Ao despertar, deparei-me com inesquecível visão
A lua, branca lua
A surgir em toda sua magnitude
E a desaparecer em meio a nuvens
Na escuridade da noite
E o negrume do luar
A impedir a visão do entorno
Não divisar detalhes, lugares
Somente as luzes da cidade ao longe
A estrada de ferro
Com suas fábricas e galpões abandonados
A tristeza de um cenário vazio
A eterna pressa em se chegar não se sabe onde
A deixar de contemplar as estrelas apagadas
O pôres do sol, alaranjados e violáceos
A surgirem de quando em vez
Por alguns corredores vejo manacás, ipês e azaléias
A rivalizarem com a dureza do concreto
Com a falta de poesia das grandes cidades
Em alguns poucos lugares,
Um pouco de verde a contrastar com a aridez plúmbea
Ás vezes um céu azul, com nuvens,
Um lusco-fusco vespertino com luzes amareladas,
Fazem-se sentir na pressa cotidiana
Correria citadina
Pressa, muita pressa
Na cidade imensa
Cidade país
Pressa de não se saber onde chegar
Onde termina?
Com seus templos, monumentos esquecidos
Um passado apagado da memória
Ó sorte inglória
De um povo que não sabe cultivar a sua história
Por que o passado só se torna passado
Quando deixa de ser vivido
Experienciado
Estudado, apreciado e respeitado
Cenáculo de minhas vivências
Passeios pela região metropolitana
Em Paranapiacaba
A contemplar as brumas
O nevoeiro
Construções em pinho de riga,
Pintadas de vermelho
Pequenas casinhas, ladeadas
Algumas imponentes construções
De quando em vez, passeios de trem
Visita aos Museus locais
Como o Castelinho, conhecido e segundo dizem:
Mal assombrado
Mas altaneiro e imponente;
O Museu Funicular
Com maquinários, roupas e objetos utilizados,
Pelos obreiros da velha estrada de ferro
Funicular, por se tratar de um sistema de cordas com tração
Substituído após, por cremalheiras
Verde, muito verde
Escalando-se a serra
Pode-se, segundo dizem:
Avistar o mar
Significando a origem e o nome da vila
Vila esta construída por ingleses
Pedaço de Santo André
Em Embu das Artes,
Antigas construções em taipa de pilão
Museu Jesuítico, e Igreja
Na praça central, um coreto e muitas barracas
Artesanato em profusão
Pedras, bijuterias, roupas, quadros, correntes
Tudo o que se possa imaginar
Muitos restaurantes
Em Pirapora do Bom Jesus
Diminuta cidade, belos tapetes de serragem
Em crístico feriado
Lindas homenagens a religiosidade
Trabalhos efêmeros
A retratar momentos da liturgia católica
Pessoas a trabalhar nos tapetes
Assim como em Santana do Parnaíba
Com seu histórico casario
A exporem lindos tapetes de serragem no feriado
Jóias escondidas da região metropolitana
Tantas outras existem a ser descobertas
Na imensidade de cidades
A circundarem São Paulo
Mas buscando a lua
Ela continua a se esconder entre as nuvens
A cintilar sua luz
Mesmo obscura
Por quantas vezes a apresentar o mesmo espetáculo!
Por vezes cheia, por outras crescente, ora minguante
Sinto saudades das estrelas que podia avistar em minha infância
Poluição a nos apartar
Desolação!
Ás vezes, na madrugada de meus dias
Contemplo amanheceres
As luzes do sol começando a se impor,
Para um novo dia que começa
Bonito espetáculo!
Luzes alaranjadas, amarelas
Até se chegar o dia claro
O sol a aquecer as paragens
O frio a nos torturar
As brumas da manhã
A tornar as madrugadas ainda mais gélidas
Roupas em profusão, a cobrir o corpo
A reter o calor ainda existente
Chuvas finas
A eterna Terra da Garoa
A justificar seu nome
Outras vezes, tempestade
Gotas de gelo a despencar dos céus
Transtornos, caos, trânsito, enchentes
Na cidade onde a chuva faz tudo mudar
Vento cortante a ferir nossos ouvidos
A tormenta aos poucos a se dissipar
Chuva a amainar
Frio a nos acompanhar por muito tempo
É chegado o tempo do inverno
Mais frio a nos alcançar
Sinto que a primavera esteja distante
Todavia, o tempo ruim irá passar
Como tudo na vida passa
Só nos resta esperar
Até uma nova estação!
Que esta chegue logo!
Para podermos novamente apreciar a beleza das flores
Dos mil sóis a aquecer nossos corações
E apreciar a lua e seus mistérios
A divisá-la no firmamento!
Luciana Celestino dos Santos
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