A vida da gente
Dizem que a vida da gente
É a vida que a gente leva
Devemos portanto, muito bem aproveitá-la
Pois ao dela partirmos, nada dela levamos
A não ser as experiências vividas
Bem ou mal experienciadas!
Dispersos
A vida cheia de riscos é
De formas que devemos nos arriscar,
Posto que o máximo de derrota que podemos ter
É nada levar
E assim sendo, permanecermos de mãos vazias
Mas plenos de experiências e sensações vividas
Por procurarmos não deixar a vida apenas passar
Pensamento
Pensamentos dispersos,
E de pensamento em pensamento
Acaba por se chegar a alguma conclusão
Ou a sabedoria
Divagações
Aproveitando o dia em gostosas leituras
Contemplo o universo da literatura
Com seus grandes, pequenos poemas
Quantas experiências à disposição
De existências tão ávidas de vivências
Da vida morna, repetida e cotidiana
As horas passam, passam as horas
E finalmente o dia chega ao fim
Quem sabe um dia teremos a vida
Assim como a desejamos ter
Vivê-la, como merecemos viver
Por enquanto vamos saboreando,
Os pequenos movimentos alegres
Os instantes de saborosa diversão
Por que?
Por que tanta ignorância
Por que tanta gente Meu Deus?
Por que todos correm na contramão?
Por que a vida é assim?
Eterna busca pelo sucesso que nem todos terão?
Não pelo menos da forma como imaginam
Por que percorremos tão longas distâncias?
Nunca chegamos em lugar algum,
Apenas as mesma instâncias frias de sempre
Por que não podemos aproveitar,
Os finais de tarde para passear?
Por que não podemos trabalhar,
Sem nos demorar em sua ida e sua volta?
Por que a vida é tão insana?
Por que o mundo tão irracional?
Por que tudo funciona tão mal?
Por que nossas instituições são tão falhas?
Por que temos que aguentar tantos desaforos?
Por que temos que ser humilhados, desrespeitados, ofendidos?
Por que não podemos fazer da nossa vida o que queremos?
E assim, poder contemplá-la em sua inteireza
E não pela metade, quase sempre com pressa
Pressa de não poder chegar, de se atrasar, de a vida complicar
Por que a cada instante que passa,
Mais a vida grita:
Tem mais gente para chegar,
Apresse-se ou então, tudo vai tumultuar!
Sinto-me sendo expulsa do próprio lugar em que habito!
Ser humano, grande homem
Capaz de grandes prodígios,
Mas incapaz de pensar o bem estar do próprio humano
Ó grande falha humana!
Ou será o homem, grande falha da divina criação?
Sinceramente não sei,
E nisto fico a pensar então
Enamorar, enumerar
As brumas encobrem as estradas,
As ruas, outrora nítidas, ganham contornos indivisos
Árvores floridas de manacá ao longo dos caminhos,
Árvores frondosas de flores amarelas
E um longo caminho a percorrer
Para se chegar em lugar de calma e contentamento
Do alto da serra se avista, o contorno das cidades,
Os mangues, as matas, os ajuntamentos das gentes, civilização
Atravessando túneis e caminhos, se percebe as cidades se aproximando
Ao longo da rodovia, as edificações ganham forma,
Transformam-se em cidades
Que entre as construções, se faz por revelar entre uma e outra, uma nesga de mar
O mar, finalmente, para lá vou chegar
Festa de água, sal, céu, sol e ar
As gaivotas na areia a espreitar,
O próximo passo, o próximo voo,
E até o mergulho a realizar
Andando na areia, com suas asas recolhidas
Inopinadamente a alçarem voo
Mostrando suas asas imensas
A rasgar os céus de nuvens intensas, imensas
Casais a andar de mãos dadas pela praia
Moças esbeltas a desfilarem com suas roupas de praia,
Biquínis, saídas de praia
Cabelos longos, curtos, lisos, ondulados
A conversarem, ideias trocarem
Casais e pessoas a brincarem nas águas rasas e revoltas do mar
Águas frias a empurrar os banhistas para o lado oposto onde entraram
Pais e crianças pequenas a brincarem na água
Crianças a correrem a toda a velocidade em direção ao mar
Casais a ouvirem músicas nos quiosques
Interagindo com os cantores, nem sempre afinados
De longe a se apreciar um mar ora azulado
Ora verde esmeralda
E a lua minguante a refletir-se nas água do mar
O sol se despedindo de nós
A apresentar um espetáculo de tons e semi tons,
Que precisamos voltar os olhos para admirar
Caminhando pelas ruas de paralelepípedos,
Ruas asfaltadas, também se pode ver ciclistas, corredores
Os coqueiros e o mar ao fundo,
Com belas construções a enfeitar as quadras
E como tudo, que tem prazo e pressa
O retorno a vida pulsante das cidades,
Das multidões,
Dos enxames de abelhas, as colmeias das gentes
Do salve-se quem puder,
E se puder me salve também
Casais a se abraçarem em frente ao metrô
Cena que de tão rara, fica a lembrar roteiros de filme
A quebrarem a fria rotina da cidade apressada
Pinturas bonitas nas estações,
Instalações artísticas, esculturas
Painéis, a mostrar a frieza das coisas sólidas
A multidão apressada, inconstante,
Eu também impaciente
Tudo tarda,
Demora nesta terra de baldeações e integrações constantes
E o metrô, ao abrir suas portas,
A servir de abrigo, aos trabalhadores fatigados da viagem diária
Muitos a se escorarem nos espaços livres
Mas também, tem os cansados recostados as estruturas metálicas, as portas
Atrapalhando o fluxo das pessoas e da vida,
Como sempre acontece aos lugares onde circula muita gente
E o verde a disputar espaço em meio a floresta de concreto
A natureza a brigar com a dureza das humanas, ou desumanas criações
Com árvores e plantas florindo em meio ao concreto e a poluição
Nos caminhos e desvãos em que se avista a cidade
E embora haja gente mergulhada em seu cansaço, e em sua rotina
Ainda se pode ver, gente interessada em mudar
Com seus rostos entretidos em suas leituras
Além das expressões de tédio diárias
E como já dizia o poeta,
Acaso tudo se referindo ao amor,
Que o tédio, rime com prédio,
Em sua rotina de desinteresse diário
Sinto saudades de minha praia!
E o amor residindo nas coisas mais prosaicas,
E nas mais inesperadas, demonstrações de afeto!
Dizem que a vida da gente
É a vida que a gente leva
Devemos portanto, muito bem aproveitá-la
Pois ao dela partirmos, nada dela levamos
A não ser as experiências vividas
Bem ou mal experienciadas!
Dispersos
A vida cheia de riscos é
De formas que devemos nos arriscar,
Posto que o máximo de derrota que podemos ter
É nada levar
E assim sendo, permanecermos de mãos vazias
Mas plenos de experiências e sensações vividas
Por procurarmos não deixar a vida apenas passar
Pensamento
Pensamentos dispersos,
E de pensamento em pensamento
Acaba por se chegar a alguma conclusão
Ou a sabedoria
Divagações
Aproveitando o dia em gostosas leituras
Contemplo o universo da literatura
Com seus grandes, pequenos poemas
Quantas experiências à disposição
De existências tão ávidas de vivências
Da vida morna, repetida e cotidiana
As horas passam, passam as horas
E finalmente o dia chega ao fim
Quem sabe um dia teremos a vida
Assim como a desejamos ter
Vivê-la, como merecemos viver
Por enquanto vamos saboreando,
Os pequenos movimentos alegres
Os instantes de saborosa diversão
Por que?
Por que tanta ignorância
Por que tanta gente Meu Deus?
Por que todos correm na contramão?
Por que a vida é assim?
Eterna busca pelo sucesso que nem todos terão?
Não pelo menos da forma como imaginam
Por que percorremos tão longas distâncias?
Nunca chegamos em lugar algum,
Apenas as mesma instâncias frias de sempre
Por que não podemos aproveitar,
Os finais de tarde para passear?
Por que não podemos trabalhar,
Sem nos demorar em sua ida e sua volta?
Por que a vida é tão insana?
Por que o mundo tão irracional?
Por que tudo funciona tão mal?
Por que nossas instituições são tão falhas?
Por que temos que aguentar tantos desaforos?
Por que temos que ser humilhados, desrespeitados, ofendidos?
Por que não podemos fazer da nossa vida o que queremos?
E assim, poder contemplá-la em sua inteireza
E não pela metade, quase sempre com pressa
Pressa de não poder chegar, de se atrasar, de a vida complicar
Por que a cada instante que passa,
Mais a vida grita:
Tem mais gente para chegar,
Apresse-se ou então, tudo vai tumultuar!
Sinto-me sendo expulsa do próprio lugar em que habito!
Ser humano, grande homem
Capaz de grandes prodígios,
Mas incapaz de pensar o bem estar do próprio humano
Ó grande falha humana!
Ou será o homem, grande falha da divina criação?
Sinceramente não sei,
E nisto fico a pensar então
Enamorar, enumerar
As brumas encobrem as estradas,
As ruas, outrora nítidas, ganham contornos indivisos
Árvores floridas de manacá ao longo dos caminhos,
Árvores frondosas de flores amarelas
E um longo caminho a percorrer
Para se chegar em lugar de calma e contentamento
Do alto da serra se avista, o contorno das cidades,
Os mangues, as matas, os ajuntamentos das gentes, civilização
Atravessando túneis e caminhos, se percebe as cidades se aproximando
Ao longo da rodovia, as edificações ganham forma,
Transformam-se em cidades
Que entre as construções, se faz por revelar entre uma e outra, uma nesga de mar
O mar, finalmente, para lá vou chegar
Festa de água, sal, céu, sol e ar
As gaivotas na areia a espreitar,
O próximo passo, o próximo voo,
E até o mergulho a realizar
Andando na areia, com suas asas recolhidas
Inopinadamente a alçarem voo
Mostrando suas asas imensas
A rasgar os céus de nuvens intensas, imensas
Casais a andar de mãos dadas pela praia
Moças esbeltas a desfilarem com suas roupas de praia,
Biquínis, saídas de praia
Cabelos longos, curtos, lisos, ondulados
A conversarem, ideias trocarem
Casais e pessoas a brincarem nas águas rasas e revoltas do mar
Águas frias a empurrar os banhistas para o lado oposto onde entraram
Pais e crianças pequenas a brincarem na água
Crianças a correrem a toda a velocidade em direção ao mar
Casais a ouvirem músicas nos quiosques
Interagindo com os cantores, nem sempre afinados
De longe a se apreciar um mar ora azulado
Ora verde esmeralda
E a lua minguante a refletir-se nas água do mar
O sol se despedindo de nós
A apresentar um espetáculo de tons e semi tons,
Que precisamos voltar os olhos para admirar
Caminhando pelas ruas de paralelepípedos,
Ruas asfaltadas, também se pode ver ciclistas, corredores
Os coqueiros e o mar ao fundo,
Com belas construções a enfeitar as quadras
E como tudo, que tem prazo e pressa
O retorno a vida pulsante das cidades,
Das multidões,
Dos enxames de abelhas, as colmeias das gentes
Do salve-se quem puder,
E se puder me salve também
Casais a se abraçarem em frente ao metrô
Cena que de tão rara, fica a lembrar roteiros de filme
A quebrarem a fria rotina da cidade apressada
Pinturas bonitas nas estações,
Instalações artísticas, esculturas
Painéis, a mostrar a frieza das coisas sólidas
A multidão apressada, inconstante,
Eu também impaciente
Tudo tarda,
Demora nesta terra de baldeações e integrações constantes
E o metrô, ao abrir suas portas,
A servir de abrigo, aos trabalhadores fatigados da viagem diária
Muitos a se escorarem nos espaços livres
Mas também, tem os cansados recostados as estruturas metálicas, as portas
Atrapalhando o fluxo das pessoas e da vida,
Como sempre acontece aos lugares onde circula muita gente
E o verde a disputar espaço em meio a floresta de concreto
A natureza a brigar com a dureza das humanas, ou desumanas criações
Com árvores e plantas florindo em meio ao concreto e a poluição
Nos caminhos e desvãos em que se avista a cidade
E embora haja gente mergulhada em seu cansaço, e em sua rotina
Ainda se pode ver, gente interessada em mudar
Com seus rostos entretidos em suas leituras
Além das expressões de tédio diárias
E como já dizia o poeta,
Acaso tudo se referindo ao amor,
Que o tédio, rime com prédio,
Em sua rotina de desinteresse diário
Sinto saudades de minha praia!
E o amor residindo nas coisas mais prosaicas,
E nas mais inesperadas, demonstrações de afeto!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.
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