Poesias

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Duelo do Sorriso Amarelo

X

Carlos, Carolina e Vilma aprenderam a conviver com a pandemia

Este incrível pesadelo intérmino


Foram anos de sofrimento, lutas e adaptações


Ora todo o setor de comércio e serviços estava fechado

Só atuando à distância, ora estava aberto


Tudo dependia da incerteza das condições


Pessoas perderam seus empregos,

Outras retomando suas atividades


Pessoas se curando, outras morrendo


Nesse interim,

Vilma e Antonio se reconciliaram


Antonio, que há muito tempo morava sozinho em São Paulo 

Arrumou um emprego no Nordeste


Mudou-se para lá,

Não sem antes, pedir desculpas a família


E Vilma com o tempo acabou aceitando

Se acertaram


Voltaram a morar juntos


Carlos e Carolina, ora estavam em aulas presenciais

Ora estudavam à distância


A família não pegou o vírus


Mas uma gripe de Carlos assustou a todos

Ao final, descobriram se tratar apenas de uma gripe


Neste meio tempo, 

Já estavam todos vacinados


E embora com a relutância de uns tolos que não queriam a vacina

Um dia todos entenderam que ela se fazia necessária

Afinal, não inventaram ainda, nada melhor que a vacina


Quando inventarem, saberemos!


E um dia, com a colaboração de todos, a pandemia cessou


Quem acreditava que levaria tantos anos?


Mas acreditem, um dia ela acabou!


Um dia ela acabará!


Carlos, o menino visionário, sonhou com isto


Neste sonho, todas as pessoas felizes se abraçavam,

Foram às ruas comemorar

Brindaram


No jornal, noticiavam o fim da pandemia


O vírus estava controlado,

Pessoas curadas,

E ninguém mais morrendo por conta do vírus

O número de casos diminuindo drasticamente, chegando quase a zero


Em dias, noticiaram que não havia informações de pessoas com o vírus


Noticiaram também, comemorações em todo o mundo

Celebrando a vida


O número de nascimentos aumentou


Felizes Carolina e Carlos comemoravam que finalmente estavam livres do vírus.


Vilma respondeu-lhes que o vírus fora combatido, mas ele não deixara de existir

Assim, os cuidados deviam persistir


Máscaras sempre em lugares fechados, principalmente os mau ventilados

Mesmo sob olhares curiosos


Carolina e Carlos ficaram um pouco decepcionados

Pois acreditaram que estava tudo resolvido


Vilma comentou que agora este seria um cuidado permanente


Lugares fechados, ou mesmo abertos com aglomeração de pessoas

Máscara, máscara, máscara, sempre!

Lição aprendida, é lição que nunca será esquecida!


Amém nós todos!


Fim!


Duelo do Sorriso Amarelo

 IX

Arthur continuou em seu encalço

Queria por que queria localizar o bando e Omar


Continuou suas investigações

E finalmente conseguiu encontrar Omar e mais 2 cangaceiros


Estavam de passagem em outra cidade,

Comprando alguns víveres


Omar com o auxílio dos companheiros,

Conseguiu desarmar o policial solitário


Arthur perguntou-lhe se o mataria

Tenório respondeu-lhe que Omar decidiria


O homem então sugeriu um duelo

Arthur admirou-se


Omar disse-lhe que seria uma luta com facas

E quem escapasse nunca mais seria perseguido por seu contrário


Arthur continuava incrédulo

Mas sem alternativas, concordou


Omar então liberou-o

Disse que o duelo estava marcado

Agendou data e horário


Prometeu que ali estaria

Mencionou que a imprensa saberia do duelo

E assim o fez


Clodoaldo intermediou o encontro

E o jornalista registrou a história

A notícia correu o país


O chefe de Arthur ao saber da notícia

Chamou-lhe a atenção

Perguntou-lhe onde ele estava com a cabeça

Aceitar participar de um duelo?


Arthur argumentou que não teve saída

Ou concordava ou seria morto

Respondeu que estaria no local no dia e hora agendados


O homem argumentou que duelos eram proibidos no Brasil

Arthur respondeu que proibido ou não, iria

Afinal Omar precisava ser preso


O chefe tentou argumentar

Mas Arthur respondeu que ele buscasse os meios legais para resolver a questão

Contudo, a despeito disto, lá estaria

Pois palavra tinha


E assim fez

Compareceu no local

Omar também lá estava


Os cangaceiros também se dirigiram ao local

Mesmo arriscando a serem presos

Pareciam não se importar


Arthur e outros policiais também estavam

Até seu chefe compareceu


A imprensa estava em peso

Fotos foram tiradas de ambos


Por fim, deu-se início ao duelo

Arthur e Omar lutaram com facas

Feriram-se


Em dado momento do duelo

Omar deixou Arthur encurralado


Todos pediram a morte do policial


Neste momento Omar empurrou o homem

Arthur caiu no chão


Gritos de: Mata! Mata!

Não cessavam


Neste momento um policial chegou

Trazia uma ordem judicial

Leu o mandado que dizia

Para cessar o nefando duelo

Prática cruel e em desuso no Brasil

Ou cessavam a luta, ou ambos seriam presos


Omar concordou,

Lançou sua faca ao solo


Arthur já estava desarmado


Omar dizia que não pretendia cometer mais crimes

Pois a morte de um homem já lhe pesava bastante

Cansado estava de fugir, e a polícia se entregava


Os jornalistas não paravam de fotografá-lo

Também registravam os fatos


Com isto, Omar foi algemado e preso

Levado para a delegacia da cidade


Arthur conversando com ele, perguntou-lhe por que não o matara

Afinal se livraria de seu perseguidor

Poderia até fugir, já que integrantes do bando acompanhava o evento

Auxiliariam-no caso necessário fosse


Omar argumentou não ser bandido

E apesar de estar entre cangaceiros,

Nunca cometeu crimes enquanto integrava o bando


Contou sua longa história


Arthur ficou admirado


Entendeu que seu único crime fora tentar ajudar

Pois, auxiliara uma moça que provavelmente seria vítima de violência


Arthur sugeriu que ele alegasse legítima defesa de terceiro


Comentou que ele tinha direito a defesa e auxílio de um advogado do Estado

Caso não reunisse condições de pagar


Arthur se comprometeu a cuidar disto


Omar ficou surpreso


O homem respondeu-lhe que teve duas oportunidades para se livrar dele,

Ainda assim não o matou

Argumentou que se fosse o contrário, não pensaria em matar


Contudo, tinha consciência agora, que ele não era um criminoso

Apenas fora levado pelas circunstâncias


Argumentou que esta ajuda era uma retribuição


Omar agradeceu


Com isto o cangaceiro de bom coração

Como era chamado, foi a juri


No Tribunal foi absolvido


Os jornalistas comentaram que policia, juiz, jurados e bandoleiros

Todos tinham certeza de uma coisa

Omar criminoso não era


E assim livre, o homem seguiu sua vida

Muitos cangaceiros abandonaram o bando e seguiram com ele


Clodoaldo e outros tantos continuaram sua saga como bandoleiros

E morreram pouco tempo depois em uma chacina


Arthur não participou do evento

Tornou-se promotor


Nunca mais atuou em volantes


Os homens que seguiram Omar

Vida honesta tiveram

Passaram a ter novas profissões e vida nova deram à suas famílias

Não tiveram o triste dos bandoleiros 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

NOITE

A noite antiga com seus halos azuis,
Emoldurados pelo negrume,
Da ausência de sol
Noite sem luar,
Sem brilhos

O crepúsculo,
Com seus tons azuis escuros
Suas cores tonantes

As árvores com suas altas copas,
Quase sem folhagens,
Emolduradas por uma noite escura

Ao longe, o brilho da cidade
As casinhas a cintilarem
A cidade a mostrar suas pequenas constelações
Na falta de estrelas no céu,
As estrelas da terra,
A iluminar os lugares indivisos

Janelas acesas, postes,
Cidade luz
Horas mortas, apagadas
A cidade quase em silêncio
Mentes silentes

Momento para rumar,
A lugares outros
Os brilhos da cidade distante,
A margear os trilhos esquecidos,
De uma antiga estrada de ferro

Ao longo da estrada, construções abandonadas,
Casas, fábricas, muros,
Mato, o verde a de tudo a tomar conta

A manhã que se dista do horizonte,
A noite que a tudo envolve com seu negrume
E a lua sumida,
Por onde andará?
Quem sabe a quem estará a encantar!

Lua dos amantes,
Dos apaixonados pela vida,
Pelo deslumbrante espetáculo da natureza!

Em meio ao cenário deserto,
Outros eventos a consolar
Os carros apressados a passar
Com suas luzes e faróis fugidios,
A multidão apressada,
Todos para casa,
Ou para seus compromissos outros,
Querem chegar

Até a tarde das noites se aproximar,
E a cidade enfim,
Finalmente poder descansar!

E as ruas silenciosas, desertas
E a cidade se deita,
Como que a dormir

Ao longo dos caminhos,
Comércios, imponentes construções,
Prédio e casa abandonadas,
Muita feiúra embalada por algumas belezas

E a noite escura a tudo envolver
E as estradas da vida a brilhar
As avenidas diamantinas,
As estradas a faiscar de tantas luzes,
Faroletes, filas de carros,
A se perder de vista,
Em nosso curto horizonte,
De concreto e de cimento!

E o sono e o cansaço,
A nos surpreender adormecidos,
Em próximas paragens

Silêncio das ruas, das casas,
As luzes da cidade,
Os brilhos distantes
Momento de introspecção!

Ó noite!
Quantos mistérios insondáveis te rondam!
Quantas vidas obscurecidas,
Por teu negro e espesso véu!
Se na claridade dos dias,
Não nos ocupamos das vidas outras,
Que dirá, no véu escuro da noite!

A descansar, contemplar
A velocidade das horas a passar,
E perceber que um dia foi pouco,
Para tudo o que numa vida se pretende realizar!

E assim se segue
Noite após noite
Passos lentos, outros apressados
O descanso esperado
O se deitar em cama acolhedora,
A esquecer a luta do dia,
E a esperança de um melhor amanhecer

Convite a um mundo de idéias,
Melhor pensar sobre a vida,
Em um momento,
Que ainda não nos foi roubado,
Na louca corrida da luta pela vida,
No tropel das mil paixões mundanas!

Tempo de deixar-se esquecer,
A dureza da lida,
A luta renhida,
O sobreviver dos dias,
O ganhar pão, com o suor do rosto

Tempo parco das delícias,
Ó noite!
Quanta maravilha se esconde em ti,
Em contraste as horas do ocaso,
Em que muitos em solidão,
Envoltos ficam

Sinto a noite como algo maravilhoso,
Assim como o nascer do dia
Com sua beleza das horas crepusculares!

Tudo em si,
É provido de soberana beleza!
O encanto das horas que se repetem
E o tédio,
Que a todo custo,
Lutamos para dele nos afastar

Tormento que nos atordoa
Todos nós, que queremos,
A todos os minutos,
Da vida aproveitar

E a aproveitar estamos,
Ainda que de singelas formas,
Pois todos os minutos de felicidade,
A nós concedidos
São fugazes resgates das horas de tédio
E assim a insipidez da vida,
Não se faz tão presente!

O dom da capacidade de com tudo se admirar!
A beleza das pequenas coisas,
Ainda a nos encantar!
E a capacidade de coisas novas criar,
E uma nova realidade para nós inventarmos
Ó inventividade humana!

E assim, a noite não se torna tão espessa,
E os sonhos cada vez melhores,
Quando, ao cair nos braços de Orfeu,
Nos entregamos, aos mais admiráveis encantamentos!

Sonhos de plagas distantes,
Novas realidades,
Sonhos delirantes, assaz distantes,
De nossa por vezes dura, realidade!

Encantamentos ensinos
E em nossas orações,
Nossas melhores intenções,
Nos sonhos, pessoas e projetos depositados!

Quando a despertar,
Um novo e promissor dia desejamos,
Assim como melhores auspícios
A quem de apoio precisa,
Em suas horas outras de dificuldades,
Outros a quem sempre nos esquecemos,
Em nossa azafama diária!

Dificuldades pelas quais,
Todos nós passamos, passaremos
Tristezas diversas, a nos aproximar,
Em um ponto crucial,
Em que viver não é fácil,
E que o sofrimento,
Parte da vida de todos faz,
Cabendo a nós saber o fazer,
Qual a lição dele devemos tirar!

A todos os que sofrem,
Bons augúrios, boa sorte,
Que a dor se esvaia, sem marcas deixar
E que um dia tudo não passe apenas,
De uma velha lembrança

O futuro seja alvissareiro
E a noite das tristezas se diste de nós todos,
Para que se aproxime a noite das maravilhas,
Do mistério e do encantamento!

As flores da noite,
Exalem seu perfume em nossas vidas,
Como que a nos despertar,
Para o eterno encantamento do viver!
Noite, noite,
Ah, noite dos meus encantos!

Eterno bailar de uma delicada valsa,
Dança eterna, nunca enfinda
Arremata por um tango,
Onde a dupla de dançarinos,
A riscar os salões, ficam,
Em suas teatrais expressões
Seus passos lentos, compassados,
A dançarina a deslizar,
O homem uma rosa entre os lábios segurar,
Dançar, dançar,
E o chão dos salões a riscar!

DICIONÁRIO:
tonante
adjetivo de dois gêneros
1. que tona, atroa ou troveja.
"tempestade t."
2. vibrante, forte.

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

Missões de Vida

Canto Primeiro:

Em passeios pela terra do sem fim
Descobri um Brasil de infinitas possibilidades
Desbravando terras, serras e imensos e verdejantes descampados
Lindas videiras verdinhas, expostas em um parreiral
Empresas de silagem a desfilarem pelas estradas
Com suas estruturas arredondadas

Sinuosas pistas, ora em bom estado, ora esburacadas
Perigosas, a encobrir falhas do desumano
Omisso ser humano,
Falta de engenho e arte,
Que decerto foram para outras partes,
Abandonando parte das terras paranaenses

Pena! Pena ver o descaso de tanta beleza
Lindos campos de trigais
O dourado da palha do trigo a reluzir ao longo da estrada
Estradas do caminho, do conhecimento
Janelas da alma
Escoadouro de nossas melhores esperanças!

Como as belas penas das aves coloridas
De um Parque Nacional - Iguaçu
Tucanos atrevidos, a desferirem rasantes nos passantes
A voarem sobranceiros em seus viveiros
Com seu lindo bico amarelo,
Plumagens negras

Flamingos róseos, a em grupos viverem
Papagaios verdes, guarás vermelhos
Aves escondidas em seus ninhos
A não quererem se revelar
Emas, emas várias, algumas coloridas, grous

Borboletas coloridas,
Asas ricamente decoradas, adornadas
Em meio a lindas flores, enfeitadas de colibris
Beija-flores, a tocarem em vôo as tenras flores
A voarem em um viveiro entrecortado de borboletas
Las mariposas, muy belas
Araras coloridas, vermelhas, azuis, amarelas
Pássaros azuis, a gralha azul, ararajubas
Lindos flamingos rosados, a adornarem o jardim

A floresta de verde
Papagaios verdinhos
Jacarés, tartarugas, emas, cobras
Formigas imensas a passearem pela pedra
Pássaros diversos, exuberantes em suas cores e penas

Cachoeiras deslumbrantes, imponentes
Imensas quedas d’águas,
Enfeitadas de arco-íris
Com belos passadiços, em meio a exuberantes corredeiras
Mundo das águas a tudo invadir

Tanta beleza e exuberância
Lindos artesanatos de pedrinhas coloridas
Árvores com copas de ametistas e outras pedras
Aves diversas esculpidas em pedras semi preciosas,
Também em madeira entalhadas,
Ou em grandes pelúcias
Tudo com muita beleza e cor!
Frascos de vidro transparentes,
Salpicados de pedras coloridas e semi-precisosas ...

A exuberância e a beleza
De uma natureza sem igual
Convivem em uma usina
Famosa por abrigar o nome de Pedra que Canta,
Itaipu – Binacional
Cidade de Foz de Iguaçu, Torre de Babel
Equação de muitas linguagens
Idiomas vários
Vertedouro sem águas a correrem
Colossal construção

Canto Segundo:

Em passeios em estradas diversas
Caminhos margeados de bugiarias
Em cidades algumas, artesanatos de alumínios e cobre
Com panelas diversas e tachos e cobre avermelhados,
Espelhos, e outros objetos metálicos

Em outras rumagens, cumbiquinhas de barro,
Coloridas redes, bancos de tecidos,
Para serem fixados nos tetos das salas,
Em tramas de fios e estampas coloridos
Frasquinhos de vidro transparente, com areias coloridas,
A desenharem lindos cenários brasileiros!

Nas estradas da Grande São Paulo,
Muitos pés de bananeiras
A planura a encher de verde e encantamentos,
Os olhares admirados dos viajantes
Viandantes da vida
A vivificarem a simbologia de uma viagem
Dentro da metalinguagem da própria vida

No caminho, os caminheiros avistaram bovinos
Gados, bois, vacas, galinhas com suas penas coloridas
Obras sendo executadas,
Tratores e operários, trabalhando

Em outros rumos,
Diferentes rumagens, a ave simbólica da ciência
Sapientíssima coruja, a se exibir soberana
Em meio a exuberante construção de tijolos à vista, imensa!

Em São Miguel, o contato direto com carneiros,
Bovinos a passearem ante nossos olhos
Lindas paisagens verdejantes a se perderem de vista
Simpática cidade interiorana!

Em São Miguel das Missões
A se descobrir em meio a linda natureza
Carneiros passeando pelos campos
Em bandos caminhando e balindo
Calçamento de pedras, com portal,
Na entrada do magnífico hotel!

A cidade a nos dar boas vindas, com seu portal iluminado
Escultura de conquistador, no portal emoldurado
Hotel esplendoroso com amplos e exuberantes cômodos
Muitos quartos, salões de conferência, salão de jogos,
Restaurante em ampla sala, assim como a recepção ...

Canto Terceiro:

Em antiga missão abandonada
Ruínas que já serviram de morada a sete povos guerreiros
Nas bem constituídas e belas missões,
Os índios instalados

Ideário de um lugar a servir de ensino e morada aos indígenas
Imponentes construções edificadas
Entre elas, magnífica igreja ornada com belo coral
Curumins ensinados a cantar,
Doutrinados nas artes musicais
Lindos cantos entoados ao sabor das notas musicais
Instrumentos musicais elaborados
Suaves e belas melodias

O som das aves, dos pássaros, as matas, o verde, as árvores, as flores
Borboletas coloridas a emoldurarem o cenário
Cenáculo de belezas e maravilhas
E as pedras, as construções enfeitando
Igreja erigida em pedras
Com torre lateral e com observatório adornada
Monumento erigido em pedras e acabado em branca pintura

Tendo hoje, um céu repleto de estrelas para enfeitar
Árvores, as mais diversas no templo sagrado
Pia de pedra a qual guarnecida d’água,
Conduz as almas pagãs ao mundo cristão
Letrados índios, catequizados pelos jesuítas
Índias iniciadas nas artes dos bordados, das costuras, dos rendados
Cestarias feitas de tramas de palha e engenho
Indiazinhas habilidosas nas artes e tramas de palhas, penas e bambus

E conforme já relatado,
Meninos curumins iniciados nos corais a cantar
A tocarem flautas em suaves e doces melodias
Beleza de espetáculo para se apreciar
Além do artesanato e das cerâmicas
Sendo todos, catequizados os índios

Bravos guerreiros, valorosos trabalhadores
A auxiliarem nas construções, moradas, igrejas
Devoção acompanhada do inseparável labor

Bravo índio Sepé instruído, ilustrado
A lutar pela permanência na missão edificada
A não abandonar a terra de seus ancestrais

Em razão de tratado imperioso
A entrega das missões edificadas,
Em troca da Colônia de Sacramento
Tratativas e tentativas de acordos
Visando prolongar a permanência de índios e jesuítas no local
Tudo em vão!

E o passado a nos embalar
O coro da igreja a cantar as mais belas e melodiosas canções
Olarias a fabricarem os tijolos
Material para erigirem casas, templos, e outras benfeitorias
Missão ampla, verdadeira cidade
Morada dos padres jesuítas e dos índios e índias

As telhas trabalhadas nas coxas dos gentios
Brava gente brasileira
Longe de acatarem o temor servil
Lutaram até a morte por esta terra varonil
Deste imenso e vasto Brasil
Terra objeto de cobiça dos espanhóis,
Berço e terra dos gaúchos
A obrigarem as ruínas de um passado assaz distante

Hoje abriga as ruínas de um templo,
E de um tempo glorioso
Na noite de um céu estrelado,
Apreciar um lindo espetáculo de luzes
Lindas vozes a contar as histórias de um passado perdido
A evocar os tempos de guerra e resistência
Índios galhardos e valorosos a insistir em permanecerem em sua terra sagrada
Lindos prados verdejantes

Índios feridos e um bravo guerreiro
Sepé Tiaraju, mortalmente ferido
Guerra Guaranítica
Flecha fatal a ferir-lhe as costas,
Sendo finalmente abatido por um tiro certeiro
Jovem guerreiro

Fim do sonho de uma civilização ideal
Os sobreviventes índios a rumarem para outras paragens
E o passado a não se deixar morrer
E a fachada da igreja a permanecer
Nua em pedras
Santos e imagens em pedra e madeira esculpidos,
Provavelmente pelos índios
Habilidosos artistas, artesãos, gentios letrados

Hoje o passado se faz presente,
Em espetáculo de luz e som
Narrativas a contar as inúmeras propostas de contato com o líder Sepé
Sua humilde figura de dorso desnudo
Ante soldados fardados do exército inimigo

Arrogantes senhores, portugueses, espanhóis
A julgarem-se superiores aos índios
Diminuindo seu engenho e seu talento
A dizerem que seu canto era ruim
Gentios sem civilidade, sem direito a terra
Objeto de cobiça espanhola,

Hoje abrigando brasileiros
São Miguel das Missões, principal missão
A ensinar-nos um pouco sobre todos nós
Nosso passado, nosso interior
Numa noite gélida e bela, de setembro!

Dentro de uma redução, seguida de outras várias
Porção de terras ocupadas pelos espanhóis
Sendo retomadas pelos portugueses,
Em nova guerra deflagrada,
Anos depois, do sangrento conflito

Lembranças eternas de um espetáculo lindo de luz e cor
Com belas vozes a narrar os momentos heróicos,
Os atos de deslumbramento,
Em meio a um encantamento de tantas qualidades!

Canto Quarto:

E assim, de maravilha em maravilha
Prossegue a espetacular viagem!
Em outros passeios, pelo interior paranaense
Cidades repletas de árvores
Esquadrinhadas em avenidas de verde

Maringá cidade canção
Lembrança de um caboclo enamorado de uma sertaneja
Fugida da seca de um sertão de Paraíba
E o moço enamorado,
A se lembrar da linda moça que chamava a atenção,
Das pessoas do lugar

Bela jovem que partiu
Deixando saudades
No homem que venceu, prosperou,
Senador se tornou,
Mas nunca se esqueceu desta lembrança
E a história, canção se tornou
Melodiosa letra, a tornar-se símbolo de uma cidade!

Em Londrina, bonito Lago Iguapó
Seccionado,
Circundado de verde em folha e árvores

Em um lado, um clube de iatismo
Lindas casas em uma de suas margens
Canoas a rasgarem suas águas,
Recortando sua placidez

Linda imagem de águas, árvores e beleza
Cisnes a percorrem um canal
Gansos e bambuzais

A noite, lindo lago a brilhar
Repleto das gentes da cidade
Morada de prédios vários

Em viagem pelo interior
Paisagens de fazendas
Em vários campos, terra entrecortadas de lagos
Cultura de peixes
Muitos trigais, arrozais
A noite no Rio Grande do Sul
Um brinde a noite
Com uma colcha de luar
Repleta de estrelas
E a lua despontando no firmamento
Obscura em meio a noite
Lindamente branca, redonda

Ao chegar em São Miguel das Missões
Simpáticos vagalumes brincavam de acender suas luzes,
Ante olhos maravilhados
Belezas ocultas da cidade
A mostrar todo seu esplendor
Durante as belas horas da manhã
Indo a noite descansar em imenso aposento
Linda viagem pelas entranhas do Brasil
Um passeio pelo interior
Interior do meu ser

Em cidades, casinhas com pés de laranja
Passeios em jardineiras no segundo andar
A apreciar os horizontes

Em longínquas paragens,
Pontos de ônibus em ermos lugares
Aguardando a chegada das poucas linhas a percorrerem o local
Dura lida de quem deve caminhar por horas para poder chegar,
Ao ponto da parada
Lugares solitários!

Em Curitiba, praças com monumentos
Aeronave usada em guerra
Bonita cidade, com lindos Parques:
Tanguá com seus belos espelhos d’água, e Tingui
Ópera de Arame, estrutura de vidro no Jardim Botânico
Com seus pisos vazados, estruturas em ferro e vidro
Ópera, em placas homenageada
Palco de belas manifestações artísticas!

Cidade imponente com feira de artesanato e um belo centro histórico
Acompanhada de Santa Felicidade,
E suas ruas fartas de restaurantes, lanchonetes, lojas e artesanatos

E nas estradas várias, trigais, canaviais, milharais
Indústrias de grãos, silos
Lindas áreas douradas

Em São Paulo, lindos vales verdejantes
Laranjais, campos irrigados
Lindos vales verdejantes, gado
No sul, fazendas com tanques de peixes
Exuberante viagem pelo interior
Interior de nossos seres, nossas almas
Viagem para dentro do melhor de nós mesmos
A mostrar que o Brasil é lindo

E que para possamos apreciar a beleza em si
Devemos antes, cultivá-la dentro de nós mesmos
Nos pequenos gestos, e nos breves instantes de nossas vidas
Para que sejamos atores no palco de nossas vidas,
E não meros espectadores,
No maior dos espetáculos,
A história de nossas vidas!
Assim espero, assim eu quero, assim alcanço!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte

Ideias Vagas

Dizem que quem ao feio ama,
Gosto não tem
Pois é desprovido da capacidade de enxergar a beleza,
Nas coisas que a tem, em seu intrínseco ser
Pois a beleza externa,
Vazia é,
Acaso contemplada não seja,
Pelo ser!

Libertas!

Liberdade, ainda que tardia a liberdade
Antes tarde acontecer, do que o nunca ocorrer
Pois a liberdade, a soberana liberdade
Nada mais é,
Que a questão do que se valora
E em ser valorizando a essência do que se é,
Nada se tem a perder,
Neste inesquecível espetáculo
Que é a vida!

A liberdade nada mais é,
Do que eterno voar e revoar das ideias
Libertar-se dos preceitos,
Para tudo o que significa existir,
Sem se importar a quem quer que seja agradar!

Liberdade, sonho dos homens
Mas poucos tem a coragem, do convencional se despir
E assim, deixar de seguir a manada,
Gado contente,
Gentes alienadas, a pouco se importar com os fatos,
E a seguir um roteiro traçado por outrem

Não a isto!
Liberte-se das ideias preconcebidas
E viva melhor

Talvez não consigas a felicidade eterna,
Estampada num comercial de tevê
Mas serás feliz, por seres quem se és,
Sem fingir algo que não se é
Livre de roteiros preestabelecidos,
E voa, voa soberano

Assuma as rédeas da vida
E verás como é melhor, a si felicitar, do que aos demais,
Que em nenhum momento, gratos serão por seus agrados
Melhor a ti ser contente,
Do que vazio ser!

Liberto da escravidão de um viver sem sentido
Sem sentir
Liberdade, a abrir suas imensas asas sobre nós!

Ideias Vagas II

Ideias vagas,
Sem pensamentos a passar
Indiferença
O triste cotidiano a nos matar
Quando será que o tédio assim, irá enfim se afastar?
Creio que nos momentos em que ocupar-nos
Com o melhor aproveitar do tempo
E as ideias, de vagas,
Concretas a se fazer

Ideias vagas
Volatizadas em estéreis pensamentos,
A se transmutarem em ideias firmes, complexas
E as ideias, de vagas, a se tornarem ações

Pensamentos Sem Juízo

Quem a dizer fica,
Que o importante é a beleza interior
Certamente desconhece o valor intrínseco que traz, cercar-se do belo

Pois neste mundo de aparências,
A beleza maravilhas faz
E o belo exterior, cercado de beleza interior,
Muito melhor fica!

E a interior beleza, sem o adorno exterior,
Muito mais padece, para seu valor mostrar
E a beleza, verdadeiro ouro puro,
Sem o correspondente conteúdo,
Verdadeiro valor não dão as gentes!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Essa palavra bendita!

Viver alegre,
Cada vão momento
A expressar em verdade e sentimento

A divagar e pensar
Neste pequeno mistério
Amor, esta palavra
Quanto significado terá?
Fico a pensar ...

Não quero a isto me furtar
As tuas mãos hei de tocar
Teus lábios doces irei beijar

E até de um breve bocejar
Terei um mundo inteiro para contemplar

Dorme querido, dorme
Dorme profundamente
Neste ninho e leito de amor
Delicadamente construído
Para que este sentimento perdure

Puro deleite
E assim, durando para sempre
Sigamos sempre felizes
Mas não durma eternamente
Em sua torre de marfim
Como as princesas encantadas,
De um conto de fadas
Alheamento sem fim

Não seja poltrão
Não ajas como se fora um covarde
Não tenha medo de ser feliz
Ainda que por um breve instante
Mesmo esteja assaz distante
Viva este sentimento verdadeiro

Não roubes a esperança
De encontrar um valor em essência
E desta forma nem mesmo
À distância
Pode afetos dissolver

Resolva viver
Um dos melhores sentimentos
Que a vida pode trazer!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.

Elocubrações

Restauração dos marmóreos templos abandonados
Cenários de tijolos à vista, estruturas expostas,
Lajes entortadas pelo peso da ação do tempo
Tanto tempo despendido
De um passado que não mais tornará a correr

Destino das melhores lembranças
As águas de uma vida, um rio,
A percorrerem distintos lugares

Hoy me voy para lejos
Refestelar-me em uma rede
A fresca sombra de uma aconchegante construção de tijolos
Apreciar linda paisagem de flores, vermelhas, laranjas, rosadas,
Folhas verdes em diferentes ornatos,
Abrigo de pássaros e borboletas coloridas

Tantas tentativas frustradas de eternizá-las em uma imóvel fotografia
Siris a correrem pelas areias da praia
E o tempo a passar,
Com a lembrar cena de um filme antigo
Com as copas dos chapéus de praia a tremular

O tempo a passar, independente do que façamos com ele
Como nos dizeres exemplares
A ensinar que o tempo não deve desperdiçado ser
Posto ser ele, a matéria prima da vida

Os tempos, a bem aproveitados serem
Do passar dos anos, a não se lamentar
Apenas entristecer-se com o pouco mérito das existências estéreis
Dos jovens que se orgulham do pouco feito
Quando há um mundo inteiro a ser desbravado

Desejo as moradas ensolaradas, repletas de luz e de vida
As mansões, casarões vazios,
Ausentes de sol e faltos de vida, repletos de vazio
Anseio por sua restauração
Construções a desmoronarem por falta de manutenção, abandono
É pena!

Conduta a exemplificar outros humanos comportamentos
Intolerância, desrespeito, violência
A vivência a mais dura, tornar-se
Ausente, silente, o respeito às coisas melhores da vida
Abaixo a covardia!

Fora bandoleiros da intolerância, da violência,
Afastem-se os reis da falta de alegria
A espalharem seu fel por entre as humanas gentes,
Sobre os mais nobres projetos
Passemos sem eles
Que encontrem seu caminho, e reaprendam a viver

Me voy a vivir mejor
Em meio a confete e serpentina
Em meio a beleza das flores
Emaranhada de sonhos e de realizações
Remanso das melhores idéias
Sempre florida e cercada de verde

E um mar imenso a nos saudar
Mostrando suas cores e nuances, em um belo pôr-de-sol
Sublime manifestação de um soberano criador
Um ordenador de todas as coisas criadas,
A causa primeira de todas as coisas, primeiro motor
Ou simplesmente, Deus!

O nome, pouco importa
O que importa é o agir, a intenção, o pensamento, a união
O restante sendo apenas, tentativa de melhor explicar,
O que quase sempre é apenas sentido por palavras
Viva a vida!

Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte.