Poesias

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

JARDIM FLORIDO

Lembrei-me de um lindo manacá-da-serra
Com seus pequenos botões a se desenvolver
Com suas flores a desabrochar
Brancas, a serem lentamente coloridas pelo sol
Que com seus matizes de luz,
A modificam para rosa

Ipês recentemente plantados
A se desenvolverem de espantosa forma
Elevam-se altaneiros, imponentes
Brevemente espero,
A se encherem de flores roxas, e amarelas

Como numa linda canção de raiz
A me fazer companhia
Mas sem rivalizar com a Aurora
Que um prisioneiro não pode contemplar

Flores de cera
A formarem lindas colônias
Com suas pequenas flores
A construir um buquê

Rosas, quantas rosas
Com suas cores,
A mostrarem delicadeza e beleza em seu talhe
Mini rosas, brancas, rosas, vermelhas
A voltearem os ipês

Rosa Menina, rubra flor
Por que não florir?
Como aguardo a descoberta de teu mistério!

A Dama da Noite sobranceira
A encher o rico jardim de perfume
A inebriar as noites de minha praia querida
Com suas pequenas, brancas e perfumadas flores
Aroma de minhas lembranças

Dipladênias amarelas
As hortências, a aguardar o melhor momento da florada
As primaveras
A eternizar a beleza da estação das flores
Frequentemente trazes flores e cores ao jardim
A bela casa amarela

As primaveras, minhas primaveras, com suas belas flores
A preencherem o cenário
A percorrerem o muro da fachada
Embelezam a entrada da casa
Enfeitam a minha vida

Lírios-da-paz a fazerem par com o portão
Lágrimas-de-Cristo, com seus balõezinhos brancos
Pontinhas vermelhas, a embelezarem o lugar

Borboletas a passearem pelo jardim
Trazem em suas asas
Cores diversas, a matizarem de beleza o pequeno jardim
A pousarem nas plantas
Trazes mais alegria ao lugar

Passarinhos a trazerem em seus bicos
Pequenos gravetos, madeirinhas
A voarem em busca de novos caminhos, abrigos
Pouco a pouco a formarem um ninho
Construído aos poucos
Frutos de inúmeros vôos,
Coletas de gravetos,
Pousos nos galhos da dipladênia e do ipê em formação
A pousarem nas árvores e plantas do lugar
Formaram um singelo ninho no alto do hibisco

Hibiscos dobrados em várias cores
Laranja, vermelho e rosa
A guardarem a entrada da casa
A enfeitar o jardim de verde
Fazem par com as azaléias coloridas

As lantanas, com suas pequeninas flores coloridas,
A acompanharem a sombra convidativa
Dos hibiscos

Durante as manhãs, a companhia dos pássaros
A admiração dos passantes
Como é lindo o jardim da minha casa!

Os Beija-flores, com suas cores
Colibris a beijarem os hibiscos
A colherem pólen em pleno vôo
A encantarem nossos olhos
Com um belo espetáculo
A beleza a fazer parelha com o jardim

Gosto de me deitar na rede e ficar a contemplar
A mais bela criação divina
Perceber que apesar dos dissabores
A vida me concedeu muitas boas coisas
Entre elas, o privilégio de admirar tão belo espetáculo
Nas minhas moradas

Em outra paragem
Outra modalidade de Dama da Noite
Além da pequena e perfumada flor
Ainda existe uma flor branca
De dimensões maiores
A desabrochar em uma noite
Vindo a se apagar em poucas horas
Simbolo da inconstância dos dias
O devir
Movimento do mundo
As voltas do mundo
Mudanças da vida
Efêmero espetáculo de esplendor

Gosto das flores
Do encantamento que produzem
Da beleza que traduzem em si
Da esperança que trazem consigo
De como a vida ainda pode ser tão bela!

Como gostaria de ver mais árvores,
Mais plantas e mais flores pelos meus caminhos
Menos cinza, menos feiúra
Menos tristeza, menos rancor

A beleza é simples
Está ao nosso alcance
Basta querer!
Como um jardim florido!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário