida em mim
As lembranças dessas décadas
Recordações tão vivazes!

Os anos cinqüentas
Sua moda, suas vestimentas
Seus vestidos bufantes, compridos e inesquecíveis
E suas camélias a enfeitar
As saias rodadas com poás
Anáguas, blusas, pulseiras coloridas
A pesada maquiagem de suas mulheres
O cabelo cuidadosamente penteado com gel
“Brilhantina”, fazendo as cabeças masculinas
Sapatos, plataformas, scarpins
Jaquetas de couro, camisetas brancas
Calças jeans, botas de cano curto

No imaginário da época
Havia ainda as Lambretas, Romisetas
Os carros, o deleite da sociedade
A sociedade consumo que começava a se formar
Limusines, carros conversíveis
Buick’s, Mustangues, Landaus, Cadillac’s
Gordinis, e até mesmo Fuscas
Tudo para encher as ruas de roncos e barulhos de motor

As épicas construções do início do século passado
O século XX ...
Surgem nesse momento ...
Repaginadas, com ares modernos
Móveis coloridos, televisões antigas,
Imagens em branco e preto
As séries de TV sucesso no momento
“Papai Sabe Tudo”, programas nacionais
“O Céu é o Limite”, Jota Silvestre
“Almoço com as Estrelas”, “Repórter Esso”
As grandes rádios e os ídolos da época
As novelas saídas do rádio, agora nas telinhas
“Sua Vida me Pertence”, e outras

Como forma de entretenimento
Namoricos na praça...
Lugares bucólicos, aprazíveis
Fontes monumentais,
Belos passeios,
Jardins esplendorosos,
Jardim da Luz, o Parque do Ibirapuera, recém inaugurado
As flores, os monumentos históricos
Saudade de uma época que não mais existe
De uma educação esmerada
De lindas canções de amor, de romances...
De sonhos
Que de leves a brisa os desfez

“Blue Moon”, “Moon Light Serenade”, Frank Sinatra
Ray Connif, “My Way”
Tudo era divertido, um eterno bailar
Luvas brancas, tomara-que-caia
Poás brancos, vermelhos
No jardim, belas esculturas renascentistas
Com a banda ao fundo tocando algum sucesso
“Noturne”, não seria nada mal
Coca-cola, “Bossa Nova”, João Gilberto
Juscelino Kubstchek, “O Presidente Bossa Nova”
Na ilustre canção de Juca Chaves

No cinema, as pessoas trajadas elegantemente
Homens de terno e gravata
“Givenchi”, o sonho de consumo das mulheres
Os desfiles de Moda
A tranqüilidade do centro bem cuidado
Da terra da garoa
A outrora acolhedora cidade de Castro Alves
E os poetas românticos,
Que com sua neblina envolvente e sedutora
Deu-me vontade de conhecer-te
No seu passado de glória
Que pena não poder te ver assim
Cidade querida

No Rio de Janeiro
O Hotel Quitandinha, em seu eterno esplendor
Os Concursos de Miss
Ah! O Brasil parou para olhar
O ideal de beleza que não mais existe...

“O Cruzeiro”, “Revista Manchete”
Marilyn Monroe e “O Pecado Mora ao Lado”
“Sabrina”, Audrey Hepburn
“A Place in Sun”, Montgomery Clift, Elizabeth Taylor
“Here from to Eternity”, com Burt Lancaster
“Absolutamente Certo”, com Anselmo Duarte
“Apasionata”, “Tico-tico no Fubá”
No eminente estúdio Vera Cruz

A derrota de 1950 e a grande conquista de 1958
O sonho do futebol
O torneio de Winbledon, o tênis
Maria Esther Bueno, a grande conquistadora...

James Dean e sua eterna
“Juventude Transviada”
O rebelde sem causa
E o desidério das jovens dessa geração
As chanchadas da Atlântida, na cidade carioca
Grande Othelo, Oscarito, Derci Gonçalves
Grandes estrelas do nosso cinema nacional

A seguir surgem
Os anos sessentas
Com suas cores psicodélicas, roupas curtas
Minissaia, Mary Quant e suas cortinas
Jovem Guarda, Roberto Carlos, Wanderléa,
Eramos, Wanderley Cardoso, Eduardo Araújo e companhia
TV Record, MPB
Elis Regina, Jair Rodrigues, “O Fino da Bossa”
Jorge Bem
Os filmes estrelados por essas pessoas maravilhosas

Ditadura, Anos de Chumbo
Da rosa que tortura e mata
Tropicália, Os Mutantes
“Divino Maravilhoso”
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque
Gal Costa, Maria Bethânia
Os Hippies, a Contra-Cultura
Geraldo Vandré, os Festivais da Canção

E pensar que todas essas elegantes referências
Pairavam na minha infância
Sem que eu as percebesse
Posto que nunca as sonhara
Somente a eterna sensação de nostalgia
De uma vida que não vivi
De alguma coisa que nunca tive
Tendo somente por companhia,
As minhas saudosas lembranças...

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Rosa

 

          “Tu és, divina graciosa

          Estátua Majestosa

          Do amor, por Deus esculturada

          E formada com ardor

          Da alma da mais linda flor

          Que mais a ti volor

          E que na vida

          É preferida pelo beija-flor...


          Perdão, se ouso confessar-te

          Eu hei de sempre amar-te

          Ó flor, meu peito não resiste

          Ó meu Deus o  quanto é triste

          A incerteza de um amor

          Que mais me faz penar...”

          (Rosa - Pixinguinha)


          Reza a lenda que a Lua Jaci, é a Lua Mãe, protetora dos índios. Índios, civilização que dera nome a ti apesar de sua ascendência portuguesa. Além desta, outras lendas remetem a palavra Mãe, como a Lenda da Iara, conhecida igualmente como Mãe D’água.

          O dicionário Aurélio, p. 1063, assim define a palavra Mãe: Mulher que dá a luz á um ou mais filhos. Pessoa muito boa, dedicada, desvelada. Fonte, origem, berço. Madre. Materno, maternal. Muito grande, forte intenso. Mãe de Deus - Nossa Senhora. Mãe de Família - Mulher casada e com filhos. Nossa Mãe - Nossa Senhora.

          Ou  seja, até os anjos conspiram em favor de tal vocábulo Mãe. Por isso, tudo a ti é pouco em consideração a teu nome, querida.

          Feliz efeméride, feliz dia-das-mães, minha flor!


Luciana Celestino dos Santos 

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 


Subjetividade

Com o meu pensamento posso transformar, toda uma realidade que me incomoda. Modificar o tédio, e as coisas enfadonhas. O dia pode tornar-se alegre, apenas com minha disposição em vê-lo por melhores ângulos.
Observar um lusco-fusco, pode tornar melhor seu dia. Desde que você observe os contornos indivisos ganharem forma. As brumas darem vez ao sol. Contemplar o colorido do céu, mesmo que diante de uma janela de trem. Mesmo em meio a multidão. Pessoas alheadas da sublime constatação de que felicidade está aqui, e não em outro lugar. Que a felicidade está em todos os lugares, e quase sempre a nos acompanhar.
Embora não a percebamos.
E existem muitas pessoas que em busca de uma felicidade fajuta, são capazes de desperdiçar os melhores e bons momentos, e somente se darem conta de que eram felizes, quando a felicidade, o tal pássaro azul, levantou asas e voou.
Ser feliz é apreciar uma lua bonita quando da noite escura. É observar as nuances do céu durante o cair da tarde. Tomado de várias cores, vivo e misturado.
Ser feliz é se ver lua cheia, redonda, perfeita, branca e cheia de luz. Possivelmente rodeada de algumas estrelas. É contemplar vaga-lumes a beira da estrada, ou um belo portal a desejar boas vindas aos viajantes.
É viajar, conhecer novos lugares, novas culturas, novos saberes. É regressar a um lar, depois de longas horas de trabalho longe de casa.
É executar um bom trabalho, mesmo que não seja o trabalho de seus sonhos.
Ouvir boa música e sair cantando, cantarolando, mesmo que errando a letra, sempre procurando acertar.
Ser feliz é adormecer ouvindo música, as boas coisas da vida, e despertar ainda em companhia das melhores canções.
É poder apreciar uma boa história, seja em uma novela, um filme, uma minissérie, ou os bons e velhos livros. Ó! A quanto tempo não os leio. Tenho sentido muitas saudades suas. Mas tenho lido lindas poesias.
Poesias nutrem e enriquecem o dia!
Ser feliz é se contentar com os detalhes agradáveis do cotidiano, e deixar os desagradáveis de lado.
Apreciar as belas coisas. Uma linda flor, uma árvore frondosa ou não. Um chão repleto de folhas ressequidas, flores caídas, ou do alto das árvores. Observar as flores da primavera, do verão e do outono.
Sim, elas existem!
É dançar mesmo sem querer dançar, como na canção.
Procurar, em momentos de tédio, se distrair com coisas úteis, como os estudos, ou agradáveis, como a música. Se possível, tudo junto e misturado.
Leio no trem, no metrô. Livros, provas, me preparo para a vida, e para os concursos. E em me preparando, aprendo sempre coisas novas.
E a vida é assim! Um eterno aprender, sempre novidadeira. Até por que, sem ser assim, não teria graça!
Ser feliz, é tomar um banho quente, poder vestir uma roupa boa e bonita, se sentir bem. Cuidar da vaidade, pois quem não se enfeita, se enjeita. Como queremos ser agradáveis aos outros, se não formos agradáveis a nós mesmos? Se olhamos no espelho e não gostamos do que vemos?
Ser feliz é estar feliz consigo mesmo, mesmo em não sendo a vida, aquilo que queremos, e mesmo que muitas vezes fracassemos, em nossos melhores propósitos.
Por que sempre existe uma possibilidade para melhorarmos, enquanto ainda houver vida, e enquanto as pessoas nos permitirem mostrarmos o nosso melhor. Por que se assim não for, também não esforçarei. Não tentarei provar nada para quem já possuí uma ideia preconcebida de mim. Nunca gostei de rótulos, e tento ao máximo, não aplicá-los aos outros, embora falhe nesta tarefa, mais do que gostaria.
Gosto da natureza, embora não tenha muito contato com ela. Sinto-me feliz na praia, em meio a flores, plantas e árvores. Em não sendo possível tê-los perto de mim todos os dias, contemplo seus pequenos mistérios em meio a cidade, selva de concreto.
Ser feliz, é um cabelo bem arrumado, sapatos bonitos e confortáveis. Os que apertam são horríveis, por sua falta de praticidade. É colorir as unhas das cores mais discretas ou mais inusitadas. E se sentir bonita ao se admirar em frente ao espelho. É descobrir um novo jeito de se arrumar o cabelo.
Ser feliz é não se submeter a um padrão de beleza inalcançável e irreal. É se aceitar sendo o que se é.
Ser feliz é poder assistir aos filmes preferidos, aos programas de tevê preferidos, ir ao cinema, ainda que de vez em quando, e assistir um bom filme. Ouvir uma historia, não importa em qual plataforma seja.
É abrir o facebook encontrar postagens divertidas, curiosas, interessantes, irônicas, culturais, bem humoradas ou críticas. Navegar em meio a rede mundial de computadores.
Ter uma família ao lado.
Tentar driblar ou superar as dificuldades. Nesta equação, eu sempre perco.
Curtir um sol de verão, e estar bem agasalhada no inverno.
Nunca estar só. Sempre em boa companhia. Podendo ser esta companhia, ou um bom livro.
É usar saia, short, ou vestido, ainda que de vez em quando. Exibir um bronzeado bonito. Nadar no mar, apreciando toda aquela beleza. É resgatar sonhos perdidos de infância e aprender a andar de bicicleta, já adulta.
É ter uma infância feliz, apesar de todas as dificuldades que fazem parte da vida. Momentos especiais para guardar de minha adolescência, dos tempos de estudos e da faculdade.
É passar pela vida e dizer que apesar dos pesares, ela foi muito bem aproveitada por mim.
Rir à toa, rir de tudo, ou pelo menos, de tudo o que for possível, do ridículo, e das pessoas ridículas.
E assim, minha vida é muito bela, por que ela é muito diversa do que o olhar das demais pessoas podem alcançar. Para elas verem o meu viver, e sentirem o meu sentir, teriam que pousar seus olhos e o seu sentir, e os mergulhar para dentro de mim.
Coisa impossível de se fazer.
Assim, só podemos conhecer o modo de viver e sentir de outrem, através de suas palavras.
Talvez algumas coisas nos escapem por seus gestos ou maneira de agir. Não sei. Ainda não aprendi a fazer este tipo de leitura.
Enfim, ser feliz é saber aproveitar cada vão momento, e descobrir mesmo em meio as coisas mais insuspeitas, instantes de felicidade. Afinal ela é efêmera, inconstante, e arisca. Mas às vezes, podemos segurá-la.
Eu acho, pelo menos para mim o é, ser feliz, é aproveitar os instantes, os minutos, aqueles que de fugidios, podemos deixar passar despercebidos. A felicidade está nos detalhes. Um instante pode nos trazer intensa felicidade.
Subjetividade, olhar pessoal impresso sobre o que é a vida.
Enfim, aproveitem o dia. Todo o dia, os seus menores e melhores momentos.
Por fim, “carpe diem”.
 
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Dispersos

A vida cheia de riscos é
De formas que devemos nos arriscar,
Posto que o máximo de derrota que podemos ter
É nada levar
E assim sendo, permanecermos de mãos vazias
Mas plenos de experiências e sensações vividas
Por procurarmos não deixar a vida apenas passar

Pensamento

Pensamentos dispersos,
E de pensamento em pensamento
Acaba por se chegar a alguma conclusão
Ou a sabedoria

Divagações

Aproveitando o dia em gostosas leituras
Contemplo o universo da literatura
Com seus grandes, pequenos poemas
Quantas experiências à disposição
De existências tão ávidas de vivências

Da vida morna, repetida e cotidiana
As horas passam, passam as horas
E finalmente o dia chega ao fim
Quem sabe um dia teremos a vida

Assim como a desejamos ter
Vivê-la, como merecemos viver

Por enquanto vamos saboreando,
Os pequenos movimentos alegres
Os instantes de saborosa diversão

Por que?

Por que tanta ignorância
Por que tanta gente Meu Deus?
Por que todos correm na contramão?
Por que a vida é assim?
Eterna busca pelo sucesso que nem todos terão?

Não pelo menos da forma como imaginam
Por que percorremos tão longas distâncias?
Nunca chegamos em lugar algum,
Apenas as mesma instâncias frias de sempre
Por que não podemos aproveitar,
Os finais de tarde para passear?
Por que não podemos trabalhar,
Sem nos demorar em sua ida e sua volta?

Por que a vida é tão insana?
Por que o mundo tão irracional?
Por que tudo funciona tão mal?
Por que nossas instituições são tão falhas?
Por que temos que aguentar tantos desaforos?
Por que temos que ser humilhados, desrespeitados, ofendidos?
Por que não podemos fazer da nossa vida o que queremos?

E assim, poder contemplá-la em sua inteireza
E não pela metade, quase sempre com pressa
Pressa de não poder chegar, de se atrasar, de a vida complicar
Por que a cada instante que passa,
Mais a vida grita:
Tem mais gente para chegar,
Apresse-se ou então, tudo vai tumultuar!

Sinto-me sendo expulsa do próprio lugar em que habito!
Ser humano, grande homem
Capaz de grandes prodígios,
Mas incapaz de pensar o bem estar do próprio humano
Ó grande falha humana!
Ou será o homem, grande falha da divina criação?
Sinceramente não sei,
E nisto fico a pensar então

Enamorar, enumerar

As brumas encobrem as estradas,
As ruas, outrora nítidas, ganham contornos indivisos
Árvores floridas de manacá ao longo dos caminhos,
Árvores frondosas de flores amarelas
E um longo caminho a percorrer

Para se chegar em lugar de calma e contentamento
Do alto da serra se avista, o contorno das cidades,
Os mangues, as matas, os ajuntamentos das gentes, civilização

Atravessando túneis e caminhos, se percebe as cidades se aproximando
Ao longo da rodovia, as edificações ganham forma,
Transformam-se em cidades
Que entre as construções, se faz por revelar entre uma e outra, uma nesga de mar

O mar, finalmente, para lá vou chegar
Festa de água, sal, céu, sol e ar
As gaivotas na areia a espreitar,
O próximo passo, o próximo voo,
E até o mergulho a realizar
Andando na areia, com suas asas recolhidas
Inopinadamente a alçarem voo
Mostrando suas asas imensas
A rasgar os céus de nuvens intensas, imensas

Casais a andar de mãos dadas pela praia
Moças esbeltas a desfilarem com suas roupas de praia,
Biquínis, saídas de praia
Cabelos longos, curtos, lisos, ondulados
A conversarem, ideias trocarem
Casais e pessoas a brincarem nas águas rasas e revoltas do mar

Águas frias a empurrar os banhistas para o lado oposto onde entraram
Pais e crianças pequenas a brincarem na água
Crianças a correrem a toda a velocidade em direção ao mar
Casais a ouvirem músicas nos quiosques
Interagindo com os cantores, nem sempre afinados
De longe a se apreciar um mar ora azulado
Ora verde esmeralda

E a lua minguante a refletir-se nas água do mar

O sol se despedindo de nós
A apresentar um espetáculo de tons e semi tons,
Que precisamos voltar os olhos para admirar

Caminhando pelas ruas de paralelepípedos,
Ruas asfaltadas, também se pode ver ciclistas, corredores
Os coqueiros e o mar ao fundo,
Com belas construções a enfeitar as quadras

E como tudo, que tem prazo e pressa
O retorno a vida pulsante das cidades,
Das multidões,
Dos enxames de abelhas, as colmeias das gentes
Do salve-se quem puder,
E se puder me salve também

Casais a se abraçarem em frente ao metrô
Cena que de tão rara, fica a lembrar roteiros de filme
A quebrarem a fria rotina da cidade apressada
Pinturas bonitas nas estações,
Instalações artísticas, esculturas
Painéis, a mostrar a frieza das coisas sólidas
A multidão apressada, inconstante,
Eu também impaciente

Tudo tarda,
Demora nesta terra de baldeações e integrações constantes
E o metrô, ao abrir suas portas,
A servir de abrigo, aos trabalhadores fatigados da viagem diária
Muitos a se escorarem nos espaços livres

Mas também, tem os cansados recostados as estruturas metálicas, as portas
Atrapalhando o fluxo das pessoas e da vida,
Como sempre acontece aos lugares onde circula muita gente

E o verde a disputar espaço em meio a floresta de concreto
A natureza a brigar com a dureza das humanas, ou desumanas criações
Com árvores e plantas florindo em meio ao concreto e a poluição
Nos caminhos e desvãos em que se avista a cidade
E embora haja gente mergulhada em seu cansaço, e em sua rotina

Ainda se pode ver, gente interessada em mudar
Com seus rostos entretidos em suas leituras
Além das expressões de tédio diárias
E como já dizia o poeta,
Acaso tudo se referindo ao amor,
Que o tédio, rime com prédio,
Em sua rotina de desinteresse diário
Sinto saudades de minha praia!

E o amor residindo nas coisas mais prosaicas,
E nas mais inesperadas, demonstrações de afeto!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

A Vida

A vida da gente
Dizem que a vida da gente
É a vida que a gente leva
Devemos portanto, muito bem aproveitá-la
Pois ao dela partirmos, nada dela levamos
A não ser as experiências vividas
Bem ou mal experienciadas!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Alheio

Quando nada se espera
É quando as coisas normalmente acabam por acontecer
Nada planejado, pensado e esperado
No passo descompassado das horas
O tempo corrido, apressado, desperdiçado
As montoeiras das gentes
Grandes aglomerações onde ninguém sabe para onde vai

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Passeando pela cidade de São Paulo

Visitei a famosa Estação da Luz
Com sua linda fachada de tijolos, pintada de amarelo
E um relógio, no seu ponto mais alto
Belíssima, possuí várias portas de folhas duplas em madeira

Neste passeio,
Pude também, vislumbrar um bonito pedaço da cidade

Conheci o jardim da luz
Com suas inusitadas esculturas abstratas
Seu chafariz, e uma magnífica fonte de água
Além de alamedas e inúmeros bancos para as pessoas sentarem-se

Ao lado deste afamado parque,
A famosa e monumental Pinacoteca do Estado,
Um prédio antigo, erigido com tijolos à vista

Do lado de fora do parque, pude avistar inúmeras jaqueiras
Circundando o parque, o lado pobre de uma cidade repleta de contrastes

Próximo dali, está a Fatec, um belíssimo prédio
Dos tempos gloriosos da cidade
A sua frente, um bonito prédio onde está instalada a polícia militar

É nessa região que está a Igreja de Santo Expedito
O santo das causas impossíveis
Sua igreja possuí duas pequenas capelas ao lado do altar, todo fechado
No fundo do altar, está a imagem de Cristo crucificado,
Objetos religiosos, flores, uma mesa com Bíblia, toalha branca, etc.
A sua frente, uma imagem de Santo Expedito, toda em madeira
Cercada, tem a seu lado um cesto, onde são depositados pedidos

Os bancos da igreja são de madeira, e no teto,
Há um imponente lustre
No alto da construção, vitrais coloridos,
Nas paredes, passagens bíblicas entalhadas em madeira
A entrada da igreja, tem uma imensa e imponente porta trabalhada, toda em madeira

Mas, para adentrar o templo sagrado,
É necessário passar por um portão de ferro
A seguir, uma pequena escadaria dá acesso a construção
Antes de entrar porém, há um recipiente com água benta

Logo atrás depois de alcançar a igreja, está o Batalhão da Polícia Militar
Ampla construção antiga, toda em amarelo
Lamentavelmente descascando

Próximo dali, está o Museu de Arte Sacra
Onde no Natal, é realizada uma exposição com lindos presépios
Logo ali está também, um amplo terreno repleto de bananeiras
E a Estação de Metrô Tiradentes

Mais distante está à região da Barra Funda
Pegando a linha vermelha do metrô se pode descer na estação de mesmo nome

Bem próximo dali está o famoso Memorial da América Latina,
Em frente está o Parlamento, e alguns prédios, nesta região tão pouco movimentada
Silenciosa e afastada da região da Sé

Barra Funda
É nessa região que fica a Esaf, o Procon, entre outros estabelecimentos
O estúdio da Record também fica bem próximo deste lugar

São Paulo,
Cidade da Avenida Paulista, do Masp, do Parque Trianon,
Da magnífica Praça da Sé, com sua famosa Catedral em estilo gótico,
Dos metrôs, do Centro Histórico,
Do Teatro Municipal, do Shopping Light, do Viaduto do Chá,
Das grandes avenidas, Do Pátio do Colégio,
Dos prédios imponentes, grandiosos, espelhados,
Dos monumentos e dos parques, enfim!

Certamente, este passeio compôs mais uma belíssima página do livro de minha vida!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Para Sempre Registrado em Nós

Dizem que as pessoas que amamos vivem eternamente em nós.
De certa forma, não deixa de ser verdade.
Pra sempre levaremos lembrança de quem amamos.
De seu jeito de ser, de viver, dos acontecimentos acompanhados com esta pessoa.
Mosaico de nossa vivência.
Repertório de nossa existência.
Viveiro sempre regado de lembranças.

Ano Novo

“Adeus Ano Velho
Feliz Ano Novo
Que tudo se realize
No ano que vai nascer.

Muito dinheiro no bolso
Saúde pra dar e vender.”

Neste novo ano que em breves instantes se iniciara,
Pretendo mais uma vez, contar com boas realizações.
Nada de promessas bobas e manjadas.
Lugares comuns.

Viagens, passeios pela praia,
Dinheiro, despesas, trabalho
E realizações.

Leituras, conhecimentos, filmes, novelas,
Músicas, DVD’s, flores
Roupas, perfumes, bota, bijouterias,
Abajour, roupas de cama,
MP3/Ipod
Goiás/GO, Brasília/DF, Caudas Novas/GO.

Leituras, literatura e beleza.
E também, Embu das Artes/SP, Santana do Parnaíba/SP e Campos do Jordão/SP.
Continuar estudando para concursos e participando deles.
Neste ano que começará – 2008.

Em 2007, viajei para Minas Gerais.
Conheci as Cidades Históricas:
Ouro Preto, Mariana, Congonhas – pedras preciosas, museus, e lembrancinhas,
São João Del Rei e Tiradentes – Estrada Real.
Casario Colonial, a História do Brasil presente em seu calçamento de pedras.
Fotos, muitas fotos.
E também Belo Horizonte/MG.

“Como vai BH,
Ouço a voz na montanha,
Como vai?...
Se distante a saudade eu vir chegar
Quem feriu a linda Serra do Curral....”
Flávio Venturini

Conheci as praias de Parati/RJ,
Revisitei seu Ccentro Hhistórico.
Conheci Trindade/RJ, o Cachadaço, cachoeiras.
Cunha/SP, Estrada Real.
Percorri trilhas.

Visitei Santos/SP, por várias vezes em 2007
E me deslumbrei com a beleza de sua orla bem cuidada.
Pirapora do Bom Jesus/SP e seu tapete de serragens.

Comprei meu Micro-Computador, roupas de praia, meias, sapatos, bijouterias.
Esmaltes - Manicure,CD’s, DVD’s e livros.
Participei de um jantar promovido pela OAV/Santo André-SP, no Clube Atlético da cidade.
Shopping ABC/Santo André e sua decoração natalina.
Seu ”cirquinho iluminado, de metal” na entrada.

Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro/RJ, acompanhados pela televisão.
Em 2005, antes de começar a trabalhar, fui até Aparecida/SP e em 2007, fiz o mesmo.

No ano de 2006, conheci o Hotel Blue Tree Park em Mogi das Cruzes/SP.
Viagem a trabalho.
E me encantei com a Cidade Maravilhosa – Rio de Janeiro/RJ,
E sua Copacabana.
Conheci ainda Embu das Artes/SP, sua feira de artesanato e a beleza de seu Centro Histórico.

Televisão, Dueto – DVD e VHS, Mini-System.
Roupas, sapatos, bijouterias, roupas de cama, meias, CD’s, DVD’s e livros.
Vestido de Festa.

Nestes dois últimos anos, visitei museus em São Paulo:
Pinacoteca, Memorial da América Latina e suas exposições – Presépios, Carmem Miranda e Arte Naïf,
MAM, Museu Afro Brasileiro e a OCA, no Parque do Ibirapuera,
Museu da Língua Portuguesa, Museu da Casa Brasileira, MIS,
O Pátio do Colégio – Origem de São Paulo, Memorial do Imigrante,
Museu Sacro na Luz e seus presépios, Museu dos Transportes,
Bienal Internacional do Livro no Anhembi,
Centro Cultural Banco do Brasil.

Passeios pelo Parque Central em Santo André.
Compras, passeios no shopping ABC Plaza.
Almoçar fora.
Formatura Fatec.
Aniversário Ia e Vô.

Fora isso, li bastante.
Li algumas biografias, e obras literárias.
Ouvi bastante música, e li muito jornal semanalmente.
Assisti Desfiles de Carnaval e Militar.
Também assisti muitos filmes na TV a Cabo, minisséries.
Cartões Postais de todos os lugares onde passei,
E fotos, muitas fotos!
Adoro!

Obrigada por tudo!

Com certeza, 2008 será ainda melhor, com todos os projetos que tenho e que irei realizar,
Como quase tudo o que venho me propôr a fazer.
Também terminei de escrever a história que comecei em 2006, agora em 2007.
Venho me tornando um pouco menos indisciplinada.
Preciso de disciplina se quero realmente chegar em algum lugar.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Palavras ao léu


Almenara , farol de luzes de um novo tempo
Facho de luz, luzeiro

Luzes almécegas, amarelentas

No almário de minhas lembranças , alfarrábios
Escritos, textos, palavras
Almocreve, o carregador
Tempo, vida, eternos encarregados das dores, dos desalentos, das alegrias
Carregadores de bestas, da humanidade.

Luzes de arrebol, vermelhidão do nascer do sol
Arrabaldes, cercanias
Cidade do meu coração.

Santo André livre terra querida,
Forja ardente de amor e trabalho...

Viva Santo André!

Parabéns, 08 de abril de 1.553.

DICIONÁRIO:

Almenara - substantivo feminino
1. farol ou fogueira que, colocados em torres e outros lugares elevados, emitiam sinais que podiam ser avistados de consideráveis distâncias.
2. POR METONÍMIA - torre de onde esses sinais eram enviados.

Almécega: Al.mé.ce.gaaɫˈmɛsəɡɐ - nome feminino
1.goma-resina que se extrai da almecegueira e se emprega na preparação de vernizes e produtos farmacêuticos, também designada mástica e mástique; resina da aroeira
2.BOTÂNICA ver almecegueira
Al·me·ce·guei·ra (almécega + -eira) substantivo feminino
1. [Botânica] Árvore anacardiácea ou burserácea que produz a almécega.
2. [Botânica] Árvore (Pistacia lentiscus), da família das anacardiáceas, de frutos drupáceos e aromáticos. = AROEIRA, LENTISCO
"almecegueira", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/almecegueira [consultado em 30-11-2020].

Almocreve - substantivo masculino
indi víduo que tem por ofício conduzir bestas de carga; arrocheiro, recoveiro.

Arrebol - substantivo masculino - Cor avermelhada das nuvens quando o sol nasce ou se põe no horizonte.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O > Espetáculo da Terra

Gostaria de começar, escrevendo sobre uma linda história, mas como estou há muito tempo sem escrever parece que eu perdi o jeito de lidar com as palavras
Princesas tão ariscas
Tão ariscas que parecem escapar por entre meus dedos, lisas como corredeiras de rios imensos e caudalosos
Procuro inspiração

Onde estás?
Respondas
Tentei escrever sobre as grandes batalhas da terra Brasil
Fracasso
Não consegui desenvolver nada muito original
Muito embora a história deste país seja tão rica...
Escrevi sobre a origem do mundo e a beleza da criação divina
Nesta empreitada consegui ser um pouco mais feliz

Ao que me parece, perdi um pouco o jeito, fogem-me as idéias. Hoje, tenho que me esforçar um pouco mais para ter idéias criativas...
Espere, parece que me ocorreu uma idéia
Vou escrever sobre o carnaval, que é a maior festa popular do mundo

O ano de 2003 começou como qualquer outro ano, comemorações de fim de ano...
No nosso caso, um churrasco para coroar a passagem do ano com flores - no caso de pano, mas ainda assim flores - música, boa música, a intragável posse do novo salvador da pátria do momento, e a expectativa de alguma novidade neste ano que surge.
Vesti uma saia longa preta juntamente com uma blusa cinza, estilo tomara que caía, maquiagem, as pulseiras e o colar que ganhei de minha tia no meio do ano, como presente de aniversário, e os cabelos bem cuidados e soltos como sempre.

Na noite da passagem do ano, o Reveillon propriamente dito, estava usando meu vestido longo marrom que eu adoro, com uma tira num dos ombros simulando um tomara que caía. Estava igualmente maquiada e arrumada para tão especial ocasião como sempre me arrumo há muito tempo. Para ser exata, há sete ou oito anos, desde São Caetano, e uma comemoração memorável no apartamento em frente a escola onde já estudei. Naquela época, nossa árvore de natal de um metro e quarenta, estava sendo comprada, e nós estavamos preparando a sala para o Natal. Neste Natal, usei um vestido vermelho curto, com um scarpin vermelho que eu comprei para combinar com o vestido, maquiagem, cabelos presos, champagne e uma bela ceia. Ouvimos música, inclusive os Beattles. Tomei muito champagne e assistimos um pouco de televisão, depois ceamos.
Se não me falha a memória, usei no Reveillon, meu vestido branco com corselet, maquiagem, sapatos brancos, e como sempre a ceia que encerra toda passagem de ano.
Em Santo André usei um vestido preto longo que comprei quando já morava lá, e também um outro vestido de formatura branco que eu fiz.
Mas voltando ao churrasco de fim de ano e ao dia Primeiro de Janeiro de 2003. No já tão propalado dia mundial da paz, embora por muitos esquecido. Foi um belo churrasco, e o início de um ano que com certeza será venturoso e profícuo de mudanças.

Ainda no Natal de 2002, vesti o já conhecido vestido branco com corselet, e no dia seguinte, uma saia longa vermelha com uma blusa igualmente vermelha com uma alça em V, como sapato, usava uma sandália plataforma preta, maquiagem, meus brincos de argola, meu relógio dourado, e perfume.
Ademais, como já dito, sobreveio o ano de 2003, a minha formatura, no Anfiteatro da Faculdade de Direito...
Sucederam-se os dias, que na maior parte das vezes foram de estudo, muito estudo, dedicação, e também porque não, assistindo novelas, e a maravilhosa minissérie A Casa das Sete Mulheres, que conta a história da Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos, e seus heróis e vilões, todos devidamente romantizados. Chegou finalmente o final do mês de fevereiro, e com isso o Carnaval de São Paulo, muito organizado e bonito, e apesar das tragédias que aconteceram próximas a data, nada empanou o brilho da comemoração.

Não vou recordar exatamente, a ordem dos desfiles na Passarela Adoniram Barbosa, saudoso sambista que compôs e cantou as belezas e mazelas da cidade de São Paulo, mas vou fazer um gostoso esforço para me lembrar um pouco de cada um dos desfiles.
A começar pela Escola de Samba Barroca Zona Sul, que inclusive retornou para o grupo de acesso depois do desfile. Na minha opinião, foi desfile fraco, com fantasias feias, apesar da carnavalesca Rosa Magalhães.
A Gaviões da Fiel, ganhadora do carnaval, falou do Brasil, através de suas cinco regiões. Possuía lindas e ricas fantasias, fez um belo desfile, mas não considero como um desfile vencedor.
A Escola Águia de Ouro fez um desfile muito mais bonito ao falar da China, senti até vontade de conhecê-la; e a Rosas de Ouro, ao falar das frutas, tendo no Carro Abre-Alas uma rosa símbolo da Escola, bem como frutas tema do enredo. E que também fez um belo desfile, adorei.

A Acadêmicos do Peruche, ao falar de Ziraldo, também fez um bonito desfile apesar dos problemas pelos quais passou, chegando até a perder alguns carros alegóricos em um incêndio, e nem assim foi poupada de ser rebaixada. Achei isso, injusto e cruel. Mas apesar disso, mostrou o lado da solidariedade humana, ao vermos que as outras escolas, rivais, a ajudaram da forma que puderam.
A Vila Maria falou da Dutra, e da região limítrofe a rodovia, falou de Aparecida e de outras cidades do Vale do Paraíba. Apesar de estar chegando no Grupo Especial, fez um senhor desfile.
A Nenê de Vila Matilde, infelizmente não me lembro de ter acompanhado o desfile. Temos a Leandro de Itaquera e a Acadêmicos do Tucuruvi, que falou da imprensa e do jornalista Tim Lopes que foi assassinado em meados do ano passado, e que, na minha opinião, não fez um desfile bom, as fantasias estavam feias, e o enredo não foi bem apresentado e explorado.
Temos ainda a X-9 Paulistana, entre outras. Subiram para o grupo especial a Escola de Samba Acadêmicos do Tatuapé, e outra que agora, não me recordo o nome.
Mas independente dos problemas com uma ou outra escola, o desfile de São Paulo é lindo, com certeza, e vale a pena ser prestigiado, independente da escola a desfilar.

No Rio de Janeiro temos a Grande Rio, Caprichosos de Pilares, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Beija-Flor – campeã do carnaval carioca ao falar da fome, Salgueiro – que falou da sua história, e convidando componentes da Mangueira para o desfile, posto que a Escola mencionada é sua madrinha, Porto da Pedra, entre outras.
Adorei o desfile no qual o enredo foi não só a história do teatro, já abordado no mesmo carnaval por outra escola carioca, mas também a história de Bibi Ferreira. Tão linda quanto a história estava a Comissão de Frente com uma bailarina de quatorze anos fazendo a Bibi Ferreira jovem. Também adorei a Comissão de Frente da Mangueira ao mostrar Moisés levitando em plena Sapucaí, a passarela do samba. A Passarela Professor Darci Ribeiro, conhecido educador, assim como Paulo Freire e outros que se não o são, deveriam serem conhecidos. O Brasil, terra abençoada, apesar de seus inúmeros problemas, é uma terra fértil em grandes nomes em grandes campos do conhecimento. Ainda bem.
Por fim, é uma pena não poder falar mais do carnaval, de suas marchinhas, de seus blocos que até hoje persistem e resistem. Isso porque, muita coisa eu não conheço, e se falasse cometeria um grande erro, posto que pessoas muito mais abalizadas que eu é que podem falar sobre isso.
Mas tudo bem, agradeço aos que lerem essas baboseiras que eu acabei de inventar, e peço passagem para continuar escrevendo. Obrigada.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.