Poesias

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

COTIDIANO

 Saudades das tardes praieiras
Dos coqueirais,
Alguns, de diminuto tamanho,
Outros, imponentes

Ao sabor do vento a tremular,
Balança suas palhas
Oferece seu verde coco,
Ao desfrute de sua água
Saborosa iguaria

As tardes de verão
As manhãs quentes e convidativas
O mar a resplender
Durante o anoitecer

A criança a brincar no quintal
Jogando bola,
A imaginar dribles e conquistas,
A rememorar suas tardes na praia
Sua diversão e deleite

Sempre a perguntar,
Quando retornaria, ao lugar
Encontro de muitas alegrias

Ó por que as férias,
Sempre tardam a chegar?

A correr pelo quintal,
O menino jogava a bola no varal,
E sua mãe ao ver a façanha,
Advertiu-o dizendo:
Caso alguma das roupas venha a sujar,
Terá de novamente as lavar!

E o menino ressabiado,
Recolheu a bola
Reclamava de não espaço para brincar,
Dizia que nada ter para fazer,
E amuado, em um canto ficava

Seu pai, ocupado em lavar a louça,
Ao ver o menino emburrado,
Sugeriu que o auxiliasse na tarefa,
Tendo louça para enxugar,
E os utensílios para guardar

O menino, ao se ver diante da tarefa,
Prontamente protestou,
Dizendo que esta, tarefa de homem, não é!

O pai, paciente,
Ao se ver diante da negativa,
Argumentou que não mais existem,
Tarefas a se diferenciar,
E por esta razão;
Um homem não o deixará de ser,
Por com as tarefas domésticas se entreter

Resignado dizia:
As mulheres hoje trabalham,
Razão pela qual as rotineiras tarefas dividem,
Ou então, conta não davam,
De todos os trabalhos, necessários a se executar

Completando, mencionou,
Que agora entendia,
Por que o trabalho nunca termina
E a profissão do lar,
Não é nem um pouco reconhecida!

Nisto o pai, ficou ao filho dizer:
Muita tarefa doméstica, terás que fazer,
Caso queira viver uma vida harmoniosa,
Com a esposa que um dia irá ter

E assim, o homem dizia,
Que as mulheres não tinham,
Que tudo sozinhas suportar,
Podendo com os homens dividir as tarefas

O menino, ao ouvir as palavras do pai
Bem que tentou argumentar,
Dizendo que tudo era muito chato

E o pai retrucou:
Chato de fato é!
Mas o resultado, muito compensador também o é,
Afinal, quem não quer ter uma casa limpa,
Cheirosa e bem arrumada?
Rindo, emendou:
Para tanto, trabalhar devemos,
Posto que ainda não inventaram,
A morada que se limpa automaticamente!

O menino, rápido, respondeu:
Pois eu inventarei, uma casa auto limpante!

Seu pai então, percebendo a artimanha,
Comentou que enquanto o invento não era criado,
Ele poderia começar a enxugar a louça,
Pois em assim fazendo,
Rapidamente aprenderia,
O seria necessário para tal invenção!

E o menino aborrecido, respondeu:
Tá bom! Tá bom! Tá bom!
E de pronto, pegou um pano de prato,
E a enxugar a louça começou
Pratos, copos, talheres,
Panelas, tampas, tábuas
Por fim, guardou a louça,
Nos lugares pelo pai indicados

Ao término do trabalho,
O menino perguntou:
E o que faremos agora então?

O pai respondeu por sua vez,
Que a cozinha precisava varrer
E o menino teve que resignado esperar

Por fim, o homem levou o menino,
Para uma volta pelo bairro realizar

Pela região, poucas árvores,
Algumas plantas, flores,
As casas possuíam quintais razoáveis,
E as crianças brincavam na rua,
Azafama das brincadeiras diárias

Meninos jogando bola,
As meninas andando de patins,
De um lado para outro
Barulhentos, ruidosos,
Alguns riam, outros conversavam,
Poucos choravam

A certa altura, o menino do pai se afastou
Pediu para com as crianças brincar
E o pai assentiu com a cabeça,
Concordando
Dizia o pai:
Vai e peça para participar das brincadeiras!

E o menino então se apresentou
Os garotos no início estranharam,
Mas depois se recordando,
De que se tratava de um novo vizinho,
Deixaram-no brincar

E animados, começaram a jogar bola,
Corriam de um lado para outro da rua
Por vezes paravam, pois alguns carros,
Por vezes por lá passavam
Animados, os meninos corriam de um lado para outro
E em bando, gritavam

O pai ao ouvir a algazarra,
Sinalizou para que o filho,
Para que mais baixo falasse

Mais tarde, recomendando ao filho
Que de todos se despedissem,
Com ele conversou

Dias depois, com os pais dos garotos conversando,
Percebendo que as crianças no meio da rua brincavam
Sugeriu a eles, que um espaço arrumassem,
Para jogarem suas partidas

Isto por que, a cada gol realizado,
Um portão ficava a tremer,
E os pais dos garotos ficavam a dizer,
Que os vizinhos não ficavam contentes,
Por isto acontecer

Felipe, o menino, comentou ao pai,
Que a praça ficava distante,
E que lá não poderia jogar bola

Nisto, o pai a lembrar-se do parque,
A pensar ficou
Argumentou que ali áreas verdes havia,
E espaço de sobra, para de bola se brincar
Diante da sugestão, todos concordaram,
E um pequenique planejaram

E assim, dias mais tarde,
As crianças todas foram ao parque brincar
Depois de amizade formar,
O pai de Felipe a todos levou para brincar

E algumas crianças,
De seus pais acompanhados estavam,
Outros não

Os adultos, um pequenique fizeram
Enquanto os pequenos brincavam

E os meninos se esbaldaram
Jogaram bola,
Brincaram com suas bolinhas de gude,
Pipas empinaram,
Em árvores, alguns subiram,
Nos campos, correram
E nos brinquedos que lá havia, brincaram

As meninas por sua vez,
Suas bonecas levaram,
De casinha brincaram
Brincadeiras de roda fizeram
Também divertiram-se nas gangorras,
Nos balanços

Com os meninos também brincaram,
Em que pesem os protestos,
E os meninos a dizer,
Que as garotas não sabiam brincar
A certa altura, uma das meninas,
A desafiar ficou,
Instigando os garotos, a numa árvore subirem

Nesta tarde, ocorreram tombos,
Pernas e braços foram ralados,
Crianças choraram
Mas a despeito disto,
Todos se divertiram

Também no pequenique, as crianças se infiltraram
E os pais, bola também jogaram
E os filhos a rirem dizendo,
Os pernas de pau que eles eram
Algumas mães, com os homens conversavam,
E para eles torciam

Por fim, Felipe e seu pai,
Pelo parque caminharam
Não sem antes, despedir-se,
Dos novos amigos conquistados
E todos em retribuição,
Para eles acenaram

Feliz, o menino comentou,
Que a tarde fora bela,
E muito havia se divertido

Animado, perguntou se aquele evento,
Não poderia ser repetido
E o pai a segurar o filho pelo ombro, dizia:
Em te jogando na parede,
Você ficaria grudado nela!
O menino riu

O pai então, comentou que mais tarde,
No assunto, com carinho pensaria
Com isto, encaminharam-se para a casa

Felipe tinha muitas coisas,
Para contar a sua mãe
Animado, ficava a pensar,
Em quantas brincadeiras ainda teria a realizar,,
Jogos, partidas, disputas,
Com seus novos amigos,
Muito mais motivo teria para brincar!

E o seu pai com tudo concordando,
Dizia que para casa deveriam voltar

Um vento calmo, envolvia
A suave tarde,
Que pela noite,
Começava a ser envolvida

E o menino a se recordar ficou,
Do passeio de pedalinho,
Com o pai realizado
Usando coletes salva vidas,
O homem o barco conduziu pelo lago
Do evento, até foto tinham,
Armazenada no computador ficava

E o menino a contemplar agora estava,
Vendo os pedalinhos sendo recolhidos
Animado, apontava os barquinhos para o pai,
Dizendo que estavam sendo levados
E o pai a dizer que no dia seguinte,
Eles novamente seriam ali colocados

Segurando o menino pelo braço,
O homem dizia que para a casa precisavam voltar,
Pois muito tarde estava ficando
E Felipe a concordar,
Meneou a cabeça

Nisto, a dupla seguiu a caminhar,
E o menino a cantar ficou:
“Como pode o peixe vivo,
Viver fora d’água fria...”
Seu pai, sorriu,
Dizia que certas coisas nunca mudam

Ah, sim!
Cantiga das velhas lembranças
Quem dera fosse assim,
O passado de muitas infâncias!   

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte. 

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