Poesias

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

JUBILOSA AURORA

Jubilosa tarde que por ora cai, a entorpecer meus sentidos e entontecer minhas palavras.
Sinto afastar de mim aos poucos, os velhos ais e as antigas mágoas.
Fruto da descoberta de um admirável novo mundo, repleto de maravilhas, não franqueados a todos os passantes.
Quais folhas de plantas soltas premidas pelo vento.
Contar as folhas.
Brincar de dinheiro.
Sonhar com um mundo diferente.
Tantos sonhos infantis.
Brincar de trem, de navio, de Hotel.
Embalos da eternal primavera, aurora de minha vida.
Quantos poemas a desenvolver. Tanta beleza para se criar.
Meu mundo é tudo aquilo que está em mim.
Universo ao meu redor, redução do infinito particular. Meu Universo Particular.

Éden de maravilhas, de um longínquo e perfeito mundo.
Obsequiando novos favores à guisa de novos descobrimentos.
Por longínquo e distante tempo, ouvi a lira planger.
Agora ouço murmúrios. Prenúncios de novidades alvissareiras.
Por demasiado período choraste.
Neste momento se lançando a mais alta aventura.
Novos anos, novas vidas, velhas tristezas.
Mais velhos e mais belos sonhos.
Mundo das idéias luminosas. Mundo de sombras.
Em contraponto, ao mundo das idéias luminosas.
Correr em busca de luz, de cor, de som.
De música suave, de movimento, como som de aeronave a pousar em lindo Campo de Bagatelle.
O sonho da mais bela nave. Aparelho mais pesado que o ar.

Danças airosas, volupeios. Gentileza, delicadeza.
Pinturas, cores, formas, retratos, portraits.
Homenagem a um tempo de repressão e de barbárie. Caos.
Cravos distribuídos aos presos políticos. Delicadeza contra a brutalidade.
Flores em oposição as armas.
O amor versus a violência.
Chega de lutas estéreis, brigas infundadas.
Quero ver a história vivificada, ainda que através de quadros, esculturas, fotografias e painéis, estampados em uma sala de museu.
Quanta beleza pode haver nestas instalações, a tentarem explicar a frialdade de uma época.
Tempo de festivais, e de canções memoráveis.
Gosto muito dos tempos passados. Tempos para serem lembrados.
Em tal momento de vida, lembrar-se do adágio: “Ser fiel a ti mesmo”, como a nada mais fora. Sede leal aos teus ideais. Lute por eles. Faça deles a bandeira de tua vida. Nunca te afastes de teus sonhos.
Abandonar os sonhos, é entregar-se a covardia.
Minha covardia.
Abandonar os sonhos é sentir-se em desventura perdida. Soberana tibieza. Cansaço.
Filaucia da humanidade. Jactância empedernida. Aspereza social.
Senti-me em solitude, sob a escuridade de um tempo sem esperança.
Como um peso do mundo nas costas, assaz parecido com Atlas.
Langor.
Tristeza desmesurada.

Cessados os tempos das tormentas, das intempéries bravias, a avassalar os sentimentos.
Eis que surge o tempo das delícias.
Tertúlia, primavera do descobrimento.
Afastar a lassidão do corpo e abrilhantar a vivência da alma.
Salutares conhecimentos adquiridos.
Trabalho. Ponto. Horário.
Ir e vir. Vir e ir.
A irônica e divina comédia da vida.
A vida de nós todos.
O balançar descadenciado do trem.
Multidão. Aglomeração.
Cidade veloz, musa que nunca dorme.
Cidade voraz, acalente suas ninfas, driades, hamadriadres.
Terra em que se fez ouro negro, agora dá ensejo ao corte e as queimadas de cana.
Personificação da pujança, a qual, irmã de Santo André – marco zero da história paulista – abriu caminho ao espírito bandeirante.
Memorial da integração dos povos. Seus parcos verdes encantam.
Seus velhos prédios a esboroar no esquecimento. Na falta de cuidado, de alento.
Quanta riqueza perdida nestas plagas.
A esperança de que não soçobrem as iniciativas de resguardar tão rico patrimônio histórico.
Construções magníficas, altaneiras. Algumas preservadas.

Museus – belíssimas exposições. Alguns ricos acervos. Memórias.
Músicas. Letras fugidias a brincar com o vernáculo. A divinal Flor do Lácio.
A Chuva na Fazenda evapora na Serra do Luar, eterizando-se no pensamento, como a cor de seu vestido, da Cor do Girassol do seu Cabelo.
A translucidez da Água da Fonte, e a galhardia de Manuel, o audaz.
Assim, como vistes o Menino correndo e o tempo, também sei que uma Canção é menor do que a vida de qualquer pessoa.
O rio de asfalto e gente a nos assolar.
Tantas letras a fazerem de minhas lembranças, viva poesia.
Longe dos retratos em branco e preto, que poesia embalam.
O correr das letras se sucedem.
Bem aventurança. Alegria por ouvir tão belas canções.
Bandeirinhas a tremular na casa de minhas lembranças.

Filmes, novelas, minisséries, desenhos, seriados.
Transmitem imagens, sons, cores e formas.
Sonhos e idéias.
Mente fértil a que a tudo transporta: ora transformando fatos e sonhos em memórias; ora criando histórias, fantasiosas criações cambiantes, só a pouco postas em papéis.
Rutilaram em minha memória por anos a fio.
Idéias volatizadas, etéreas. Corporificadas em matéria tangível.
Como a esperança de uma criança criada sob o império da televisão e fascinada por imagens e histórias memoráveis.
Mocinhos, vilões, heroínas.
Porcina rebuscada, Tieta sofisticada e vaporosa, com seus lenços coloridos. A beleza das praias, da dunas – Mangue Seco.
O coração do agreste a resplender no cantar de Sílvio Caldas.
Uma “Fera Radical” em busca de vingança pela morte dos pais. Atrevida motoqueira.
“Vale Tudo” na luta pela sobrevivência?
Creio que não. Em que pese muitos infelizmente em contrário, ainda nos dias atuais, o fazem.
Nesta pequena grande pátria ‘desimportante’, abrigo e porto de muitos canalhas.
O singelo retorno para o aconchego. Saudades de Asa Branca, de Roque Santeiro, da Viúva Porcina, da empregada “Ninaaaaaaaa...”, Rodésio, Sinhozinho Malta, e tantas outras personagens icônicas.
Todos a espera de um “Salvador da Pátria”.
Outros a fazerem “Caras e Bocas”. A fazerem de conta que o problema não é com eles. Que tal um pouco de pó de pirlim pim pim?
Quem sabe assim, todos os maus políticos desapareçam?
Mendacidade de uma era.
Quem sabe, com o faz-de-conta, não seja possível um mundo melhor?

Bons filmes pátrios atuais, antigos, chanchadas.
Nossa, “Terra é Sempre Terra”.
Cinema mudo – Rodolfo Valentino, Theda Bara, Greta Garbo.
Musicais – Gene Kelly, a bailar na chuva.
Nossos eternos astros a brilhar em uma constelação de estrelas cintilantes.
Entre miríades de sonhos rutilantes.
Sonhos coloridos, em branco e preto, em movimento. Dançados ou cantados.
Podendo serem apenas falados, ou expressados.
Musas da arte. Da então consagrada sétima arte. Criação dos irmãos Lumiere. Portentosa criação a dar vazão a um mundo de sonho e encantamento.
Viagens. Eterno prazer em conhecer um Brasil feito à mão. Este eterno desconhecido.
Auroras saturnais.
Tantos natais, carnavais, festas juninas.
Festas bem organizadas, festejos em meu coração.
Bandeirinhas coloridas enfeitadas de balões. Comes e bebes. Beleza que fita o céu, a contemplar sua beleza, ainda que encerrada entre quatro paredes.
Lindeza de se admirar!

Mar, cenário de deslumbramento para caminhar.
Aguardo o samba sair, para encantamento das cabrochas desta ala brasileira, e o passado se transformar em um roupa que não nos serve. Guardada por Deus e talvez contando vil metal.
Mas o que hoje quero, é cultivar a beleza do dia. Campos de flores a sobrepujarem campos de aço.
Não ter que correr contra o tempo, e sim ao seu favor.
Como uma estranha força a me impelir até uma voz tamanha.
Numa festa de arromba.
E eu nunca mais te deixarei tão só.
Ó aurora jubilosa.
Sonhos encantados mil.

Como a mão que balança o berço, conduz o destino.
Bela frase a qual não recordo a origem.
Dúvida a pairar.
Caminhos a espraiar.

Até Breve.

DICIONÁRIO: 

filáucia substantivo feminino
1. FILOSOFIA
segundo Aristóteles (384-322 a.C.), virtude que consiste em amar a si mesmo na medida certa, sem excesso nem carência, integrando no afeto a busca ideal do Bem e do Belo.
2. amor desmedido de si próprio.

jactância substantivo feminino
1. atitude de alguém que se manifesta com arrogância e tem alta opinião de si mesmo; vaidade, orgulho, arrogância.
2. pretensão de bravura ou altos méritos e conquistas; atitude de quem conta bravatas; fanfarrice.

tertúlia substantivo feminino
1. agrupamento, reunião de parentes ou amigos.
2. palestra literária.

esboroar verbo transitivo direto e intransitivo e pronominal
reduzir(-se) a pequenos fragmentos, a pó; desfazer(-se), desmoronar(-se), pulverizar(-se).
"o tornado esboroou a torre"

rutilar verbo 1. transitivo direto e intransitivo
fazer brilhar ou brilhar vivamente; fulgurar, resplandecer.
"amanhecer que rutila indícios de um belo dia"
2. transitivo direto
lançar de si; emitir, despedir, chamejar.
"olhar que rutila vivacidade"

mendacidade substantivo feminino
1. qualidade, característica do que é mentiroso ou falso; falsidade, fingimento, hipocrisia.
"a m. de sua compaixão é aviltante"
2. tendência para enganar; deslealdade, perfídia, traição.
"a m. está arraigada em seu temperamento"

miríade substantivo feminino
1. número, grandeza, correspondente a dez mil.
2. POR EXTENSÃO
quantidade indeterminada, porém considerada imensa.
"m. de estrelas"
   
As ninfas são figuras mitológicas que pertencem a categoria de espíritos da natureza. Elas são figuras femininas que estão ligadas a elementos naturais.
Os gregos acreditavam que elas viviam nos lagos, montanhas, campos e bosques sendo elas as responsáveis por levar felicidade e alegria para as pessoas.
Elas também eram a personificação da graça, da fertilidade, da natureza, bem como suas características de fecundidade.
O significado da palavra ninfa (Nimphe) pode ser bem variado, mas entre eles podemos encontrar “noiva” e até mesmo “botão de rosa”.
O que muita gente não sabe é que muitas delas eram aladas. Um exemplo é Hérmia, que era considerada a deusa de todas as ninfas.
 
Antríades: associadas as cavernas;
Oréades: representam as montanhas;
Auloníades: associadas aos pastos;
Napéias: representação dos vales;
Limáquides ou Limónides: associadas aos prados e campinas;
Alseídes: associadas aos arvoredos;
Antusas: ninfas das flores;
Dríades: associadas as árvores, especialmente o carvalho;
Melíades: associadas às árvores do freixo;
Hemadríades: representam as outras árvores.

https://mitologiagrega.net.br/ninfas-da-mitologia-grega/

As hamadríades são ninfas que nascem com as árvores e com as quais partilham o destino, devendo protegê-las.
Na mitologia grega, as dríades (em grego: Δρυάδες, Dryádes, de δρῦς, drýs, "carvalho") eram ninfas associadas aos carvalhos.[1] De acordo com uma antiga lenda, cada dríade nascia junto com uma determinada árvore, da qual ela exalava. A dríade vivia na árvore ou próxima a ela. Quando a sua árvore era cortada ou morta, a divindade também morria. Os deuses frequentemente puniam quem destruía tal árvore.

wikipedia.
        
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

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