Poesias

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Duelo do Sorriso Amarelo

 IX

Arthur continuou em seu encalço

Queria por que queria localizar o bando e Omar


Continuou suas investigações

E finalmente conseguiu encontrar Omar e mais 2 cangaceiros


Estavam de passagem em outra cidade,

Comprando alguns víveres


Omar com o auxílio dos companheiros,

Conseguiu desarmar o policial solitário


Arthur perguntou-lhe se o mataria

Tenório respondeu-lhe que Omar decidiria


O homem então sugeriu um duelo

Arthur admirou-se


Omar disse-lhe que seria uma luta com facas

E quem escapasse nunca mais seria perseguido por seu contrário


Arthur continuava incrédulo

Mas sem alternativas, concordou


Omar então liberou-o

Disse que o duelo estava marcado

Agendou data e horário


Prometeu que ali estaria

Mencionou que a imprensa saberia do duelo

E assim o fez


Clodoaldo intermediou o encontro

E o jornalista registrou a história

A notícia correu o país


O chefe de Arthur ao saber da notícia

Chamou-lhe a atenção

Perguntou-lhe onde ele estava com a cabeça

Aceitar participar de um duelo?


Arthur argumentou que não teve saída

Ou concordava ou seria morto

Respondeu que estaria no local no dia e hora agendados


O homem argumentou que duelos eram proibidos no Brasil

Arthur respondeu que proibido ou não, iria

Afinal Omar precisava ser preso


O chefe tentou argumentar

Mas Arthur respondeu que ele buscasse os meios legais para resolver a questão

Contudo, a despeito disto, lá estaria

Pois palavra tinha


E assim fez

Compareceu no local

Omar também lá estava


Os cangaceiros também se dirigiram ao local

Mesmo arriscando a serem presos

Pareciam não se importar


Arthur e outros policiais também estavam

Até seu chefe compareceu


A imprensa estava em peso

Fotos foram tiradas de ambos


Por fim, deu-se início ao duelo

Arthur e Omar lutaram com facas

Feriram-se


Em dado momento do duelo

Omar deixou Arthur encurralado


Todos pediram a morte do policial


Neste momento Omar empurrou o homem

Arthur caiu no chão


Gritos de: Mata! Mata!

Não cessavam


Neste momento um policial chegou

Trazia uma ordem judicial

Leu o mandado que dizia

Para cessar o nefando duelo

Prática cruel e em desuso no Brasil

Ou cessavam a luta, ou ambos seriam presos


Omar concordou,

Lançou sua faca ao solo


Arthur já estava desarmado


Omar dizia que não pretendia cometer mais crimes

Pois a morte de um homem já lhe pesava bastante

Cansado estava de fugir, e a polícia se entregava


Os jornalistas não paravam de fotografá-lo

Também registravam os fatos


Com isto, Omar foi algemado e preso

Levado para a delegacia da cidade


Arthur conversando com ele, perguntou-lhe por que não o matara

Afinal se livraria de seu perseguidor

Poderia até fugir, já que integrantes do bando acompanhava o evento

Auxiliariam-no caso necessário fosse


Omar argumentou não ser bandido

E apesar de estar entre cangaceiros,

Nunca cometeu crimes enquanto integrava o bando


Contou sua longa história


Arthur ficou admirado


Entendeu que seu único crime fora tentar ajudar

Pois, auxiliara uma moça que provavelmente seria vítima de violência


Arthur sugeriu que ele alegasse legítima defesa de terceiro


Comentou que ele tinha direito a defesa e auxílio de um advogado do Estado

Caso não reunisse condições de pagar


Arthur se comprometeu a cuidar disto


Omar ficou surpreso


O homem respondeu-lhe que teve duas oportunidades para se livrar dele,

Ainda assim não o matou

Argumentou que se fosse o contrário, não pensaria em matar


Contudo, tinha consciência agora, que ele não era um criminoso

Apenas fora levado pelas circunstâncias


Argumentou que esta ajuda era uma retribuição


Omar agradeceu


Com isto o cangaceiro de bom coração

Como era chamado, foi a juri


No Tribunal foi absolvido


Os jornalistas comentaram que policia, juiz, jurados e bandoleiros

Todos tinham certeza de uma coisa

Omar criminoso não era


E assim livre, o homem seguiu sua vida

Muitos cangaceiros abandonaram o bando e seguiram com ele


Clodoaldo e outros tantos continuaram sua saga como bandoleiros

E morreram pouco tempo depois em uma chacina


Arthur não participou do evento

Tornou-se promotor


Nunca mais atuou em volantes


Os homens que seguiram Omar

Vida honesta tiveram

Passaram a ter novas profissões e vida nova deram à suas famílias

Não tiveram o triste dos bandoleiros 

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