Canto Primeiro:
Em passeios pela terra do sem fim
Descobri um Brasil de infinitas possibilidades
Desbravando terras, serras e imensos e verdejantes descampados
Lindas videiras verdinhas, expostas em um parreiral
Empresas de silagem a desfilarem pelas estradas
Com suas estruturas arredondadas
Sinuosas pistas, ora em bom estado, ora esburacadas
Perigosas, a encobrir falhas do desumano
Omisso ser humano,
Falta de engenho e arte,
Que decerto foram para outras partes,
Abandonando parte das terras paranaenses
Pena! Pena ver o descaso de tanta beleza
Lindos campos de trigais
O dourado da palha do trigo a reluzir ao longo da estrada
Estradas do caminho, do conhecimento
Janelas da alma
Escoadouro de nossas melhores esperanças!
Como as belas penas das aves coloridas
De um Parque Nacional - Iguaçu
Tucanos atrevidos, a desferirem rasantes nos passantes
A voarem sobranceiros em seus viveiros
Com seu lindo bico amarelo,
Plumagens negras
Flamingos róseos, a em grupos viverem
Papagaios verdes, guarás vermelhos
Aves escondidas em seus ninhos
A não quererem se revelar
Emas, emas várias, algumas coloridas, grous
Borboletas coloridas,
Asas ricamente decoradas, adornadas
Em meio a lindas flores, enfeitadas de colibris
Beija-flores, a tocarem em vôo as tenras flores
A voarem em um viveiro entrecortado de borboletas
Las mariposas, muy belas
Araras coloridas, vermelhas, azuis, amarelas
Pássaros azuis, a gralha azul, ararajubas
Lindos flamingos rosados, a adornarem o jardim
A floresta de verde
Papagaios verdinhos
Jacarés, tartarugas, emas, cobras
Formigas imensas a passearem pela pedra
Pássaros diversos, exuberantes em suas cores e penas
Cachoeiras deslumbrantes, imponentes
Imensas quedas d’águas,
Enfeitadas de arco-íris
Com belos passadiços, em meio a exuberantes corredeiras
Mundo das águas a tudo invadir
Tanta beleza e exuberância
Lindos artesanatos de pedrinhas coloridas
Árvores com copas de ametistas e outras pedras
Aves diversas esculpidas em pedras semi preciosas,
Também em madeira entalhadas,
Ou em grandes pelúcias
Tudo com muita beleza e cor!
Frascos de vidro transparentes,
Salpicados de pedras coloridas e semi-precisosas ...
A exuberância e a beleza
De uma natureza sem igual
Convivem em uma usina
Famosa por abrigar o nome de Pedra que Canta,
Itaipu – Binacional
Cidade de Foz de Iguaçu, Torre de Babel
Equação de muitas linguagens
Idiomas vários
Vertedouro sem águas a correrem
Colossal construção
Canto Segundo:
Em passeios em estradas diversas
Caminhos margeados de bugiarias
Em cidades algumas, artesanatos de alumínios e cobre
Com panelas diversas e tachos e cobre avermelhados,
Espelhos, e outros objetos metálicos
Em outras rumagens, cumbiquinhas de barro,
Coloridas redes, bancos de tecidos,
Para serem fixados nos tetos das salas,
Em tramas de fios e estampas coloridos
Frasquinhos de vidro transparente, com areias coloridas,
A desenharem lindos cenários brasileiros!
Nas estradas da Grande São Paulo,
Muitos pés de bananeiras
A planura a encher de verde e encantamentos,
Os olhares admirados dos viajantes
Viandantes da vida
A vivificarem a simbologia de uma viagem
Dentro da metalinguagem da própria vida
No caminho, os caminheiros avistaram bovinos
Gados, bois, vacas, galinhas com suas penas coloridas
Obras sendo executadas,
Tratores e operários, trabalhando
Em outros rumos,
Diferentes rumagens, a ave simbólica da ciência
Sapientíssima coruja, a se exibir soberana
Em meio a exuberante construção de tijolos à vista, imensa!
Em São Miguel, o contato direto com carneiros,
Bovinos a passearem ante nossos olhos
Lindas paisagens verdejantes a se perderem de vista
Simpática cidade interiorana!
Em São Miguel das Missões
A se descobrir em meio a linda natureza
Carneiros passeando pelos campos
Em bandos caminhando e balindo
Calçamento de pedras, com portal,
Na entrada do magnífico hotel!
A cidade a nos dar boas vindas, com seu portal iluminado
Escultura de conquistador, no portal emoldurado
Hotel esplendoroso com amplos e exuberantes cômodos
Muitos quartos, salões de conferência, salão de jogos,
Restaurante em ampla sala, assim como a recepção ...
Canto Terceiro:
Em antiga missão abandonada
Ruínas que já serviram de morada a sete povos guerreiros
Nas bem constituídas e belas missões,
Os índios instalados
Ideário de um lugar a servir de ensino e morada aos indígenas
Imponentes construções edificadas
Entre elas, magnífica igreja ornada com belo coral
Curumins ensinados a cantar,
Doutrinados nas artes musicais
Lindos cantos entoados ao sabor das notas musicais
Instrumentos musicais elaborados
Suaves e belas melodias
O som das aves, dos pássaros, as matas, o verde, as árvores, as flores
Borboletas coloridas a emoldurarem o cenário
Cenáculo de belezas e maravilhas
E as pedras, as construções enfeitando
Igreja erigida em pedras
Com torre lateral e com observatório adornada
Monumento erigido em pedras e acabado em branca pintura
Tendo hoje, um céu repleto de estrelas para enfeitar
Árvores, as mais diversas no templo sagrado
Pia de pedra a qual guarnecida d’água,
Conduz as almas pagãs ao mundo cristão
Letrados índios, catequizados pelos jesuítas
Índias iniciadas nas artes dos bordados, das costuras, dos rendados
Cestarias feitas de tramas de palha e engenho
Indiazinhas habilidosas nas artes e tramas de palhas, penas e bambus
E conforme já relatado,
Meninos curumins iniciados nos corais a cantar
A tocarem flautas em suaves e doces melodias
Beleza de espetáculo para se apreciar
Além do artesanato e das cerâmicas
Sendo todos, catequizados os índios
Bravos guerreiros, valorosos trabalhadores
A auxiliarem nas construções, moradas, igrejas
Devoção acompanhada do inseparável labor
Bravo índio Sepé instruído, ilustrado
A lutar pela permanência na missão edificada
A não abandonar a terra de seus ancestrais
Em razão de tratado imperioso
A entrega das missões edificadas,
Em troca da Colônia de Sacramento
Tratativas e tentativas de acordos
Visando prolongar a permanência de índios e jesuítas no local
Tudo em vão!
E o passado a nos embalar
O coro da igreja a cantar as mais belas e melodiosas canções
Olarias a fabricarem os tijolos
Material para erigirem casas, templos, e outras benfeitorias
Missão ampla, verdadeira cidade
Morada dos padres jesuítas e dos índios e índias
As telhas trabalhadas nas coxas dos gentios
Brava gente brasileira
Longe de acatarem o temor servil
Lutaram até a morte por esta terra varonil
Deste imenso e vasto Brasil
Terra objeto de cobiça dos espanhóis,
Berço e terra dos gaúchos
A obrigarem as ruínas de um passado assaz distante
Hoje abriga as ruínas de um templo,
E de um tempo glorioso
Na noite de um céu estrelado,
Apreciar um lindo espetáculo de luzes
Lindas vozes a contar as histórias de um passado perdido
A evocar os tempos de guerra e resistência
Índios galhardos e valorosos a insistir em permanecerem em sua terra sagrada
Lindos prados verdejantes
Índios feridos e um bravo guerreiro
Sepé Tiaraju, mortalmente ferido
Guerra Guaranítica
Flecha fatal a ferir-lhe as costas,
Sendo finalmente abatido por um tiro certeiro
Jovem guerreiro
Fim do sonho de uma civilização ideal
Os sobreviventes índios a rumarem para outras paragens
E o passado a não se deixar morrer
E a fachada da igreja a permanecer
Nua em pedras
Santos e imagens em pedra e madeira esculpidos,
Provavelmente pelos índios
Habilidosos artistas, artesãos, gentios letrados
Hoje o passado se faz presente,
Em espetáculo de luz e som
Narrativas a contar as inúmeras propostas de contato com o líder Sepé
Sua humilde figura de dorso desnudo
Ante soldados fardados do exército inimigo
Arrogantes senhores, portugueses, espanhóis
A julgarem-se superiores aos índios
Diminuindo seu engenho e seu talento
A dizerem que seu canto era ruim
Gentios sem civilidade, sem direito a terra
Objeto de cobiça espanhola,
Hoje abrigando brasileiros
São Miguel das Missões, principal missão
A ensinar-nos um pouco sobre todos nós
Nosso passado, nosso interior
Numa noite gélida e bela, de setembro!
Dentro de uma redução, seguida de outras várias
Porção de terras ocupadas pelos espanhóis
Sendo retomadas pelos portugueses,
Em nova guerra deflagrada,
Anos depois, do sangrento conflito
Lembranças eternas de um espetáculo lindo de luz e cor
Com belas vozes a narrar os momentos heróicos,
Os atos de deslumbramento,
Em meio a um encantamento de tantas qualidades!
Canto Quarto:
E assim, de maravilha em maravilha
Prossegue a espetacular viagem!
Em outros passeios, pelo interior paranaense
Cidades repletas de árvores
Esquadrinhadas em avenidas de verde
Maringá cidade canção
Lembrança de um caboclo enamorado de uma sertaneja
Fugida da seca de um sertão de Paraíba
E o moço enamorado,
A se lembrar da linda moça que chamava a atenção,
Das pessoas do lugar
Bela jovem que partiu
Deixando saudades
No homem que venceu, prosperou,
Senador se tornou,
Mas nunca se esqueceu desta lembrança
E a história, canção se tornou
Melodiosa letra, a tornar-se símbolo de uma cidade!
Em Londrina, bonito Lago Iguapó
Seccionado,
Circundado de verde em folha e árvores
Em um lado, um clube de iatismo
Lindas casas em uma de suas margens
Canoas a rasgarem suas águas,
Recortando sua placidez
Linda imagem de águas, árvores e beleza
Cisnes a percorrem um canal
Gansos e bambuzais
A noite, lindo lago a brilhar
Repleto das gentes da cidade
Morada de prédios vários
Em viagem pelo interior
Paisagens de fazendas
Em vários campos, terra entrecortadas de lagos
Cultura de peixes
Muitos trigais, arrozais
A noite no Rio Grande do Sul
Um brinde a noite
Com uma colcha de luar
Repleta de estrelas
E a lua despontando no firmamento
Obscura em meio a noite
Lindamente branca, redonda
Ao chegar em São Miguel das Missões
Simpáticos vagalumes brincavam de acender suas luzes,
Ante olhos maravilhados
Belezas ocultas da cidade
A mostrar todo seu esplendor
Durante as belas horas da manhã
Indo a noite descansar em imenso aposento
Linda viagem pelas entranhas do Brasil
Um passeio pelo interior
Interior do meu ser
Em cidades, casinhas com pés de laranja
Passeios em jardineiras no segundo andar
A apreciar os horizontes
Em longínquas paragens,
Pontos de ônibus em ermos lugares
Aguardando a chegada das poucas linhas a percorrerem o local
Dura lida de quem deve caminhar por horas para poder chegar,
Ao ponto da parada
Lugares solitários!
Em Curitiba, praças com monumentos
Aeronave usada em guerra
Bonita cidade, com lindos Parques:
Tanguá com seus belos espelhos d’água, e Tingui
Ópera de Arame, estrutura de vidro no Jardim Botânico
Com seus pisos vazados, estruturas em ferro e vidro
Ópera, em placas homenageada
Palco de belas manifestações artísticas!
Cidade imponente com feira de artesanato e um belo centro histórico
Acompanhada de Santa Felicidade,
E suas ruas fartas de restaurantes, lanchonetes, lojas e artesanatos
E nas estradas várias, trigais, canaviais, milharais
Indústrias de grãos, silos
Lindas áreas douradas
Em São Paulo, lindos vales verdejantes
Laranjais, campos irrigados
Lindos vales verdejantes, gado
No sul, fazendas com tanques de peixes
Exuberante viagem pelo interior
Interior de nossos seres, nossas almas
Viagem para dentro do melhor de nós mesmos
A mostrar que o Brasil é lindo
E que para possamos apreciar a beleza em si
Devemos antes, cultivá-la dentro de nós mesmos
Nos pequenos gestos, e nos breves instantes de nossas vidas
Para que sejamos atores no palco de nossas vidas,
E não meros espectadores,
No maior dos espetáculos,
A história de nossas vidas!
Assim espero, assim eu quero, assim alcanço!
Luciana Celestino dos Santos
É permitida a reprodução, desde que citada a fonte
Poesias
quinta-feira, 28 de janeiro de 2021
Missões de Vida
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